A falácia da crise previdenciária de Estados e municípios, por J. Carlos de Assis

Por J. Carlos de Assis

A  manchete escandalosa da Folha deste sábado afirmou que o gasto dos Estados e municípios com aposentadorias e pensões superará a dívida pública em 75 anos. O jornal, citando cálculos de Paulo Tafner (instituto Insper) apresentados a Temer e seus bandidos na última quarta-feira, no Alvorada, por Marcos Lisboa, chegou a extrema estupidez de tomar um fluxo estimado de pagamentos futuros dos benefícios previdenciários estaduais, estimado impropriamente em 85% do PIB, com o estoque da dívida atual (73%).

É difícil saber se isso é fruto de ignorância ou má fé. Da repórter, que prefiro não citar, é certamente conseqüência da ignorância. Não deve ser o caso dos editores. Todos estão loucos para prestar serviço à quadrilha de Temer e aproveitam qualquer leve insinuação de algum dado “técnico” em que possam se apoiar. Não será nas páginas de algum dos nossos jornalões que encontraremos espaço para um debate imparcial sobre a Previdência. Não fosse a internet e os blogs, estaríamos cegos dentro desse tiroteio que se tornou infame.

Há distorções nos sistemas previdenciários, o federal e os estaduais. Contudo, o ponto central dessas distorções não tem sido atacado. Aposentadorias e pensões escandalosamente elevadas, em comparação com as dos comuns dos mortais, são pagos principalmente pelo Judiciário e o Legislativo a seus privilegiados. Até o relatório do Banco Mundial sobre o gasto público, cuja crítica um grupo de economistas independentes está preparando, menciona esses privilégios, porém com uma ênfase particularmente atenuada.

A estupidez do “estudo” encampado por Marcos Lisboa, em seu neoliberalismo exacerbado, é tomar como referência para uma política pública atual um horizonte de tempo de 75 anos. Isso seria idiota, não fosse, na realidade, a cobertura cínica para uma posição ideológica. Na verdade, esse raciocínio tosco parte da idéia que o Brasil está condenado a ser presidido por Temer, Henrique Meirelles e o próprio Lisboa nos próximos 75 anos, durante os quais teremos um crescimento zero do PIB, ou contração permanente. Nesse tempo, continuaremos tendo uma taxa básica de juros estratosférica, inibidora do investimento.

A sociedade brasileira  vai se livrar dessa direção política a curto prazo, pois, pelo que conhece de história, ela não se conformará  com uma economia estagnada para sempre, o que representará perdas continuadas de emprego e de renda. Certamente que há riscos. Nos Estados Unidos e na Alemanha dos anos 30, ambas com taxas de desemprego globais similares à brasileira atual (24%), a mesma reação que gerou Roosevelt e seu New Deal regenerador, gerou o Novo Plano alemão de Adolf Hitler, ambos de grande eficácia na geração de empregos – um reforçando a democracia, outro o totalitarismo.

A hipótese Tafner/Lisboa é uma infâmia do ponto de vista técnico. Politicamente, serve ao propósito de empurrar goela abaixo da população uma reforma previdenciária tosca, voltada essencialmente para a redução dos prazos de aposentadoria para homens e mulheres, e antecipando o que será exigido dos governadores e municípios caso seja emplacado o plano federal. Assim como o relatório do Banco Mundial, de forma desonesta, tenta provar que o déficit público decorre do déficit previdenciário, o que é falso, a idéia que Tafner/Lisboa tentam passar é que a crise financeira dos Estados se deve à previdência estadual.

É falso. A crise financeira dos Estados se deve à acumulação desde 1997 de pagamentos por conta de dívida imposta indevidamente pelo Governo federal. Dessa dívida nula, originalmente de R$ 111 bilhões em moeda de hoje, foram pagos R$ 207 bilhões, restando a pagar R$ 476 bilhões. Inacreditavelmente, é a manipulação dessa dívida, com adiamentos e pequenas concessões, que está permitindo a Meirelles impor a privatização de patrimônios estaduais, como é o caso da Cedae no Rio de Janeiro. Escrevi um livro sobre o assunto, “Acerto de Contas”, e estou esperando que os governadores atuem.

