Bolsonaro e Mourão são iguais?!, por Patrícia Valim

Bolsonaro e Mourão são iguais?!

por Patrícia Valim

Sou petista e votei em Haddad, geral sabe. E continuarei votando e militando. Escrito isso: bolsonaro e mourão não são iguais.

Mourão não tem partido, muito menos base social de 30%. Faz parte de uma corporação que está rachada e com uma base emputecida em razão das medidas do bolsonarismo na última semana – e isso faz diferença: até aqui, o general não tem força política para mobilizar um baile em um sábado à noite, quanto mais mobilizar permanentemente uma base odiosa, pulverizada e antipetista.

O clã bolsonaro tem, por isso é preciso desmobilizar a base social de 30% do bolsonarismo urgentemente. O impeachment de bolsonaro resolve esse problema, entre outros: acaba com o poder político dos filhos, de sérgio moro e do governador do Rio de Janeiro, atacando o centro do projeto de nacionalizar a experiência miliciana no Rio de Janeiro.

Mas isso só será possível por meio de dois movimentos complementares: não voltar pra casa depois de ocupar as ruas e chamar setores do centro-direita para compor a Frente Amplíssima, uma geringonça tropical, contra o bolsonarismo. Porque estamos vivendo atualmente o auge do confronto: civilização X barbárie.

Precisamos ter responsabilidade política nesse momento. Fazer uma oposição responsável e qualificada, deixando de ser pautada pelo bolsonarismo. É preciso construir as bases do #ForaBolsonaro, por meio do impeachment. Porque esperar para derrotá-lo em 2022 é terceirizar a direção política da oposição e movimentar-se apenas em função de eleições que não estão garantidas.

Esperar ele sangrar politicamente é, também e sobretudo, assumir publicamente que a oposição de centro-esquerda no Brasil não está à altura do desafio bolsonarista. Até porque lutar/fazer oposição ao liberalismo é diferente de lutar contra o bolsonarismo e seu Estado policialesco com viés dinástico.

Porque se a oposição, especialmente o PT, continuar pautada por ele, se continuar deixando correr, teremos sérios riscos de não rolar 2020/2022 e ainda assistir um dos filhos dele ser nomeado ou eleito presidente por um congresso apequenado. Parece-me claro como o sol intenso em Salvador hoje: trata-se um projeto familiar de poder, que precisa urgentemente ser derrotado.

Sem o #ForaBolsonaro será a maior derrota histórica da esquerda brasileira. E por W.O.

Redação

Redação

View Comments

  • "chamar setores do centro-direita para compor a Frente Amplíssima".

    Convença seus colegas disso, parece que os petistas se empenham mais em atacar Ciro Gomes do que o bolsonarismo.

  • Guedes, e não o mourão, é que me preocupa. Segue firme na destruição do país enquanto falamos do bozo.
    A imprensa garante é o guedes e sua destruição do país, o bozo será mantido para distrair.

  • Diz-me com quem andas e dir-te-ei que és.
    Se o Mourão convive com um porco, o que poderia ser ele além de um suíno?
    Esses 2 bostas não são iguais. Um é pior do que o outro

  • Nassif: ledo engano. DaBale e seu ViceIndio (a arma nãoi faz mais Índio, como antigamente) são farinha do mesmo saco (AgulhasNegras). Porém se distinguem. Um é ruim e o outro, bastante pior. Distinguí-los seria como indagar qual mais grave, cancêr no seio ou câncer no útero. Porque eles representam, há tempos, a ponta de um Iceber, contituido do que de mais trágico poderia acontecer a uma Nação. O ditado fala que cada País tem o governo (e o Judiciário) que merece. Olhe o do Brasil com o seu...

  • Bolsonaro e Mourão defendem o mesmo projeto: liberalismo econômico, conservadorismo nos costumes e autoritarismo na política - militarismo ou ditadura mesmo.
    O que os difere é o trato. Mourão tem mais jogo de cintura e tem um pouco mais de polidez, quando o interessa. Na defesa do mesmo projeto autoritário, Bolsonaro é mais autêntico, enquanto Mourão é mais dissimulado. Talvez, o segundo seja ainda mais perigoso.
    Quanto ao percentual da base de apoio, os trinta por cento dos bolsomínions antipetistas, migrariam automaticamente para Mourão, em caso de impeachment.
    Portanto, a luta deve ser para derrubar a chapa inteira e o seu projeto de governo, denunciando o liberalismo econômico, o entreguismo, a retirada de direitos, o conservadorismo e o autoritarismo. Tudo no mesmo pacote.

  • Muito bom artigo. A hora é de juntar todas as forças democrática numa frente ampla contra o fascismo.

  • Patrícia Valim,
    Não sei quem você é, pois não lembro de ter visto outro texto seu aqui no blog de Luis Nassif. Pelo seu desejo de se fazer o impeachment de Bolsonaro, você levou a sério a história de que o impeachment é exclusivamente político e ainda não sabe porque e de que modo a ex-presidenta a custas do golpe Dilma Rousseff sofreu o impeachment.
    O impeachment é político porque se os senadores quiserem eles podem absolver alguém que é culpado. Agora sem o fato típico e a antijuridicidade dele não há porque falar em impeachment. Daí o impeachment da ex-presidenta a custas do golpe Dilma Rousseff ter sido um golpe.
    Então a ex-presidenta a custas do golpe Dilma Rousseff sofreu um golpe em que ela não contou nem com um terço dos votos no Senado. E só sofreu o golpe porque ela é de esquerda e o nosso Congresso é majoritariamente de direita. Aliás, era depois ficou pior.
    Então mesmo em uma situação mais favorável como foi para a esquerda a eleição de 2014 comparada com a de 2018, para que um presidente da direita sofresse impeachment era preciso mais do que dividir a direita. Observe que a ex-presidenta a custas do golpe Dilma Rousseff teve 20 votos, incluindo o voto de dois representantes da direita (Katia Abreu (PMDB - TO) e Armando Monteiro (PTB -PE), numa legislatura muito mais favorável à esquerda pois dois terços dos senadores forma eleitos na eleição de 2010 quando os ventos corriam a favor da esquerda.
    Então o impeachment de Bolsonaro não tem nada a ver com a esquerda. É decisão da direita. E por qual razão a direita interessaria em tirar Bolsonaro do poder? Se você encontrar essa razão ai sim faz sentido apelar à direita para fazer o impeachment de Bolsonaro.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 03/11/2019

  • O problema não é o Bolsonaro e a solução não é o Mourão. O problema é o capitalismo e a solução é o socialismo científico.

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