Aldo Fornazieri
Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.
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O pacifismo hipócrita dos bem-pensantes, por Aldo Fornazieri

O pacifismo hipócrita dos bem-pensantes

por Aldo Fornazieri

No Brasil basta que um político, um jornalista ou um intelectual seja xingado num aeroporto ou num restaurante para que os bem-pensantes liberais e de esquerda se condoam com o “insuportável clima” de radicalização e de ódio. Todos derramam letras e erguem vozes para exigir respeito e para deplorar as situações desagradáveis e constrangedoras. Até mesmo a nova presidente do PT e parlamentares do partido entram na cruzada civilista para exigir o respeito universal, mesmo  que para inimigos. Os bem-pensantes brasileiros, cada um tem seu lado, claro, querem conviver pacificamente nos mesmos aeroportos, nos mesmos restaurantes e, porque não, compartilhar as mesmas mesas. Deve haver um pluralismo de ideias e posições, mas a paz e os modos civilizados devem reinar entre todos e a solidariedade e os desagravos precisam estar de prontidão. As rupturas na democracia e no Estado de Direito não devem abalar este convívio.

Trata-se de um pacifismo dos hipócritas. O fato é que no Brasil, a paz é uma mentira, a democracia é uma falsidade e a realidade é deplorável, violenta e constrangedora. Deplorável, violenta e constrangedora para os índios, para os negros, para as mulheres, para os pobres, para os jovens e para a velhice. A paz, a cultura e a ilustração só existem para uma minoria constituída pelas classes médias e altas que têm acesso e podem comprar a seguridade social, a educação, a cultura e o lazer. O Estado lhes garante segurança pública.

A hipocrisia pacifista das elites econômicas e políticas e dos bem-pensantes sempre foi um ardil para acobertar a violência que lhes garante os privilégios, o poder e a impunidade. Ardil que anda inseparado de sua irmã siamesa – a democracia racial – e, juntos, constituem a ideologia da dominação e da dissimulação da tragédia social e cultural que é o nosso país.

O pacifismo é um brete, uma jaula, que procura aprisionar e conter a combatividade cívica dos movimentos sociais e dos partidos que não compartilham com a ideia de ordem vigente. Essa ideologia operante exige que as manifestações de rua sejam sempre tangidas pelas polícias e, quando algo não fica no figurino, a violência e a repressão são legitimadas para manter a paz dos de cima. A democracia racial, que sempre foi uma crassa mentira, difundida por bem-pensantes e por representantes do Estado, é uma rede de amarras e de mordaças que visa impedir a explosão de lutas e os gritos por direitos e por justiça de negros e pobres, que são pobres porque são negros. A ideia de democracia racial também não passa de um ardil para acobertar a violência e a opressão racial e econômica e para escamotear o racismo institucionalizado – herança escravocrata entranhada como mentalidade e como cultura na alma pecaminosa da elite branca.

Uma história violenta

O Brasil nasceu e se desenvolveu sob a égide da violência. Não da violência libertadora, da violência cívica que corta a cabeça dos dominadores e dos opressores para instituir a liberdade e a justiça. Aqui, os malvados, os dominadores e opressores, nunca foram ameaçados e mantêm o controle político a partir de um pacto preliminar do uso alargado da exploração e da violência como garantia última do modo de ser deste país sem futuro.

Primeiro, massacraram e escravizaram índios. Depois, trouxeram cativos da África, muitos dos quais chegavam mortos nos porões dos navios e foram jogados como um nada nos mares e nas covas e se perderam, sem nomes, nos tempos. Trabalho brutal, açoites e exploração sexual foi o triste destino a que estavam reservados. Essa compulsão violenta ecoa até hoje, no racismo, na exploração e na própria violência contra as mulheres em geral, pois a genética e a cultura brancas trazem as marcas da impiedade machista da vontade de domínio, até pela via da morte.

A hipocrisia do pacifismo bem-pensante não se condói sistematicamente com os 60 mil mortos por ano por meios violentos – prova indesmentível de que aqui não há paz. Mortos, em sua maioria, jovens pobres e negros. Também não se condói com o fato de que as nossas prisões estão apinhadas de presos, em sua maioria, pobres e negros e sem uma sentença definitiva. Presos que vivem nas mais brutais condições de desumanidade.

Não se pode exigir paz e civilidade num país que ocupa o quarto lugar dentre os que mais matam mulheres no mundo, sem contar os outros tipos de violência de gênero. E o que dizer da continuada violência contra os camponeses e do recorrente extermínio dos índios?

