Governo Temer quer estimular vinda de bancos estrangeiros

 
Jornal GGN – O governo do presidente Michel Temer discute maneiras para estimular a vinda de bancos estrangeiros para o Brasil. Auxiliares presidenciais estudam maneiras de tirar barreiras legais para aumentar a participação de tais empresas no Sistema Financeiro Nacional. 
 
O objetivo da iniciativa, de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, é aumentar a concorrência entre bancos para diminuir as taxas de juros cobradas pelas instituições. 
 
O governo quer que o bancos tenham uma participação mais ativa na retomada do crescimento econômico, tendo em vista a queda da taxa Selic. O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, se reúne nesta semana para definir a taxa básica de juros. 

 

 
Atualmente, os quatros maiores bancos em operação no país são o Banco do Brasil, o Itaú, Caixa Econômica Federal e Bradesco, com 61% dos ativos totais. O primeiro estrangeiro da lista é o espanhol Santander.
 
Entre as barreiras aos bancos estrangeiros, está a impossibilidade destas empresas utilizarem o crédito tributário ao adquirir um banco nacional. O BC também solicita informações ao supervisor do país de origem da instituição interessada, avaliando a reputação, a capacidade econômica e financeira, o atendimento às regras bancárias e a capacidade de controle das operações no exterior. 
 
Os bancos públicos deverão anunciar um “realinhamento” de seus juros assim que o Copom reduzir a taxa Selic nesta semana. A redução de 0,25% na taxa básica já foi repassada pela Caixa nos juros de financiamentos para a casa própria. 
 
 
Redação

11 Comentários

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  1. Todos os bancos que se

    Todos os bancos que se instalaram no Brasil durante a era FHC se ajustaram perfeitamente aos juros elevados.

    É exatamente isto o que vai ocorrer sob o governo Temer.

    Não se trata de reduzir juros e sim de diminuir a importância eleitoral dos bancos brasileiros.

    Além disto, os bancos internacionais também podem pagar propinas ao PMDB e seus aliados fora do Brasil. 

    O que elimina os doleiros, ou melhor, os arquivos vivos dos crimes financeiros cometidos por tucanos e peemedebistas.  

    1. todos….

      Fabio, por favor peça para parar o Mundo que eu quero descer! O Brasil é surreal! Novamente esta palhaçada? Já não fizeram a mesma coisa como diz o Fabio, durante o governo FHC? Só serviu como lavanderia de dinheiro nacional e internacional. Será que nunca seremos sérios o bastante para enfrentarmos nossos problemas?   

  2. Lava

    Lava Jato=Golpe=Temer=Interesses americanos e países cúmplices. Primeiro a Lava Jato atacou a Petrobrás e as empreiteiras. Agora em perfeita sintonia Lava Jato = Temer, vai atacar os bancos para abrir espaço no mercado brasileiro. Bancos vírgula porque eles vão atacar mesmo é o Banco do Brasil e a Caixa.

     

     

     

  3. Do meu tempo de City Bank,

    Do meu tempo de City Bank, meu primeiro emprego, até hoje, fecharam ou foram vendidos  dezenas de bancos estrangeiros, lembro do Bank of London, tradicionalissimo, Real do Canada, Italo Belga, CCF, Frances e Brasileiro, Sudameris, Nacional Ultramarino, BBVA (Bilbao), Boston, agora vai embora o City,  não há condições de mercado para virem bancos dado o cartel fechado de hoje, que existe estimulado e aprovado pelo Banco Central e CADE. Todas as transações que levaram à atual concentração foram APROVADAS pelo Banco Central, que ve um beneficio nesse estreitamento do mercado, porque assim o sistema “fica mais solido”.

    As representações de bancos internacionais que só emprestavam em moeda estrangeira, eram mais de 100, fecharam 

    apos batidas de policiais e fiscais para investigação de “lavagem de dinheiro”.

