No Rio, PM reprime manifestantes e joga bombas dentro de bar

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Da Agência Brasil

Vladimir Platonow – Repórter da Agência Brasil

Policiais militares do Batalhão de Choque atacaram com bombas de gás lacrimogêneo manifestantes e clientes que estavam no bar Amarelinho da Cinelândia, um dos mais tradicionais e antigos da cidade, após a manifestação desta quarta-feira (15) contra a reforma da Previdência. Muitas pessoas passaram mal com a fumaça das bombas e precisaram ser amparadas, saindo chorando e com os olhos vermelhos pelo efeito do gás. Cerca de 10 minutos antes, um grupo de manifestantes, que não estava no bar, havia atirado pedras contra PMs da Operação Centro Presente.

 
A reação da polícia foi intensa e, em instantes, dezenas de homens do Choque entraram na Cinelândia a pé ou em motos, reprimindo tanto manifestantes, quanto clientes dos bares que funcionam no local. Outro grupo de policiais atiraram com balas de borracha contra manifestantes que participaram da passeata.
 
“As pessoas não fizeram nada. Estávamos vendo Fluminense x Criciúma, quando começou a confusão”, reclamou a aposentada Rosana Leite, que deixou o bar com dificuldades para respirar. Outra pessoa atingida foi a professora Ana Laura Braga.
 
“Estava tranquilo, tudo calmo, e eles começaram a jogar bomba lá dentro. Isso é uma covardia. Quem estava no bar não tinha feito nada”, relatou Ana Laura, que quase desmaiou ao buscar ajuda, pois tem apenas um pulmão e sofre de asma.
 
A psicóloga Raquel Siqueira Dória saiu do bar chorando, dizendo que sua mãe precisou ser atendida, pois passou mal com o efeito das bombas. “As pessoas estavam comendo e bebendo tranquilamente, quando eles praticamente invadiram o bar e jogaram bombas de gás lacrimogêneo. Todo mundo passou mal, com os olhos ardendo. Vou levar minha mãe para o hospital, pois ela está lá em cima sendo atendida. Isto é uma ditadura, a morte da democracia”, protestou Raquel.
 
A PM foi procurada por telefone e por e-mail pela reportagem da Agência Brasil para se posicionar sobre a operação na Cinelândia, mas até a publicação desta matéria não havia se pronunciado.

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Redação

7 Comentários

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  1. Fascistas com medo de cair não gostam de gente
    Se esses protestos tivessem sido feitos antes,esse governo já havia caído, eles tão assustadinhos e não gostam de povo, fascistas.

  2. O Amarelinho simboliza o encontro, a amizade, a democracia

    Um ataque a um símbolo(http://diariodorio.com/historia-do-bar-amarelinho-da-cinelandia), as pessoas ocasionalmente estava lá ou, como se diz no jargão policial, as pessoas estavam no lugar errado, um bar frequentado por comunas como Oscar Niemeyer, Mário de Andrade, Joel Silveira e Vinicius de Moraes.  Negar o direito de ir vir é coisa típica de regime de exceção. Ao que tudo indica, foi o mesmo grupo que promoveu ataque semelhante há uns 6 meses atrás, após um ato pacífico contra a PEC 241. 

    Video mostra truculência da PM em invasão ao Bar Amarelinho 

    http://extra.globo.com/noticias/rio/video-mostra-truculencia-da-pm-em-invasao-ao-bar-amarelinho-durante-protesto-no-centro-do-rio-20308037.html

  3. A PM é o braço da ditadura

    A PM é o braço da ditadura militar de 64 que continua entre nós. Durante a ditadura, agiam contra os inimigos, depois passaram a descarregar sua violência brutal sobre toda a população, sobretudo nas periferias. A plutocracia nunca depôs as armas, pois trata-se de manter a população sob constante opressão 

  4. Nessa hora, todo cuidado é pouco.

    É interessante ler que quem estava no bar disse que “não estava fazendo nada”. Fica implícito que não mereceram as bombas, que aí está a injustiça, é isso? Quer dizer que os manifestantes, sim, estavam fazendo algo que merecesse repressão?

    O próprio texto nos socorre: “Cerca de 10 minutos antes, um grupo de manifestantes, que não estava no bar, havia atirado pedras contra PMs da Operação Centro Presente.”

    Considerando que não houve manifestação de violência contra a polícia em nenhum outro episódio dessa manifestação e que a PM do Rio, embora dispute com outras PM estaduais, é a campeã em infiltrar os chamados “P2”, policiais à paisana e simpatizantes nas manifestações para cavar um motivo para ataque, talvez, a bem do Jornalismo, a matéria pudesse ser mais cuidadosa. Inclusive na manchete, que pode induzir o desavisado leitor a pensar – ou pior, a “sentir” ou a “ter a impressão” de que havia manifestantes dentro do bar.

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