A paz e a civilidade existem nos restaurantes dos Jardins, nos gabinetes e palácios, nas redações da grande mídia, nos intramuros das universidades, nos escritórios luxuosos, nos condomínios seguros, nos aviões que voam levando os turistas brasileiros para fazer compras no estrangeiro. Mas elas não existem nas ruas, nas praças, nas periferias, nas favelas, no trabalho.

O Brasil caminha para o abismo, sem destino, tateando no escuro, aprisionado pela sua má fundação e de sua má formação. Precisamos recusar este destino e isto implica em recusar a mentira hipócrita do pacifismo e da civilidade dos bem pensantes e falsidade da democracia racial. Os gritos das dores das crueldades praticadas ao longo dos séculos precisam retumbar pelos salões de festa das elites e nos lares e escritórios perfumados pela alvura que quer disfarçar uma herança de mãos manchadas de sangue e de rapina. Os historiadores precisam reescrever a história deste país para que possamos entender a brutalidade do passado e do presente e projetar um outro futuro.

A doce ternura da paz e da civilidade dos bem-pensantes, dos bem-educados, dos bem-vestidos, dos bem-viventes, precisa ser confrontada e constrangida pelo fato de que nos tornamos uma nação de insensíveis e de brutais, praticantes do crime imperdoável de desalmar as vítimas da violência para dar-lhe uma alma (branca) também insensível e brutal. Não temos o direito de persistir na mentira hipócrita e na enganação. Não temos o direito de interditar caminhos de liberdade e de justiça pelas nossas ideologias ludibriantes. Se não fomos capazes de construir um nação com direitos, justiça, democracia e liberdade, deixemos que os deserdados deste país a construam e, se possível, vamos ajudá-los com humildade e sem vaidades. A paz efetiva só existirá quando estes bens se tornarem realidade para todos.

Aldo Fornazieri – Professor da Escola de Sociologia e Política (FESPSP).

 

 
Aldo Fornazieri

Cientista político e professor da Fundação Escola de Sociologia e Política.

37 Comentários

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  1. A coragem e a responsabilidade

    Fornazieiri escreve e reclama com o fígado o que o PT e a sua Presidenta fizeram com cautela e educação, em relação aos xingamentos sobre Miriam Leitão.

    Existe uma grande diferencia nas atitudes das pessoas ou instituições, em proporção ao grau de responsabilidade com que estão revestidas. Quanto maior a responsabilidade é maior o cuidado nas palavras e nas atitudes. Lula e o PT colocam-se como opção para liderar milhões de pessoas, incluídas as opositoras e, quando há uma real possibilidade de dirigir (ou voltar a dirigir) uma nação inteira, os seus dirigentes devem agir com discurso para todos e não apenas para a sua parte do eleitorado.

    Fornazieri é veemente como torcedor enfurecido, em forma proporcional à pouca responsabilidade que possa haver tido ou terá com o destino de milhões de brasileiros. Não pretenda comparar-se com a atitude republicana de Gleisi Hoffmann, pois esta age em nome de milhões de pessoas (assim como o seu partido) e não pelo desejo próprio. Essa diferença é mais bem compreendida por quem alguma vez foi, pelo menos, síndico de um prédio residencial.

    Gleisi prova dia a dia sua coragem no Senado, entre os seus pares, durante estes últimos anos. Não vai ser o autor deste post quem tente desmerecer isso e deturpar a atitude conciliatória e plural com que ela deve agir publicamente, perante milhões de pessoas, em nome do maior partido político do país.

    Não tiramos o direito de o Fornazieri vir aqui a incendiar uma plateia, como se fosse de estudantes da sua faculdade, pois muitos aqui metemos o pau quando necessário for, mas em nome pessoal. Quando você representa outras pessoas é a sua obrigação ser mais cuidadoso e ponderado com o que expressa e com a forma em que age.

    Não gosto nada da Miriam leitão, mas sou absolutamente a favor da atitude madura e responsável da Gleisi numa hora destas, e assim deveremos proceder em diante. São justamente as cusparadas na cara as que fazem os “Bolsonaro” da vida subir as pesquisas.

