Demagogia, o fruto podre do junho de 2013

Por Diogo Costa

A FINA FLOR DA DEMAGOGIA BARATA – Há um vírus inoculado no Brasil, o vírus da demagogia barata. Esse vírus destrói a sanidade de homens e mulheres, independente da posição política dos mesmos.

Quando inoculados pelo vírus da demagogia barata, essas pessoas passam a ter os sintomas da classe média ainda mais escancarados: irritação, impaciência, raiva de tudo e de todos, etc.

E passam então a acreditar em juras vãs de demagogos que prometem escadinha de ouro até o céu, gratuidades a mil pelo Brasil, fim de todo e qualquer imposto e, ao mesmo tempo, um serviço público de primeira categoria.

Ou seja, querem a carga tributária da República Democrática do Congo e serviços públicos a la Dinamarca!

Vejamos o caso das passagens de ônibus em São Paulo: o último aumento havia sido feito em janeiro de 2011, ainda no governo de Gilberto Kassab (a passagem foi de R$ 2,70 para R$ 3,00).

Em janeiro de 2015, portanto, 04 anos depois, e repito mais uma vez: 04 anos depois; vou repetir novamente, 04 anos depois, o prefeito Fernando Haddad autorizou o aumento da passagem de R$ 3,00 para R$ 3,50.

A passagem dos ônibus em São Paulo ficou, como é evidente, congelada durante 04 anos.

O aumento feito agora, em janeiro de 2015, depois de 04 anos de congelamento, foi de 16,6%. A inflação acumulada no mesmo período foi de 27,0% e o salário mínimo aumentou 54,5% (R$ 510,00/dez. 2010 – R$ 788,00/jan. 2015).

O aumento feito neste ano de 2015 é inferior aos aumentos da inflação e do salário mínimo nos últimos 04 anos.

O que é inacreditável é que algumas pessoas querem o melhor transporte público do mundo, com pontualidade, com ar condicionado, com linhas mais rápidas e frequentes, mas imaginam que isto não tem custo algum.

Evidente que se deve lutar por tarifas menores, mas é preciso apresentar alternativas. Não basta ficar na demagogia barata. Municipalizar a distribuição da arrecadação da CIDE, por exemplo, apesar de ser uma medida ainda insuficiente, poderia ajudar a subsidiar as passagens.

Esse vírus da demagogia barata, que quer tudo ou nada, que quer gratuidades sem apontar receitas e despesas, que quer tudo ontem ou hoje e nunca amanhã, começou em junho de 2013.

Ou o Brasil se livra dos demagogos ou os demagogos livrar-se-ão, dentro em breve, dos avanços sociais que foram conquistados nos últimos anos.

 

Redação

41 Comentários

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  1. Há uma contaminação, quase
    Há uma contaminação, quase uma infecção, a distorcer a compreensão e visão dos fatos e das situações cotidianas. Os que criticam severamente o Bolsa Família, preparam seus filhos para o Ciência sem Fronteiras. Os que reclamam do Mais Médicos, todo mês vão buscar seus remédios subsidiados no Farmácia Popular. Os que defendem o livre mercado, vão aos bancos públicos em busca de subsídios governamentais. A menção a junho de 2013 me fez lembrar o pessoal “inconformado” com as mazelas governamentais que pediu uma “verbinha” para pagar os cinegrafistas que registravam à epoca as “manifestações”. É a mídia exigindo a liberdade de expressão a veicular, seletivamente, o que lhe apraz e a calar, por pressão, quem a esteja ameaçando. E os governos apanhando – em várias situações com razão, é claro! Mas este mimimi, quando gratuito e baseado em interesses difusos, é prejudicial à construção da cidadania. Acaba virando um “farinha pouca, meu pirão primeiro” ou “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”… Para coroar, delação premiada e domínio do fato. Esgarçamento total….

