Xadrez da construção de um projeto nacional

Peça 1 – os grupos que procuram projetos alternativos

Há uma certa dissintonia entre os diversos grupos dito progressistas, na hora de definir o que seria um projeto alternativo de país. Lembra um pouco a fábula dos 7 cegos e o elefante, cada qual apalpando um pedaço do bicho e julgando que seu formato correspondesse ao pedaço alisado.

Falta ainda uma visão mais sistêmica sobre o significado de um projeto para o país, algo que junte todas as pontas dentro da melhor arquitetura social e econômica.

Grosso modo, a visão alternativa está sendo perseguida pelos seguintes grupos:

Os direitos humanos

Grupo que considera que a principal responsabilidade do Estado é com a inclusão social e regional. Entram aí sociólogos de esquerda, movimentos sociais e toda aquela legião de pensadores que, até o golpe, haviam transformado o Brasil em um país relativamente menos injusto. E que não admitem o retrocesso de nenhum direito conquistado.

Economistas desenvolvimentistas

Há dois grupos distintos: um grupo mais ligado à Unicamp e à UFRJ (Universidade federal do Rio de Janeiro), outro mais ligado à Escola de Economia da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo.

Ambos defendem uma política de câmbio mais agressiva, com mais desvalorização do real. São críticos em relação à política monetária, contra os juros altos, mas com gradações no enfrentamento do problema – a Unicamp, mais radical, a EE-FGV mais conciliadora. E há um impasse em relação ao déficit fiscal. A Unicamp acredita que existe um tabu em torno do tema; já a EE-FGV defende limites para os gastos públicos, acompanhando a inflação e o crescimento do PIB.

Economistas mais pragmáticos propõe políticas fiscais contra cíclicas – isto é, que sejam contracionistas em tempos de crescimento e expansivas em tempos de recessão, mas sem engessar a política fiscal.

Pode parecer uma diferença cosmética, mas não é.

A Unicamp defende um desenvolvimentismo social; a EE-FGV enxerga salários como componente de produtividade e defende gastos públicos para investimentos, não para despesas correntes.

Nacionalistas

É um bravo grupo, herdeiro das tradições do ISEB (Instituto Superior de Estudos Brasileiros) dos anos 50, que acredita que um país só se realiza se dispuser de um projeto nacional, onde se juntem políticas industriais, diplomacia, defesa, industrialização, uso estratégico do mercado interno, parceria com grupos nacionais.

Assim como seus companheiros de jornada, os economistas cepalinos, a questão social vai para segundo plano, como uma espécie de decorrência natural do desenvolvimento industrial. Não por outro motivo, a fase de industrialização brasileira – especialmente no período militar – foi de grande concentração de renda.

Peça 2 – a soma das visões parciais

Nenhum grupo, individualmente, consegue definir um modelo sistêmico de desenvolvimento. E cada qual tem suas idiossincrasias e a readequação à contemporaneidade. Muitas fórmulas vitoriosas nos anos 50 não teriam mais espaço em um país pós-Lula, que descobriu a relevância da distribuição de renda como fator de cidadania e de construção do mercado interno.

Há alguns pressupostos no desenho de um novo projeto de país, uma espécie de roteiro para desenhar um projeto de país.

As políticas sociais como centro

O período Lula de distribuição de renda comprovou que a distribuição de renda, através de políticas sociais, é peça central de desenvolvimento e um enorme diferencial competitivo – desde que o país retorne ao ambiente democrático – devido à pax social, à criação de um ambiente politicamente estável.

Uma das peças centrais de qualquer projeto de industrialização são as vantagens competitivas do país. E uma das principais vantagens é o mercado interno, a capacidade de gerar massa crítica, ganhos de escala, para permitir a busca do mercado internacional.

O Japão invadiu o mundo com seus eletrônicos miniaturizados após os consumidores japoneses criaram a demanda, para se adequar aos imóveis de pequenas áreas.

Até o golpe, o Brasil tinha como vantagens recursos agroindustriais e minerais e um mercado de consumo crescente e uma cidadania mais exigente, cobrando políticas nacionais universalizantes, como na saúde e na educação. Esse é o ponto de partida para identificar as vantagens competitivas de um futuro projeto Brasil.

O Estado como agente de promoção social

Há um grupo de humanistas de boutique – dentre os quais desponta o Ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal) – sempre dispostos a defender direitos sociais, desde que não avancem sobre o território do orçamento. É um caso curioso de defesa dos direitos universais individuais com preconceito de classe.

Define-se por tal, um certo humanismo com diferenciação de classe, que admite mudança de costumes, liberalização sexual, igualdade de gêneros, descriminalização das drogas, e um conjunto de avanços que afeta um público restrito ao seu meio. Mas endossam todas as medidas que possam comprometer a massificação desses direitos.

Dois exemplos típicos foram

1.     A campanha de Marina Silva para presidente. De um lado, juntou vários grupos que se organizaram em torno de redes sociais. No campo econômico, no entanto, vendida uma ideia radical de anti-Estado – justamente o instrumento capaz de implementar políticas gerais de inclusão social.

2.     O discurso do Ministro Luís Roberto Barroso, campeão dos avanços morais no Supremo, mas avalista do Estado de exceção e da camisa de força no orçamento.

O maior risco aos direitos sociais vem dos supostamente sofisticados que definem políticas econômicas, que são modernos, a ponto de defender os direitos dos homossexuais em seus círculos, mas capazes de endossar reformas da Previdência, cortes draconianos no orçamento, inviabilizando qualquer política social de massa.

As políticas industriais

Até o golpe, o Brasil era o único dos BRICs com uma suposta democracia estável. Os avanços democráticos pós-Constituinte permitiram criar um dos mais bem-sucedidos modelos de saúde do mundo, o SUS (Sistema Único de Saúde), a construção gradativa de um modelo educacional de massa, e outras iniciativas que, amarradas a políticas industriais, poderão transformar o Brasil no grande fornecedor global das chamadas indústrias de bem-estar.

Outro ensaio interrompido pelo golpe foi o da construção de uma cadeia tecnológica de fornecedores do pré-sal, capazes de transformar o país não apenas em exportador de petróleo, mas de tecnologia em águas profundas.

Mas, obviamente, montar uma economia que não depende da mão de obra barata para ser bem-sucedida, exige um novo tipo de trabalhador.

Políticas de educação e inovação

 Aí se entra na construção de propostas educacionais contemporâneas e de políticas de estímulo à inovação. O país avançou com o Fundeb (Fundo de Desenvolvimento do Ensino Básico) e com políticas de inovação, como a Embrapii – parceria do Ministério de Ciências e Tecnologia com a Confederação Nacional da Indústria visando criar redes de pesquisa nacionais. Antes deles, com os fundos setoriais, ainda no governo FHC.

