Os sete anos da tragédia da Kiss, por Luiz Alberto Cassol

Os sete anos da tragédia da Kiss

por Luiz Alberto Cassol (*)

A cada 27 de janeiro, desde 2013, perguntas não recebem respostas. Esse silêncio, desumano e agressor, revela muito sobre o porquê da tragédia.

Qual o segredo da Kiss?

Como tamanho descaso com a vida?

Por que, em sete anos, não se aplicou a justiça?

Como se chegou até aqui?

Por que todas as pessoas envolvidas e apontadas pelo inquérito policial não foram julgadas cada uma dentro do seu devido grau de culpabilidade?

Por que a boate funcionou se ficou comprovado pelo inquérito policial que estava irregular?

Como agentes públicos não manifestaram publicamente o porquê o local estava aberto?

Como ainda muitas pessoas falam em fatalidade quando foi falta de vigor na fiscalização e ganância?

Como puderam processar três pais e uma mãe por quererem respostas?

Por que o prefeito da época não teve a atitude que se esperava dele diante da tragédia, pedindo publicamente desculpa em nome da cidade, para as mães, pais, sobreviventes e familiares?

Como pode mães, pais, sobreviventes e familiares que transformam luto e trauma em luta e solidariedade, não receberem o apoio irrestrito de toda a comunidade santa-mariense?

Por que Santa Maria não se transformou na capital nacional da prevenção e um exemplo nacional e internacional para que isso nunca mais aconteça?

Como não ser empático e solidário para com a causa das mães, pais, sobreviventes e familiares?

Como não abraçar cada mãe, cada pai, cada sobrevivente e cada familiar sempre que for possível?

Qual legado quando não se reflete verdadeiramente com tudo o que aconteceu?

Juízes, promotores, advogados, entes públicos, deem uma resposta digna de uma vez por todas!

(*) Luiz Alberto Cassol é cineasta e diretor do documentário Janeiro 27.

Redação

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  • "...Por que todas as pessoas envolvidas e apontadas pelo inquérito policial não foram julgadas cada uma dentro do seu devido grau de culpabilidade?" "...Como agentes públicos não manifestaram publicamente o porquê o local estava aberto?". O Brasil é a Pátria do ÓBVIO. E mesmo o ÓBVIO Nos parece de difícil compreensão. Os Donos da Boate Kiss no centro de Santa Maria / RS não construíram um Prédio. Quem construiu foi uma Empresa com seus Pedreiros e Engenheiros, de uma Planta aprovada por TODOS Órgãos do Estado, produzida por um Arquiteto capacitado para esta função. Prédio que apesar de aprovado, não tinha as PORTAS DE EMERGÊNCIA exigidos para esta função e capacidade de usuários. Prédio que apesar das exigências legais, não possui SISTEMA ANTIINCÊNDIO, nem BRIGADAS e PROFISSIONAIS para estas funções. Por que estes Jovens morreram? Porque entre a escuridão e a fumaça não sabiam nem tinham condições de acessar a saída do prédio. A maioria morreu pisoteada ou asfixiada, antes de conseguir abandonar a Boate. Quem eram os Responsáveis por exigir de Engenheiros, de Arquitetos, dos Construtores todos estes SISTEMAS DE SEGURANÇA que o Prédio não dispunha, mesmo com TODOS ALVARÁS E LICENÇAS de uma construção a poucos metros da Prefeitura da Cidade, em pleno Centro? Prefeito, Vereadores, Secretários, Engenheiros Municipais, Burocracia Municipal, Corpo de Bombeiros, CREA, Autoridades Estaduais, Autoridades Federais, Procuradorias e Promotorias destas Áreas da Construção Civil,....NINGUÉM FOI SEQUER CITADO NO PROCESSO. O Promotor de Justiça da Cidade agiu como Advogado do Poder Público. Depois promovido e realocado de suas Funções para outra região. O Prefeito da Cidade de Santa Maria, ao invés de responder o Processo já preso e esperando por Juri Popular, ganhou o cargo de Secretário de Justiça do RS. Será que isto é um soco muito fraco para as Famílias destas Vitimas? Acusarão os Profissionais da VALE no caso de Brumadinho. Mariana já foi jogada para o esquecimento. O ESTADO BRASILEIRO, de forma calhorda, é protegido pelo ESTADO DITATORIAL ABSOLUTISTA ASSASSINO ESQUERDOPATA FASCISTA. Condenarão Alguns Responsáveis, algumas Vítimas entre Eles, sem condenar os Verdadeiros Responsáveis? Pobre país rico. Mas de muito fácil explicação.

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