                

Redação

Redação

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  • São duas questões idistintas

    São duas questões idistintas e graves. A divida publica é uma , a previdencia é outra.

    Em nenhum Pais rico ou pobre aposenta-se funcionario publico com 50 ou 52 ou 55 anos com salario integral.

    Isso simplesmente NÃO EXISTE. Nos EUA um amigo do Departamento de Estado lá trabalhou 23 anos,

    aposentou-se aos 67 anos com 46% do salario, a cada ano corresponde 2% do salario. Se tivesse 30 anos de serviço

    se aposenaria com 60% o salario. Esse é mais ou menos o padrão no mundo ocidental, na  Asia não há aposentadoria, que

    cada um poupe durante a vida ou os filhos que cuidem.

    O sistema brasileiro atual é unico no mundo e em grande numero de Estados, como no Rio grande do Sul, a FOLHA DE INATIVOS é maior que a folha de ativos. Na USP há posentados com 80 mil Reais por mês.

    Na Camara de Vereadores de São Paulo há um  aposentado com 67 mil por mês.

    Como então NÃO há problema na Precidencia de Estados e Municipios?

    • A questão é que a dívida

      A questão é que a dívida pública nunca é lembrada, os problemas do Brasil sempre são culpa dos mais pobres e dos trabalhadores, o discurso sempre gira em torno das migalhas do grande banquete que é servido para elite desse país. O problema não são os juros, não são as desonerações dadas as grandes empresas, latifundiários e banqueiros. O problema é sempre a Bolsa Família, o salário do trabalhador, a previdência, etc. Será que algum outro país do mundo desconta 11% do salário para pagar previdência (isso de desconto direto, sem considerar o indireto)? Algum país do mundo taxa em 27,5 % um salário equivale a 1480 dólares? Algum outro país do mundo taxa o consumo básico de alimentação, energia, água em mais de 40%? Acredito que não. Então, nós temos inúmeros problemas, a previdência é um dos menores. Até porque não vi ninguém dizendo que juízes e promotores vão entrar na reforma da previdência, isso só prova que o país não aboliu a escravidão, apenas aperfeiçoou a forma de manter a exploração. Diferente do que diz a propaganda do governo a elite do funcionalismo público não será afetada por essa reforma, somente os trabalhadores do setor público e privado. O que não tem no mundo é uma elite com tantos privilégios e nenhum compromisso com a Nação.

      • Meu caro, aposentadoria de 70

        Meu caro, aposentadoria de 70 ou 80 mil por mês NÃO DÁ em  pais algum dom planeta, tenho uma colega de faculdade que se aposentou como desembargadora da Justiça do Trabalho com 49 anos.  Uma tia, viuva de procurarador, viveu de pensão por mais 22 anos apos a morte do marido, fazia volta ao mundo duas vezes por ano. Não dá.

        • Concordo com vc André, mas

          Concordo com vc André, mas esses exemplos que vc apresenta não serão atacados pela reforma, essa é a questão. A reforma vai ser apenas para base do serviço público, Judiciário, Ministério Público, Militares e Polícia Federal estão todos fora.

          Uma reforma de verdade deveria ser para todos, mas não. Como sempre o arrocho é só no lombo do trabalhador. Afinal, segundo o Gilmar Mendes ele é escravo, então, como cobrar mais de quem já é tão massacrado. O senso de justiça no Brasil é uma piada! 

          Todos têm o dever de contribuir com o esforço do país para sair da crise, mas nunca vou concordar com uma reforma que não inclua a elite do funcionalismo público, que não possua um planejamento para cobrar os grandes devedores da previdência.