    1. Pois é Anna, concordo com seu

      Pois é Anna, concordo com seu comentário, porque conheço pessoas da classe média alta, que entrou na Universidade Federal e foi contemplada com a Bolsa do Ciência Sem Fronteira e simplismente odeiam o PT e amam o PSDB. Demagogia total.

      1. Eu também conheço, e
        Eu também conheço, e reclamam fortemente a existência das cotas e os programas de financiamento estudandil que “inundaram o nível superior com ‘este tipo de gente'”. Eu fico com vergonha por estas pessoas…

    2.   Isso porque ainda é muito

        Isso porque ainda é muito comum uma certa mentalidade de criança mimada, que faz traquinagem mas tem a cama arrumada por mamã.

        Está imbuída na mente brasileira a ideia do privilegio: a vantagem que não precisa ser de todos, só dele(a), direito pessoal que não tem a contrapartida do dever.

      1. Por ocasião da posse dos novos governadores, comentei ainda…
        Quando lemos sobre as transições de governo no Brasil, parece estarmos assistindo a um filme de sessão da tarde sobre nossa colonização, sobre nossa história pregressa, aquela que aparentemente foi-se há séculos.  Mas não. Ela está em nós. Nas gavetas que são limpas a cada troca de governo, nos papéis destruídos, nas heranças e armadilhas deixadas para prejuízo do sucessor (adversário, claro!).  Pois desde aqueles tempos, cuidamos de nossas vidinhas, de apaniguar os amigos e prejudicar os inimigos:  o público é nosso, o público é privado; utilizemo-nos dele pois está a nosso serviço. E quando deixarmos de usufruir dele, façamos um bom estrago para que o sucessor não possa usufruir como nós … Este é o retrato, simplista, deste atavismo que carregamos e que como os traços da escravidão secular vivida por nós (e que ainda há nestas paragens, não tenho dúvida) nos habita e aflora em nossas atitudes.  Está por toda parte: nas carteiradas, na corrupçãozinha do guarda, na caixinha, no elevador para os empregados domésticos …  Precisamos nos livrar disto. Precisamos encontrar força para nos livrarmos disso e tornarmos nossa vida social mais leve, mais simples e mais justa.

  2. Há uma questão ainda nessa

    Há uma questão ainda nessa discussão que parece ser bem hipócrita.

    Geralmente as pessoas mais pobres, visto o preço dos imóveis e aluguel na capital, acabam por morar em cidades da região metropolitana, o que dependendo da localidade dista 13, 15 kms do centro de SP. (Por comparação, há bairros na capital que distam 30, 40 kms da Praça da Sé.). Ou seja o morador de uma cidade da região metropolitana pode morar mais perto do centro de SP, mas por estar em outra cidade é atendido pela EMTU (governo do Estado) e paga muito mais.

    Nesse caso o usuário de ônibus intermunicipal já pagava 3,50 desde 2013. Atualmente o valor começa a partir de 4,10 e vai aumentando dependendo da linha.

    Há, portanto, muitas distorções no transporte publico, muitas delas muito mais graves e urgentes do que o valor de 3,50..  

    1. Nessa situação, os

      Nessa situação, os governantes deveriam investir mais na melhoria e expansão do transporte metropolitano sobre trilhos, que é mais rápido e tem menor custo operacional. Mas se depender do PSDB, essas pessoas mais pobres podem esperar sentadas.

    2. Marcos

       Mas raciocinar dá um “puta trabaião”. Melhor mesmo é sair à rua caçando alguem do PT para ser o Judas. Apesar de muitos terem ficado empolgados com os novos jovens participantes de Junho/2013, jamais fui na conversinha deles. Se não passassem de uns programados não atuariam somente contra um único partido, justamente e principalmente na grande capital da Bufunfa Tucanóide .