Na gestão Temporão, o Ministério da Saúde criou o Programa de Desenvolvimento Produtivo, destinado a aproveitar o poder de compra do SUS para a transferência de tecnologias de medicamentos. E o pré-sal, com a política de conteúdo nacional, logrou aprimorar vários setores da indústria metal-mecânica. Tentou-se também estimular os investimentos de risco em empresas greenfield, enfrentando a ignorância dos órgãos de controle.

Mas não basta investir em inovação se o custo do desenvolvimento for superior ao da compra de tecnologia externa – por meio de aquisição de equipamentos. É aí que entra a política macroeconômica proposta pelos desenvolvimentistas.

A economia do desenvolvimento

O erro central do modelo lulista foi não ter enfrentado a questão cambial e de juros. Manteve-se um modelo torto, em que se deixou liberdade de capitais junto com a mais alta taxa de juros do planeta. Os juros atraiam capitais voláteis que promoviam a apreciação cambial e a perda de competitividade da produção interna.

Por isso, a construção de um projeto nacional exigirá câmbio competitivo, uma nova política monetária que traga os juros aos níveis internacionais e troque a lógica da atração da poupança externa pela enorme poupança interna que será liberada pela redução dos juros da dívida pública.

Também não basta. A conquista do mercado externo exige um conjunto de ações diplomáticas e uma estratégia geopolítica.

O poder nacional

Estratégias globais são necessárias para a conquista de mercados internos, para grandes parcerias, para atração de investimentos. Exemplos dessa estratégia foi a investida brasileira na África, a constituição do Banco dos Brics, o fortalecimento do Mercosul.

Dispor de um bom aparato dissuasivo de defesa, investir em tecnologia militar, ganhar autossuficiência energética, praticar o soft power com vizinhos e países menores, há toda uma estratégia brilhantemente desenvolvida pelo ex-chanceler Celso Amorim e destruída inapelavelmente pela Lava Jato e pela Procuradoria Geral da República. E quem tem agora como formulador um lutador de MMA, o senador Aloysio Ferreira.

Luis Nassif

39 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Eh isso, Serjao.
    Nao ha e

    Eh isso, Serjao.

    Nao ha e nunca houve conversa sobre “projeto de pais” para o Brasil que nao envolve Lula.  Quem mais teve um?

    Nao existiu ninguem!

  2. nao basta Lula voltar
    São necessários um congresso progressista, o que é bem difícil, lutar contra os nobres do serviço publico, principalmente no judiciario, aquele que rifou Dilma porque nao recebeu aumento de salario, e MPF, altamente politizado e cooptado pelo PSDB.

    Sem falar no PiG, Partido da Imprensa Golpista.

    Em outros paises foi necessário guerra civil, ou golpe militar, para acabar com os privilegios do velho e deixar o novo começar.

    Haverá coragem de alijar essa oposição entreguista e lesa-patria? Afinal ela já mostrou que não respeita a democracia.

    1. A  “oposição entreguista e

      A  “oposição entreguista e lesa-patria” agora é “situação entreguista e lesa-patria”.

      E a esquerdinah (PIÇOL, PUTS e afins)nos chama de necrogovernistas. Estão mais preocupados em tripudiar da gente que combater esse governo. O PSTU por exemplo,voltou para a pokebola desde que Dilma caiu…

  3. Há projeto nacional, mas falta unificar bandeiras

    Estamos aqui falando claramente de um retorno de Lula, mas, por diversas razões, a enorme base que Lula tinha nos seus dois primeiros governos foi fragmentada. O conceito anti-PT e anti-Lula foi muito bem tramado pelo golpe. Já a esquerda, cheia de bandeiras e de ideias, além de gerar munição para turbinar a turma “anti”, não consegue sequer identificar os verdadeiros inimigos do povo e focar a sua estratégia de combate.

    A direita identificou o inimigo dela: Lula e o PT. Já a esquerda não consegue ainda identificar as verdadeiras lideranças do golpe. Tomemos por exemplo o caso Temer, o qual é tão insignificante dentro do contexto que dá até preguiça sair a protestar contra ele. Devemos então identificar as pessoas ou grupos que mandam; que prendem o rabo do Temer e do congresso, e que os obriga a tomar medidas antipopulares, pois, amor ao país ou espírito público não é!

    Em resumo, há projeto nacional (Lula), mas falta ainda organizar claramente as bandeiras ao redor da nação autônoma e do desenvolvimento social, relegando outras demandas, embora legítimas, para uma segunda fase. A direita foi esperta e tirou de nós a bandeira e a roupa verde amarela, embora sejam eles os entreguistas da pátria.

    A direita não tem ideias, mas apenas unidade de ação no seu comando. A esquerda, pelo contrario, está tão cheia de ideias, que “empresta” a maior parte delas apenas para gerar algum grupo “anti” pelo outro lado conservador, como acontece com parte da classe media e principalmente os eleitores evangélicos, que foram gratuitamente empurrados para a direita política, apenas pelo medo a determinadas reformas sociais, legítimas no mundo desenvolvido, mas ainda um pouco avançadas para o timing brasileiro, como nação.

    A política brasileira foi levada para um contexto: “mauricinhos e conservadores” contra “modernosos”, assim como no Rio de Janeiro (pastores contra PSol). Isso está errado, é um jogo que interessa à direita, e é contrário aos desejos de “projeto nacional”, como postula este post. Tanto está errado, que é fácil imaginar que se ainda Brizola estivesse vivo teria levado 80% dos votos no Rio de Janeiro, no primeiro turno. O mesmo acontece com Lula no plano nacional, embora não tão extremo como o Rio.

    O jogo neoliberal é perigoso, pois é assimétrico; se apresenta como progressista no hemisfério norte, mas desce o cacete no hemisfério sul. O nacionalismo no hemisfério norte é um reflexo de “direita”, até nazista em alguns casos, mas aqui no hemisfério sul é a origem da salvação do Brasil, como nação autônoma. Homossexuais da França apoiam o candidato de direita, enquanto aqui nos digladiamos para os “defender”, e etc. O PIG confunde, pois oxigena a nossa esquerda “pensante e moderna” com ideias que na Europa servem outros interesses.

    Visto assim, Lula apenas não ganha no primeiro turno de 2018 (ainda) não por causa da candidatura do outro lado do espectro político (tucanos e DEM), mas por causa de lideranças e de partidos laterais, que foram alimentados em grande parte pela nossa causa, pelos nossos erros (inclusive de conduta) e até pela nossa ânsia de pular etapas dentro do desenvolvimento da sociedade num país ainda distante do seu desenvolvimento pleno, antes de garantir a nação autônoma e antes de fornecer ao povo a educação e o critério cívico suficiente como para discutir coisas “mais elaboradas e modernas” digamos assim.