          O valor roubado pelos políticos é uma mixaria perto do roubo perpetrado pelo setor privado, que além de não pagar a parte devida a previdência, ainda rouba a parte descontada do trabalhador. Falar de reforma sem atacar esses problemas não passa de hipocrisia.

           

          • Realmente há um mega erro no

            Realmente há um mega erro no tratamento da reforma da Previdencia. Deveriam ser apresentadas DUAS reformas,

            uma para o setor publico e outra para o setor privado, porque são duas situações COMPLETAMENTE diversas.

            O maior problema, muito maior, está no setor publico, onde o custo de 1 milhão de aposentados e maior do que os 36 milhões

            dos aposentados da economia privada. Nunca entendi porque as duas situações não são tratadas separadamente.

            Quanto aos débitos de empresas à Previdencia, não se iluda. 95% desses creditos são incobraveis porque os devedores não mais existem, os debitos ficam inscritos mas não há mais o pagador porque são firmas falidas, devedores mortos,

            clubes de futebol que não existem mais, prefituras absolutamente quebradas.

          • Devedoras da previdência

            Outras incobráveis,alugumas eram gigantes e outras ainda são:Transbrasil,Varig,VASP,globo,JBS,BB,CEF.......

  • Análise perfeita

    “Aposentadorias e pensões escandalosamente elevadas, em comparação com as dos comuns dos mortais, são pagos principalmente pelo Judiciário e o Legislativo a seus privilegiados.”

    Acredito que alguém não leu o texto.

  • O PT RETIROU DA LEI NOSSO DIREITO DE CONVOCAR REFERENDOS!

    Confiram:

    https://democraciadiretanobrasil.blogspot.com.br/2017/06/lindberg-farias-traiu-o-povo-brasileiro.html 

     

    Enquanto isso, no mundo desenvolvido quem discute essas principais questões são os especialista, e acompanhados pelo povo! Chama-se

    CONFERÊNCIA PARTICIPATIVA DE CONSENSO

    O MAIS PRECIOSO TESOURO DA SOCIEDADE

    A INCORRUPTÍVEL ASSEMBLEIA DE LEIGOS!

    Não se intimidem, somos muito melhor que os Cunhas, Tiriricas, Renans, Temers, etc; pra debater e decidir sobre qualquer assunto. Confiram a importância da assembleia de leigos no mundo desenvolvido, já que ela é INCORRUPTÍVEL; e, como os políticos, também pode ser assessorada por especialistas.

    O povo, por mais ignorante que seja, jamais permitiria que o país fosse roubado. E o povo é tão leigo quanto qualquer político. Ou alguém acha que político não precisa consultar seus assessores para tudo? Pois bem, esse tipo de conferência realizada na parte mais desenvolvida da Europa, alguns estados americanos, Nova Zelândia, Japão, etc; oferece justamente essa assessoria ao povo, onde temos um grupo de pessoas leigas debatendo com especialistas, e toda a população assistindo pelas TVs, podendo inclusive fazer perguntas. Embora não obrigue os políticos a seguir suas decisões, a força é tamanha, que eles não se atrevem a confrontá-la. Além do que, nas nações mais desenvolvidas o povo pode convocar REFERENDO com seus ABAIXO ASSINADOS, caso queiram levar algo à votação. Aliás, nossos abaixo assinados deveriam ter poder, inclusive para convocar tais conferências

    O EXEMPLO AO MUNDO!

    Compreenda porque as decisões do povo são importantes, e países como a Dinamarca decidem investir em energia limpa, tornando-se praticamente livres das usinas termoelétricas a carvão e diesel:

    http://ncdd.org/rc/item/tag/consensus-conference

    O mundo desenvolvido superou a briga infantil entre direita e esquerda. Todos fazem parte do povo, empresários e funcionários. E ambos têm interesses comuns, querem ver seu país desenvolver-se, com liberdade e justiça. Entretanto, ficam de fora desse contexto os EXPORTADORES. Para esses, o povo não precisa ter renda para comprar seus produtos, que são exportados. E quanto maior o arrocho salarial, maiores serão os lucros do empresário exportador…

    Nas nações mais avançadas, os empresários apoiam a DEMOCRACIA DIRETA, e o povo mais ainda! Porque sabem que a renda do trabalhador é impulsionada principalmente pelo Estado. E como a maior participação do povo nas deliberações acaba com a roubalheira, sobra mais dinheiro pra elevar o salário dos servidores públicos, e sem gerar inflação. Com isso, o comércio e a indústria ampliam suas vendas, também podem pagar melhores salários, e todos saem ganhando.