  3. O problema tem nome e endereço

    Chama-se Mídia! A população brasileira é ignorante e precoceituosa social e política e não sabe interpretar textos. Leem a primeira página dos jornais coladas em banca de revistas, folheam a revista veja em consutórios médicos e assistem e muito TV e se avaliam bem informadas. O jornal nacional é o mantra desta turma. Vão agora para Brasilia neste final de semana para pedir a cabeça da Dilma, a Geni, mas não sabem que a corrupção da Petrobras vem desde os militares e que outros partidos tem maior involvimento que o PT. Não se preocupam com o maior desastre social brevemente a explodir no maior município brasileiro e região por total incompetência gerencial na manutenção da água. Não importam que somente o metrô de SP apresenta um escândalo em maiores proporções econômicas que o da Petrobras e com o mesmo DNA político. Enquanto o PT tinha ganhos extraordinários sociais e econômicos, o teflon permitia ao PT ignorar a mídia e confiar no controle remoto. Porem ao menor sinal de crise, o controle remoto foi para o saco. Afinal, ser chamado durante 12 anos de corrupto e não reagir influencia a maioria dos tontos brasileiros. E a Dilma, infelizmente, não tem a aptidão e jogo de cintura política do Lula. Agir como avestruz e sumir mês inteiro do povo brasileiro em momento crítico não ajuda em nada. O impeachment está sendo gerado no congresso brasileiro. E como a Dilma reage? Desaparecendo da vista dos brasileiros, tomando atitudes nada populares na área econômica e gastando regiamente com a imprensa brasileira. 

    1. Perfeita sua análise Ulisses,

      Perfeita sua análise Ulisses, realmente acreditar que fazendo a política social que fez e faz seria salvo conduto para governar é não enxergar o poder destrutivo da mídia golpista que se alimenta de dinheiro público, via publicidade e desfere golpes mortais contra esse mesmo governo, diuturnamente. Fechar os olhos para isso é dormir com o inimigo e acreditar no milagre de ser protegido pelos deuses.

  4. Tarifa Zero: Onde e Por Que É Possível

     

    Objetivos

    – Mobilidade para todos;
    – Limitar o número de veículos em circulação na cidade;
    – Reduzir a contaminação do ar;
    – Reduzir os acidentes de trânsito;
    – Permitir uma melhor mobilidade para os moradores de baixa renda;
    – Tallinn tem o objetivo de ser conhecida como “A Capital Verde” da Europa em 2018. 

    Cronograma

    Março de 2012: Plebiscito para decidir se alterava o sistema de transportes. Cerca de 20% dos eleitores locais participaram e a proposta de gratuidade venceu por 75%;

    Janeiro de 2013: Implantação do Projeto.

    Resultados

    – Nos primeiros quatro meses:

    * O uso de transporte público subiu 14% e o de carros caiu 10%;

    * Houve uma redução de acidentes de trânsito de 15%;

    * 75% dos cidadãos de Tallinn estão felizes com a iniciativa;

    * 50% dos cidadãos de Tallinn já utilizaram o serviço.

    – Tallinn comprou 70 novos ônibus e 15 novas linhas de bonde;

    – Outras iniciativas de pelo mundo: Aubagne (França), Hasselt (Belgica), Chengdu (China), Paulínia, SP (Brasil).

    Instituições envolvidas

    – Prefeitura de Tallin

    – Royal Institute of Technology, Stockholm

     

     

     

    http://www.jornalggn.com.br/blog/antonio-ateu/tarifa-zero-onde-e-por-que-e-possivel

  5. E bota demagogia barata nisso

    E bota demagogia barata nisso tudo.  Não é só em São Paulo e por causa do ônibus,  domingo vão para a frente do Congresso pedir o impedimento da Dilma.  É um movimento orquestrado por pessoas que não colocam a cara na linha de frente. Querem tirar a Dilma e quem assumiria a presidência? O PMDB através do Temer, ou querem dar um golpe completo e assumir o segundo colocado,  o neobarbudinho Aecio? Em qualquer circunstância o PMDB será o grande contemplado,  no primeiro caso ganharia de presente sem esforço algum uma presidência para chamar de sua, chantagear e roubar, não agora a presidência,  mas diretamente o Brasil e seu povo. No segundo caso, se o PSDB ganhar de presente o comando da Nação,  o PMDB continuaria onde sempre esteve,  parasitando o governo.  Então,  tirem a Dilma e ganhem um Temer e sua escola de samba de presente. 