    1. Sinceramente a senadora

      Sinceramente a senadora Gleisi no episódio da mentira da repórter da Globo mostrou o sangue de escravo que vocês da esquerda Brasileira possuem. Sangue de escravo no sentido de ainda sentirem a obrigação de agradar os “senhores de escravos” ou os representantes destes (como a senhora Leitão), e imediatamente reprimirem (com violência se preciso, seja física ou verbal) os seus iguais que cometam o “crime” de desobedecer o senhor de escravos. 

      1. Sai fora, gringo colonialista!

        Vá dar liçoes às pessoas do seu país, que nao se rebelam diante de “Patriot Act”, torturas, prisoes clandestinas, etc. É pior que alma de escravos, é alma de apoiadores da Klu Klux Kan. Vade retro!

        1. Parabéns, Anarquista! Esse

          Parabéns, Anarquista! Esse falso “green-go” aí fica arrotando mandamentos, como se tivesse qualquer superioridade moral para tal. E ainda tem gente aqui que fica aplaudindo… vá ser vira lata assim no Texas!

          1. Falou e disse.

            É o cúmulo da arrogância, ele fica “dando liçoes” aos brasileiros. Nao se enxerga mesmo.

  2. Em bairro rico criança não morre de bala perdida!

    Para o estramento policial noventa or cento da ppulação é suspeita por morar na periferia e/ou favelas. por ser preto , por estar maltrapilho, por ser prostituta.

    Pra Justiça rico doente tem que estar em casa ,  mesmo sem ter necessidade de ser hospitaliado.

    Pra sociedade em geral o delinquente juvenil classe média ou alta tem que ter tratamento diferenciado, O delinquente juvenil pobre tem que ir pra cadeia .

    1. Corretíssimo Luiz. E o que é

      Corretíssimo Luiz. E o que é pior: Na maioria absoluta dos casos os espancadores e assassinos dos três “pês” (preto, pobre e periféricos), sempre foram e são eles mesmos. Quem mais comete violência contra eles se não a PM? E e o que é a PM senão capitão do mato da época escravocrata. Quem foi o primeiro a liderar a cruzada contra o chamado mensalão do PT? Senão mais um capitão do mato a serviço da Casa-grande.

  3. Meu ódio é o melhor de mim

    A Flor e a Náusea

    Carlos Drummond de Andrade

     

    Preso à minha classe e a algumas roupas,
    Vou de branco pela rua cinzenta.
    Melancolias, mercadorias espreitam-me.
    Devo seguir até o enjôo?
    Posso, sem armas, revoltar-me’?

    Olhos sujos no relógio da torre:
    Não, o tempo não chegou de completa justiça.
    O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
    O tempo pobre, o poeta pobre
    fundem-se no mesmo impasse.

    Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
    Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
    O sol consola os doentes e não os renova.
    As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.

    Vomitar esse tédio sobre a cidade.
    Quarenta anos e nenhum problema
    resolvido, sequer colocado.
    Nenhuma carta escrita nem recebida.
    Todos os homens voltam para casa.
    Estão menos livres mas levam jornais
    e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

    Crimes da terra, como perdoá-los?
    Tomei parte em muitos, outros escondi.
    Alguns achei belos, foram publicados.
    Crimes suaves, que ajudam a viver.
    Ração diária de erro, distribuída em casa.
    Os ferozes padeiros do mal.
    Os ferozes leiteiros do mal.

    Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
    Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
    Porém meu ódio é o melhor de mim.
    Com ele me salvo
    e dou a poucos uma esperança mínima.

    Uma flor nasceu na rua!
    Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
    Uma flor ainda desbotada
    ilude a polícia, rompe o asfalto.
    Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
    garanto que uma flor nasceu.

    Sua cor não se percebe.
    Suas pétalas não se abrem.
    Seu nome não está nos livros.
    É feia. Mas é realmente uma flor.

    Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
    e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
    Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
    Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
    É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.

  4. Os Hipócritas não são pacifistas, são idiotas

    Os hipócritas confundem imbecilidade com pacifismo.

    Quando mandaram a Dilma vtnc num estádio de futebol, na abertura de um evento esportivo mundial, a Miriam Leitoa levantou a voz em solidariedade à Dilma e em reprovação aos moralistas seletivos?

    Pimenta nos olhos da Dilma é refresco nos olhos da Miriam Leitoa.

  5. É de arrepiar a insensibilidade dos jornalistas televisivos , do

    economistas comentaristas tentando todo tempo convencer os incaltos que as reformas anti povo é uma necessidade.

    A unanimidade deles em todos os canais das TVs abertas me causa uma revolta e um desânimo. 

