Por Matê da Luz
Palo que tenho acompanhado nas mídias (sociais, especialmente), este carnaval teve seu grito um tanto quanto pautado pela abertura ao diálogo sobre preconceito. Ilusão minha desconsiderar o clima de folia e as energias eufóricas do período, mas sinto que alguma coisa foi plantada e, enfim, merece o comentário.
Não vou falar do pai branco e seu filho negro, contrariando algumas expectativas inflamadas.
Escolhi falar de Umbanda, Candomblé, das religiosidades “soturnas e obscuras” que brilharam sob a luz dos maiores holfotes do mundo e fizeram com que a atenção e algum conhecimento fosse espalhado pro mundo ver – e sentir.
Porque, meu caro, se você não se arrepiou com o Exu abrindo a avenida na Sapucaí e com as saias das pombas-giras que rodavam sozinhas, há de consultar um bom médico. Se não se emocionou com Maria Bethânia saudando, desmascarada, sua preciosa Oyá (Iansã, para o público geral), não sentenciou que Viviane Araújo pode ser o que quiser e você pode achar o que quiser dela, mas que as sete saias lhe caíram como uma luva – e um tiquinho que decepção foi compartilhado porque ela não estava de Padilha na avenida, afinal – minha sugestão é que pegue uma pedrinha de gelo e passe no braço, pra testar a sensibilidade.
Sim, sim, sim: sem exagero algum, os orixás e seus encantos dominaram o carnaval 2016. Em São Paulo, não foram poucas as pessoas que acompanharam a deslumbrante saída do bloco Ilu Obá de Mim, grupo que desfila com pernas de pau gigantes e que faz magias com fogo nas alturas, além da condução musicada de pontos e batucadas típicas dos terreiros. Foi lindo de ver e presenciar um pouco do que tantos de nós presenciamos, durante o ano todo, nas energias de nossos espaços espiritualistas – de branco, sem medo de ser feliz.
Isso tudo importa tanto porque ainda neste século a perseguição religiosa se faz presente na rotina, e pode ser violenta e assustadora – vide meninas apanhando porque usam guias e centros de culto afro sendo incendiados. Acordem, não estamos na inquisição (que, na minha opinião, foi um enorme equívoco, fique claro).
O site de educação sobre umabanda, o Umbanda, eu curto!, publicou esta matéria aqui, com algumas coisas que valem ser sabidas.
Enquanto isso, na Bahia, a coisa fui como sempre: linda, a festa após a celebração de Iemanjá continua sendo envolta em fuzuê e energias misturadas, e tudo bem. Meu desejo é que essa coisa de todos os santos resolva baixar de vez aqui embaixo do mapa e fique, porque energia assim é bom demais sentir.
Axé!
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Tudo a ver
Carnaval, festa da carne, exus, pombagiras, mundo, umbanda, candomblé, tudo a ver!
"Porque, meu caro, se você
"Porque, meu caro, se você não se arrepiou com o Exu abrindo a avenida na Sapucaí e com as saias das pombas-giras que rodavam sozinhas, há de consultar um bom médico. Se não se emocionou com Maria Bethânia saudando, desmascarada, sua preciosa Oyá (Iansã, para o público geral), não sentenciou que Viviane Araújo pode ser o que quiser e você pode achar o que quiser dela, mas que as sete saias lhe caíram como uma luva - e um tiquinho que decepção foi compartilhado porque ela não estava de Padilha na avenida, afinal - minha sugestão é que pegue uma pedrinha de gelo e passe no braço, pra testar a sensibilidade. "
95% da população vai ter de consultar um bom médico e passar pedrinhas de gelo no braço.