  6. E ainda tem…

    E ainda tem UMA CERTA ESQUERDA que não sabe fazer conta de somar e acha que simplesmente negar uma dívida, como a grega, vai resolver todos os problemas.

    Não mesmo.

    A matemática é lei da natureza.

    E “não existe almoço grátis” é lei da economia.

  7. Solução simples tanto para

    Solução simples tanto para direita quanto para (a tal) esquerda

    para por fim a tanta hipocrisia e demagogia:Tirem o PT do poder!

    Tudo volta ao normal,teses, discursos e o “sonhar”.Alguem viu 

    o Alckmim por ai?60% de votos  é muito acima da inflação …

    além dos 3,50!Manifestar-se é um ato nobre que nem sempre

    considera a razão.Passo livre.

  8. É assim… movimento popular

    É assim… movimento popular contra a oposição é legítimo…

    Movimento popular contra nós é demagogia….

    Totalmente defensável…

    1. Como diria meu pai : “É um

      Como diria meu pai : “É um “besta quadrado” mesmo ! Não sei o significado, mas imagino que se enquadre perfeitamente neste  senhor, pela forma como ele dizia e a expressão do rosto. Só rindo mesmo deste RANHETTA . KKKKKK

  9. Triste mesmo é constatar que

    Triste mesmo é constatar que tem muita gente incorporando essa demagogia barata, sintetizada na exaltação à moral & bons costumes de fachada. São as pessoas que preferem viver num mundo de imensas desigualdades, para praticarem sua “caridade”, dormirem sossegadas e, como bônus, continuarem a se sentir diferenciadas. Lutar para tornar realmente público o que deveria ser público desde sempre é um direito, quase um dever. Mas precisamos enxergar um pouco além do aqui e agora. E gostaria de aber qual segmento social estaria disposto a abrir mão de alguns privilégios, de ter sua carga tributária aumentada em benefício da sociedade como um todo.

  10. Mas que R$3,50 é um roubo, não resta dúvidas…

    O prefeito politicamente lucraria muito mais reduzindo para todos, 500 mil beneficiados pela gratuidade num universo de 11 milhões de pessoas é ridículo, não é possível que o Haddad acha vantajoso. A prefeitura está punindo um grande contigente de pessoas que não são carentes para merecer a gratuidade, mas também não são endinheirados. Bilhete Único também não é essa maravilha, vale a pena para quem usa o transporte constante (a minoria dos usuários).

    O MPL tem muita influência dos empresários ligados a Marina Silva. Querem a Tarifa Zero por razões ambientais e pelo “custo Brasil”, já que com a gratuidade o Vale-Transporte seria extinto, como o estado é ausente nessa área empresários gastam até 20% da folha de pagamento para prover transporte a seus funcionários (o que é muito alto). Não vejo membros do MPL defendendo a estatização dos transportes municipais, especialistas são unânimes ao afirmar que com empresas privadas a Tarifa Zero seria uma caixa preta com o dinheiro do contribuinte.

    Apesar de eu ser favorável as empresas públicas no transporte não vejo a Tarifa Zero com muita empolgação, sou a favor da tarifa paga (porém com um preço muito menor), com a gratuidade o poder público teria que fazer um grande investimento para manter o sistema com qualidade e teria que tirar dinheiro de outras áreas prioritárias.

  11. as reivindiações são

    as reivindiações são justas,

    mas o que acho inacreditável e bobo é  que  os manifestantes

    não tenham consicencia política para apoiar  o partido

    que pderia resolver a situação.

    ou apoiar o prefeito, cuja história mostra que poderia inclusive zerar a tarifa,

    desde que obtivesse apoio suficiente da massa para efetivar

    receitas que adviriam dos mais ricos e de outras fontes já sugeridas..