    TRADUÇÃO:

    “Do website Loka Institute:

    A conferência de consenso é uma reunião pública que permite que os cidadãos comuns sejam envolvidos na apreciação de uma proposta (tradicionalmente, este tem sido utilizado em avaliações técnicas). A conferência é um diálogo entre peritos e cidadãos. É aberto ao público e à mídia.

    A conferência de consenso é uma investigação deliberativa sobre um assunto técnico emergente, que visa agregar as vozes de cidadãos comuns para as discussões políticas, que normalmente são monopolizadas por especialistas e seus patrocinadores poderosos.

    Os seguintes procedimentos são geralmente consideradas como elementos essenciais para uma conferência de consenso:

    (1) Os membros do painel são pessoas comuns que não têm uma participação direta na questão a ser analisada; no entanto, eles têm uma participação indireta na questão como os contribuintes que subsidiam o Estado, e como membros da comunidade e cidadãos do mundo que vivem com as boas e más consequências da mudança tecnológica. Porque o seu interesse nas questões é geral e não pecuniário, eles são mais propensos a ter isenção sobre projetos específicos e propostas, que os próprios pesquisadores, defensores de políticas e empresas privadas, que normalmente promovem as mudanças.

    (2) O processo para estudar o assunto em questão é informativo, deliberativo e participativo (em contraste com a maioria das discussões de políticas para audiências públicas). Isso inclui mais de uma reunião dos membros do painel, bem como o testemunho aos painelistas de pessoas que têm uma participação direta e conhecimento especializado sobre o assunto.

    (3) Depois de deliberar em conjunto, os painelistas escrevem um relatório sobre os pontos de consenso entre eles. Supõe-se que haverá discordância entre os membros do painel sobre muitas questões importantes. O objetivo de se concentrar em pontos de concordância não é criar ou forçar um consenso, mas para revelar os pontos de concordância, que surgem sempre que pessoas tem a oportunidade de aprender e deliberar juntss. A filosofia da conferência de consenso é que o relatório de consenso deve ser um indicador seguro de quais mudanças técnicas estão OK para a sociedade, porque reflete pontos de concordância livremente determinadas por indivíduos, que tinham deliberado em conjunto, e cuja principal preocupação é o bem geral. O relatório de consenso pode também ampliar a discussão técnica, para justificar políticas que se encontram fora desse consenso, orientando assim caminhos que gozam de amplo apoio.

    (4) O relatório será tornado público e anunciado em conferência pela imprensa, de preferência, realizada na Assembleia Legislativa, para enfatizar que os “funcionários” eleitos devem tomar especial interesse nas vistas considerados de seus cidadãos-pares.” (nossa tradução)

    http://ncdd.org/rc/item/1492

    POR QUE A CORRUPÇÃO PREVALECE NO BRASIL?

    A corrupção política é nosso maior problema, pois dela surgem todos os outros! A tática da corrupção é simples! Para agir, eles devem afastar aquilo que é incorruptível de seu caminho! Felizmente, hoje temos os modernos meios de comunicação, que viabilizam conferências participativas de consenso a nível nacional, e até global. Por isso, convocamos à população, estudantes, movimentos sociais, etc; para que debatam mais. Temos assistido estarrecidos à falta de debate em nossos blogs, grupos e páginas do facebook, e até mesmo no ambiente social. O pessoal tem receio até mesmo de curtir, que dirá compartilhar. Se a sociedade não debate, os Tiriricas é que vão monopolizar essa atividade. Vejam como funciona, como o mundo desenvolvido incentiva o debate entre seus jovens, e a diferença que temos para eles (vale a pena entrar no link, tem até filme explicativo):

    http://democraciadiretabrasileira.blogspot.com.br/2017/01/diferenca-entre-brasil-e-estados-unidos.html?view=flipcard

    A FALTA DE PARTICIPAÇÃO!

