Oito empresas de saneamento tiveram negócios intermediados por Youssef

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Reportagem da CartaCapital revela que a Sabesp e a mineira Copasa constam na lista apreendida pela PF na casa do doleiro; Metrô paulista também é citado

Jornal GGN – Por meio de empresas de fachada, o doleiro Alberto Youssef intermediou negociações entre as construtoras citadas na Operação Lava Jato e empresas públicas e privadas que vão além da Petrobras. Entre elas, pelo menos oito estatais de saneamento: Sabesp, a mineira Copasa, Caema (MA), Casal (AL), Cagece (CE), Cedae (RJ), Saneago (GO) e a Saned, de Diadema (vendida para a Sabesp para amortizar uma dívida bilionária).

Segundo reportagem exclusiva da CartaCapital, os contratos com empresas de saneamento, instituições privadas – como Vale, Fiat e Grupo X – e outras companhias – como o Metrô de São Paulo – representam 41% das obras que totalizam 747 negócios intermediados por Youssef. A outra parcela, de 59%, é de parcerias firmadas apenas com a Petrobras.

A lista com os quase 750 empreendimentos foi apreendida na casa do doleiro em março. Ela apresenta nome da obra, telefone fixo e o contato de alguém da empresa que a contrataria, além de informações detalhadas sobre o projeto. O período vai de 2009 a 2012. Segundo a revista de Mino Carta, nem todas as obras que constam na lista foram executadas.

Além das empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato, cerca de outras cem empresas aparecem como clientes de Youssef. A Delta Engenharia, o Grupo Shahin, a IHS Engenharia, a Potencial Engenharia e a CR Almeida estão entre as possíveis representadas pelo doleiro nas negociações.

Em troca, Youssef confessou que ganhava entre 3% e 15% de comissão em cima dos contratos oferecidos por ele às empresas públicas e privadas em nome de seus clientes. Em uma única obra em Santos, feita com a Petrobras, a Polícia Federal estima que o doleiro recebeu R$ 43 milhões.

Entre as obras citadas na lista, estão várias projetadas contra a seca no Nordeste, em especial as administradas pelo Dnocs (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas), órgão ligado ao Ministério da Integração Nacional. A Pasta era administrada até o ano passado pelo senador eleito Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), informa a Agência Estado.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. a grande mídia naturaliza o

    a grande mídia naturaliza o golpísmo e dirá que há petista envolvido

    e “demais partidos”, sem citar so casos, ríncipalmente os casos paulistas. 

    ou as denúncias seletivas chegaram a tal ponto que essa

    grande mídia não poderá mais omitir seus conluiados

    de tantas fálácias anteriores.

    aí começaremo talvez a dar um passo adiante na questão

    do combate à corrupção, isonomicamente.

  2. Não sobra nada e ninguem.  Os

    Não sobra nada e ninguem.  Os unicos puros e honestos são os do concurso publico. Desenvolvimento com moralismo

    só no paraiso. Se houvesse esse Catões nos EUA depois da Guerra Civil as ferrovias não teriam sido construidas.

  3. Estou lendo uma das oitivas

    Estou lendo uma das oitivas que gerou os benefícios da delação premiada de Youssef em 2003 – caso COPEL/Banestado(link ao final) e eis que lá está um nome que recentemente vimos na sessão policial dos jornais. Ele estava locado no Tribunal Regional do Trabalho RJ, setor de protocolo – distribuição de processos. O tal cara que movimentou mais de 200 milhões .

    Nome: Rogério Figueiredo Vieira

    Pergunto por ignorar:

    A Justiça Federal não o investigou naquela época? 

    Link http://www.robertorequiao.com.br/wp-content/uploads/2014/11/delacaopremiadaYussef2014.pdf

    1. Estou lendo uma das oitivas.

      Esse doleiro era considerado intriga da oposiçao,cabeça de bagre,mesmo condenado.Nos tempos do governo FHC ele era troco de padaria,segundo a midia,alguem inofensivo..Assumiu  essa posiçao de super doleiro,o homem do bi pra lá ,bi pra ca porque o  PT é governo,agora vale os  superlativos,os super isso super aquilo.Como garante o Gilmarzao do supremao. O mensalao perto da petrolandia é caso de pequenas causas.Coitado do PT Nasceu para ser autor da corrupçao do salvelindo ,sem direito a cobrar royaltes.

  4. Copasa,
    iniciando algumas

    Copasa,

    iniciando algumas pesquisas pelas cidades e, talvez, com transparencia se saiba como anda MG em saneamento.

    Começo por

    Montes Claros

    O contrato de concessão dos serviços de água e esgoto do município de Montes Claros com a Copasa data de 40 anos. Na época, em 1974, esses serviços eram executados pela Caemc – Companhia de água e Esgoto de Montes Claros e foram repassados para a Copasa sem nenhum ônus. A única exigência era a de que os serviços oferecidos à população fossem melhorados.

    De lá para cá houve a renovação do contrato em 1998, de forma que a Prefeitura hoje entende ter sido irregular. Foram feitas várias tentativas de entendimento com a Copasa sem se chegar a acordo, o que culminou no rompimento da concessão. A Prefeitura vai nomear uma comissão que, juntamente com membros da Copasa vão, nos próximos seis meses, cuidar da administração dos serviços. Todas as receitas da Copasa em Montes Claros deverão ser depositadas em uma conta específica, para que seja feito o acompanhamento da aplicação dos recursos de forma transparente.

    A receita operacional da Copasa é em torno de R$ 100 milhões ano. Deste montante, R$ 25 milhões são destinados às despesas com funcionários e manutenção da estrutura e prestação de serviços. R$ 30 milhões são destinados ao custeio da diretoria da empresa em Belo Horizonte e há uma sobra de R$ 45 milhões. A situação de transição deverá permanecer por

    íntegra:

    http://www.montesclaros.mg.gov.br/agencia_noticias/2014/out-14/not_14_10_14_2882.php

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