  4. falar em projeto nacional da

    falar em projeto nacional da esquerda em tempos de ditadura midiática-judicial tendo como bagagem os entreguistas do psdb e os rapinantes do pmdb me parece um contra-senso

  5. Aloysio é lutador de MMA que

    Aloysio é lutador de MMA que recebe pelo caixa 2 rsss

    Acho que o câmbio baixo é que nem cigarro= sabe-se que vai detonar a saúde no longo prazo, mas na hora em que se está usando é maravilhoso. Lembro da farra do câmbio baixo e gente comprando enxoval de bebê dos EUA – e aos custo das empresas daqui, que não tinham como competir num cenário desse.  

  6. Projeto Nacional ???
    Só se

    Projeto Nacional ???

    Só se rasgarem os contratos do pré-sal e se armarem as FA para prevenir retaliações…

    O problema é que ninguém tem culhões para rasgar esses contratos e as FA não tem nenhum interesse em defender o BRasil.

    As FA na prática são forças de ocupação dos EUA.

     

  7. Será impossível a retomada do crescimento econômico

    Será impossível a retomada do crescimento econômico senão acabarmos com dois fatores de suma importância que nos freiam: a sabotagem interna e externa do crescimento/desenvolvimento do país

    Os fatores internos são bem descritos pelo Nassif enquanto que os externos já sabemos muito bem quem são: as corporações petrolíferas e financeiras, além do próprio governo americano

    Caso mais exemplificado são o grampo dos EUA nos telefones da Presidência da República  e o financiamento dos MBL´s da vida por empresas americanas nos moldes do que foi feito na Venezuela chavista, o que ajudou em muito a derrubar o governo brasileiro, além do mau caratismo da oposição política brasileira 

    Conhecido hoje como o governo dos ladrões, Temer é associado desse pessoal e um dos maiores sabotadores do Brasil, não passa pela cabeça desse indivíduo e seus asseclas assegurar um futuro melhor ao país, porque, nos moldes do governo FHC, o que interessa é transferir a pouca renda obtida no governo Lula pelas classes C e D ao mercado financeiro e ao próprio governo que necessita de outras esquemas de propina pra sobreviver, já que a lava jato melou o propinoduto da Petrobrás

    A tranquilidade com que esse sociopata acaba com o pouco que restou do país só é possível graças ao apoio total da submissa justiça americo/brasileira/psdbista que tanto caçou implacavelmente a corrupção petista

    Já que nesse país a Justiça só serve pra preto, puta, pobre e petista…

     

    http://g1.globo.com/politica/noticia/2015/07/lista-revela-29-integrantes-do-governo-dilma-espionados-pelos-eua.html

    http://extra.globo.com/noticias/brasil/audios-revelam-financiamento-de-mbl-por-partidos-politicos-diz-portal-19384868.html

    https://www.cartacapital.com.br/politica/quem-sao-os-irmaos-koch-2894.html

    https://www.cartacapital.com.br/blogs/blog-do-grri/venezuela-e-eua-enfoque-anacronico-3709.html

    https://www.cartacapital.com.br/sociedade/mais-de-60-dos-presos-no-brasil-sao-negros

    https://www.reddit.com/r/brasil/comments/3yl174/elei%C3%A7%C3%B5es_2016_ranking_da_corrup%C3%A7%C3%A3o_por_partido/?st=j082i4d2&sh=d2efe5e7

    http://www.viomundo.com.br/denuncias/andre-araujo-entrega-de-provas-a-justica-dos-eua-contra-petrobras-por-procuradores-da-lava-jato-atenta-contra-o-estado-brasileiro-e-sua-soberania.html

  8. Que projeto para qual Pais?

    Pelo historico brasileiro, o unico meio de se construir um projeto nacional é um grupo amplo com pilares nos mais diversos setores, com amparo em partes da imprensa e com um Congresso menos fisiologico que o atual, para dar certo. Projetos existiram e todos ruiram por que faltavam todos esses quesitos reunidos para implanta-los.

    Lula tão somente não fara um milagre, que é praticamente o caso do Brasil apos a passagem desse tsuname da quadrilha que dirige o Pais, titeres sendo comandados pelo poder real.

    A questão Lula presidente é também saber o que sobrou dos lideres petistas? Com quem Lula vai governar ? No PT hoje conta-se nos dedos de uma mão os quadros à altura de um Ministério. Vai ter que buscar gente como Ciro Gomes e de outros partidos. Acho que o melhor seria buscar nomes fora do aparato politico…. O que pode ser uma faca de dois gumes.

    Isso se Lula vencer a perseguição atroz de Sergio Moro e MPF. Eh provavel que seja condenado injustamente. Ai, é ainda mais dificil prever que direção sucessoria tomara 2018. Nesse caso de figura, Ciro Gomes, assim bem como todo polemista, extremista, arrivista etc, podera ter sua chance.

    A reconstrução nacional não é tarefa simples e facil, mas que envolve diversos setores, e aquele ou aquela que voltar à presidência apos esse interregno, precisa entender que é necessario reconstruir o Pais e lhe dar novamente orgulho e capacidade de sonhar de que pode ainda ser grande.

  9. Mas Nassif,aqui só há
    Mas Nassif,aqui só há egoísmo,cada um só quer saber de defender o seu,como haveria projeto de país e a sua devida execução,se o que prevalece SEMPRE é o corporativismo,seja político,judicial e vários outros,sem DESPRENDIMENTO não vai nem a pau Nassifão !!

  10. MÍDIA, INSTRUÇÃO, BANCA
    MÁXIMA CORRUPÇÃO COM O DOMÍNIO DA BANCA
    O PODER INVISÍVEL QUE CORROMPE SEU PENSAMENTO

    “Chegará, enfim, um tempo em que tudo o que os homens haviam considerado inalienável se tornará objeto de troca, de tráfico e se poderá vender. O tempo em que as próprias coisas que até então eram compartilhadas, mas jamais feitas objeto de troca; dadas, mais jamais vendidas; adquiridas, mas jamais compradas – virtudes, amor, opinião, ciência, consciência etc – agora tudo isso se faz comércio”.
    Quem escreveu este período? Papa Francisco? Papa Paulo VI? Leão XIII, da precursora encíclica sobre a condição operária Rerum Novarum (1891)?Meu caro leitor, este texto, de 1847, está na Miséria da Filosofia de Karl Marx.