    Espanta a defesa que fazem ds juros escorchantes cobrados da população pelo sistema bancário e do maior juro real do mundo da taxa selic bancada pelo Banco Central.

  6. “pois a genética e a cultura

    “pois a genética e a cultura brancas trazem as marcas da impiedade machista da vontade de domínio,”

     

    genética querido?

     

    cuidado com seus exageros e generalizações

    1. Tambem acho…..

      Não me parece que o racismo, a violência contra as mulheres  e o machismo sejam uma exclusividade da “raça” branca”…..a escravização de seres humanos por seres humanos sempre foi historicamente o “normal” em todos os cantos do planeta….brancos escravizando brancos, asiaticos escravizando asiaticos, negros escravizando negros, arabes escravizando arabes,indios escravizando indios…..Se a “raça” branca cometeu mais barbaridades que outras “raças”(sem duvidas, com duas guerras mudiais na conta, fica dificil de fazer pior), me parece que é por conta do poder economico e militar dos ultimos seculos, não vejo em que a genetica tem papel preponderante nisso…..

      1. Aplausos

        Aplausos retumbantes!

        Parece-me impensável que intelectuais do calibre do prof. Aldo façam recortes de raça em algo que é profundamente humano, que é a luta pela hegemonia econômica, que se traduz do domínio de um povo sobre o outro. Os brancos, ora os brancos, comos os culpados de toda uma forma de exercer o poder é de uma cegueira que me faz repensar onde nossos intelectuais vão buscar seus saberes. Não lêem livros acerca de outros povos? Não conhecem nada da natureza humana? Ou julgam que ela não existe e todo e qualquer ser humano é meramente produto do seu meio social? Se assim for, como explicar a propria etimologia do termo “slave”? Se assim for, como explicar o fato de os grande forncedores de escravos negos serem outros grupos de negros, vencedores de guerras intertribais? Como explicar a sociedade profundamnete machista dos árabes? Como explicar que os ventos de humanização sopram justamente de um continente “branco”, como é o caso da Europa e seu multiculturalismo e seus valores democráticos forjados ao longo de toda uma história, como resposta às tiranias? 

        É de espantar a cegueira antroploógica, sociológica e psicológica de nossa intelectualidade…

        1. Exatamente. Não há como
          Exatamente. Não há como ignorar que a  herança escravocrata no Brasil ensejou uma sociedade perversamente assimétrica em detrimento das pessoas com ascendência africana. Nem que os andares superiores do edifício social no país sejam ocupados por indivíduos majoritariamente brancos. O equívoco do professor é sugerir que isso é assim porque os caucasianos são geneticamente marcados pela vontade de dominação. Aqui mesmo na América, antes dos “malvados brancos” aportarem, as civilizações pré colombianas mais destacadas subjugavam as mais periféricas.  Matanças rituais estarrecedoras banhavam em sangue os templos e pirâmides dessas sociedades. Tudo temperado com canibalismo e antropofagia. As próprias instituições de trabalho compulsório foram ‘requentadas’ pelos europeus, pois já existiam no império Inca e Asteca.  O branco não tem o monopólio da violência, nem a inventou, nem a trouxe pra cá em suas naus. A dominação pela força permeia a história de todas as raças e povos. Isso deveria ser um truísmo para pessoas inteligentes como o professor. Infelizmente, como bem ressaltou o colega acima, não parece ser. 

    2. Não entendi que o contexto da

      Não entendi que o contexto da palavra queira dizer literalemte isso. Mas trouxe o peso da palavra de forma ilustrativa como “marca”. Pelo menos foi assim que entendi.

  7. Eh professor Aldo, precisamos

    Eh professor Aldo, precisamos refundar o Brasil e o senhor coloca uma questão de peso que é a Historia, principalmente aquela que chega à escola. Lembro que, mesmo estudando em uma considerada boa escola, a historia que nos é lançada pelos professores é meramente burocratica. Lembro perfeitamente que uma professora disse no então segundo ano do segundo grau que a era Vargas não tinha mais tanta importância nos dias atuais (eram anos 90. Talvez por isso.) e com isso, em uma aula expediu o varguismo. Enfim, da Historia mesmo, tive que ir buscar para entender porque o Brasil é esse contraste de situações. Até livros de sociologos escorregam em clichês e preconceitos.