  12. O maior problema dos sistemas

    O maior problema dos sistemas de transportes das grandes cidades brasileiras é quem os administra, basicamente empresas em regime de concessão que formaram máfias para defender seus domínios. O problema do preço dos transportes passa pela mudança desse modelo.

  13. Demagogia é esqueer de dier

    Demagogia é esqueer de dier que São Paulo terá a passagem mais cara do mundo em horas necessa´rias de trabalho para pagar.

    Demagogia é esquecer que o prefeito de Maricá-RJ, do PT, está implementando Tarifa ero.

    Demagogia é lutar para que orçamento vá para os ricos e não para os trabalhadores.

    1. Leo V, onde voce estava

      Leo V, onde voce estava quando o Haddad foi massacrado por tentar implementar o IPTU progressivo? Lembre-se que essa medida estava no projeto da Erundina como forma de bancar o passe livre

  14. Governo prefere aumentar

    Governo prefere aumentar transporte a taxar donos de iates e jatinhos

    http://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2015/01/27/governo-prefere-aumentar-transporte-a-taxar-donos-de-iates-e-jatinhos.htmLucio Gregori

    Lucio Gregori

    Especial para o UOL27/01/201506h00  

    O governo recentemente anunciou aumentos da Cide e do PIS/Cofins da gasolina, do IOF em empréstimos e financiamentos para pessoa física, ajustes em benefícios – como seguro desemprego -, e aumento na taxa de juros (de 11,75% para 12,5 %).

    Com essas medidas, o ministro da Fazenda diz ser necessário cortar subsídios. Convém lembrar que há subsídios e subsídios, como diria o conselheiro Acácio, personagem de “O Primo Basílio”, de Eça de Queiróz. De quais subsídios fala Joaquim Levy?

    Em Davos, ele declarou que “a maioria das pessoas no Brasil está preparada para pagar por serviços”, tendo acrescentado: “as manifestações de 2013 pediam um governo melhor, e não um governo maior”.

    Será que o ministro entendeu mesmo a voz das ruas? Por que os bancos, os milionários, as altas rendas, as grandes fortunas, as heranças volumosas, os iates e os jatinhos não sofrerão ajuste tributário?

    Ao mesmo tempo, hoje (27) deverá ocorrer uma quinta manifestação do MPL (Movimento Passe Livre), em São Paulo, contra os reajustes de tarifas do serviço de transporte coletivo e reivindicando maior subsídio para a tarifa. Ou será que são manifestações de uma minoria de brasileiros que não pode pagar por serviços públicos, usando o mesmo raciocínio do ministro?

     

    Carlos Barretta/Folhapress Lucio Gregori fala em aula aberta organizada pelo MPL, em junho de 2013

    O leitor pode se perguntar por qual razão interligo essas duas notícias e a resposta é simples. Eles são a evidência de que em nosso querido Brasil certas coisas caminham rapidamente e outras não. Parece até trocadilho, já que o assunto do texto é mobilidade urbana.

    O mês de junho de 2013 explicitou que a questão da mobilidade e do transporte público é uma ampla disputa política. Tal disputa também envolve novas formas de participação da população, além do voto e de captação de recursos para o Estado, que possam garantir serviços públicos de efetivo acesso universal e de boa qualidade, algo que envolve subsídios.

    Assim é em países como Argentina, Chile, México, China, França, Alemanha, Espanha, EUA etc, nos quais o nível de subsídios para a tarifa do transporte público pode chegar a até 60%. No Brasil é de cerca de 15%. Dessa forma, em Buenos Aires trabalha-se 2,6 minutos para pagar uma tarifa e, em Paris, 4,5. Já em São Paulo, uma tarifa é paga com 13,3 minutos de trabalho.