    E prossegue o filósofo alemão: “irrompeu o tempo da corrupção geral, da venalidade universal ou, para falar em termos de economia política, se inaugurou o tempo em que qualquer coisa, moral ou física, uma vez tornada valor venal é levada ao mercado para receber seu preço”.

    Agora reflita sobre um sistema que ganha apenas com a especulação e o suborno, que não produz bens mas que concentra riquezas e que dominando a mídia internacional, nas mãos de 20 pessoas, difunde uma ideologia que levará necessariamente ao extermínio grande parte da humanidade.

    Este sistema é a banca. Incrível que pessoas de nível superior, bem sucedidas profissionalmente, se deixem enganar por este bem vestido ladrão que corre a frente da multidão, com o produto de seu roubo, clamando ”pega ladrão”.

    Não venho defender nem atacar qualquer partido político, mas salientar incongruências que os anos, ou melhor, séculos, de dominação cultural nos impuseram, a nós brasileiros, mas, igualmente, aos estadunidenses. Não confunda os norte-americanos com a sua elite financista de algumas poucas famílias. Aquele povo também sofre a ausência de uma educação que desenvolva a inteligência crítica, uma saúde que dê tranquilidade aos seus habitantes, uma renda que permita a sobrevivência digna e a sua continuidade após anos de trabalho: a aposentadoria.

    E são poucas, mas existem, manifestações populares de revolta nos Estados Unidos da América (EUA). Embora a mídia, expressão da dominação da banca, sonegue esta informação, a não ser para doutrinar sobre a questão racial. O sistema de ensino e a mídia são os dois instrumentos que a banca usa para manter a apatia, o conformismo e a aceitação, mesmo desconfortável e irada, de um modelo corrupto e concentrador de renda.

    Vejamos um exemplo no Brasil. Pergunte-se, amigo leitor, quem você considera mais corrupto: aquele que franqueia toda riqueza natural do País, todo saber acumulado por anos de dedicação e estudo, sem qualquer contrapartida e por tempo indeterminado, aos capitais e países estrangeiros, ou quem aceita algum dinheiro, que não pode ser maior do que o lucro do negócio, para cometer um ilícito, uma compra indevida ou um contrato mais oneroso? Claro que ambos são criminosos, mas o dano causado pelo primeiro é incomparavelmente maior do que o do segundo. Agora veja o que sai nas mídias: ao primeiro há até elogio pela “coragem”, pela “visão estratégica” enquanto ao segundo se sugerem ou se cobram da justiça penas máximas.Por que? Porque desde criança todo sistema para sua formação lhe incutiu um pensamento desvirtuado, um entendimento de certo e errado, do mocinho e do inimigo, do interesse deste Poder Invisível a tal ponto que você fica feliz quando prendem aquele que lhe deu melhor condição salarial, maior facilidade para instrução para seus filhos, mais médicos, mais energia elétrica, moradia mais acessível. Ou não é?

    A primeira e maior corrupção é a da mente, de sua capacidade de discernir, do pensamento crítico, do seu pensar. Quando havia o risco do comunismo se espalhar pelo planeta, uma das críticas que se lhe fazia era exatamente de entender o mundo dentro de uma ideologia. E agora? Por acaso a ideologia da banca é aceitável, aquela que se diz do pensamento único, que lhe faz achar natural um ser humano, igual em vida e afeto a você, morrer na miséria porque não era competitivo (sic)? É assimilável que pelo dinheiro e unicamente pelo dinheiro populações inteiras sejam massacradas, embora o pretexto seja absolutamente iníquo, como o de professar religião distinta da sua, ou de ter um governante que eles aceitam mas não age conforme o interesse dos banqueiros?

    A farsa da banca já corrompe o seu pensar. Imagine o que faz para se apropriar de seu dinheiro? De seu trabalho? De sua aposentadoria? De sua saúde? De seus filhos?

    O documentário cinematográfico de 2016 “Eu não sou seu negro”, do ex-Ministro da Cultura do Haiti, Raoul Peck, sobre textos do escritor James Baldwin, que narra ações e pensamentos de alguns importantes líderes negros estadunidenses – Medgar Evers, Malcolm X e Martin Luther King –, mostra como o sistema de formação dos cidadãos nos EUA é danoso à própria sociedade norte-americana.

    Concluo com a tradução livre de uma frase de Baldwin citada no filme: o mundo nunca foi branco. Branco é uma metáfora para o Poder o qual simplesmente é um modo de se referir ao Chase Manhattan Bank (”The world was never white. White is a metaphor for Power, and that is simply a way of describing Chase Manhattan Bank”).

    Pedro Augusto Pinho, avô, administrador aposentado

  11. Como enfrentar os donos do Brasil e do Mundo?

    “Dispor de um bom aparato dissuasivo de defesa, investir em tecnologia militar, ganhar autossuficiência energética, praticar o soft power com vizinhos e países menores, há toda uma estratégia brilhantemente desenvolvida pelo ex-chanceler Celso Amorim e destruída inapelavelmente pela Lava Jato e pela Procuradoria Geral da República”

    Como visto, este projeto já existia, começou muito bem. mas o probelma é que o Brasil tem donos, a elite, os donso do dinheiro e do Poder. E mesmo o Mundo tem donos, Aquele 1% da humanidade que influencia washington, Londres, Berlin e que usa os governos eestados pra seus interesses particulares. Tinhamos um bom plano e, quando os donos do brasil viram que não ganhariam no voto, viraram a mesa sem duvidar. Como se enfrenta algo assim? Como se contraria e vence aos donos dos exércitos, dos orçamentos, dos Judiciários, Dos parlamentos, enfim, como se vence ao sDonos do Mundo e seus interesses?

  12. Considerando-se o quadro

    Considerando-se o quadro desalentador atual, me flagelo por pensar que apenas algo similar à Revolução Cultural chinesa poderia dar um jeito nas coisas por aqui.

  13. Estamos em uma ditadura. É a

    Estamos em uma ditadura. É a ditadura da bandidagem. É a ditadura em que os bandidos tomaram conta de tudo. Então, só gostaríamos de lembrar que os ditadores que estão saqueando o país cagam nas cabeças da metade dos grupos que procuram projetos alternativos e na sequência limpam o cú com a outra metade. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  14. a economia não é tudo

    A Economia conecta-se com a Política e esta com a visão de futuro compartilhada por uma sociedade e, consequentemente, com a missão das instituições dando o frame onde se definem e aplicam as políticas de Estado. Não é possivel dissociar qualquer projeto dessas ciscunstâncias e é vital entendermos corretamente como aí se inserem a Economia, a Teoria Econômica e as Políticas Econômicas.