    Temos o exemplo da PEC 21/2015, que vergonhosamente não está sendo apoiada por nenhum partido ou movimento social de peso. Isso que essa PEC nos dá o direito de convocar PLEBISCITO DESTITUINTE e REFERENDO com nossos ABAIXO ASSINADOS. É claro que o governo não  promove o assunto na mídia, como deveria. Só que, da mesma forma como as pessoas se omitem em debater e COMPARTILHAR notícias importantes no facebook, mesmo as que não são veiculadas pela globo; quase ninguém se prestou a participar da enquete abaixo para apoiar a PEC 21/2015.

    Observem, que fizemos uma campanha, postando em centenas de grupos no facebook, que atingem milhares e milhares de brasileiros, e mesmo assim, praticamente ninguém se habilitou. A globo condicionou nosso povo ao comodismo e omissão. Reclamam, mas não erguem um dedo pra nada. Embora esse conteúdo político não chegue nem a 0,5 % do povo, em parte pelas próprias omissões em compartilhá-lo. Entrem no link abaixo, cliquem em “OPINE SOBRE ESTA MATÉRIA”, e vejam como é fácil! Onde chegaremos desse jeito? Simplesmente, se nossos políticos e partidos não promovem algo com seus cabos eleitorais na internet ou presencialmente, o povo por si só apresenta-se incapaz de fazê-lo. Por isso eles têm “a faca e o queijo nas mãos” para nos manipular… Confiram:

    https://www25.senado.leg.br/web/

    O que precisamos para uma CONFERÊNCIA PARTICIPATIVA DE CONSENSO:

    __Um espaço na internet para debater as questões de forma oficial

    __Ampla divulgação antecipada na mídia e transmissão pelas tvs em cadeia nacional

    __>>>>PARTICIPAÇÃO<<<< do povo

    __Debate na internet e nas TVS enriquecido com a presença de especialistas pró e contra cada proposta

    Na internet o debate não congestiona, porque só avançam as propostas que recebem mais apoio. Assim, por exemplo, pode ser feito perguntas livremente, mas se estabelece uma quantidade de interesse (as raras curtidas e compartilhadas do facebook), para que as questões levantadas e perguntas sejam levadas aos especialistas. Na cobertura feita pelas TVs, os especialistas seriam escolhidos dentre os mais apoiados na internet (curtidas do face) durante a conferência, com um número igual para defender e contestar cada proposta. O que seria feito na presença de um auditório de eleitores leigos, sorteados eletronicamente por um software livre, aberto à auditoria.

    Depois de sistematizadas as propostas, as perguntas seriam formuladas, e votadas pelos participantes na TV. Esse tipo de conferência não obriga os políticos a nada. Entretanto, o governo deixaria muito claro à população o que se passa sobre cada assunto, e o congresso ficaria numa “saia justa”, caso não tomasse as devidas providências.

    PEC 21/2015 JÁ!

    O ideal é que o povo tenha também o direito de convocar um REFERENDO, caso não concorde com a decisão da conferência. As perguntas seriam encaminhadas à Justiça Eleitoral, para que fossem analisadas, para ver se não ferem as cláusulas pétreas da Constituição, o orçamento da União, além da ciência e o conhecimento. Com o aval da Justiça, elas passariam a integrar a cédula eleitoral da próxima eleição, sem custo algum ao país, e a proposta ficaria aguardando a decisão do povo.