    Estudos sobre a tarifa

    Em 2013, a presidente Dilma chamou os jovens do MPL para ouvir suas demandas e eventuais sugestões. O Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) fez, pelo menos, dois estudos com propostas sobre a questão; a Frente Nacional de Prefeitos fez um conjunto de propostas com o objetivo de subsidiar as tarifas dos transportes urbanos e o projeto do Reitup (Regime de Isenções Tributárias no Transporte Coletivo Urbano) foi votado no Congresso Nacional e sancionado pela Presidência. Alguns “especialistas” estimavam uma redução na tarifa de até 15%.

    Enquanto isso, a prefeitura de São Paulo e a Unica (União da Indústria da Cana de Açúcar) pediram à Fundação Getúlio Vargas um estudo sobre a Cide e os subsídios à tarifa de transporte público. De acordo com o estudo encomendado, no caso mais extremo, com aumento da Cide em R$ 0,50 e com o total do tributo revertido para o subsídio às tarifas no território nacional, teríamos cerca de 68% da tarifa subsidiada.

    Sendo assim, como o preço do transporte coletivo entra no cálculo inflacionário, esse decréscimo nas tarifas resultaria em uma queda de 1,1 ponto na inflação. Nesse caso, a tarifa atual, de R$ 3,50, cairia para cerca de R$1,12.

    Além disso, a Câmara Federal aprovou a PEC 90, da deputada Luiza Erundina, que torna o transporte um direito social nos termos do artigo sexto da Constituição. E a sua sequência, a PEC 74, aguarda que seja colocada em votação pelo presidente do Senado.

    Vários movimentos sociais e populares fizeram propostas na mesma direção das institucionais listadas acima. É o caso, por exemplo, do movimento Mobilidade Brasil, que criou propostas envolvendo mudanças tributárias sobre combustíveis – que diferem da Cide. O movimento também propõe mudanças sobre o IPVA, estendendo-o a helicópteros, iates e jatinhos, e a criação de outros impostos, a exemplo de um sobre grandes fortunas.

    E então, o que aconteceu? Praticamente nada. E quando acontece algo efetivo, por exemplo no caso da Cide, passa ao largo das reivindicações da Frente Nacional dos Prefeitos. E muito mais longe ainda daquelas da voz das ruas.

    A impressão é de que os governos se tornaram gerentes. A palavra gestor é usada e substitui a ideia de governo que governa. E na democracia se deve governar segundo a vontade da maioria da nação.

    Pensando bem, quem está fazendo política para valer no país é o MPL, reivindicando politicas de governos, e não de gerência. O resto parece estar “gerenciando”, resta saber para quem.

    1. Este artigo de Lúcio Gregori

      Este artigo de Lúcio Gregori (secretário dos transportes de Erundina, quando prefeita de São Paulo pelo PT) responde, com sobras, às grosseiras indagações de Diogo Costa. Não foi elevado a post, é certo, pois mostra que o governo Dilma e o prefeito Haddad fizeram opções, e não são aquelas apontadas pelos movimentos sociais e que poderiam levar a queda dos valores das passagens. 

  15. Preço das passagens

    Nassif,

    O comentário é o retrato da sociedade brasileira, que se gostava de reclamar dos governos, de uns tempos prá cá passou a adorar.

    É quase impossível ouvir alguém elogiando um governo, seja ele municipal, estadual ou federal, ou seja, todo este patropi deve ser o cocô do cavalo do bandido, de acordo com a opinião da sociedade sempre revoltada. Só tem um probleminha, que não se aplica ao motivo do post- esta mesma sociedade detesta, não quer nem ouvir falar em fazer a sua parte, nem explicar aos filhos que estudar vale a pena ela consegue fazer.