    A Economia é ciência social e as políticas econômicas, sejam qual forem, são ciência social aplicada. Como ciência social, apoia-se em dados e informações obtidos por pesquisa, por indução cria hipóteses, por dedução formula teorias. Contudo, diferente das ciências exatas não permite ensaios e provas inequívocas que as comprovem. O grande laboratório é a sociedade e, pela multiplicidade, complexidade das variáveis e pela vastidão do próprio campo de aplicação, não permite traçar inter-relações com precisão científica. Isto é, as observações continuadas dos efeitos econômicos previstos em teorias permitem determinar padrões de comportamento bastante estáveis que passam a ser considerados leis. Todavia, mesmo esses padrões são relativos e passíveis de distintas leituras e interpretações a depender da estrutura socioeconômica do local observado e do próprio observador.

    A teoria econômica cria, assim, parâmetros normativos que nos dão referência para o modelo ótimo de estrutura e funcionamento da economia. Esses parâmetros, ao serem comparados com dados econômicos reais de dado local observado, são usados para determinar o quão distante os seus fundamentos econômicos estão das balizas determinadas como “ideais” pela teoria. Neste ponto entra a política econômica. Impositiva, sua formulação e aplicação se voltam ao ajuste entre o que é e o que deveria ser conforme preconizado em teoria.

    Aqui reside o X da questão e o ponto onde as atenções da sociedade devem se concentrar.

    O primeiro aspecto da situação é registrar que tanto mais distante das balizas os fundamentos econômicos se encontrem maior será o impacto sobre essa sociedade.

    O segundo tem a ver com os desejos e necessidades indicados como prioritários por essa sociedade. Devem ser levados em consideração ou, melhor, adotados como metas pelos formuladores e agentes promotores da política econômica sob o risco de divorciar a estrutura socioeconômica e sua dinâmica do interesse dessa sociedade, transformando-se em uma visão messiânica e/ou mecanicista que contraria àquela dos a quem pretende servir.

    Enfim, nós, como membros, atores e pacientes desta sociedade e da política econômica aqui aplicada, devemos ser consultados e os desejos e as necessidades que apontarmos como prioritários devem ser considerados e respeitados nos ajustes levados a cabo na economia. O pressuposto válido e o único que confere e regula a representatividade, poder de representação para agir em nosso nome e os limites da autonomia concedida é aquele restrito aos termos de outorga dado pela sociedade à autoridade econômica.

    Para tanto, o único instrumento possível para se estabelecer com legitimidade um plano econômico para a Nação, prevendo e detalhando medidas, identificando e mensurando impacto socioeconômico e, principalmente, estabelecendo objetivos e metas sintonizados com os objetivo e metas dos cidadãos é um Plano de Desenvolvimento Nacional. Sem isto, não se sabe para onde vamos, como vamos, por que vamos, quando chegaremos, que benefícios nos trará e quanto isso nos custará como povo, como nação e como país.

     

           

     

     

        . 

  15. Sinceramente, não vejo a

    Sinceramente, não vejo a existência de um nem mesmo vários projetos nacionais hoje. Vejo sim a existência de um ou vários desejos coletivos que focam em campos de políticas, todos de certa maneira focando a questão da melhoria da qualidade de vida. Acho que para ter um projeto, há que se sistematizar os problemas do país como de certa maneira foi feito no Brasil durante a década de 50/60, com a questão da industrialização e da reforma agrária (que não vingou), ou se preferirem, de maneira mais ampla, as reformas de base de Jango. Na época, havia realmente um grupo intelectual de pensamento sistêmico que via o encadeamento dos problemas enfrentados pelo país, de maneira a tentar achar uma solução que atendesse ao conjunto e não apenas às partes. Mais que isso, eles prestavam atenção nas estruturas sociais e como essas se reproduziam fazendo o país progredir ou, de outra maneira, o impedindo de se desenvolver. Hoje, infelizmente, não existe isso. Perdemos a noção do todo e tudo que interessa são as partes. Não chega a ser estranho que o grupo de Marina tenha tentado contruir um frankenstein político. De certa maneira, isso vimos nos governos Lula e Dilma também, com a parte financeira sempre muito bem representada pelo banco central, entre outros elementos infliltrados em outros ministérios, capazes de atuar na estrutura de poder em sentido contrário. Acho muito difícil que consigamos no curto prazo construir essa interligação entre os pontos. A política hoje é muito segmentada, basta ver os movimentos de esquerda que em teoria tem as melhores capacidades de mobilização. Todos focam em partes ou demandas específicas e não no todo. Da parte da direita, ela quer manter o essencial para ela que é a financeirização e a submissão total do estado a ela, todo resto é negociável desde que os pressupostos do neoliberalismo não sejam tocados. Sinceramente, não vejo como isso possa ser mudado no Brasil, ainda mais se formos levar em consideração o nível do congresso nacional e como a política lá tem que ser feita para o executivo ter o mínimo de ação. Vejo como muito difícil o Brasil escapar de uma solução bonapartista no curto ou médio prazo.

    1. Concordo Demais

      Concordo demais:

       

      “Sinceramente, não vejo a existência de um nem mesmo vários projetos nacionais hoje. Vejo sim a existência de um ou vários desejos coletivos que focam em campos de políticas, todos de certa maneira focando a questão da melhoria da qualidade de vida. Acho que para ter um projeto, há que se sistematizar os problemas do país como de certa maneira foi feito no Brasil durante a década de 50/60, com a questão da industrialização e da reforma agrária (que não vingou), ou se preferirem, de maneira mais ampla, as reformas de base de Jango. Na época, havia realmente um grupo intelectual de pensamento sistêmico que via o encadeamento dos problemas enfrentados pelo país, de maneira a tentar achar uma solução que atendesse ao conjunto e não apenas às partes. Mais que isso, eles prestavam atenção nas estruturas sociais e como essas se reproduziam fazendo o país progredir ou, de outra maneira, o impedindo de se desenvolver. Hoje, infelizmente, não existe isso. Perdemos a noção do todo e tudo que interessa são as partes. Não chega a ser estranho que o grupo de Marina tenha tentado contruir um frankenstein político. “

       

      Apenas acho que mais do que sistematizar os problemas, tem que se ter uma visão do país. 

      (Onde estamos e para onde Vamos). 

       

       

    1. Âncora caiu no charme…

      O experiente jornalista, principal âncora da RTS, a TV pública da Suisse Romande (região francófona aqui da Suíça), caiu no charme da Presiden@ rs

      Filho de iranianos que imigraram para a Suiça, ele entende bem de golpes e perseguiçoes. ¬¬ 

       

  16. Muito oportuno o que a direita faz.

    Mais de 800 textos como este voce apagou do meu passado ou vai ter a gentileza de enviar de volta para o meu email?

