As bombas da assessora da Casa Branca sobre o papel de Trump na invasão Capitólio

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Trump tentou participar presencialmente da invasão, mas foi impedido pelo próprio gabinete que resistiu ao golpe

Cassidy Hutchinson
Foto: Brandon Bell/Getty Images

Cassidy Hutchinson, uma das principais assessoras do ex-chefe de gabinete da Casa Branca, Mark Meadows, deu o testemunho mais contundente até agora nas audiências sobre a invasão ao Capitólio, nos Estados Unidos, em 6 de janeiro de 2021, quando Donald Trump tentou mobilizar apoiadores para resistir à posse de Joe Biden.

O depoimento de Cassidy liga o ex-presidente republicano ao ataque à democracia e fornece evidências potenciais que podem abastecer acusações criminais contra Trump. A invasão ao Capitólio fracassou, mas a violência empregada deixou uma centena de pessoas feridas e alguns mortos.

TRUMP TENTOU SE JUNTAR AOS EXTREMISTAS

Ela descreveu vários ataques de fúria de Trump, incluindo o momento em que ele tentou agarrar o volante da limusine presidencial e atacou o agente Bobby Engel, do serviço secreto, que se recusou a levá-lo ao local das manifestações. Trump queria se juntar ao levante extremista que invadiu o Capitólio.

Segundo Cassidy, Trump sabia que a multidão estava armada e era violenta, e mesmo assim defendeu que elas pudessem marchar até o Capitólio. Ele relutou em pacificar os ânimos e recuar quando a situação ficou mais tensa.

Enquanto isso, o republicano era alertado por Meadows e os advogados da Casa Branca de que eles poderiam ser acusados de “todos os crimes possíveis” caso Trump se juntasse aos manifestantes.

O depoimento de Cassidy Hutchinson é importante porque ela era uma assessora de confiança de Meadows, chefe de gabinete de Trump. Sua proximidade e acesso ao funcionamento interno do governo permitiu que ela compartilhasse sua visão extraordinária sobre os fatos que antecederam o 6 de janeiro.

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O PLANEJAMENTO DO GOLPE

Segundo a assessora, no dia 2 de janeiro, uma reunião entre Trump, o chefe de gabinete Meadows e o advogado de Trump, Rudy Giuliani, já antecipava o que iria acontecer no dia 6. O advogado saiu do encontro dizendo que seria “um grande dia” e que Trump faria uma demonstração de poder. Meadows arrematou: “as coisas podem ficar muito, muito ruins em 6 de janeiro.”

No dia 4 de janeiro, o conselheiro de segurança nacional, Robert O’Brien ligou para Meadowns e avisou da “violência potencial” no entorno do Capitólio, incluindo a probabilidade dos manifestantes carregarem armas.

As alegações de fraude eleitoral, feitas por Trump antes, durante e depois das eleições, eram vistas como incendiárias pelo ex-diretor de Inteligência Nacional, John Ratcliffe, segundo o depoimento da assessora.

A RESISTÊNCIA INTERNA

Pelos depoimentos da assessora, o gabinete resistiu no dia 6 de janeiro, alertados pelo advogado da Casa Branca, que seriam todos processados pelos crimes decorrentes daquele ato.

Durante a invasão, o advogado da Casa Branca teria pressionado o chefe de gabinete a pedir para Trump pacificar os manifestantes, que àquela altura já estavam pedindo que o vice-presidente, Mike Pompeo, fosse “enforcado” por não aderir ao golpe. Segundo Meadows, Trump respondeu: “Ele [Pompeo] merece”.

Cassidy testemunhou que o gabinete chegou a procurar Mike Pompeo para propor a remoção de Trump do cargo, invocando a 25ª Emenda.

Com informações do portal Axios

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

1 Comentário

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  1. “Hang Mike Pence”, não Pompeo.
    Ouvi dizer que Trump, impedido de tomar o volante da limusine por um agente de sua própria segurança, disse: “I am the fucking president!”, ou seja, ‘eu sou a porra do presidente!’
    Não é a cara do Bolsonaro?

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