Fernando Nogueira da Costa
Fernando Nogueira da Costa possui graduação em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (1974), mestrado (1975-76), doutorado (1986), livre-docência (1994) pelo Instituto de Economia da UNICAMP, onde é docente, desde 1985, e atingiu o topo da carreira como Professor Titular. Foi Analista Especializado no IBGE (1978-1985), coordenador da Área de Economia na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP (1996-2002), Vice-presidente de Finanças e Mercado de Capitais da Caixa Econômica Federal e Diretor-executivo da FEBRABAN - Federação Brasileira de Bancos entre 2003 e 2007. Publicou seis livros impressos – Ensaios de Economia Monetária (1992), Economia Monetária e Financeira: Uma Abordagem Pluralista (1999), Economia em 10 Lições (2000), Brasil dos Bancos (2012), Bancos Públicos do Brasil (2017), Métodos de Análise Econômica (2018) –, mais de cem livros digitais, vários capítulos de livros e artigos em revistas especializadas. Escreve semanalmente artigos para GGN, Fórum 21, A Terra é Redonda, RED – Rede Estação Democracia. Seu blog Cidadania & Cultura, desde 22/01/10, recebeu mais de 10 milhões visitas: http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/
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Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando N. da Costa

 

Artigo do Brasil Debate

Por Fernando Nogueira da Costa

Uma velha tática política é a que, nos Congressos do PCCh, durante a Revolução Cultural chinesa, denominava-se “brandir as bandeiras vermelhas do adversário”.

Significava se apropriar de uma bandeira de luta da oposição, radicalizá-la no curto prazo, esvaziando o discurso oposicionista, e adequando-a à estratégia de se manter no poder no longo prazo.

É risível a reação de surpresa da oposição, seja do seu líder, que ainda não desceu do palanque no Senado, seja de seus representantes na “grande” imprensa brasileira.

Cobram coerência com as teses que se difundiu durante a campanha. Mas campanha é desconstrução do adversário, governo é construção da Nação. Logo, não há contradição.

A presidenta Dilma Rousseff sabe que a oposição está surpreendida com suas primeiras decisões para exercer o segundo mandato, mas não está nem aí. Quem sacou, entendeu; quem não compreendeu, sacasse…

Se ela não tem paciência para explicar, didaticamente, e seus ministros não têm nem a autonomia nem o dom da comunicação para tal, cabe aos intelectuais do Partido dos Trabalhadores enfrentar o debate.

Eles têm de, simplesmente, mostrar que a política econômica em curto prazo é batalha tática para manter a baixa taxa de desemprego e a taxa de inflação sob controle, além de, em médio prazo, diminuir o déficit do balanço de transações correntes de 3,7% do PIB, ou seja, dos US$ 83 bilhões atuais, para cerca de US$ 65 bilhões financiáveis pela média do Investimento Direto Estrangeiro (IDE) dos últimos anos.

Em longo prazo, isto é, oito anos até 2022, a guerra estratégica social-desenvolvimentista é dar continuidade às políticas sociais ativas, que levam à inclusão social de consumidores no quinto maior mercado interno nacional na economia mundial, e aos investimentos de R$ 920 bilhões nos próximos cinco anos.

Óleo e gás é o setor que responde pela maior parte com programas de R$ 543,4 bilhões, ou quase 60% do total. É seguido por Transportes (R$ 200 bilhões), Energia (R$ 162,4 bilhões) e Saneamento (R$ 15 bilhões).

A divisão dos R$ 200 bilhões investidos no segmento de Transportes será 28% em Ferrovias, 27% em Portos, 20% em Rodovias, 20% em Mobilidade Urbana e 5% em Aeroportos. A formação bruta de capital fixo — medida do PIB que considera aplicações em construção e máquinas e indica o nível de investimentos produtivos no País — chegará, brevemente, a cerca de 22% do PIB.

Nesse período de transição, composto pelo segundo mandato da Dilma e pelo terceiro mandato do Lula (2019-2022), o País terá preparado as precondições em infraestrutura e logística para ascender ao posto de quinta maior economia no mundo, ultrapassando o PIB da Alemanha.

Será consistente com o que tem a quinta maior população e o quinto maior território com abundância de recursos naturais, além de uma das economias mais diversificadas entre as dos países emergentes que tiram o atraso histórico em relação aos países de capitalismo maduro.

Em 2035, o Brasil será o sexto maior produtor de petróleo do mundo. A Petrobras produzirá 4 milhões de barris de petróleo por dia no período 2020-2030. O País estará produzindo mais que 5 milhões de barris por dia, o dobro do que consome hoje.

Com a exportação do excedente, capitalizará o Fundo Social de Riqueza Soberana (FSRS) e terá condições de sanar os problemas na Educação e Saúde, melhorando a qualidade de vida de seu povo.

A presidenta social-desenvolvimentista sabe que, sendo ela a condutora do governo, levará todos ministros a se entenderem em torno das táticas transitórias para se alcançar essa meta estratégica.

Dilma desmanchou, na prática, a ideia anacrônica de Banco Central independente. Cobrará a coordenação entre Joaquim Levy (política fiscal), Alexandre Tombini (política monetário-cambial), Nelson Barbosa (política de investimentos e concessões), e a política de crédito dos bancos públicos.

Em uma primeira etapa, a prioridade será atingir metas fiscais graduais, definidas até 2017, passando a utilizar a dívida bruta, que inclui as transferências do Tesouro Nacional para os bancos públicos, como principal indicador dos resultados das contas públicas.

O objetivo inicial é a estabilização e, depois, o declínio da relação dívida bruta do governo geral como percentual do PIB de 70% (incluindo títulos em poder do Banco Central) para 50%. As duas políticas de controle da demanda agregada, a fiscal e a monetária, coordenadamente, farão com que a inflação volte ao centro da meta de 4,5% ao ano em 2016.

Para tanto, a política fiscal buscará um superávit primário de 1,2% do PIB para o setor público consolidado em 2015 e de 2% do PIB em 2016 e 2017. Não haverá aumento no estoque de recursos de R$ 507 bilhões que o Tesouro Nacional já injetou nos bancos públicos.

Porém, com a queda da taxa de inflação e consequente diminuição da Selic para nível inferior a 8,5% aa, os depósitos de poupança voltaram a ficar bastantes competitivos face aos fundos. E o desenho institucional de captação de funding para financiamento em longo prazo, reformado no primeiro mandato da Dilma, voltará a funcionar.

Grandes empresas não-financeiras emitirão títulos de dívida direta (debêntures) com longo prazo de vencimento, cujos lançamentos serão operações estruturadas por bancos que oferecerão “garantia firme” de colocação junto aos investidores e/ou na própria carteira de ativos.

Bancos emitirão Letras Financeiras, com dois ou cinco anos para vencimento, que segregarão em “administração de recursos de terceiros”, isto é, nos fundos de investimentos.

Os investidores desses fundos, quando abaixar a taxa de juros de referência, em termos reais, ficarão dispostos a assumir maior risco, diversificando entre o risco privado e o risco soberano, com a finalidade de aumentar o retorno financeiro.

Essa busca de estabilidade econômica não implicará renunciar às conquistas sociais recentes, apenas adequar a velocidade de transição ao cenário macroeconômico dos próximos anos para se alcançar a meta estratégica social-desenvolvimentista. Esta continuará sendo a prioridade governamental.

Fernando Nogueira da Costa

Fernando Nogueira da Costa possui graduação em Economia pela Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG (1974), mestrado (1975-76), doutorado (1986), livre-docência (1994) pelo Instituto de Economia da UNICAMP, onde é docente, desde 1985, e atingiu o topo da carreira como Professor Titular. Foi Analista Especializado no IBGE (1978-1985), coordenador da Área de Economia na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP (1996-2002), Vice-presidente de Finanças e Mercado de Capitais da Caixa Econômica Federal e Diretor-executivo da FEBRABAN - Federação Brasileira de Bancos entre 2003 e 2007. Publicou seis livros impressos – Ensaios de Economia Monetária (1992), Economia Monetária e Financeira: Uma Abordagem Pluralista (1999), Economia em 10 Lições (2000), Brasil dos Bancos (2012), Bancos Públicos do Brasil (2017), Métodos de Análise Econômica (2018) –, mais de cem livros digitais, vários capítulos de livros e artigos em revistas especializadas. Escreve semanalmente artigos para GGN, Fórum 21, A Terra é Redonda, RED – Rede Estação Democracia. Seu blog Cidadania & Cultura, desde 22/01/10, recebeu mais de 10 milhões visitas: http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/

23 Comentários

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  1. é bom  saber, com   dados e

    é bom  saber, com   dados e teoricamente,

    como será esa tática fiscal para continuar na 

    mesma estratégia desenolvimentista a fim de 

    garantir a inclusão social.

    1. Por ser fiscalista se prevê mais arrecadação fiscal

       

      Altamiro Souza (quarta-feira, 03/12/2014 às 17:24),

      Pareceu-me que Fernando Nogueira da Costa prevê que com Joaquim Levy haverá aumento de receita capaz de dar condições de crescimento econômico e assegurar desenvolvimento social para a população mais carente.

      Pode ser que eu tenha entendido assim porque eu sou favorável ao aumento dos impostos, mas de qualquer modo essa me parece a ação mais provável que Joaquim Levy pode adotar sem que com isso ele faça uma política econômica que seja prejudicial ao crescimento econômico ou ao desenvolvimento social. E sem que ninguém possa reclamar, pois foi o mercado que fez pressão contra Guido Mantega que estabeleceu muitas desonerações fiscais.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH. 06/12/2014

      1. Eu me equivoquei e o que F. N. da Costa prevê é fim de subsídios

         

        Altamiro Souza (quarta-feira, 03/12/2014 às 17:24),

        O próprio Fernando Nogueira da Costa responde a sua pergunta em um post que ele colocou lá no blog dele Cidadania & Cultura. Trata-se do post “Política Fiscal Levyana” de segunda-feira, 01/12/2014 e que pode ser visto no seguinte endereço:

        https://fernandonogueiracosta.wordpress.com/2014/12/01/politica-fiscal-levyana/

        Depois de dizer que ele fora convidado para participar do programa Brasilianas.org a se realizar na segunda-feira, 01/12/2014, das 20h às 21h que iria “avaliar as escolhas da presidente Dilma para compor a equipe econômica” junto com o economista-chefe da Gradual Investimento, André Perfeito, e economista-chefe do Bradesco, Octávio de Barros, Fernando Nogueira da Costa fala maio em corte de subsídios como forma de conseguir o superávit primário e não no que eu disse e que seria aumento de carga tributária.

        De todo modo há também a passagem a seguir transcrita onde ele fala em falta de espaço para novas desonerações tributárias. Disse lá Fernando Nogueira da Costa:

        “Não haverá mudança na estratégia de longo prazo no segundo mandato da Presidenta Dilma Rousseff, que permanecerá social-desenvolvimentista. Porém, os números das contas públicas mostram que não há espaço fiscal para que a nova equipe econômica continue a promover novas desonerações tributárias.”

        É claro que, se se imagina que as velhas desonerações são com prazo a vencer, pode-se entender também que ele defende o aumento da receita.

        O Fernando Nogueira da Costa fala no início do post “Política fiscal levyana” em um post anterior onde ele já teria discutido a nova equipe econômica. Trata-se exatamente do post “Tática Fiscalista e Estratégia Social-Desenvolvimentista” de segunda-feira, 01/12/2014, e sobre o qual discutimos nesta reprodução aqui no blog de Luis Nassif dois dias depois.

        Quanto ao programa do Brasilianas.org em que se analisa a nova equipe econômica do governo, há o post “Brasilianas.org que analisa a nova equipe econômica do governo” de segunda-feira, 01/12/2014 às 18:17, que pode ser visto no seguinte endereço:

        https://jornalggn.com.br/noticia/brasilianasorg-analisa-nova-equipe-economica-do-governo

        Ressalte-se que os dois outros convidados que participaram do programa foram o André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, e o Leonardo Weller, professor da Escola de Economia da FGV de São Paulo. Infelizmente não há o vídeo do programa para que quem não assistiu possa verificar o que foi debatido no programa.

        Então é isto: eu me equivoquei em dizer que a tática fiscalista consistiria de aumento da carga tributária. Pelo que diz Fernando Nogueira da Costa no post “Política fiscal levyana” tática fiscalista vai consistir mais em redução de subsídios, mas, embora não seja apresentado de modo explícito, as desonerações fiscais não mais serão implementadas e as com prazo determinado ao término do prazo deixarão de existir e vão se constituir em aumento da arrecadação tributária.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 07/12/2014

  2. O governo se afastou do debate ideológico, pior, político

    É preciso que o governo:

    1) Estabeleça o contato diário com a população;

    2) Torne claro a sua ideologia;

    3) Explique as políticas implantadas;

    4) Mesmo convergindo com a sua base disforme e antagônica, estabeleça o seu lado político;

    5) Aponte com clareza os novos rumos;

    6) Que a presidenta, o  Ministro  da Casa Civil, o chefe das relações institucionais e todos os demais Ministros façam política e deixem a gestão para os funcionários dos ministérios;

    7) Dê atenção as novas formas de comunicação e aos novos grupos de formação de opinião;

    8) Se antecipe aos movimentos “macartistas” da grande imprensa.

    Só dessa forma o governo bloqueará a tentativa da mídia de igualá-lo a tantos outros

    1. Prezado Assis
      Ainda bem que

      Prezado Assis

      Ainda bem que tudo isto é no longo prazo…..

      Porque, haja heroi para todas estas inovações.

      Abração

    2. O governo se afastou do debate ideológico, pior, político

      Assino embaixo.

      O nó górdio é a inapetência da Dllma para a comunicação social.

      Ao que parece, o republicanismo a isenta de dialogar com o povo deixando que o tempo vá, naturalmente, mostrando sua – dela – atuação.

      Igualmente ao PT e partidos aliados cabe a tarefa de constante contato com a população tendo sempre em vista que a “grande” mídia – cada vez menor – é partidarizada e contra o governo.

      Vale repetir o bordão de Chacrinha – QUEM NÃO SE COMUNICA , SE TRUMBICA !

      O setor de comunicação social do governo federal teria sido horroroso se não fosse inexistente.

      A expectativa é que nesse segundo mandato a presidente seja mais maestrina, cobrando de seus ministros trabalho coordenado para o atingimento de metas fixadas e ideologicamente coerentes com seu discurso eleitoral.

       

       

    3. Avalio suas propostas como deslocadas ou inviáveis ou abstratas

       

      Assis Ribeiro (quarta-feira, 03/12/2014 às 17:27),

      Não é que eu considero ruim seu comentário, mas me parece que ele ficaria mais bem localizado em outro post, como por exemplo junto ao post “A vitória da politização da sociedade e o próximo governo” de domingo, 30/11/2014 às 14:29, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria de Ion de Andrade, e ao qual eu me referi e para o qual eu deixei o link em meu comentário enviado quinta-feira, 04/12/2014 às 21:53, para junto do comentário enviado quinta-feira, 04/12/2014 às 16:24 por Mario Ferreira aqui neste post “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando N. da Costa” de quarta-feira, 03/12/2014.

      É claro que há aqui também espaço para o seu comentário, mas ele não deveria ser com propostas que em parte são inviáveis como, por exemplo, no item 1 você propor que o governo “Estabeleça o contato diário com a população”. Mesmo a Administração Pública da União com os seus milhares de funcionários não consegue estabelecer o contato diário com a população. Então trata-se de proposta fora de sintonia com a realidade. Ou com propostas que são abstratas.

      A ideologia que no item 2 você propõe que seja clara, não é fácil de ser expressa em um governo de composição como seria quando se trata de um governo hegemônico posto em prática por um partido que tivesse ideologia definida.

      Em um governo fruto de uma composição bem ampla, a ideologia é aquela que a prática deixa transparecer. Esse segundo item de suas propostas e que consiste em tornar a ideologia do governo mais clara você o repete nas três propostas seguintes, qual seja, que o governo explique as políticas implantadas, estabeleça o seu lado político e aponte com clareza os novos rumos. De certo modo você quer mais comunicação do governo ou expresso de outra forma, você quer mais marketing.

      Talvez você tenha razão e um governo deva ser construído em cima de marketing. Ocorre que todas os seus três itens em que você subdividiu a proposta de o governo tornar mais claro a sua ideologia pode ser apreendido das ações que são implementadas e dos resultados alcançados. O grande problema é a falta de compreensão da sociedade para entender essas ações. E ai o marketing ou é mentiroso ou é um trabalho de Sísifo. Há um longo aprendizado que a sociedade tem que realizar e que engloba mais bem conhecer o funcionamento da democracia representativa, o funcionamento do sistema capitalista, o papel do Estado e do orçamento público no aperfeiçoamento do sistema capitalista, os inter-relacionamentos entre inflação, juros e desemprego e muita coisa mais, antes que se possa divulgar com clareza as ações do governo e antes, portanto, que a sociedade possa perceber exatamente qual a ideologia que existe por trás das ações do governo ou do marketing dessas ações e o marketing possa ser feito apenas para divulgação.

      O seu item 6, ao propor que a cúpula do governo faça política e os funcionários cuidem da gestão, tem um pouco de abstração, um pouco de irrealismo e um pouco de obviedade. É abstração ao não explicitar em que consiste para você fazer política. É irrealismo porque, de certo modo, a começar pela presidenta Dilma Rousseff, a cúpula do governo não é muito prendada na arte da política aqui entendida como a negociação junto aos representantes eleitos. E é obviedade porque na medida do possível a gestão da máquina pública federal sempre é conduzida pelos funcionários de cada ministério. E há aqui também um irrealismo, pois pressupõe que o governo não possa interferir nessa gestão para que ela fique mais de acordo com a ideologia do governo. Um governo que privilegie mais a eficiência que quase sempre está em oposição à justiça deve direcionar a gestão em um sentido enquanto um governo que privilegie mais a justiça deve direcionar a gestão em outro sentido.

      Quanto aos itens 7 e 8, ficou faltando nas frases em que você os apresenta o advérbio de intensidade mais. Qualquer governo do mundo dá atenção as novas formas de comunicação e qualquer governo do mundo se antecipa aos movimentos de resistência ao governo que exista na grande mídia. O que você pode alegar é que o governo não dá tanta atenção nem antecipa tanto aos movimentos “macarthistas” como você desejaria.

      É bom ter como parâmetro de avaliação o que ocorre com o governo de Barack Obama. Não se trata da mesma ideologia do governo de Dilma Rousseff, mas o governo dele enfrenta dificuldade semelhante ao que você expõe, sob a forma de propostas que o governo deveria abraçar, neste seu comentário à dificuldade que enfrenta o governo da presidenta Dilma Rousseff. E ele não teve de carregar nas costas o julgamento da Ação Penal 470 nem algo semelhante ao que ocorre atualmente nas investigações sobre corrupção na Petrobras.

      O que evita que um governo seja igualado a tantos outros são os resultados que o governo tem a apresentar. Se a Justiça conseguir levar para cadeia os que fizeram mal feitos na Petrobras e a economia voltar a recuperar e com a inflação direcionando mais para o centro da meta, a população sem dúvida vai reagir de modo mais favorável ao governo.

      E existe ainda para fazer como política o processo de conscientização da sociedade sobre aspectos relacionados à realidade político econômica na qual vive a sociedade. Só que esse é um processo de longo prazo e de um prazo muito mais longo do que o exposto por Fernando Nogueira da Costa neste post. Em uma sociedade mais conscientizada o marketing não precisará de ser mentiroso e a sociedade terá mais condições de apreender e entender a ideologia do governo.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 07/12/2014

  3. O que manda é a prática!

    E o que devemos ficar de olho é nos resultados da economia. O Brasil não tem problemas com consumo. Muito pelo contrário, não consumimos nem 1/5 do que se faz na Europa e EUA. Por isso não precisamos de medidas recessivas, talvez apenas pequenos ajustes. É inadmissível interromper a gradual elevação da renda, que ainda está baixíssima.

    Existe uma guerra entre o o mercado interno e o setor exportador. Quem volta sua produção para a exportação não é país, é colônia. Devemos estar atentos a tudo isso, porque se for efetivado, a mídia paga baterá palmas para as receitas do FMI.

    O Brasil precisa ampliar ainda mais seu mercado interno. Devemos nos preocupar em elevar os salário mínimo, as posentadorias, e o funcionalismo. Para isso, o governo deve ter sobras de caixa; o que é impossível sem aumento de impostos, depois de todas as desonerações efetuadas. Mas quem deve pagar essa conta?

    CPMF NEM PENSAR!
     

    A sociedade precisa participar desse debate, para que o peso da máquina pública não caia sobre seus ombros, como sempre. Precisamos estudar, estudar, e estudar…

    O que você acha que os políticos e os especuladores estão fazendo nesse momento? Eles estão estudando, debatendo, planejando, mobilizando-se, e agindo, para que quem se ferre, continue sendo os que têm preguiça de estudar, debater o problema, e se mobilizar. Afinal, quem é que sempre puxa a carroça?

    Trabalhadores e empresários precisam se unir nessa discussão, pois têm interesses iguais. Se a indústria e o comércio receberem aumento de impostos, os produtos ficam mais caros. Se a renda do trabalhador receber essa carga tributária maior, ele diminuirá seu consumo, fazendo com que a indústria e o comércio vendam menos! Quem deve pagar mais impostos são os especuladores, essa classe energúmena, que precisamos conhecer a fundo.

    CONHEÇA A ESPECULAÇÃO!

    Os especuladores, sejam financeiros ou imobiliários, assemelham-se a vermes, que sugam os nutrientes de um organismo, sem nada contribuir para seu funcionamento. Eles equivalem à antiga nobreza feudal, uma classe parasitária, que explorava o povo, sem contribuir em absolutamente nada para o desenvolvimento do país.

    Vivemos uma verdadeira guerra político-econômica no mundo, onde confrontam-se o setor produtivo e a especulação, ou DITADURA DO MERCADO, se preferirem. Não somos contra o mercado, que vem a ser muito útil na economia; o que não podemos permitir é que sua irracionalidade governe o país.

    O mercado é igual um cavalo de carroça com viseiras, que só consegue ver o lucro imediato. Por isso permitiram desmatar 70% das áreas de preservação no complexo Cantareira em São Paulo, além de grande parte da Amazônia; e agora estão enfrentando uma crise de abastecimento d’àgua sem precedentes; que deve estar apenas começando; e pode trazer uma recessão violenta e duradoura, na medida em que os alimentos ficarem mais caros, e não sobrar dinheiro para comprar outros bens. Tudo em nome do lucro imediato, da valorização das ações, da “racionalidade” do mercado. Saibam mais sobre os motivos da seca:

    https://www.facebook.com/democracia.direta.brasileira/photos/a.300951956707140.1073741826.300330306769305/535066293295704/?type=3&theater

    “RACIONALIDADE” DO MERCADO = ABERRAÇÃO INTELECTUAL!

    Um país não pode ser governado por pessoas ambiciosas, que só se preocupam consigo mesmas. Quem não negocia sua influência, para ficar rico? Tanto políticos, quanto especuladores, estão pouco se lixando para o país e o futuro, quando surgem oportunidades para ficarem multi milionários. Uma pessoa normalmente leva cerca de pelo menos 40 anos, para poder ter uma chance dessas, e isso durará por mais uns 30 anos. Ou seja, a corrupção pensa num curto espaço de tempo, enquanto o país precisa ser governado em função de séculos.

    Quando os interesses pessoais são colocados acima dos interesses do país, reduzimos a administração para esse período de tempo subjetivo, e fechamos os olhos (cavalo de carroça com viseiras) para aquilo que mais interessa, o futuro das próximas gerações. As dificuldades que vivemos hoje, são frutos principalmente do que foi feito de 50 anos pra lá; e não tanto por culpa do que está sendo feito agora!

    MAS COMO ACABAR COM ISSO?

    Ah, essa é a grande questão! Precisamos deixar de acreditar em papai noel, saci pererê, rede globo, revista veja, partido honesto, político perfeito, etc. Achar que um político vai dar jeito no país, é algo tão ingênuo, que beira a imbecilidade! Primeiro, porque não existem santos; e segundo, porque todo o Congresso Nacional precisaria ser santo também. Ou seja, só existe uma forma eficaz e duradora, de impedir que os políticos sejam seduzidos pelo poder econômico:

    O POVO DEVE TER DIREITO DE PARTICIPAR DAS DECISÕES POLÍTICAS!

    Vejam, e comprovem como funciona no exterior:

    https://www.facebook.com/democracia.direta.brasileira/photos/a.300951956707140.1073741826.300330306769305/503107126491621/?type=3&theater

    Nos Estados Unidos os políticos só podem aumentar impostos convocando plebiscitos:

    http://ballotpedia.org/California_Constitution

    Art 13 C, seção 2, C:

    “Qualquer imposição de imposto em geral, estendido, ou aumentado, sem a aprovação do eleitor, por qualquer governo local de 1 de Janeiro de 1995, em diante e antes da data de vigência deste artigo, deverão continuar a ser imposta, somente se aprovado por maioria de votos dos eleitores, que decidirão em uma eleição sobre a questão da imposição”

    Veja o que fariam com um assunto desses na parte mais rica da Europa:

    https://www.facebook.com/democracia.direta.brasileira/photos/a.300951956707140.1073741826.300330306769305/312667208868948/?type=3&theater

    Agora você já sabe o que exigir em seus cartazes, quando houver protestos; ou mesmo quando postar na internet, e conversar com seus amigos. Precisasamos de:

    MAIS DEMOCRACIA

    DIREITO DE CASSAR OS POLÍTICOS

    DIREITO DE CONVOCAR PLEBISCITOS

    Por que vocês acham, que os impostos dos países desenvolvidos incidem muito mais sobre a renda, principalmente na medida em que ela se eleva? Você acha justo tributar mais a produção e o emprego? Por que a especulação financeira e imobiliária é praticamente ISENTA DE IMPOSTOS?

    COMO ISSO ACONTECE?

    É simples! Antes de qualquer coisa, eles precisam imbecilizar o povo, principalmente com um péssimo sistema de ensino, inclusive universitário. Somente assim, as pessoas chegam ao ponto de acreditar em coisas como o saci, o papai noel, a rede globo, a revista veja, etc.

    A ESPECULAÇÃO FINANCEIRA

    Depois disso fica fácil! A especulação financeira ataca, subornando a mídia e setores do governo, para aumentarem os juros. Isso numa economia como a nossa, que tem riquezas sobrando para serem produzidas, recursos sobrando nos bancos para serem emprestados, e o consumo não chega nem a 20% da Europa e EUA! Olha, tem que molhar a mão de muita gente mesmo, pra se aumentar os juros no Brasil; onde o consumo está tão baixo. Por isso eles têm exigido um banco central independente, pra facilitar o trambique. Coisas que são teorizadas lá pras bandas de Harvard, para nos enfiar goela abaixo suas “ordens”. Qual o problema disso? Ora, mas eles são tão elegantes, contam com tantos puxa sacos… Quem poderia contestá-los

    Hoje o governo paga uma taxa de juros anual em torno de 11%, para uma inflação por volta de 6%. Ou seja, quem empresta ao governo, ganha cerca de 5% por ano, e ainda tem que descontar os impostos; algo razoável, embora ainda elevado frente ao que se pratica nos países desenvolvidos. Mas no passado, enquanto tínhamos cerca de 9% ao ano de inflação, pagávamos de juros aos bancos em torno de 19%. Ou seja, ganhavam 10%, o dobro do que ganham hoje.

    Só que o problema dos juros não são restritos ao que o governo paga. É preciso acompanhar as taxas do crédito ao consumidor, do cheque especial, dos cartões de crédito, etc; onde encontramos uma verdadeira agiotagem instituída, praticando taxas abusivas, que superam dezenas de vezes o que é praticado nos países desenvolvidos, inibindo o consumo, e prejudicando a indústria e o comércio.

    A especulação financeira também ataca negociando com ações. Eles desembarcam em determinado país com um saco de alguns bilhões de dólares, e compram ações de uma empresa ou outra. Isso faz com que suas ações subam de preço, por causa da procura desses papeis. Quando estão valorizados ao máximo, o especulador vende tudo o que tem. Aí entra a lei da oferta novamente, como muitos papeis foram vendidos, eles passam a sobrar no mercado. Com a oferta maior que a procura, o preço das ações dessas empresas despencam, e por vezes as levam à falência; mas nessa altura da falcatrua, o especulador já vendeu todas as suas ações pelo melhor preço,..

    A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA

    Essa é uma das mais antigas práticas de parasitismo econômico, com raízes no início da civilização; mas que se fortificaram na idade média, no sistema feudalista; onde quem tinha terras, escravizava o povo, pelo fato de não haver a alternativa de novas áreas para serem exploradas. Os EUA ultrapassaram economicamente a Europa em pouco tempo após sua independência, porque, em parte, deram prioridade à indústria e ao sistema de ensino; mas, principalmente, porque havia terras novas para se explorar. Ou seja, quem quisesse construir uma casa para sua família, bastava ir mais para o oeste, que as terras não tinham dono! Economizando na compra do terreno, sobrava dinheiro no bolso do trabalhador, que podia consumir muito acima dos padrões europeus, transformando sua indústria e comércio numa verdadeira locomotiva. Quem tem alguma dúvida, leia o livro

    “A HISTÓRIA DA ECONOMIA AMERICANA”

    Editora Record

    É incontestável, são os americanos falando deles mesmos, e dos motivos de seu sucesso! Seguir os passos dos americanos e europeus, significa fazer o que eles fizeram no passado, não o que fazem agora, como pregam os entreguistas. Países europeus, como a Alemanha de hoje, chegam a garantir por lei o direito de moradia a seus habitantes, que quando não conseguem pagar o aluguel, recebem ajuda do governo. E cada centavo que o governo dá de auxílio ao povo, retorna para sua indústria e comércio. Aliás, a elite político-econômica americana foi das primeiras a perceber, que produzir (INDÚSTRIA, MERCADO SAUDÁVEL DE AÇÕES) dá muito mais dinheiro, que especular e explorar a miséria dos outros…

    A especulação imobiliária age territorialmente, como um vírus invadindo um organismo. Eles têm dinheiro sobrando, são pessoas ricas e influentes, com raízes em nossa “elite agrária colonial”. Compram terras ao lado da área urbana das cidades, onde ainda não tem iluminação, água e esgoto públicos. Essas áreas são compradas por um preço baixíssimo, muitas vezes por apenas alguns milésimos do valor de um terreno na zona urbana. O problema é que essas terras não são compradas para a agricultura, mas sim para a especulação. E só são vendidas, quando não tem mais terrenos à venda na parte urbana, elevando centenas de vezes o preço do imóvel rural, que compensará agora ser transformado em urbano.

    E, adivinhe!

    AS ÁREAS RURAIS PARA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA NÃO PAGAM IMPOSTO ALGUM!

    É isso mesmo! Volte lá em cima, na foto desse link, e reflita sobre quem é o burro, que arca com toda aquela carga tributária. Se não conseguir descobrir, olhe no espelho. Não tenha dúvida, somos todos nós, que não fazemos parte da elite agrária. Veja o link abaixo e comprove:

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9393.htm#anexo

    Não é falha na visão! Propriedades rurais abaixo de 50 hectares (ha) são isentas de imposto. Ora, mas 50 ha são meio milhão de metros quadrados. Dá pra fazer meia dúzia de bairros inteiros de loteamentos! Ou seja, se o sujeito tem uma grana razoável sobrando, a lei permite que ele compre terras em volta das cidades, grudadas aos locais urbanizados, numa área superior a um bairro inteiro; e deixe a área criando mato, até que não tenha mais terrenos urbanos pra se vender; tudo isso SEM PAGAR IMPOSTOS!

    Ora, mas que espécie de país é esse, que permite e estimula um verdadeiro CRIME CONTRA A ECONOMIA POPULAR? Que espécie de empresários temos, que pagam a campanha política de ladrões, para manter esse trambique, que acaba com seu próprio mercado consumidor?

    O QUE PODE SER FEITO CONTRA A ESPECULAÇÃO FINANCEIRA E IMOBILIÁRIA

    CONTRA A ESPECULAÇÃO FINANCEIRA

    O ideal é que fosse feito uma CONFERÊNCIA PARTICIPATIVA DE CONSENSO sobre o assunto, como no link postado atrás, da mesma forma como se faz na parte mais rica da Europa. Por isso devemos exigir a CONSTITUINTE EXCLUSIVA PARA O SISTEMA POLÍTICO, que terá ampla participação do povo, e não deixa de ser uma conferência participativa. Através dela, poderemos propor que esse tipo de debate público, oficial, aberto, transmitido pelas TVs, e amplamente divulgado na mídia, seja introduzido em nossa legislação, por iniciativa dos políticos, e também do povo, através da convocação de plebiscito.

    O debate é necessário, para se chegar a um consenso do que vem a ser normal, para se ganhar cobrando juros, ou investindo em ações. Ele também pode ser feito ao nível do Congresso Nacional. Porém, só com muita indignação e protestos populares focados, conseguiríamos aprovar algo nesse sentido. A partir daí, devemos estabelecer um teto para essas transações, e criar o

    IMPOSTO SOBRE ESPECULAÇÃO FINANCEIRA!

    Esse imposto deveria ter uma alíquota até 99,9%. Por exemplo, se estabelecêssemos que o razoável seria lucrar em um ano o equivalente a 10% do capital investido em ações; e o absurdo seria lucrar nesse período um montante acima de 30% do capital investido. O que ultrapassasse essa marca de 10% começaria a ser tributado com uma alíquota de 5%, digamos; até 99,9%, para que o lucro real não excedesse a talvez 35%. Achamos conveniente, que haja essa margem, para que o retorno dos investimentos não fique congelado ou tabelado, mas apenas seja tributado com justiça. O mesmo deve ser feito em relação aos juros, que igualmente não podem ficar tabelados…

    CONTRA A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA

    Podemos e devemos reservar as áreas próximas da cidade para agricultura destinada ao município. Essas áreas não precisam ser muito grandes, basta reservar para isso uma distância de 1.000 metros a partir da área urbana. Dentro dessa faixa , o que pertencer à prefeitura, deverá ser entregue em comodato, para todos que queiram, poder plantar lavouras como feijão, batata, hortaliças, etc. O que pertencer a particulares, independente do tamanho, deverá ter o imóvel avaliado pelo preço do metro quadrado dos terrenos urbanos mais próximos, e recolhido a título de ITR um valor equivalente a 10% do IPTU do município. Imóveis rurais que estiverem entre dois bairros, devem pagar ITR equivalente a 20% do IPTU municipal.

    Por que países, como o Japão, têm milhares de pequenas propriedades rurais, produzindo para o consumo local, em volta de suas cidades? A segurança alimentar é indispensável para a saúde de nossas empresas. Porque se o trabalhador gastar mais com alimentos, a indústria e o comércio serão prejudicados.

    Com uma única canetada dessas, conseguiríamos:

    1) Que o preço dos terrenos despencassem. Porque os especuladores começariam a vender suas propriedades, para não ter que pagar o imposto.

    2) Criar milhares de pequenos proprietários, que explorariam a área de alguma forma, e não se incomodariam em pagar esse imposto, que ainda é extremamente baixo, elevando nossa arrecadação.

    3) Que várias áreas de terra fossem devolvidas às prefeituras, por não haver interesse dos proprietários em mantê-las, pagando impostos.

    4) Economizar recursos formidáveis para as prefeituras, que com o comodato poderiam receber o pagamento em alimentos e utilizá-los na merenda escolar.

    5) Dinamizar assustadoramente o mercado interno, fortalecendo nossas empresas. Na medida em que sobraria mais dinheiro no bolso do trabalhador, para consumir.

    6) Acabar com os conflitos sociais no campo e nas cidades, reduzindo drasticamente a criminalidade. Na medida em que todos conseguiriam comprar um pedaço pequeno de área rural por cerca de 5 mil reais ou até menos, pra fazer sua moradia e manter sua subsistência.

     

    NÃO ADIANTA PÔR A CULPA NO GOVERNO!

    Vale lembrar, que esses grupos econômicos financiam e influem na política brasileira, pagando campanha de deputados e senadores, que são quem realmente exercem o poder no país; quando chegam lá, votam apenas no que seus patrões mandam. A própria Presidenta fica à mercê da nomeação de gente indicada por eles, porque seu partido não tem nem 1/7 dos integrantes do Congresso, e ficaria impossível governar o Brasil sem esses acordos.

    O atual governo não é perfeito, mas tem servido de moderador, para atenuar essas distorções; e teve tanto êxito, que provocou o ódio dos conservadores. E se tiver sucesso em convocar uma Constituinte para a reforma do sistema político, poderá dar à sociedade uma maior participação nesse debate. O povo será uma força extra, contra os poderosos grupos exportadores, que querem nos manter como colônia.

    DE QUEM É A CULPA?

    Devemos agradecer esse buraco em que nos metemos, principalmente aos grupos de extrema direita, que ganham fortunas em propinas; e à propaganda maciça da mídia paga, que norteia suas ações e discursos. Revistas como a Veja e outros meios de comunicação, são traidores do país, submissos aos grupos estrangeiros. Eles manipulam gente ignorante, que não tem capacidade nem de debater o que defendem, para agir contra seus próprios interesses. Pois se essas mercadorias, que não precisam ser exportadas, ficassem no país, ou seu preço despencaria (automóveis, eletroeletrônicos, etc), ou a renda do brasileiro deveria ser elevada, para poder consumi-las. Porque ninguém ficaria com seu capital parado, quando pudesse produzir e vender. Multinacional não pode ter espaço na legislação, para nos transformar numa colônia. Elas devem se contentar em explorar um mercado saudável, onde a renda não seja artificialmente reduzida, através de verdadeiras falcatruas.

    O IMPOSTO QUE NÃO É COBRADO DAS EXPORTAÇÕES DAS MULTINACIONAIS, OS POLÍTICOS CORRUPTOS LIGADOS A ELAS RECEBEM UMA PARTE DO VALOR EM FORMA DE PROPINA NO EXTERIOR!

    Quanto aos grupos que lutam pela volta da ditadura, por um absurdo impeachment logo após uma eleição, contra o inexistente perigo comunista, e outras bandeiras da extrema direita conservadora; mas que não recebem milhões e milhões de dólares de propina no exterior; esses são a massa de manobra da extrema direita, os inocentes úteis, que servem de capacho, são espoliados de todas as formas, não recebem nem 20% do que um europeu ou americano receberia no mesmo serviço, e ainda lambem a mão de quem lhes chicoteia. Uns devem ter medo de perder a merreca que ganham pra viver, enquanto outros devem ter problemas mentais, e se sentir melhor ao juntar suas insignificâncias com as elites conservadoras colonialistas, enganando a si mesmos e fingindo fazer parte delas…

     

  4. sei lá, mas pareceu pra mim

    sei lá, mas pareceu pra mim que ele tentou inverter os fatos, 

    1 – a Dilma esta fazendo justamente o que criticou nos adversarios, isso para mim mostra que ela mentiu para os eleitores dela!

    2 – radicalizar para inutilizar a ideia do outro, não me parece ser uma politica para construir uma nação, mas apenas politica baixa e suja

    3 – Dilma recebeu hoje um dos marinho, nem fala mais sobre o ataque sordido da Veja, parece com o inicio do primeiro mandato, quando foi a Abril participar do aniversario de alguma coisa!

    4 – Dilma foi uma asneira do Lula!  somente venceu em 2010 porque o Lula era forte, e venceu em 2014 porque o Lula ainda tinha força, e a militancia do PT lutou Deus sabe como contra uma rejeição gigantesca,  tive debates acalorados ate mesmo com familiares, o minimo que a Dilma poderia fazer e manter sua coerencia, ou será que ela esta sendo coerente e nos e que nunca percebemos isso?

    1. Concordo com Mario Ferreira ao dizer que Dilma não é asneira

       

      Gilmar Toledo 2º (quarta-feira, 03/12/2014 às 19:47),

      No comentário enviado quinta-feira, 04/12/2014, o Mario Ferreira faz uma crítica a sua idéia de que a Dilma teria sido uma asneira de Lula. Achei o comentário dele muito bom e adequado que ele o tenha feito junto a este post “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando N. da Costa” de quarta-feira, 03/12/2014 às 17:04, contendo este, em meu entendimento, ótimo artigo de Fernando Nogueira da Costa.

      Eu não tenho a presidenta Dilma Rousseff como o máximo que se deveria desejar para a presidência da República, mas questiono muito as alternativas, em especial quando as alternativas estão vinculadas ao PSDB não tanto por não os considerarem capazes, apesar do sério problema que o governo de Fernando Henrique Cardoso representou para o Brasil não só no que diz respeito a elevação da dívida pública como também em relação aos problemas de Balanço de Pagamento que retardaram o crescimento da economia brasileira. Além disso, contribui para desconfiar da competência do PSDB a imprevidência do apagão elétrico. Os efeitos na economia da falta de planejamento que o apagão elétrico representou, em muito reduz a propalada competência dos próceres do PSDB para conduzir o pais.

      O que me faz, entretanto, refratário à turma do PSDB é o pouco caso que o partido tem com os eleitores. Todos os lemas de campanha do PSDB são falsos. E o que é pior, o PSDB sabe que são falsos e só os reproduz e os divulga porque os próceres do partido acreditam que os eleitores são desinstruídos o bastante para não perceberem que estão sendo enganados.

      Censuro o PSDB não só pela divulgação do lema falso, mas porque sei que os próceres do PSDB sabem que o lema é falso. E é claro que é vergonhoso este comportamento do partido à medida que esse comportamento representa uma desconsideração pelo eleitor. E o pior é que sendo um partido com muitos políticos com formação intelectual o PSDB poderia ser um partido que tivesse como objetivo maior não ganhar o poder, mas instruir o eleitorado. A falta de compreensão da realidade político econômica é o grande problema nas democracias no mundo inteiro. Qualquer líder carismático pode passar uma idéia falsa da realidade político econômica e esta idéia ser bem recebida pela população exatamente porque faltou a educação política econômica de uma população. A tarefa contrária ao do líder carismático demagogo e mentiroso e que consistiria de sem apego ao poder partir para o ensinamento da população seria prova de generosidade e desprendimento e que ajudaria a sociedade política brasileira a crescer.

      Agora, o seu texto pareceu-me um tanto confuso. No item 1, você fala como não sendo eleitor da Dilma Rousseff, ou seja, sendo eleitor do PSDB. Daí a frase de que ela mentiu para os eleitores dela, parecendo se excluir da relação de eleitores que votaram na presidenta Dilma Rousseff. E no item 4, no final você parece dizer que lutou contra a rejeição que havia contra o PT e sua candidata. Então fica parecendo um posicionamento confuso, a menos que você ache que os eleitores dela são do PSDB. Ai não seria confusão, mas falta de bom senso.

      De qualquer modo, a presidenta Dilma Rousseff não está fazendo o que criticou nos adversários e é isso que o texto de Fernando Nogueira da Costa deixa entender. O que a Dilma Rousseff vai fazer é aumentar impostos o que nenhum candidato prometeu fazer e nem foi acusado de que iria fazer. O que a Dilma Rousseff criticou nos adversários foi o corte de despesas sociais, e isso ela não vai fazer.

      Quanto ao item 2, a presidenta Dilma Rousseff como candidata à reeleição não radicalizou para inutilizar a idéia do outro. Ela radicalizou a ideia do outro para inutilizar a ideia. Trata-se de prática de campanha eleitoral exercida por todos. De todo modo tanto em um como em outro caso, trata-se de campanha política e isso não significa que ele venha a gerenciar o país do mesmo modo que ela procedeu em campanha. Ainda assim, ela não mentiu. E tanto quem se radicaliza em uma campanha eleitoral como quem radicaliza a idéia do outro não cria nenhum impedimento para se ter uma política de construção de uma nação. A menos que se pense que uma nação só pode ser construída com a união de todos. Essa idéia não difere muito do fascismo e é pouco viável em um regime democrático onde há que se acostumar com a divergência de opiniões. Aliás a essência do partido é que ele não representa o todo, mas só parte.

      Não vejo razão para se criticar a presidenta Dilma Rousseff por ser cordata ou amena com os marinhos, os frias, os civitas, os mesquitas etc. como você faz no item 3. O convívio com os grandes da mídia ou com os da mídia grande é uma realidade impositiva a qualquer governante do país. Uma forma de reduzir o poder da grande mídia é existir uma legislação que diz respeito a aspectos concorrenciais para os meios de comunicação. Trata-se, entretanto, mais de uma legislação de natureza econômica e não relacionada a manifestação de opinião. Em relação à manifestação de opinião basta uma boa legislação de direito de resposta. De todo modo, qualquer legislação sobre os meios de comunicação que pense no Brasil grande vai querer que existam grandes grupos editoriais no país.

      Não tenho dúvida que a presidenta Dilma Rousseff foi eleita e também reeleita, em muito em função de Lula. Agora, o PT perdeu muito com o problema do episódio conhecido como mensalão que diga-se de passagem não existiu segundo a decisão do STF uma vez que ninguém teve a pena aumentada por ter votado segundo o que teria sido estabelecido para o recebimento de vantagem indevida. As pessoas foram condenadas pelo simples recebimento de vantagem indevida na condição de funcionário público que desfrutavam de amplo poderes.

      Então a candidatura e reeleição da presidenta Dilma Rousseff embora não seja o máximo de excelência não foi uma asneira de Lula tanto que ganhou duas eleições. E os petistas se se imaginar que praticamente não havia alternativa no PT, devem dar loas a Lula não só pode ter achado uma candidata mesmo sendo ela de outro partido (Originalmente ela era do PDT) capaz de ganhar duas eleições como também capaz de dar prosseguimento à política econômica e social do ex-presidente Lula. Aliás uma escolha que tanto do ponto de vista eleitoral, apesar da dificuldade da reeleição, como do ponto de vista da manutenção das políticas econômicas e sociais de um governo de esquerda mostra que a escolha de Lula foi de certo modo um assombro de acerto.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 06/12/2014

  5. O caráter da eleição não

    O caráter da eleição não depende da sua descrição, mas da base econômica, pois as relações econômicas dos eleitores e as funções da presidente deixam de ser políticas e desaparecem no Banco Central. 

    Se Dilma fosse conceber a nossa sociedade como não capitalsta começará por não haver nenhum capital-dinheiro. Ai questão então resume-se a necessidade de a sociedade calcular de ante-mão que quantidade de trabalho, meios de produção industrial e agrária fornecem qualquer valor de reprodução mensal ou anual para criar a razão social do dinheiro.

    Já estou em avançada idade e sentindo problemas de saúde; talvez desapareça antes que ocorra este desacordo para abolir o sistema de expropriação financeira em que vivemos. Deixo para o poder político e para quem quiser a minha vontade de cooperar para o país tornar-se dominante de um plano econômico com estas condições de existência:

    O conceito de economia prevalece ao gerar a regularidade da divisão da riqueza – nem mais nem menos que a realidade – a fim de ter condições de centralização do crédito nas mãos do Estado.

     A regularidade da realidade consiste em repetição de uma unidade exterior em virtude de um desenvolvimento do concreto que no momento só existe no meu intelecto.                                                                                                                                                                                           Sem a representação de sua imaginação, a regularidade externa da riqueza associa-se à vazia identidade do dinheiro.                                                                                                                                                                                                                                   O dinheiro se reduz a uma alternância considerada sempre igual a desigualdade de si mesmo, afastado da mensuração racional do concreto decifrado.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                   Essa consciência nos leva a necessidade de postular o conceito de valor como um ideal de duração interna de todos os procedimentos em que nós manifestamos a regularidade da própria objetividade da produção para todas as determinações dos desiguais da realidade.                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                    Existirá, portanto, a alternância externa que produz os créditos progressivos, cujo interior implica-se a ideia de se concretizar a propriedade da riqueza no estado de abstração de redutores periódicos. Ou seja, quando o intelecto encarna os aspectos diferentes dos elementos de unidade em uma forma diária de tempo/simultâneo, que gera o conceito total da produção.                                                                                                                                                                                  E assim nasce a simetria econômica do concreto em relação ao representante do curso da dimensão produtiva: A imaginação do dinheiro não vai além da realidade de cada período, em termos de valor da riqueza, pois é anulado pela unidade exterior; e seu crescimento se faz de maneira durável com a projeção significativa da massa do povo em poder do tempo, por parte de um fundo comum dos meios governamentais.                                  

  6. Começa tentativa de golpe. Nassif e Edu avisaram antes

    Começa tentativa de golpe via contas de campanha de Dilma

    golpe capa

     

     

    O dia 3 de dezembro de 2014 será lembrado como o dia 1 da principal aposta do golpismo dos derrotados na eleição presidencial desse ano, a de instrumentalizar a “devassa” que o ministro do TSE e do STF Gilmar Mendes está fazendo nas contas de campanha de Dilma Rousseff.

    Conforme explicado anteriormente nesta página e em outros blogs, como o de Luis Nassif ou, mais recentemente, o de Teresa Cruvinel, no site Brasil 247, haverá tentativa de vincular doações oficiais à campanha de Dilma à Operação Lava Jato.

    Mais uma vez, o Blog repete a explicação do roteiro.

    1 – Gilmar Mendes promove uma análise das contas de Dilma que nenhum outro candidato ao mesmo cargo que ela está sofrendo e esse fato é amplamente divulgado, gerando a sensação de que há algo errado.

    2 – Constatada a higidez das contas de campanha da presidente, a rota golpista é alterada (lá pelo meio do mês de novembro). Agora, haverá tentativa de vincular as doações legais de empresas envolvidas na operação Lava Jato aos crimes que essas empresas cometeram.

    3 – No dia 1 da colocação em prática do plano golpista, surge um “providencial” denunciante que verbaliza publicamente a tese que se quer vender, ou seja, de que doações legais que Dilma recebeu seriam parte de pagamento de propina ao PT.

    4 – Com base nesses fatos, as contas de campanha de Dilma são rejeitadas por Gilmar Mendes – parcial ou totalmente. O valor impugnado é alto. Nesse momento, o PSDB pede ao TSE a impugnação da chapa de Dilma e Michel Temer e propõe o impeachment da presidente no Congresso.

    5 – O último passo depende de fatos desconhecidos, mas a ideia dos golpistas é que o valor doado por empreiteiras a Dilma seja considerado pelo TSE determinante para a reeleição dela, levando a Corte eleitoral a impugnar a chapa Dilma-Temer, atendendo ao PSDB.

    O primeiro aviso nesse sentido foi dado por este Blog no dia 21 do mês passado, paralelamente a outros alertas, como o de Luis Nassif. E a figura central nesse processo é o presidente do TSE, José Antonio Dias Toffoli, e a entrega que fez das contas de campanha a Gilmar Mendes.

    De forma praticamente inacreditável, o “sorteio” no TSE da análise das contas de campanha de Dilma fez um raio cair no mesmo lugar duas vezes. Ou seja: a análise das contas de campanha de Dilma e a dos gastos do PT com a campanha de Dilma caíram, ambas, nas mãos de Mendes.

    Leia, abaixo, matéria do UOL que, entre outras, faz vinculação entre doações legais à campanha reeleitoral da presidente  e a operação Lava Jato. Essa será a base do que ocorrerá nas próximas semanas. A intenção é “constranger” o TSE a encampar a rejeição das contas.

     

    golpe 1

     

  7. Paulo Henrique Amorim alertou:

    Por quê o PT da pouca prioridade ao nacionalismo??? Se não abraçar essa bandeira o Bolsonaro vai abraçar e tchau PT…

    Os socialistas franceses foram muito indolentes ao não perceberem que a globalização nunca foi uma “Brastemp”, com isso a Frente Nacional da família Le Pen cresce em popularidade.

    Desenvolver o Brasil muito dependente do capital estrangeiro continua tudo na mesma merda.

    Social-Desenvolvimentismo é muito pouco, Brasil precisa de Nacional-Social-Desenvolvimentismo, resgatar políticas bem sucedidas dos anos 30 a 80.

    Obs: A verdadeira Brastemp deixou de ser uma empresa genuínamente brasileira nos anos 90.

  8. A arrogância do autor é

    A arrogância do autor é surpreendente. Além de sofismas (“…Mas campanha é desconstrução do adversário, governo é construção da Nação. Logo, não há contradição”), ele dá tudo como favas contadas. Está bem ser otimista, mas a esse ponto é querer zombar dos leitores.

    1. Mesmo para um petista o texto é otimista, mas não zomba

       

      Caetano. (quarta-feira, 03/12/2014 às 23:01),

      Não sei a quem você se refere como leitores e que teriam sido zombados. No máximo o autor alertou os petistas pessimistas para um erro de julgamento deles que os impede de ver um avanço na idéia de trazer um fiscalista para o ministério da Fazenda.

      Você tem razão em ver um exagero de otimismo no texto, mas não vejo zombaria nele. E um PSDBista apenas deve torcer para que o prognóstico dele não se concretize. Nesse sentido o questionamento de San Paradise que demanda se os prognósticos de Fernando Nogueira da Costa foram previamente combinados com os russos, pareceu-me uma crítica bem mais consistente do que a sua. O único problema do questionamento de San Paradise no comentário que ele enviou quarta-feira, 03/12/2014 às 21:09, foi que a comparação da oposição brasileira com os russos não me parece muito adequada. Essa é entretanto uma alegação que eu deixo mais para os PSDBistas fazerem.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 05/12/2014

  9. Desenvolvimentismo através do Mercadismo

    Colocar os mercadistas para ajustar a economia e manter possível o desenvolvimentismo é uma tática brilhante. Sobre as bandeiras da direita que a esquerda pode tomar, faremos uma reflexão no Pensando BR amanhã. O texto faz parte da série que estamos lançando com reflexões (bem simples) sobre como o governo reconquistar o apoio da Classe C, pois ela é a chave do triunfo ou da derrota do golpismo. Tenho chamado a atenção para a necessidade de garantir e ampliar as conquistas dos que já ascenderam socialmente. É preciso uma série de medidas políticas e econômicas que pensem o suporte às multidões que ascenderam da pobreza para a base da classe média. É preciso informar melhor, proporcionar melhor acesso à saúde e a educação e aliviar o peso dos impostos sobre essa parcela da população. Garantir que continuem avançando e possam reconhecer quem lhes possibilitou isso. A série de textos abaixo reflete sobre esses temas:

     

    Informação Independente:

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR2.html

     

    Saúde:

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR3.html

     

    Educação:

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR4.html

     

    Introdução:

    http://reino-de-clio.com.br/Pensando%20BR.html

    1. Concordo com você, menos em aliviar a carga dos impostos

       

      Eduardo Lima (quinta-feira, 04/12/2014 às 10:01),

      Eu venho mais recentemente buscando defender a necessidade de a humanidade compreender o ambiente em que ela vive para que se possa ir na direção correta, e entendendo como direção correta não a minha para você ou a sua para mim, mas aquela desejada por qualquer. Enfim, penso que vale a pena tentar entender a democracia representativa antes de propor mudanças na representação, ou no processo parlamentar ou no modelo eleitoral. Também é necessário mais bem compreender o sistema capitalista para saber que mudanças devem ser propostas de modo a saber previamente a possibilidade fática da proposta e também para facilitar em se alcançar o que se deseja.

      Pensei sobre isso quando comecei a ler seu comentário e o vi expressando reações semelhantes ao que eu tive ao ler este post “Táticas fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando N. da Costa”, até que eu li a seguinte frase:

      “É preciso uma série de medidas políticas e econômicas que pensem o suporte às multidões que ascenderam da pobreza para a base da classe média. É preciso informar melhor, proporcionar melhor acesso à saúde e a educação e aliviar o peso dos impostos sobre essa parcela da população.”

      O trecho que me toca é aquele em que você diz que é preciso “aliviar o peso dos impostos” que incide sobre as “multidões que ascenderam da pobreza para a base da classe média”.

      Pode-se dizer duas coisas sobre o capitalismo quase como uma certeza. Primeira, sendo o capitalismo um sistema dinâmico não se pode previamente estabelecer sobre que grupo social efetivamente recai a carga tributária. E a segunda é que independentemente do modelo de carga tributária que se adotou, à medida que a carga tributária aumenta há uma melhora na distribuição de renda.

      Então eu não me preocuparia tanto em “aliviar o peso dos impostos” que incide sobre as “multidões que ascenderam da pobreza para a base da classe média”. Se essa classe se fortalecer ela tem condições de repassar o tributo que recai sobre ela. E evidentemente não serão os mais pobres do que as “multidões que ascenderam da pobreza para a base da classe média” que irão sofrer a incidência desta parte da carga tributária que as “multidões que ascenderam da pobreza para a base da classe média” conseguiram repassar.

      Aliás, em meu entendimento, é bem verdade que é entendimento de leigo, o que o Fernando Nogueira da Costa está defendendo é exatamente a idéia de que um ministro da Fazenda fiscalista vai aumentar a carga tributária e assim se terá mais recursos para colocar em andamento as políticas sociais desenvolvimentistas.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 05/12/2014

  10. Continuo tendo boa

    Continuo tendo boa expectativa com o governo Dilma e discordo da afirmação de que a apresentação do nome dela por Lula foi uma “asneira”. Lula mostrou-se um excelente chefe de estado, talvez seja lembrado como um dos melhores, não só a qui do Brasil. Mas, convenhamos, essa tarefa foi facilitada pela escolha de um bom gestor para conduzir a “chefia de governo”. De quem estamos falando? Da Dilma “geni” Roussef, é claro. A escolha de Lula, longe de ser uma asneira, foi um grande saque pelo menos por dois motivos: A necessidade de renovação do partido e a necessidade de “experimentar” um típico gestor como chefe de estado e de governo. Um dos grandes problemas da política partidária do país é que as pessoas acham que é automática a transição de bons parlamentares (bons políticos) para bons chefes de governo (municipal, estadual e federal). A história está repleta de bons políticos que foram pessimos gestores o que, em si, justifica a opção de Lula. Fernando Haddad foi escolha nessa mesma linha, embora ele, de longe, demonstre ter uma “cintura” política bem mais afiada do que a de Dilma. Quanta à forte rejeição de Dilma, é oportuno lembrar que ela foi habilmente construída por uma  mídia que procurou depositar, apenas na conta da presidente,  uma diversidade de problemas das esferas  federal, estadual, municipal e de outros poderes da república,  que surgiram no rastro do movimento de junho de 2013. Não se pode esquecer, também, que parte dessa rejeição foi construída a partir da condenação dos membros do PT no mensalão. É inegável o déficit de  habilidade política  da Presidente, principalmente se comparada a de um Lula, mas com quem Dilma deve deixar a “chefia” de governo para cuidar mais da parte política que a chefia de um estado conturbado, como o nosso, tanto exige? Ou melhor, aproveitando os dotes de boa gestora que Lula identificou nela, quem, no PT, poderia ajudá-la na “chefia” de estado para que ela cuidasse apenas da administração? É preciso reconhecer que o quadro político atual do PT, principalmente depois das condenações do mensalão, do afastamento de Palocci, da perda de Gushiken, da debandada de militantes históricos, etc,  é bastante carente de bons nomes tanto para o parlamento como para a administração. O governo Dilma enfrentou graves consequências políticas do mensalão, enfrentou uma mídia tão compacta quanto desonesta, enfrentou uma campanha política absurdamente extenuante e, quando finalmente pensou ter chegado na praia para tomar um folêgo, é atingida pelo o tsunami das investigações da Petrobrás, todos problemas não criados diretamente por ela. Não se está a exigir muito da presidente? Vocês conhecem alguém do PT que conduziria o barco por caminhos menos tortuosos? Lula? É possível que sim, mas só se alguém, com o perfil dela,  estivesse também na tripulação para dividir as responsabilidades com ele…Quanto às escolhas da equipe econômica, e à aparente mudança de discurso em relação aos ajustes, em que momento da campanha ela disse que eles não seriam feitos “nem que a vaca tussa”?  Salvo engano o comentário foi feito em relação à garantia dos empregos, dos salários e das conquistas sociais. A forte pressão da mídia, a intranquilidade do mercado produtivo interno e a crise na economia mundial parecem indicar   que esses ajustes precisavam ser iniciados sim,  para não colocar em risco as conquistas sociais e para garantir a posse e a governabilidade de seu próximo mandato.

    1. Ótimo comentário e apareceu em boa hora

       

      Mario Ferreira (quinta-feira, 04/12/2014 às 16:24),

      Sorte minha ter visto este seu comentário. Abri o post uma primeira vez e não o vi. Voltei a o abrir e eis que me aparece o seu comentário. Você não faz a análise específica do artigo de Fernando Nogueira da Costa, e pegou um comentário em meu entendimento fraco, mas fez uma avaliação correta do governo de Dilma Rousseff e de certo modo deu um posicionamento favorável ao artigo de Fernando Nogueira da Costa.

      Eu acho até que o Fernando Nogueira da Costa exagerou ao fazer o prognóstico para muitos anos à frente. Agora no curto prazo a avaliação dele está correta. Sem dúvida que é preciso alguém que aumente os impostos para que muitas das ações sociais do governo possam ser mantidas.

      E em relação ao seu comentário eu deixo o link para o post “A vitória da politização da sociedade e o próximo governo” de domingo, 30/11/2014 às 14:29, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria de Ion de Andrade. Junto ao post eu enviei segunda-feira, 01/12/2014 às 01:50, um comentário para Ion de Andrade em que reproduzo um ótimo comentário de Marco Antonio Castello Branco que eu venho reproduzindo aqui no blog de Luis Nassif por diversas vezes e me fez lembrar um pouco do seu comentário. O endereço do post “A vitória da politização da sociedade e o próximo governo” é:

      https://jornalggn.com.br/fora-pauta/a-vitoria-da-politizacao-da-sociedade-e-o-proximo-governo

      E talvez eu volte aqui para reproduzir um comentário que enviei para Luis Nassif junto a dois posts aqui no blog dele. Enviei primeiramente na quarta-feira, 03/12*/2014 às 21:49, para o post “Antonio Delfim Netto: Por falar em poupança…” de terça-feira, 02/12/2014 às 10:02, contendo o ótimo artigo de Antonio Delfim Netto “Por falar em poupança…” publicado na terça-feira, 02/12/2014 no jornal Valor Econômico. O endereço do post “Antonio Delfim Netto: Por falar em poupança…” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/antonio-delfim-netto-por-falar-em-poupanca

      E em seguida transcrevi o comentário junto ao post “As perspectivas dos investimentos brasileiros” de quarta-feira, 03/12/2014 às 06:00. O endereço do post “As perspectivas dos investimentos brasileiros” é;

      https://jornalggn.com.br/noticia/as-perspectivas-dos-investimentos-brasileiros

      No post “As perspectivas dos investimentos brasileiros” Luis Nassif discorre sobre uma razão apresentada pelo Fernando Nogueira da Costa para a queda do investimento. Segundo Fernando Nogueira da Costa “a taxa de investimento (relação investimentos x PIB) não aumentou substancialmente devido à redução dos preços relativos dos bens de investimento”.

      Em meu comentário originalmente enviado para o post “Antonio Delfim Netto: Por falar em poupança…” eu faço referências elogiosos não a esse entendimento do Fernando Nogueira da Costa sobre redução dos preços relativos dos bens de investimento, mas em relação ao texto deste post “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando N. da Costa” de quarta-feira, 03/12/2014 às 17:04, e com texto dele.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 04/12/2014

  11. Ainda assim, não explica…

    Muito interessante a narrativa dos próximos anos e a expectativa para a década de 2020 a 2030.

    Ainda que tudo corra bem e tenha valido à pena a manutenção de Dilma no poder, uma coisa que ficou explícita no texto não condiz com a Democracia como eu gostaria que fosse e, creio, a maioria dos brasileiros.

    Não se pode aceitar, tratar e se referir às falas e promessas de campanhas como se fossem feitas para serem descumpridas, desde que usadas para desconstruir o adversário.

    O adversário não deve ser desconstruído com mentiras sobre ele, mas com as verdades sobre ele que os eleitores não aceitem. Além disso, a promessas do que será feito (e não do que o oponente vai fazer) devem ser coerentes com a construçã da nação que se deseja.

    Assim, as ações do governo deveriam estar coerentes com as promessas de manutenção de direitos trabalhistas etc. Ou que tivesse falado que sim, que um ajuste seria necessário.

    Isso é o m’;inimo que se espera de um partido sério.

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