    Cada Pais tem os seus problemas com a Historia. A França vive negando o colonialismo como algo profundamente negativo e cruel. No Brasil negamos a escravidão como fundadora de uma sociedade profundamente desigual e brutal. Parece-me que para tornarmos uma nação forte, teremos que rever nossa historia com todos os is em seus devidos lugares.

    1. eh….

      Cara sra., até quando ficaremos com esta discussão de lunáticos e esta bipolaridade? Refundar o Brasil? O que fizemos com a Anistia de 1978? Quatro anos depois depois de Orestes Quérica, líder da Oposição Democrática ao Regime Militar, se tornar o Senador eleito mais votado do Brasil. Com 4 décadas de Redemocraização, 30 anos de Constituição Cidadã escrita, reescrita e implantada por sindicalistas, democratas, socialistas, universitários, sociólogos, professores, muitos da USP (República da USP) como o professor, que aqui escreve o artigo, o que foi feito? Refundar o Brasil? Não é isto que foi feito? Mediocridade e Hipocrisia não estão transbordando? Drauzio Varella, na sua extraordinária vsão, afirmou que a violência não é retrato direto da pobreza, mas da negligência e abusos na 1.a infância, falta de apoio na adolescência e convivência com país violentos. O que foi feito nestes 40 anos de período democrático? Quanto à violência politica, vejam que apesar de Democracias consolidadas, houverão recentemente assassinatos de Congressistas nos EUA e Inglaterra.  E diversos atentados. A Democracia é uma luta de interesses. Isto não acontece no Brasil? Acontece sim, como cita o professor, protegidas as facções políticas, desprotegida então a sociedade civil e seus inacreditáveis mais de 65.000 assassinatos. Constituição Cidadã em Período Democratico? Nos iludamos. A culpa é de quem?   

      1. Destruir um edifício é muito mais rápido do que destruí-lo

        Você já viu a implosão de um edifício, não é, Zé Sérgio?

        Ora, Amigo, o período democrático de 40 anos é muito curto para reerguer a democracia, a qual foi destruída nos anos de chumbo.

        Quanto à afirmação do Sr. Drauzio Varella, segundo a qual a violência não é retrato direto da pobreza, mas da negligência e de abusos na primeira infãncia, da falta de apoio na adolescência e da convivência com pais violentos, ele tem razão quando não vê relação de causalidade entre pobreza e violência mas dá co’os burros n’água quando afirma que há relação de causalidade entre negligência e abusos na primeira infância, falta de apoio na adolescência e convivência com pais violentos e violência.

        A violência, a pobreza, a negligência e os abusos na primeira infância, a falta de apoio na adolescência e a convivência com pais violentos são frutos das desigualdades sociais, e o Brasil é, talvez, o campeão mundial em desigualdades sociais.

  8. Finalmente Professor de Sociologia e Política se mostra como tal

    Prezados,

    A razão de eu fazer duríssimas e impiedosas críticas a Aldo Fornazieri e Wanderley Guilherme dos Santos – sempre que eles apedrejam as “Genis”, ou seja, o PT e a Esquerda, para assim conseguir espaços no PIG/PPV e divulgarem seus artigos e livros – foi demonstrada de forma cabal recentemente. Tanto AF e WGS, depois de críticas e apedrejamento dessas “Genis”, lançaram livros.

    Neste artigo AF escreve como Sociólogo em Cientista Político, que é exatamente o que cobro dele e de outros da Academia. 

  9. Quando o professor Aldo

    Quando o professor Aldo Fornazieri escreveu “Nunca fomos democracia nenhuma… ” em 05/06/17, elogiei o artigo, mas cobrei que a ele era exigido antes falar das causas que leva o país a tais consequências. E fico contente que hoje ele venha com esse artigo que analisa tais causas.

    Esse um artigo que vou salvar para ser lido umas 10 vezes juntamente com pessoas que julgo precisam aprender melhor sobre nosso Brasil. Essas são as verdadeiras causas que explicam porque o Brasil é um país que precisa de qualquer jeito ser purificado se quiser virar uma verdadeira Nação. A questão é só saber quando isso deve ocorrer.

  10. Pois a violência – de Estado e “S.A.” – so faz aumentar, Prof.

    GLOBO NA MIRA DO FBI, BANCOS NA DO DALLAGNOL E BLOGS DE ESQUERDA “PERDIDINHOS”: O “CAOS” DA IRRACIONALIDADE HUMANA

    Por Romulus & Núcleo Duro

    (…) Essa história de “FBI pegar a Globo” está seguindo o esquema normal de política em D.C.: a agência – no caso o DoJ – capturada pelo lobby.

