Cabral pede desculpas aos parentes de mulher arrastada por viatura policial

O governador do Rio, Sérgio Cabral, pede desculpas à família da auxiliar de serviços gerais Claudia da Silva Ferreira, baleada durante operação policial no Morro da Congonha e arrastada por uma viatura da PMTânia Rêgo/Agência Brasil

O governador do Rio, Sérgio Cabral, pediu desculpas hoje (19) à família da auxiliar de serviços gerais Claudia da Silva Ferreira, baleada durante operação policial no Morro da Congonha, em Madureira, na manhã do último domingo (16), e que teve o corpo arrastado por mais de 300 metros preso no porta-malas de uma viatura policial.

O pedido de desculpas ocorreu após o governador ter recebido no Palácio Guanabara parentes e amigos de Claudia, em companhia do secretário de Estado de Assistência Social, Pedro Fernandes. Segundo o secretário, o governador Sérgio Cabral prometeu apoio financeiro e psicológico à família.

“O governo se colocou à disposição para dar todo o suporte necessário, colocando à disposição da família psicólogos, assistentes sociais e inclusive Defensoria Pública, que vai ajudar no processo de adoção e guarda dos quatro sobrinhos que eram mantidos por Claudia”, disse Fernandes.

O viúvo Alexandre Fernandes da Silva disse que vai processar o estado pela morte de ClaudiaTânia Rêgo/Agência Brasil

O viúvo Alexandre Fernandes da Silva disse que pretende processar o Estado pelas condições em que a mulher foi morta. Acompanhado dos quatro filhos e dos quatro sobrinhos, que também eram criados por Claudia, ele pediu rigor por parte da polícia nas investigações sobre as circunstâncias em que Claudia foi baleada.

Para ele, é preciso mudar a mentalidade errônea alimentada por alguns policiais de que todo morador de comunidade é bandido. “Nada vai trazê-la [Claudia] de volta. Mas queremos que eles paguem pelo que fizeram. As pessoas de bem não podem pagar pelo mal. Existe esse conceito de que quem mora em comunidade é bandido e traficante. Mas esquecem que lá também existem pessoas trabalhadoras”, disse.

Presente ao encontro, Diego Gomes, amigo da família, também defendeu rigor nas investigações. Ele voltou a dizer que vizinhos, que estavam no local da ação policial, relataram que os policiais militares chegaram atirando.

“Nós pedimos ao governador que determinasse que a polícia se empenhasse nas investigações desde o momento da incursão policial, passando pelo momento em que os tiros foram efetuados, até os fatos que se seguiram com o corpo sendo arrastado pela viatura do 9º BPM [Batalhão da Polícia Militar]”.

Após a reunião no Palácio Guanabara, os parentes da auxiliar de serviços gerais foram para a sede da Polícia Civil, no centro da cidade, onde se reuniram com o chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, e o comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel José Luís Castro. Durante a reunião, a família questionou, mais uma vez, a operação policial no Morro da Congonha, que resultou na morte de Claudia.

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

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  • Enquanto  o Cabral pedia

    Enquanto  o Cabral pedia desculpas à familia, o MP liberada os algozes da dona de casa.

    O Cabral é demagogo, malandro, politiqueiro, está usando esta familia enlutada para ficar bem na foto com a população das comunidades.

    Mas não adianta, logo logo, a PM que ele comanda faz outra merda. E não vai demorar muito.

    Infelizmente !

  • muito pouco..

    muito pouco, muito tarde... fez joguinho pra aparecer no jornal nacional.

    nosso pinocchio don corleone do rio de janeiro.

  • Meu Deus, pr mais que o

    Meu Deus, pr mais que o Cabral seja tudo o que acham dele, não é crível que ele não esteja sendo sincero. Esse descacamento da pessoa depois que ela constroi a má fama é explicável, mas é preciso saber reconhecer que o gsto, apesar de pequeno, representa algo. A Polícia certamente vai fazer M mais vezes, e é chegada a hora da população idiotizada parar de apontar baterias para minúcias e apoiar o projeto de Policia Cidadão, com bons salários e menos truculências. Se tivr que usar fogo, que use, mas que haja mais na inteligência do que na força.

  • sei não

    de vez em quando bato o olho e acho que alguma coisa está torta.

    vocês não acham que o sofá onde estão os convidados teve as pernas serradas para por os convidados num nível inferior??

  • Demagogia e oportunismo

    Demagogia e oportunismo barato, se a família da vítima tivesse dinheiro era só contratar o escritório de advocacia da mulher de Cabral para pleitear uma fortuna em forma de indenização nas costas do estado.

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