    Só não faremos isso, se não quisermos. Não é mais possível, que nossas decisões políticas sejam pautadas em cima de interesses particulares e corruptos. A DEMOCRACIA DIRETA tem como seu melhor sinônimo a RACIONALIDADE, indispensável para se criar um mundo mais justo e moderno.

    Chegou a hora da desilusão, não se pode mais confiar nos políticos, que definitivamente NÃO NOS REPRESENTAM. Chega de ingenuidade, a ampla maioria, mais de 98%, não estão debatendo e tomando decisões no Congresso para aquilo que é melhor ao país. Não é que sejam incompetentes, mas sim que não existe essa preocupação; eles querem apenas ganhar mais dinheiro.

    Se a gente não conquistar o direito de participar desse processo de decisões políticas, sempre que houver suspeitas de corrupção, omissão, ou elevada relevância à sociedade; continuaremos sendo passados para trás. Quando tivermos direito de cassar os políticos, iniciando o processo de cassação com nossos abaixo assinados (inclusive on line), e depois decidindo o futuro deles no voto (PLEBISCITO DESTITUINTE); eles serão obrigados a conciliar seus interesses com os nossos, para não perderem o cargo, e o poder de manipulação em nossas leis. Isso é o mínimo que podemos exigir, para que um regime seja considerado uma democracia moderna.

    MAIS UMA TRADUÇÃO:

    "Conferências Participativas de Consenso

    Definição

    O modelo de conferência participativa de consenso, muitas vezes conhecida como "modelo dinamarquês" e / ou "painel dos cidadãos", é uma maneira de deliberar sobre questões políticas com alto conteúdo técnico, usando uma combinação de cidadãos leigos. As conferências de consenso parecem com um tribunal de júri, que delibera com cidadãos leigos e especialistas em problemas técnicos. Seus objetivos centrais são melhorar a tomada de decisão sobre ciência e tecnologia, ampliando perspectivas, bem como aumentar a compreensão do público em relação à ciência e tecnologia através do debate público (televisionado) e reforçar a democracia através da criação do engajamento cívico.

    A conferência de consenso foi desenvolvida em 1980, quando o Conselho Dinamarquês de Tecnologia (DBT) começou a observar o Organização de Avaliação de Tecnologia (OTA) dos EUA. A principal diferença entre os dois métodos, a OTA e a conferência de consenso, é que nessa última estão incluidas a opinião das pessoas leigas (INCLUSIVE QUEM ASSITE PELA TV), argumentos, preocupações e razões no que diz respeito a diferentes questões de relevância social. Isso também pode ser incluso, permitindo a influência de perspectivas leigas na regulação e na tomada de decisão política.

    Processo

    Um fator crucial começando na criação de uma conferência de consenso eficaz é estabelecer o painel de cidadão. O Conselho Dinamarquês de Tecnologia (DBT) recruta os participantes enviando um convite informacional a uma amostra aleatória de telefone para 2000 cidadãos. Para que o candidato a participar da conferência de consenso, envie uma carta para o DBT com uma combinação de informações sobre si mesmo e suas motivações para participar no painel. O DBT depois escolhe em torno de 120 a 150 candidatos com experiências variadas em relação à idade, sexo, ocupação, educação e localização geográfica. O último painel é composto por 14 pessoas, juntamente com os peritos e uma comissão consultiva de planejamento. O painel torna-se o elemento funcional da conferência de consenso, agindo semelhante a um júri. O painel é composto por um comitê que estrutura o processo, juntamente com os especialistas, que aconselham os palestrantes e os membros da equipe, que apoiam o processo. O painel cidadão realiza uma combinação de questões entre dois fins de semana a serem tomadas com os especialistas presentes na conferência. Os peritos devem ter a mente aberta, assim como serem bons comunicadores. Seu papel inclui responder completamente às perguntas do palestrante, a fim de deliberar entre si a melhor proposta possível.

