Stanislaw Ponte Preta, aniversário do humor contra o fascismo
por Urariano Mota
Neste 11 de janeiro, dia nascimento de Sérgio Porto, os resumos biográficos falam que Stanislaw Ponte Preta era o seu pseudônimo, quando mais próprio seria dizer que esse era o heterônimo. A simples ou quase simples razão é que, sob a pele de Stanislaw Ponte Preta, Sérgio Porto cresceu para a fama ao criar o imortal FEBEAPÁ, o Festival de Besteiras que Assola o País.
A partir de 1966, o FEBEAPÁ desmontou pelo ridículo o Brasil da ditadura brasileira. Com humor, ele destruiu a farsa moral dos golpistas e seguidores. De todas as armas da inteligência ele usava: sátira, deboche, piadas, copia, cola e comenta – todos os recursos ele publicou contra os policiais, militares golpistas e seguidores de Olavos de Carvalho em geral.
Mas neste dia de hoje, o que Stanislaw Ponte Preta diria da ministra que viu Jesus na goiabeira? A piada vem pronta. Talvez que, na visão da ministra, o Salvador tenha se tornado um grande bicho-de-goiaba. E o que Stanislaw falaria sobre o vídeo em que essa irrecuperável, impagável, extraordinária ministra declara que não aceita a teoria de Darwin nas Escolas? No mínimo, ele diria que a ministra Damares é a maior prova da teoria evolucionista. Mas por enquanto ela apenas imita a espécie humana.
Tentemos continuar. O que diria Stanislaw Ponte Preta de um governo que pretende expurgar da educação o grande Paulo Freire? O palavrão Bolsonaro já é uma sinistra piada, indiferente ao respeito universal do educador cujo livro Pedagogia do Oprimido é a 2ª. obra mais citada em todo o mundo na área de educação. Talvez Stanislaw destacasse que Bolsonaro deveria parar de repetir palavras. Ou seja, bem que merecia ser alfabetizado. Então, só assim, o palavrão deixaria de acreditar que as agressões policiais a professores e estudantes não foram inventadas pela Pedagogia do Oprimido.
E quanto aos esbarros e tortas na cara da comédia da Casa Civil? Bastaria o mais ilustre Stanilaw recortar e colar esta notícia:
“Na Casa Civil, a ‘despetização’ anunciada pelo ministro Onyx Lorenzoni rende episódios insólitos até hoje. Dois servidores do segundo escalão que escaparam do primeiro corte, mas querem deixar o órgão para atuar na iniciativa privada, não conseguem ser exonerados. Motivo: o abalo causado na estrutura administrativa do órgão pela demissão em massa foi tão grande que, hoje, falta gente para tocar pedidos de exoneração e nomeação”. Para isso, Bolsonaro nem precisa mais divulgar o retrato oficial do seu mandato. Na vergonha mundial “já ir” o seu retrato.
Mas penso que a insubstituível atualização do FEBEAPÁ neste momento Brasil já foi publicada por Stanislaw Ponte Preta, como aqui:
“Quando aquele cavalheiro nervoso entrou no hospital dizendo ‘eu sou coronel, eu sou coronel’, o médico tirou o estetoscópio do ouvido e quis saber: ‘Fora esse, de que outro mal o senhor se queixa?’ ….
“Foi então que estreou no Teatro Municipal de São Paulo a peça clássica ‘Electra’, tendo comparecido ao local alguns agentes do DOPS para prender Sófocles, autor da peça e acusado de subversão, mas já falecido em 406 A.C…”
“Quando a Censura Federal proibiu em Brasília a encenação da peça Um Bonde Chamado Desejo, a atriz Maria Fernanda foi procurar o Deputado Ernani Sátiro para que o mesmo agisse em defesa da classe teatral. Lá pelas tantas, a atriz deu um grito de ‘viva a Democracia’. O senhor Ernani Sátiro na mesma hora retrucou: ‘Insulto eu não tolero’ “.