    O Departamento de Estado ainda não deu atenção a isso porque até agora não teve relevância na sua seara.

    Detonar a Globo seria um “game change” no Brasil… de décadas!

    Qual o interesse dos EUA – enquanto ~Estado~ e não enquanto país onde Time Warner/ Disney são sediadas – em implodir a Globo – o maior obstáculo à esquerda e ao nacional-desenvolvimentismo no Brasil?

    Afinal, a direita $EMPRE $E €NT€ND€… £¥NDAM€NT€!

    Mas…

    A Globo é democrata e os EUA tem hegemonia política republicana atualmente.

    A “sorte” da Globo é que o deep-State do Departamento de Estado é democrata.

    O “azar” da Globo é que a operação em que ela está metida é… ~mundial~.

    Assim, a queda da Globo pode acabar como, “apenas”, um efeito colateral. Tolerado! (…)

    *

    O “caos” descabelado… minimamente “penteado”:

    I. Blogs de esquerda fazem demagogia enquanto seus leitores deliram com uma “Revolução de Outubro”.

    II. FHC e Armínio Fraga dão a senha: PSDB é, apenas, a “pinguela” do 1%.

    A “ponte para o futuro” é a… JURISTOCRACIA!

    E, mais uma vez, nós avisamos aqui!

    III. O estilo “caótico” do blog e o seu alcance, necessariamente, restrito.

    IV. “Jeitinhos” e “Jeitões” juristocráticos.

    V. BOMBA! Sim, aquela mesmo: a NUCLEAR – os Bancos!

    Ainda na mão do Dallagnol “candy crush” (!)

    VI. “Lula” – o melhor Presidente que o Brasil ~nunca~ terá novamente??

    – O maior ativo político nacional – e internacional!

    Mas…

    – Esnobado pela “elite” – que, no Brasil, se escreve, necessariamente, entre aspas mesmo.

    VII. Atenção: ~fontes~ confirmam a jornalistas nossas deduções sobre o (não) “julgamento” da delação da JBS no STF!

    VIII. Sucessão na PF – a rapidinha do… “instituições funcionando normalmente” (!)

    IX. Epílogo: a tensão estrutural entre a Juristocracia e a Política no país onde se inventaram os tais dos ~3~ Poderes… hmmm… “independentes” (?) …

    País esse que, inclusive, ~não~ aplica essa ideia!

    Algum motivo haverá de existir…

     

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  11. muito bom texto. 
    totalmente

    muito bom texto. 

    totalmente equivocada a solidariedade da presidenta do PT à global MIRIAN LEITÃO. como totalmente inadequadas diversas crises de politicamente incorreto imbecil do PT ao se solidarizar, em nome da boa educaçao, justo com seus algozes. politicamente incorreto, sim, mas para quem é de fato fragil, para quem realmente dele carece. nao para gastar com aqueles que sao justamente a causa das mazelas brasileiros.

    excelente texto. 

    1. Imbecil é a incapacidade de entender necessidades políticas

      Gleise é uma presidente de partido, às vezes tem que dizer o “politicamente correto”, até para esvaziar o uso das críticas ao PT, desmentindo-as.

  12. O pacifismo hipócrita dos bem-pensantes

    Prof. Aldo Fornazieri, seu texto contribui pedagogicamente para o nosso discernimento politico, social, econômico e humanitário tão escasso na relação centenária entre a “casa grande e a senzala”, obrigado e VIVAS pela luz … !!!

    1. Violência, favor e patrimonialismo

      Ao que diz o excelente artigo de Fornazieri, acredito poder se somar as reflexões de Jessé Souza http://www.nossapolitica.net/2017/06/jesse-souza-classe-media-elite e as de Pedro Benedito Maciel Neves sobre o patrimonialismo http://www.cartacapital.com.br/a-luta-contra-o-patrimonialismo

      No entanto, a meu ver, o ponto central da questão, como mencionado por uma das comentaristas, não é apenas a violência, mas também o silêncio sobre ela. O Brasil talvez seja um dos países aonde mais se pratica o “esquecimento histórico” e o falseamento das narrativas como forma de poder. Foi o próprio Pedro II quem oficializou essa prática com a criação do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro em 1838, que teve como uma das primeiras iniciativas o lançamento do concurso “Como se deve escrever a história do Brasil”. Outro aspecto muito importante aí é o que o Roberto Schwarz chamou de “institucionalização do favor” na sociedade brasileira. Favorzinho aqui, favorzinho ali, nas brechas das leis, e assim todo mundo se salva!