    Em 1970 o Brasil tinha 600 bancos.  Hoje o mercado é dominado por 2 publicos e 3 privados.

    A fusão do UNIBANCO com o Itau jamais deveria ter sido aprovada, nem a compra do HSBC pelo Bradesco, A fusão de bancos é PESSIMA porque quem tinha limite no Bradesco e no HSC de 1 milhão em cada agora não vai ter 2 milhões no Bradesco, as fusões encolhem os limites.

    Hoje o clima é francamente hostil a bancos estrangeiros, vai ser muito dificil vir algum.

    1. Mira torta

      A primeira atitude racional a se tomar frente ao problema é entendê-lo e o primeiro passo é conhecer suas causas. O padrão Temer de abordagem é errar a mira. Mira nos efeitos e não acerta uma.

      O sistema financeiro nacional, nos idos dos anos oitenta, tinha problemas estruturais sérios. Bancos estaduais comerciais e de desenvolvimento quebrados e sufocados por dívidas astronômicas causadas por má gestão, corrupção, uso politico-eleitoral e como casas de quase-moeda emitindo CDB´s a rodo para cobrir as contas dos estados e seus próprio prejuízos. Diversos bancos privados estavam expostos, muitos carregando créditos podres de toda a ordem e os balanços “maquiados” eram regra e não exceção. O BCB à época funcionava como fonte de crédito, tanto para os bancos em operações estranhas de socorro, quanto como fonte de crédito de investimento para o setor privado. As atividades de fiscalização e da política monetária eram para inglês ver.

      Abrindo um parênteses, é relevante apontar que essa zona foi montada e gerida por, hoje, tidos como ícones da economia nacional. Minha memória dos fatos da época registram outra impressão. Mário H. Simonsen, quem eu assisti em um programa de entrevista, completamente bêbado e bebendo whisky  durante todo o programa, foi um dos responsáveis pela dívida em petrodólares e  esteve no meio do caso das “polonetas”. Delfim Neto quem, no tempo de embaixador em Paris foi apelidado de Embaixador 10% e esteve “enrrolado” no caso do Delfin, foi autor da frase “é preciso fazer o bolo crescer para depois dividir”, um anúncio inequívoco de uma política de transferência de riqueza e de concentração, sob a desculpa de criar capital “nacional”. Tivemos outros representantes dessa desgraça que foi levada a cabo no período da “Gloriosa”, mas os dois citados são os seus luminares uma vez que, além do endeusamento pelos reacionários de sempre, são, também, reconhecidos pela academia. O marco importante era que o amadorismo, a incompetência gerencial e a corrupçao não diferiam do que hoje vemos imperar e a mira era tão ruim quanto agora.

      Voltando ao SFN, lembro das reformas bancárias promovidas nos governos Sarney, Collor e FHC. Antecipando-se, em vários anos à revogação das cláusulas 20 e 32 do Glass-Steagal Act – ao que se atribuiu grande parte do desastre ocorrido em 2008 – em 1987, o CMN autorizou os bancos múltiplos. Este bancos associam em uma mesma instituição diversas modalidades de serviços e créditos, principalmente, as atividades de bancos comerciais com bancos de investimento. Em 1990, sob a batuta de Zélia Cardoso de Mello e Antônio Kandir, o Brasil e o SFN se alinharam aos termos do consenso de Washington. Essa corrente foi seguida por Itamar Franco e aprofundada por FHC quando criou o Proer e aderiu ao acordo da Basiléia. O efeito dessas medidas foi o aprofundamento da concentração e o aumento de poder econômico na mão dos grandes bancos privados. Os bancos estaduais, em sua maioria, foram extintos, federalizados e/ou privatizados por ações do governo  central. Na sequência o mercado agiu por meios de fusões e aquisições aumentando ainda mais a concentração. Sem entrar no mérito dessas ações, já que algo previsava ser feito para estabilizar as estruturas do sistema, a mira torta se viu quando a tentativa de atrair bancos estrangeiros para aumentar a concorrência fez errar o alvo novamente. Embora, depois do Real a farra das receitas inflacionarias que no auge passaram de 4% do PIB e fossem a principal fonte de resultados dos bancos, houvesse acabado, a aplicação nos títulos do tesouro, girados no overnight a taxas apetitosas, saciava o apetite de aplicação dos bancos com risco zero. Logo o crédito continuou escasso e caro. Por exemplo, o HSBC, quando por aqui estava, detinha o posto de crédito mais caro entre os grandes bancos no mercado brasileiro. Quando minguou o leite nas tetas públicas o interesse estrangeiro minguou junto e, hoje, após a compra da carteira comercial do Citi pela Itaú, temos somente um banco internacional de peso atuando no mercado: o Santander e o crédito que oferta é ralo, difícil e caro