“Em Campos (RJ) ocorreu um fato espantoso: a Associação Comercial da cidade organizou um júri simbólico de Adolph Hitler, sob o patrocínio do Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito. Ao final do julgamento, Hitler foi absolvido”
E para a reforma da previdência:
“O Instituto Nacional de Previdência Social […] baixou uma circular prevendo o seguinte: se o senhor é segurado do INPS, não tem certidão de casamento, mas necessita de maternidade para sua mulher ter filho, terá que fazer o pedido com trezentos dias de antecedência, conforme o regulamento previdenciário. Mas como o período de gestação é de apenas duzentos e setenta dias — o que dá nove meses — o senhor deve dar uma passadinha lá no INPS trinta dias antes de pensar em fazer qualquer coisa”
Se ainda existe dúvida sobre o FEBEAPÁ no Brasil de hoje, aqui vai esta informação para os evangélicos fanáticos que creem numa cura gay:
“O professor Raul Pitanga, com setenta anos de idade, anuncia algo assombroso: conseguiu descobrir a cura para o homossexualismo. O professor vai comparecer nos próximos dias à Academia Brasileira de Medicina para explicar que o homossexualismo é uma doença curável. […]
O professor septuagenário tem toda razão. O problema é a recaída”.
Então completaria Stanislaw Ponte Preta para os novos livros didáticos: e foi proclamada a escravidão.
*Vermelho http://www.vermelho.org.br/coluna.php?id_coluna_texto=9743&id_coluna=93
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Stanislaw.....impagável!
Gostei do post. Adoro o escracho leve, sutil. Dá pra esculhambar sem esbravejar, espumar a boca e azedar o figado.
Realmente Wilson, o
Realmente Wilson, o escracho leve e sutil ao qual se refere, era aplicado pelo impagável Stanislaw nos anos de vigência da "abrilada redentora" de 64. Alí, isso ainda era possível. Lembre-se que a gorilada, embora também tosca, cumpria com disciplina, a vez, na fila do rodízio para ocupar o Palácio da Alvorada. Ao menos, o comando era exercido por portadores de 4 estrelas estampada em flandre, sobre a lapela. Sendo que alguns deles, ainda sonhavam com os tempos em que recebiam ordens diretamente dos comandantes Yanques para matar "os alemão." Diferente dos estrelados atuais. Gajos que nunca se defrontaram com um fardado estrangeiro. Não se sabe, que diabos representam tantas medalhas...
Além do mais, estima-se que os ditos cujos carregavam dois a 3 neurônios saudáveis protegidos pelo quepe de general. Afora, o ridículo monte de bugigangas dependurados no peito à guisa de condecorações. Adereços, via de regra fake, que ainda assim, é o encanto de generais e correlatos da república dos bananas verde-amarelado.
Agora não. Temos uma ruma de cascas-grossas oriundos do baixo-clero. Outros, um bando de "malacheia$ insaciávei$," recrutados e treinados nos dep. de compras e vendas dos $upermercados da Fé.
Até ator pornô, professora pombagira e ministra-pastora do "Meu Pé de Araçá - Goiaba" completam o elenco de cantantes da Ópera Buffa. Direção do capitão do mato bolsal-nato & filhosl. Desafortunadamente, para deleite e gozação Internacional.
Finalmente, temos os fardados, da ala dos aposentados de pijama verde-oliva. Estes, os mais sôfregos, pois, mesmo enferrujados e apoitados em algum estaleiro falido, ainda gritam. Como observou-se durante a presepada da posse do ex-capitão. Ouviu-se o tonitruante e valentão vice Mourão. O papai generoso, se esgoelava berrando feito um boi ariano.
Orlando
O feabeapa não tem fim aqui
Eu acho que o Sergio Porto ficaria Lo-u-co com o Brasil dos Bolsonaro. Eh tanta matéria para o seu Febeapa, que ele iria precisar de muito mais espaço nos jornais... Isso se o Bozo não mandasse prendê-lo por atos comunistas e subversivos.