    Há dois moderadores, também conhecido como o facilitador em uma conferência de consenso, que são obrigados a frequentar o fim de semana de preparação e o da própria conferência final. Os moderadores devem ser profissionais e terem experiência em processos participativos. Ao mesmo tempo, os moderadores irão facilitar um diálogo justo entre os participantes do painel de leigos e garantir uma informação substancial, que é transferida dos especialistas. Um fator-chave em participar como moderador de uma conferência de consenso é a credibilidade, relevância para o tema em si e neutralidade. O moderador deve entender completamente o processo em si, enquanto ser capaz de permanecer objetivo a um determinado tema. Isso vai exigir muito incentivo, certificando-se de que o painel elucidou claramente os pontos de vista diferentes, e / ou questões levantadas pelos participantes.

    A conferência de quatro dias começa com uma apresentação feita pelos peritos de suas respostas às perguntas do painel do cidadão. O segundo dia é reservado para a discussão entre o painel do cidadão, os especialistas e o público, bem como perguntas de esclarecimento. O resto do segundo dia e o seguinte terceiro dia é reservado ao painel de cidadãos, para gerar um documento final que explica suas conclusões, juntamente com recomendações. Uma discussão aberta é formada, que inclui muita deliberação e debates para que um consenso final do documento seja atingido. Durante toda a manhã do quarto dia, o painel do cidadão lê o documento final com os especialistas, juntamente com o público, e, ou a imprensa.

    História

    A conferência de consenso foi desenvolvido na década de 1980 pelo Conselho Dinamarquês de Tecnologia (DBT), uma instituição independente criada pelo Parlamento dinamarquês. Pouco depois, em 1987, a primeira conferência de consenso foi organizada com o foco em "tecnologia Genética na indústria e na agricultura". Ao longo dos últimos dez anos, o Broad Dinamarquês de Tecnologia realizou 15 conferências de consenso de sucesso. Eles foram capazes de permitir conferências de sucesso, garantindo que o tema era de interesse atual, que exige conhecimento especializado, e incorporando conflitos de questões, que eram relevantes para as questões desenvolvidas pelo painel. A conferência participativa de consenso já atravessou as fronteiras da Europa para os Estados Unidos. Em abril de 1997, a primeira conferência de consenso foi realizada nos Estados Unidos, cobrindo das telecomunicações e o futuro da democracia ".

    Estudos de caso

    Existem vários exemplos de conferências de consenso em ação em todo o mundo. Depois que a Dinamarca provou que este método de processo deliberativo poderia trabalhar, muitos países seguiram. Alguns exemplos de casos em todo o mundo que usaram a conferência de consenso são os seguintes:

    Conferência de Consenso, na Nova Zelândia, a democracia e a de-problematization

    http://www.fileupyours.com/files/254593/cientifics/participacio_i_governansa/Goven_2003_Deploying_the_consensus_conference_in_New_Zealand.pdf

    Conferência de Consenso, no Reino Unido, planta biotechnology

    http://pasvzw.org/uploads/webriq_sites/!!hunscan_webriq_com/pages/files/biotech%20plant%20UK%20consensus%20conf.pdf

    Conferência de Consenso, nos Estados Unidos, telecommunication

    http://www.geography.dur.ac.uk/documents/lmc/Guston%20-%20evaluating%20the%20First%20US%20consensus%20conference.pdf

    Conferência de Consenso na Áustria

    http://pus.sagepub.com/cgi/content/abstract/15/1/73

    Conferência de Consenso na Irlanda, credenciamento na promoção da saúde

    http://heb.sagepub.com/cgi/content/abstract/36/3/476

    Conferência de Consenso na Noruega, alimentos geneticamente modificados

    http://www.oecd.org/dataoecd/53/56/2537449.pdf

    OUTRA TRADUÇÃO!

    “Avaliação

    Um aspecto interessante sobre a conferência de consenso é o fato de que nem todas as conferências são avaliadas. A avaliação formal pode não ser necessária se a conferência se tornou uma ferramenta conhecida, sem planos sobre futuras conferências, bem como ter a conferência sido realizada por uma equipe organizadora experiente. Para as conferências que exigem uma avaliação, o primeiro passo é decidir se a avaliação deve incidir sobre aspectos internos ou externos.