      Mesmo assim, o governo Temer continua apostando na “sedução” dos bancos estrangeiros para aumentar a competitivade. Vai esperar sentado, junto com todas as pessoas e empresas que necessitam de crédito fácil e com taxas civilizadas de spread.

      Os “especialistas” vistos na grande imprensa  têm comemorado a queda sucessiva da meta Selic que saiu de 14,25% para 13,75% a.a. “Esquecem” dos juros reais. De 2,65% a.a. em janeiro de 2016, alcançaram um patamar não visto ha muito tempo, 6,75% a.a em dezembro último. Lembremos que essa taxa é referência básica e que as taxas de crédito no mercado estão na estratosfera e lá vão continuar.

      A inflação de dezembro veio acima de novembro e o IPCA de janeiro bateu em 0,87%. embora o mercado fale em cortes de até 0,75% na Selic na reunião do Copom de hoje, duvido que passe de 0,5%  e minha aposta é manterem o valor dos últimos cortes de 0,25%.

      E, la nave va…

       

       

    2. A (não) vinda de novos bancos estrangeiros

      Tem um outro problema: qualquer banco novo (só pra ficar nos ativos no continente, ICBC, Scotiabank, a volta do BBVA, até mesmo uma expansão agressiva do Citibank) que entre no mercado brasileiro entra num mercado em que não há ativos suficientes para sustentar uma luta contra Bradesco e Itaú.

      Vamos imaginar que um banco estrangeiro resolva entrar no mercado brasileiro. Compre todos os bancos estaduais que sobraram (só lembro de Banrisul e BRB, mas deve ter mais algum), compre o Banco do Nordeste e o Banco da Amazônia e ainda aproveite a desidratação de BB e Caixa. Some tudo isso. Chega ao tamanho de Bradesco ou Itaú? Não chega, porque não pode desidratar BB e Caixa muito porque senão o grande agronegócio não tem onde pendurar suas dívidas e os governos estaduais não tem onde financiar seus esquemas nas obras de saneamento e habitação, e sem uma grande desidratação de BB e Caixa não há como criar um quarto grande banco privado.

      Então vamos imaginar que entrem dois, três bancos estrangeiros, com operações pequenas/médias. No máximo, com folhas de pagamento de Estados falidos. Não se sustentam no tempo, os acionistas não vão gostar, e logo vai aparecer… adivinhem… Bradesco e Itaú para comprar.

      Se o governo quer mesmo criar concorrência, tem que atingir Bradesco e Itaú. Obrigar Estados e Municípios a fazer folhas de pagamento com esses bancos entrantes. Obrigar os bancos e cederem boas agências (e contas!). Mas isso vai acontecer? Com o Itaú no comando do Banco Central?

  4. Por isso que precisa reduzir Caixa e Banco do Brasil

    Os PDV’s da Caixa e do BB e o fechamento de agências dos bancos públicos é só o começo. Operação limpeza pra deixar o mercado livre pros bancos estrangeiros. Qualquer dia desses Temer faz um leilão da própria cadeira presidencial entre investidores estrangeiros…

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