Era muito irônico e sutil
Será que iriam entender?
Henfil também tinha charges ótimas
Totalmente atuais, inclusive as de Lula.
Em 4 anos, Eduardo Bolso aumentou seu patrimônio em 432%
"A prosperidade de alguns homens públicos do Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso do nosso subdesenvolvimento". - Stanislaw Ponte Preta
Olha aí a exponencial evolução patrimonial dos Bozos:
O candidato à Presidência da República pelo PSL, Jair Bolsonaro, 63, está no terceiro casamento e tem cinco filhos. Três são políticos e dois deles são candidatos nas eleições de outubro: Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), 37, candidato a senador pelo Rio de Janeiro, e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), 34, candidato à reeleição. Os três políticos da família tiveram uma evolução patrimonial elevada nos últimos anos, de acordo com a declaração de bens apresentada ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Jair Bolsonaro ampliou os bens em 168% desde 2006; Eduardo, 432% desde 2014, e Flávio, 55% desde 2010. Os integrantes da família ampliaram o patrimônio basicamente com a aquisiçã de imóveis: casas e apartamentos. A reportagem do UOL entrou em contato com os políticos e também com o PSL, mas não obteve retorno até a publicação. Eleito pela primeira vez deputado em 2014, Eduardo Bolsonaro declarou à Justiça Eleitoral, naquele ano, patrimônio de R$ 205 mil, o equivalente a R$ 262 mil hoje (em valores corrigidos pelo IPCA, índice oficial de inflação). Neste ano, o candidato declarou possuir bens que totalizam R$ 1,395 milhão, expansão de 432% no período.
Declaração de Eduardo Bolsonaro ao TSE
Há quatro anos, Eduardo Bolsonaro declarou ser dono de apenas dois bens: um apartamento (R$ 160 mil) e um veículo (R$ 45 mil). Agora, o patrimônio do parlamentar ainda inclui depósitos bancários, aplicações financeiras e um apartamento de R$ 1 milhão.
Já o deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), quando eleito pela primeira vez em 2010 para a cadeira que ocupa na Assembleia Legislativa fluminense, apresentou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 690,978 mil, o equivalente a R$ 1,124 milhão em valores de hoje. Este ano, o candidato ao Senado apresentou patrimônio de R$ 1,742 milhão, um montante 55% maior. O patrimônio declarado à Justiça Eleitoral do candidato a presidente pelo PSL aumentou 168% desde 2006, quando reelegeu-se deputado federal pelo Rio de Janeiro, de acordo com os dados disponibilizados pelo TSE. O patrimônio de Jair Bolsonaro (PSL-RJ) pulou de R$ 433 mil, o equivalente a R$ 851 mil hoje, para R$ 2,286 milhões. Os bens do deputado apresentados este ano à Justiça incluem cinco casas no valor de R$ 1,384 milhão. Em 2006, Jair Bolsonaro apresentou somente um sala no valor de R$ 73 mil.
https://noticias.uol.com.br/politica/eleicoes/2018/noticias/2018/08/20/filho-de-bolsonaro-aumenta-patrimonio-em-432-em-4-anos.htm
Já o filho do Mourão, em 4, vai quintuplicar a sua fortuna. Governo meritocrático e traz-parente.
Já o Queiroz é um cara de negócios, que sabe fazer dinheiro e tomar emprestado dinheiro.
Lalau é fantástico!
Tanto os 03 volumes do FEBEAPÁ, mais focados na política, quanto os outros : "Tia Zulmira e eu", "Rosamundo e os outros", "Primo Altamirando e elas" e "Garoto Linha-dura", mais focados nos costumes e na sociedade.
prova de que a burrice e os
prova de que a burrice e os paradoxos são características
das eras comandadas politicamente pela direita...