    ” As crises acontecem porque as pessoas juntas não conseguem reconstruir o passado, e, como objetos, não participam do processo de recriação no mundo.

    O objetivo do Brasil é ser nação, Estado que domina o território e, os brasileiros – a quem interessa a arte de transformá-lo sociedade civil – ser do mesmo parecer de torná-los herança da terra nos dias das novas gerações, sem ter que lhes repassar as mesmas conversões, as quais precisamos nos redimir.

    As ideias seguem e chegam ao fim, sempre repetindo o mesmo resultado da conversão: os sistemas do mundo nos constrói ou nos destrói.

    Desta vez, o sistema perverso dado ao mundo exterior quer nos destruir!

    Há, porém, um novo mundo de atividades a ser descoberto dentro de todos que desejam ser livres de alguns segredos da perversidade; e almejam se nutrir nos fundamentais que se movem por sobre a terra e a dominam, porque – a milênios – os fenômenos exteriores enriquecem os perversos, reconstruindo as relações sociais alheias.

    Não escrevo para formação de pensadores, nem para pessoas que acreditam em políticos e economistas que não trabalham na medida da verdade; mas para promover a esperança em Deus, e dos fatos aos dias (o tempo na memória), em que o valor do trabalho, como fruto das obras e ações, semeia o dinheiro ou o futuro.

    O universo é Deus que expande o seu espaço. Chegou o tempo de publicar a promessa do mandamento da multiplicação e – no calor dos problemas do cotidiano quando os investimentos externos evaporaram com os direitos civis – compartilho a criação existencial da árvore da vida, para produzirem a justiça do tesouro dos céus que o homem se faz, segundo a imagem do espírito, pelo homem, para dominar a terra. Gn 1: 26.

    Mateus 3: 10 – “Já está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois que não produz bom fruto é cortada e lançada ao fogo.”

    Quem está pervertendo o valor do mundo com dinheiro criado do nada? e por que ainda estão encarcerando as matrizes de todos os territórios como se o homem não existisse?

    Jó 8 2 a 9 – ” Até quando falarás tais coisas? E até quando as palavras da tua boca serão qual vento impetuoso? Perverteria Deus o direito ou perverteria o Todo Poderoso a justiça?

    Se teus filhos pecaram contra ele; ele também os lançou no poder da sua transgressão. Mas, se tu buscares a Deus e ao Todo Poderoso pedires misericórdia, se fores puro e reto, ele, sem demora, despertará em teu favor e restaurará a justiça da tua morada.

    O teu primeiro estado, na verdade, terá sido pequeno, mas o teu último crescerá sobremaneira. Pois, eu te peço, pergunta agora a gerações passadas e atenta para a experiência de seus pais; porque nós somos de ontem e nada sabemos; porquanto nossos dias sobre a terra são como a sombra.”

    Temos a verdadeira chance de mudar a história daqueles dias, foi porque Jesus nos preparou para seu novo caminho.

    Mateus 3: 1-2 -” Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judeia e dizia; Arrependei-vos, porque está próximo o reino de Céus.”

  17. Õ Nassif,chorei com a menção
    Õ Nassif,chorei com a menção da Dilma sobre o presidente ilegítimo,tõ ficando mole,pra quem quase nunca chora,isso é muito!
    Obs: Comentário nada a ver com o tema eu sei,haa essa moderação ggn passa aperto comigo,desculpe aí amigos leitores,vou me esforçar daqui pra frente e procurar agregar alguma coisa mais aqui,vaaaleu !!

  18. a fogueira das instituições públicas lucrativas

    O verdadeiro motivo para o fatiamento da Petrobrás para os estrangeiros é o desaparecer com as provas de irregularidades dos partidos, pois há queima de arquivos quando existe um novo proprietário da instituição, e se for gringo mais carbonização.

    Essa estratégia de incineração de provas não é novidade, haja vista, na década de noventa, a Telerj havia sido presidida por Cunha que depois de vários escândalos administrativos foi privatizada em 1998. (Dossiê de Cunha na folha … GGN)

    Certamente a próxima investida anti-patrimônio público vai ser a cremação da Caixa Econômica, não obstante, é só recordar a operação Cu​i Bono da PF em que os peemedebistas Geddel e Cunha são citados como suspeitos de ilegalidades.

    Só é possível um prognóstico da economia do Brasil quando a fogueira das instituições lucrativas públicas for contida.

  19. Certo, mas tem algo errado

    Acho que o roteiro trabalhado pelo Nassif faz todo o sentido, principalmente por partir da experiência petista como bem sucedida diante do que se poderia esperar.

    O que falha no modelo é a classe empresarial. Em todos os aspectos abordados, os programas avançaram bem, mesmo enfrentando muita resistência, no campo do planejamento e execução do governo. No momento de alavancar e ampliar passando a bola para o mercado faltou sempre uma classe empresarial digna do nome, para entender o potencial das mudanças, a ampliação dos seus próprios mercados e os benefícios que ela mesma poderia ter.

    Sempre acreditei que as políticas de inclusão poderão avançar muito além do seu desenho original. Num primeiro momento, a progressão de classe dos mais pobres os inclui no mercado. Em seguida, muitos se tornam empreendedores e começam negócios em territórios que o mercado  tradicional não consegue enxergar. Para se completar um projeto nacional teremos que retomar o que se provou eficaz e aprofundar as políticas de inclusão e, finalmente, deixar surgir uma classe empresarial fundada em novas bases, substituindo o bando de aproveitadores lamuriosos que infestam nossa existência.

    Por fim, a economia tem que vir a reboque. Nada de tripé econômico! Não temos que escolher a melhor política econômica e torcer para o desenvolvimento acontecer. Temos é que desenhar o projeto, eleger seus executores e botar os economistas para encontrar e eliminar as restrições.