    Sobre o ajuste no preço das passagens, o critério faz parte do contrato de concessão daquele serviço, portanto, tem que ser cumprido. Uma parte significativa das pessoas não pode falar nada, pois utiliza o vale-transporte, e dos quem pagam, 99% deles teve ajuste salarial em % superior ao concedido aos ônibus, por isto não compreendo a lógica da reclamação.

    Brasileirinho nunca conseguiu compreender este tal de cumprir contrato, pois se compreendesse não faria tanto oba oba.

    Ao menos no RJ, não é que saiam nos jornais e televisão, mas as pessoas podem saber a respeito de determinadas cláusulas dos contratos de concessão, e sem eles, já vi o resultado no governo de LBrizola, o caos perfeito, canibalização, uma zorra inteiramente fora de controle.

    Quanto às concessões, seria bom que se tomasse providências para evitar o tradicional cartel, criar um espaço para a chegada de novas empresas, pois ficar na mão de uma ou duas delas é um absurdo.

    Transporte do poder público pode vir a funcionar em municípos pequenos e médios, em grandes municípios é sonho delirante, e aquele prefeto que resolver se aventurar, aprenderá o que é bom prá tosse. 

     

  16. O “Jênio” da contabilidade

    O “Jênio” da contabilidade poderia explicar porque o Brasil tem uma das passagens urbanas mais caras do mundo. Mostra a conta ai pra gente. Será que os salários na França e na Argentina são maiores que no Brasil?(KKKKK, só rindo!)

     

    1. Tarifas
      Andre,
      A tarifa de ônibus daqui é o inverso, isto é,das mais baratas do mundo, basta você querer pesquisar.
      No caso do metrô é a mesma coisa, à exceção de Buenos Aires,onde, apesar de as gratuitades serem bem mais reduzidas que as daqui, o preço normal é bem mais baixo.

      1. Vergonha defenderem o asqueroso transporte privatizado no Brasil

        Existem pessoas de “esquerda” que se prestam a tanto. Fazem isto, porque um movimento social da juventude os desafiam; como ao partido que eles apoiam  falta a coragem de estatizar o que passou da hora de ser estatizado, o transporte coletivo urbano, porque morrem de medo das editorias dos jornais reacionários e porque querem ficar de bem ideologicamente com os neoliberais, que os rejeitam, então sobra atacar a juventude rebelde; é tudo birra de velhos decrépitos. É só comparar o custo da extorsão com o salário mínimo para se ver o quanto é vergonhosos defender tal indecência:

        Fonte: http://www.mobilize.org.br/estatisticas/29/tarifa-do-metro-em-cidades-do-mundo.html

        Compare com a lista de salários mínimos por país em base anual:

        Argentina $7384

        Brasil  $3865

        Chile   $5432

        Espanha  $12860

        Estados Unidos $15080

        França  $17563

        Japão   $11027

        Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_sal%C3%A1rios_m%C3%ADnimos_por_pa%C3%ADs

        PS. Existem trocentas facilidades aos residentes ou mesmo turistas nos demais países citados, que nem de longe são oferecidas aqui no Brasil.

        1. terra brasilis

          Esta é a última vez que te dou atenção.

          Considero você um boçal ( a recíproca deve ser verdadeira, o que prá mim é totalmente indiferente), pessoa que não aceita aceita ser contrariada, mesmo diante de argumentação que não consegue contraditar. Debate em blog não é prá funcionar desta maneira, é pra se ter a oportunidade de dialogar, hábito que você certamente desconhece.

          Fique você do jeito que é, e também com a última palavra, bye 

          E viva o brasil terra brasilis

           

          1. Mas há uma diferença.

            Eu provo que você é boçal e mentiroso. Pessoa  que não aceita ser contrariada é você, que pediu para pesquisar (“basta você querer pesquisar”) e eu rapidamente pesquisei. Mostrei os dados da pesquisa, eles comprovam que não há somente a “exceção de Buenos Aires”. Fiz a comparação também com os salários mínimos, para demonstrar o tamanho da tragédia do transporte público no Brasil. Você não apresentou argumentação nenhuma, apenas deu um palpite sem fundamentos, sem base de dados que o comprove.