      Essa discussão é ampla e merece ser mantida no alto nível proposto por Fornazieri, e deve ser continuada no sentido de provocar cada vez mais a participação de professores e intelectuais no debate público, extrapolando os muros acadêmicos.

  13. Comentário.

    É, o Adorno escreveu algo semelhante; mas era a respeito daqueles que, com argumentos tão bem fundamentados, paralisam a compreensão dos fatos, enquanto o desastre se aproxima; quando ele definitivamente ocorre, olha-se pasmado. É a estupidez das pessoas inteligentes.

    É um modo de dizer que o pacifismo, no atual de estado de coisas, é uma ideologia. Consiste em colocar todos os atos em que envolvem “violência” no mesmo nível (incluindo a contraviolência) como atos brutais e dizer que é melhor não s envolver, não fomentar, nem apoiar. Mas isso é a forma como as elites paralisam as ações de construção de direitos. É a essa forma ideológica (Marx, sempre ele) que é tratada de pacifismo.

    Muito mais coerentes (historicamente falando) aqueles que colocaram a guerra total como guerra imperialista e, portanto, dos donos da grana. E que os trabalhadores não deveriam se envolver. Neste caso, não se envolver e denunciar o papel da guerra são atos pacifistas e que ultrapassam o pacifismo burguês, ideológico.

    Agora, para os “bem-pensantes” do Aldo, só resta a pergunta: reforma ou revolução?

    Na maioria das vezes em que assisto palestras e seminários (cada vez menos, pois a paralisia da ação é revoltante e acabrunhante), só vejo o seguinte: crítica, OK, mas a ação dentro dos limites de minha área de pesquisa, etc. etc., etc. Ou seja, nunca se sujam, nunca fazem coisa alguma que manche a “reputação”.

    Até dá pra entender, por analogia; No meu local de trabalho, quando se discute política, mete-se o pau no Temer e Cia.; mas quando a discussão começa a enveredar para questões mais próximas,  aparentemente mais imediatas (e não menos importantes e opressivas), cai-se numa evitação do assunto e na lambeção de botas; quem olha para o quotidiano (Marx diria, dialeticamente, que a ausência de compreensão das mediações impede a compreensão do sentido da situação particular) corre o risco de passar de crítico político para um tipo extravagante.

    Não sei bem ao certo, mas enquanto existir gente fazendo a crítica e colocando a cara pra bater, os bem-pensantes continuarão calmamente em seus seminários, suas discussões ao gosto de seus cafés, sua estupidez de classe média (os ideólogos que o Jessé de Souza não denomina), arrogante, bem lida, bilíngue e inútil. Mas estes se sentiriam particularmente incomodados se – como aconteceu nos periodos Lula e Dima – um membro não seleto (sic) aparecesse estudando, pesquisando. Claro, estamos num país de periferia, recursos escassos, qualquer melhoria nas condições básicas de vida se torna… ascensão social (incrível!). E eis que há uma ameaça à porta. Os bem-pensantes são uns conservadores sui generis.

    Só que tem uma coisa. Não é só para o pacifismo burgués. É pra traição de classe, para o feminismo burguês, para o veganismo monsanto e quetais.

    E eu duvido que se chegaria a tanto à crítica.

  14. MIRIAM LEITAO foi mesmo vitima de alguma especie de agressao?

    episodio recente, o caso MIRIAM LEITAO.

    MIRIAM LEITAO foi mesmo vitima de alguma especie de agressao?

    por quê mesmo o pedido de desculpas???

    esse pedido é primo daquela estorinha de que o controle remoto é o melhor controle dos meios de comunicaçao. deu no que deu…

  15. Não sei se o companheiro
    Não sei se o companheiro vestiria a carapuça do homem cordial num voo com a Miriam Leitão ou a achacaria.

    Acho que não faria nada. Mesmo porque teria que fazer isso sempre em N voos é recintos públicos.

    Sua descrição do Brasil injusto é corretíssima, mas não acho que isso deva justificar nossa queimação perante a opinião pública. Garanto que censuras similares ocorrem no campo dos que achacaram Mantega, D. Marisa é etc.

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