  20. Xadrez da construção de um projeto nacional

    artigo publicado em português no Blog do Alok:

    “Por fim, o Quarto Giro é período de ‘Crise’. É quando nossa vida institucional é reconstruída desde os alicerces, sempre em resposta a uma ameaça percebida à própria sobrevivência da nação. Se a história não produz essa ameaça grave e urgente, os líderes do Quarto Giro invariavelmente encontrarão alguma – e podem até fabricar uma – para mobilizar a ação coletiva. A autoridade cívica renasce, e pessoas e grupos começam a se destacar como participantes numa comunidade maior. Quando esses surtos prometeicos de esforço cívico resolvem-se, os Quartos Giros refrescam e redefinem nossa identidade nacional”

    O ‘aniquilamento’ apocalíptico de Steve Bannon

    coincidência ou não, é neste ground zero que agora estamos no Brasil.

    não há a mais remota possibilidade desta plutocracia predatória (lumpenburguesia) forjar alguma saída da crise, seja através da casta jurídica, seja via o fundamentalismo de mercado, seja por globotomizações midiáticas, seja por candidaturas fantoches, como Bolsonaro e Dória. por este caminho não restará pedra sobre pedra.

    também não sairemos da crise pela mesma estrada que nos trouxe a ela, sendo sintomática a President@ deposta dando entrevista na… Suíça, quando deveria estar na linha de frente de luta contra o golpe, liderando um movimento de massas nas ruas e nas ocupações.

    um projeto nacional deverá se erguer a partir deste “aniquilamento apocalíptico” sobre uma pedra fundamental com três pontas:

    1. anular o impeachment;

    2. punir os responsáveis pelo golpe;

    3. revogar todos os atos e contratos do governo usurpador.

    .

    1. Globo – inimiga do Brasil

      arkx

      No seu item 2, permita-me a inserção de uma ação com prioridade zero: eliminar o poder das Organizações Globo.

      Além de ser uma ação necessária para o retorno ao Estado Democrático de Direito, também é simbólica.

      1. Xadrez da construção de um projeto nacional

        discordo frontalmente que a Globo seja “o” grande inimigo. já comentei aqui sobre isto diversas vezes. sem dúvida, a Globo é “um dos” grandes inimigos. mas se for para nomear “o” grande inimigo ele seria com certeza: os banqueiros e o mercado financeiro especulativo.

        outro ponto a considerar sobre os meios de comunicação, propaganda e marketing é a ingênua, e conveniente, crença que as pessoas não fazem as escolhas certas apenas por não terem as informações corretas. um dos grandes exemplos quanto a isto é a propaganda, sinistra, nas embalagens de cigarro,veiculando a informação correta que aquele produto é altamente prejudicial à saúda. ainda assim, as pessoas compram e fumam.

         

        abraços

         

  21. Excelente

    Sugiro que uma das boas fontes a ser usada na construção de um projeto nacional seja o documentário biográfico, com entrevista, sobre um dos maiores intelectuais negros da história mundial chamado Milton Santos. Nada que se adiante sobre esse raro acontecimento será capaz de surpreender e encantar, tanto quanto o que está gravado e documentado. Parece que O Ilmo Dr Milton Santos nos fala sobre o momento atual. Então, surpreendam-se. https://archive.org/details/Milton_Santos_-_O_mundo_global_visto_pelo_lado_de_ca

     

     

     

  22. Humanismo não é de boutique não

    Legalizar o aborto e a maconha (para ficar em duas causas “humanistas”) têm um enorme potencial de melhorar a qualidade de vida das camadas mais pobres da população. No primeiro caso, evitando que mulheres, principalmente as mais jovens, assumam o ônus de criar filhos quando ainda não estão preparadas ou não têm condições. E no segundo, reduzindo brutalmente o encarceramento de jovens da periferia.

    Pode-se argumentar que a mera legalização do aborto não terá efeito entre as classes mais pobres por conta dos custos, mas isso seria ignorar o papel de ONGs internacionais que apoiam os direitos de escolha das mulheres e, em um primeiro momento, poderiam suprir ao menos em parte o papel de facilitar a garantia aos seus direitos reprodutivos.

    Já no caso da legalização da maconha, a diminuição das prisões vai é economizar recursos do Estado, que podem ser aplicados na prevenção aos crimes que realmente importam.

    É uma pena que essas agendas avançaram tão pouco no período em que um partido supostamente “moderno” estava no controle do Executivo, por vezes com altíssimos índices de popularidade e ao menos algum potencial de tentar unificar o Congresso ao redor de determinadas agendas. O que evoluiu (caso do casamento homoafetivo) foi exatamente por intervenção do STF, que agora o Nassif resolveu pegar para Cristo…

  23. Observações e Sugestões

    A competitividade e o aumento de produtividade industrial não estão no preço do trabalhador, mas sim na incorporação de tecnologia, mecanização e automação da produção. Uma máquina produzirá sempre infinitamente mais que um trabalhador humano e sem problemas psicológicos de trabalhos repetitivos sob pressão.

    Acredito que no futuro, os postos de trabalho na indústria se reduzirão e exigirão trabalhadores cada vez mais capacitados (claro, nas indústrias não intensivas em mão de obra).

    Para as indústrias intensivas em mão de obra, como a de confecção por exemplo, ainda existem bolsões de pobreza no Brasil que estas indústrias poderiam ser deslocadas para oferece emprego e renda em áreas deprimidas, principalmente no norte e nordeste e ainda serem competitivas.

    Entretanto, assim como estamos vendo na china, essa situação será temporária. Se tivermos um aumento constante do salário mínimo, essas atividades intensivas em mão de obra tenderão a migrar para países onde este “recurso é mais barato”. Posteriormente estes trabalhadores (e seus filhos) das regiões antes deprimidas, migrariam para a área de serviços ou para indústrias com produtos mais intensivos em valor agregado que tenham competitividade no mercado por qualidade e não por preço.

    A competição da indústria por preço está fadada ao fracasso, se a redução do custo produtivo recair sobre a mão de obra, que receberá menos dinheiro e terá condição de dinamizar cada vez menos o mercado interno. Aí está a importância da desvalorização do real na manutenção da competitividade da indústria e da renda nacional.

    Estaria aí uma boa opção de parceria, a médio e longo prazo, do Brasil com os países menos desenvolvidos da região no futuro? (bolívia e paraguai, por exemplo)

    Auxílio à instalação de indústrias intensivas em mão de obra e com baixo valor agregado, gerando empregos nestes países, fortalecendo a integração e comércio regional e melhorando a visão a respeito da política externa brasileira e dos interesses de cooperação com o Brasil?!   É uma possibilidade.

    Outra questão importantíssima são os empréstimos do BNDES para a indústria passarem a ter contrapartida de melhoria de produtividade. Não adianta nada disponibilizar recursos financeiros para compra de máquinas e equipamentos se estas não estão adequadas ao layout, à linha produtiva e ao produto final da indústria.

    Acredite, existem inúmeras indústrias que compraram elefantes brancos com os empréstimos do BNDES.

    Uma iniciativa positiva que começou no final do governo Dilma é a massificação da cultura do Lean Manufacturing nas indústrias por meio do programa Brasil Mais Produtivo. Isso, ou mesmo uma análise prévia das linhas produtivas por um consultor, não poderia estar vinculado aos empréstimos do BNDES ?