    Aspectos internos incluem a adequação dos peritos selecionados, a qualidade das interações entre os dois painéis, e a competência da moderação e da qualidade dos debates. Aspectos externos incluem os efeitos da conferência. Isto pode consistir em saber se os públicos relevantes foram alcançados, e / ou a avaliação, juntamente com perguntas, se o painel leigo fez a diferença nos debates sobre o tema específico de tecnologia ou ciência em questão entre os decisores políticos, especialistas e o público em geral. A avaliação da conferência de consenso pode ser realizada tanto pela equipe organizadora e / ou ser terceirizado para avaliadores externos. Um passo crucial do processo de avaliação é que a conferência é avaliada em relação aos objetivos formulados com antecedência. A fim de alcançar esse processo, tanto a equipe organizadora e / ou avaliadores externos devem estar cientes da premissa de que a conferência foi organizada."

    http://participedia.net/en/methods/participatory-consensus-conferences

    OUTRA TRADUÇÃO!

    “O método de conferências de consenso organiza uma análise de alta qualidade entre um painel de discussão dos leigos e um painel de especialistas, na presença de um auditório (televisionado). A importância das conferências de consenso está principalmente no renascimento do interesse sobre o conceito de análise política participativa. No entanto, não existe nenhuma metodologia abrangente para a análise política participativa, mas um quadro preliminar sobre o que poderia ser baseada essa metodologia é apresentado. Análise política participativa é definida pelos autores como um modo prático de investigação analítica facilitada, que em diferentes contextos de decisão política amplia o leque de contribuintes, para apoiar a gestão do conhecimento, o processo de decisão e as relações de rede através da criação, aplicação e avaliação de fóruns específicos de comunicação e participação. É equivalente à conferência de consenso utilizada na Europa com um fórum de comunicação e participação dos leigos e especialistas, para decisões sobre questões tecnológicas complexas e controversas da sociedade; como bio-genética e tecnologia. Algumas experiências recentes na Europa são encontradas, e é dada especial atenção a alguns dos resultados de um estudo a respeito de uma conferência de consenso sobre a questão da avaliação preditiva genética humana (experimental), e onde isso vai nos levar. Esta conferência e sua avaliação foram iniciadas pela Plataforma Holandesa Para a Ciência e Ética. A avaliação centrou-se na formação de opinião dos membros do painel de leigos, como resultado de sua participação.”

    http://ieeexplore.ieee.org/xpl/login.jsp?tp&arnumber=540447&url=http%3A%2F%2Fieeexplore.ieee.org%2Fxpls%2Fabs_all.jsp%3Farnumber%3D540447

    http://participedia.net/en/methods/participatory-consensus-conferences

    A DIFERENÇA!

    Enquanto nas sociedades de democracia mais avançada o povo tem direito de propor e votar essas questões por plebiscito. Não tem como enrolar a população, que pode exigir uma decisão por plebiscito. Aqui fazemos o contrário. Quando existe qualquer questão polêmica, principalmente na área da ciência econômica, em vez desse respeito ao povo; cada partido político promove sua proposta de forma desarticulada, obscura, e isolada, sem uma oportunidade para debates, e confrontação de opiniões; tornando impossível a compreensão do problema pelo público. Sem contar, que quem decide é apenas o partido que está no poder, que pouco se importa em dar satisfações ao público. Decide-se tudo a portas fechadas, numa sociedade que não tem direito de questionar as decisões de seus políticos por plebiscitos e referendos, e ainda é manipulada por seus meios da comunicação.

    Vejam como os plebiscitos são utilizados amplamente no mundo inteiro, mas de forma vergonhosa são escondidos pelos noticiários dos nossos jornais e TVs:

    http://democraciadiretabrasileira.blogspot.com.br/2013/10/plebiscitos-referendos-e-recalls-pelo.html

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