Coluna Econômica

A fase cruel das políticas públicas pós-2015 – cap 2, por Luis Nassif

Continuando nos estudos de ontem. Aqui, a composição do emprego em 2015 e agora.

Houve queda no emprego na Agricultura, uma queda pesada na Indústria 3 na Construção. A alta foi em setores de baixa qualidade de emprego, como Comércio e reparação de veículos, Transporte, armazenagem e correio e Alojamento e Correio e, especialmente, Administração Pública.

Há, igualmente, uma queda disseminada no rendimento do trabalho principal, indo de 2,1% de queda na Agricultura até 15,6% em Transporte, armazenagem e correio..

A massa de rendimento real aumentou em relação ao ano passado,  mas permanece abaixo de 2015.

Confira, também, que o percentual de Desocupação + Subocupação está em alta persistente desde 2015, desmentindo a história de melhoria de emprego com a reforma trabalhista.

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A face cruel e fracassada das políticas pós-2015, por Luís Nassif

Luis Nassif

Luis Nassif

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  • Quando um País não é dinâmico na evolução do seu próprio grau de desenvolvimento, procurando construir os meios de progresso em sua sociedade, abdicando de produzir e explorar o conhecimento que atenda aos seus interesses, dificilmente terá outro resultado. Se não há aumento na produção da renda, através da efetiva melhora dos meios necessários para isso, o volume a ser distribuído fica praticamente inalterado.
    Existe uma parte do País onde esse problema passa ao largo, pela alta concentração da renda. Há uma multiplicação quase natural desse volume de renda. A outra parte do País dependeria da ocorrência dos fatores que causam a criação e a distribuição dessa renda pelo aperfeiçoamento da qualidade do trabalho e seus meios de produção.
    Procurar soluções a partir das reformas trabalhistas efetuadas no Brasil, é ignorar a situação de atraso vivido pelo País e negar sua superação. Inventou-se a ideia de uma ponte que colocaria o País no futuro, sem percorrer a distância que separa esse atraso do desenvolvimento. Como se os problemas do mal desempenho das partes dessa economia estejam nas formas de salários oferecidos aqui.
    A nivelação por baixo de toda essa questão, vai produzir mais atraso, quanto mais pessoas sem qualificação - e quando se fala em qualificação não é apenas a acumulação de cursos e diplomas - menos possibilidades de crescimento da renda e portanto do nível de riqueza.

  • É próprio do capitalismo periférico privilegiar a minoria mais rica por meio de sua associação submissa com as empresas estrangeiras que exploram de modo predatório os recursos naturais e a classe trabalhadora. É a e o bloqueio do desenvolvimento da maioria dos países para manter o enriquecimento da minoria já rica. Imperialismo saiu de moda, né?...

  • Luis Nassif,
    Culpa-se muito Joaquim Levy, o escolhido pela ex-presidenta às custas do golpe, Dilma Rousseff, para substituir a política de Guido Mantega, pelo mau desempenho da economia em 2015 e 2016. Aliás, o mau desempenho efetivamente ocorreu em 2005, quando o PIB caiu 7%, mas por efeito estatístico o PIB caiu 3,5% em 2015 e 3,5% em 2016. Em 2016 a economia estagnou.
    A questão é que a história é contata sem contraponto. Você abre espaço para os comentaristas, mas aqui no blog você insistiu tanto em trazer a história como contada acima que hoje não há quase ninguém para expor uma opinião divergente.
    Não tenho referência de artigos de Bresser Pereira, mas lembro de ele defender um corte de despesas para poder fechar o Balanço de Pagamentos. Também me parece que esta seria a opinião de Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo. E o mais importante, e que houve destaque aqui, foi o artigo de Fernando Nogueira da Costa intitulado "Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista" e que aqui foi publicado como post, quarta-feira, 03/12/2014 às 17:04, e que, aqui no seu blog, pode ser visto no seguinte endereço:
    https://jornalggn.com.br/artigos/tatica-fiscalista-e-estrategia-social-desenvolvimentista-por-fernando-nogueira-da-costa/
    A maioria das críticas ao texto se prendia ao fato de Fernando Nogueira da Costa dizer que uma coisa é a campanha política que é feita para desconstruir o adversários e outra é o governo da nação que uma atividade de construção.
    Concordando ou não com essa ideia de Fernando Nogueira da Costa, que ao meu ver não precisava ser utilizada, o que precisaria ganhar destaque são dados que hoje conhecemos sobre a realidade econômica do Brasil naquele período. Até junho de 2014, considerando os 12 meses, o governo apresentava saldo, com as as receitas ligeiramente superiores às despesas. A partir de julho com a queda das commodities, e a desvalorização do real que paralizava a economia em virtude da fuga de dólar diante da perspectiva de aumento dos juros nos Estados Unidos que se arrastava desde o início de 2014 e só veio a ocorrer em dezembro de 2015, o governo começou a ver as receitas decrescerem até que, em outubro de 2014, elas se encontram e a partir dai surge um déficit que fica do tamanho do superavit antes existente.
    A escolha de Joaquim Levy não visava só o adoção de uma política econômica mais constricionista, mas trazia também um aspecto político, pois se tratava de alguém que tinha servido o PMDB carioca que era preciso ser segurado no apoio ao governo.
    A realidade da nossa economia de então não será conhecida para que se possa apreender com o que foi feito de errado ou certo, se não houver uma espécie de mesa redonda de duração de um curso de pós graduação, onde o que fazer a partir de 2014 seja fio condutor de discussões entre economistas como os que eu mencionei, o próprio Joaquim Levy e principalmente o Guido Mantega, muito criticado por você, mas que na minha visão, era quem mais conhecia a economia brasileira. E que também façam parte dessa discussão alguns economistas de direita.
    Clever Mendes de Oliveira
    BH, 22/03/2022

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