  17. Não é só demagocia, Diogo. É

    Não é só demagocia, Diogo. É irresponsabilidade também. Os “adolescentes” do MPL fizeram vista grossa quando o pig intrumentalizou o movimento deles. Deixaram plaboys engrossarem os atos, com suas bandeiras facistas, tudo para fazer número. Usando como desculpa a falácia da tal “horizontalidade”.

  18. será ingenuidade?

    O MPL novamente está sendo usado pelo PIG/oposição.

    Nos jornais, as manifestações são contra o aumento e querem tarifa zero pros ONIBUS. Pro metrô não… será que não percebem que estão servindo de instrumento da direita raivosa assim como foram usados em 2013?

     

    Não concordo nem um pouco com tarifa zero, porém acho que o MPL tem todo o direito de pedir e até de lutar por isso. Mas será que não é hora de rever os métodos? Ou eles pensam que quando a direita voltar a ‘reinar’ sozinha no poder, haverá passe livre?

  19. Mais um pouco, o Diogo Costa vai chamar de demagogia…

    … movimentos de trabalhadores por ganhos reais nos salários. Principalmente se forem greves de funcionários públicos onde o PT governa. Incrível, doze anos de governismo fez do PT um partido anti-movimentos sociais, voltou-se contra a base que deu origem ao partido, a não ser quando esses movimentos demostram o mais rasteiro peleguismo, como a CUT e, infelizmente, o MST ( falta muito pouco para o Stédile aparecer abraçado com a “companheira” Kátia Abreu, com o Caiado será só uma questão de mais tempo). 

    Aqui no blogue, qualquer matéria relacionada à causa indígena, aos atingidos por barragens, dos movimentos ambientalistas, os manifesto do Cimi e das das base populares católicas, recebem imediata desprovação do petismo militante da casa; os caras abraçam os projetos colonialistas que a ditadura sustentava para a Amazônia e o Cerrado. Os latifundários viraram heróis nacionais no imaginário neopetista; as multinacionais que se expandem na Amazônia são o seu novo símbolo do ‘progresso’.

    Entre os movimentos sociais e os financiadores de campanha, oPTou-se pelos últimos e andam por aí se chafurdando em episódios de ‘desvio de dinheiro público’ (para não dizer corrupção). Ataca-se abertamente movimentos e causas sociais, o MPL não é exceção, basta para isto eles fugirem do controle da máquina do petismo ou dos seus propósitos. É visível, o petismo está morrendo entre a juventude, lugar onde o partido retirava sua força nos 1980, não se vê mais o mesmo partido com a alegria nas ruas; o típico quadro de ‘renovação’ do partido atual anda por volta dos cinquenta anos. Aos poucos está virando um partido de velhos, com as degenerescências que a velhice traz para o corpo, mas que os pobres de espírito insistem em carregá-las para a alma.

  20. Para quem recebe, não importa de onde o dinheiro venha

    O foco primeiro seria discutir até quando as prefeituras dos centros urbanos continuarão reféns das concessionárias. Importante saber também quem pagará pela tarifa zero (que de fato não existe, pois saíra do orçamento público). Para as concessionárias, tanto faz de onde sai o dinheiro.

    Na maioria dos grandes centros urbanos do mundo desenvolvido o transporte público é estatal em sua quase totalidade.

    Que ao menos uma parte do transporte público volte a ser estatal (esqueceram que já foi, ou não sabem?), que as caixas pretas das concessões sejam abertas e que não se apure somente. Que sejam tomadas as providências para punir as empresas que não respeitaram o contrato, que não põem na rua o número de onibus fixado.

    Que os nossos onibus deixem de ser derivados de chassis de caminhão, com motores diesel obsoletos e poluidores.

    Gado hoje, é transportado em condições melhores que os passageiros de determinadas linhas. 

     

     

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