     

     

    Com relação à formação de um “novo trabalhador”, acredito que este deve estar diretamente vinculado à uma revolução educacional, principalmente nas etapas de alfabetização do ensino básico. (Nota: Inclusive, a quantidade de empresários com problemas de interpretação de texto é medonha e bizarra).

    As escolas municipais e estaduais brasileiras devem ter os resultados similares aos das escolas federais, que atualmente são comparáveis às escolas coreanas.

    Fonte:

    http://operamundi.uol.com.br/conteudo/geral/45907/desempenho+de+federais+brasileiras+em+ciencias+supera+media+da+coreia+do+sul+no+pisa.shtml

    Neste ponto temos um problema com o pacto federativo porque os municípios mal mal tem dinheiro para sobreviver, quanto mais para investir em educação. O fundo social do pre sal poderia resolver o problema, mas além do fundo social ter ido pro saco, salvo engano, a desvinculação das receitas da união já foi aprovada. Ou seja: não tem mais dinheiro carimbado para a educação e saúde.

    Temos um pepino aí.

    Vale lembrar da importância da exigência de melhoria na qualidade de ensino das universidades particulares, onde estão a maioria absoluta dos estudantes universitários brasileiros.

    Quanto ao trecho:

    “Por isso, a construção de um projeto nacional exigirá câmbio competitivo, uma nova política monetária que traga os juros aos níveis internacionais e troque a lógica da atração da poupança externa pela enorme poupança interna que será liberada pela redução dos juros da dívida pública.”  (Deus queira que assim seja).

    Seria melhor ainda com uma auditoria da dívida pública.

     

    Ademais, acredito ser possível recuperar as empreiteiras e a indústria da construção civil nacional em conjunto com um programa de conciliação com os grandes centros urbanos. Ex.: Um mega programa de mobilidade urbana, com diversos projetos de desenvolvimento de linhas metroviárias nas grandes capitais nacionais.

    Existe uma demanda gigantesca por esse modal de transporte que poderá aumentar a competitividade das nossas cidades, melhorar o bem estar dos trabalhadores, a economia nestas regiões e também o capital humano local (afinal, quem perde de 4 a 6 horas por dia em transporte público não consome nem se capacita né?!).

    Além disso, a implantação destas linhas nas grandes cidades enfraqueceria as oligarquias locais dominadas e/ou financiadas pelas máfias de transporte público.

    Este programa poderia inclusive desenvolver uma nova competência técnica para estas empreiteiras, e também desenvolver a indústria nacional de trens urbanos, diminuindo, um pouco, o peso e dependência da indústria automotiva na economia e no transporte individual nos grandes centros.

    A Odebrecht já foi comida, mas existem outras grandes empreiteiras nacionais que podem ser reerguidas com iniciativas como esta e outras a serem pensadas.

    Com relação ao SUS e ao sistema de saúde brasileiro na promoção da indústria nacional, o PDP é uma boa ferramenta, mas o país precisa de mais.

    O Brasil pode e deve ser um grande desenvolvedor de soluções para doenças tropicais e para países de terceiro mundo. Isto seria um GOL gigante para a política externa, para o soft power e para a balança comercial nacional. Entretanto acredito que essas soluções só poderiam ser desenvolvidas (devidos aos altos custos e riscos envolvidos) por laboratórios públicos.

    Inclusive, já passou da hora de ter um laboratório robusto vinculado à indústria farmacêutica localizado em Manaus para estudar e aproveitar de forma sustentável todo o potencial da floresta amazônica, né não? Chega de contêiner gringo fazendo tráfico biológico na Amazônia.

    Com relação à continuação do desenvolvimento do poder nacional, isto é imprescindível, em diversas áreas, na retomada da indústria naval, conclusão do submarino nuclear, absorção de tecnologia dos caças belgas e se possível uma parceria estratégica com os russos para o desenvolvimento e lançamento do Veículo Lançador de Satélites Brasileiro, além claro da utilização comercial da base de Alcântara, com pleno domínio das forças armadas nacionais.

    Claro, não se esqueça, na retomada dos BRICS, Integração Sul Americana e da nova política externa independente desenvolvida pelo Celso Amorim.

     

    Nossa… sonhar pode, é bom e faz bem.

     

    Bom, essas foram apenas algumas ideias e adoraria contribuir mais nesta discussão.

     

     

    PS.: Prioridade Zero: Destruir a Rede Globo de Televisão;

    Se possível: fazer um novo marco regulatório para as redes de comunicação nacionais; Fortalecer a TV Brasil; aprender a divulgar o que o governo faz de bom. 

    1. Felipe Peixoto, seu comentário quase atingiu a perfeição

      Só chamaria a sua atenção no ponto em que você afirma que “uma máquina produzirá sempre infinitamente mais que um trabalhador humano”.

      Pois bem, Amigo, as máquinas não trabalham, elas apenas aumentam a produtividade do trabalho.

      De acordo com Karl Marx,

      “Antes de tudo, o trabalho é um processo de que participam o homem e a natureza, processo em que o ser humano com sua própria ação impulsiona, regula e controla seu intercâmbio material com a natureza. Defronta-se com a natureza como uma de suas forças. Põe em movimento as forças naturais de seu corpo, braços e pernas, cabeça e mãos, a fim de apropriar-se dos recursos da natureza, imprimindo-lhes forma útil à vida humana. Atuando assim sobre a natureza externa e modificando-a, ao mesmo tempo modifica sua própria natureza. Desenvolve as potencialidades nela adormecidas e submete ao seu domínio o jogo das forças naturais. Não se trata aqui das formas instintivas, animais, de trabalho. Quando o trabalhador chega ao mercado para vender sua força de trabalho, é imensa a distância histórica que medeia entre sua condição e a do homem primitivo com sua forma ainda instintiva de trabalho. PRESSUPOMOS O TRABALHO SOB FORMA EXCLUSIVAMENTE HUMANA. Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e a abelha supera mais de um arquiteto ao construir sua colméia. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha é que ele figura na mente sua construção antes de transformá-la em realidade. No fim do processo do trabalho aparece um resultado que já existia antes idealmente na imaginação do trabalhador. Ele não transforma apenas o material sobre o qual opera; ele imprime ao material o projeto que tinha conscientemente em mira, o qual constitui a lei determinante do seu modo de operar e ao qual tem de subordinar sua vontade. E essa subordinação não é um ato fortuito. Além do esforço dos órgãos que trabalham, é mister a vontade adequada que se manifesta através da atenção durante todo o curso do trabalho. E isto é tanto mais necessário quanto menos se sinta o trabalhador atraído pelo conteúdo e pelo método de execução de sua tarefa, que lhe oferece por isso menos possibilidade de fruir da aplicação das suas próprias forças físicas e espirituais.”

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador