Temer quer retomar nomeações em estatais para garantir apoio no Congresso

Jornal GGN – O presidente interino Michel Temer deverá vetar trechos da Lei das Estatais, mantendo a proibição de nomeação de dirigentes de partidos políticos mas tirando a regra que não permite que o presidente da empresa participe de seu conselho de administração.

Outro veto deverá ser sobre a responsabilidade dos conselhiros em votações do conselho, já que o texto possibilita a interpretação de que todos os conselheiros podem ser responsabilizados pelas decisões, mesmo os que votaram contra. 

Temer vai realizar na terça uma cerimônia para sancionar oficialmente a Lei de Responsabilidade da Estatais. Ele havia dito que não iria fazer nenhuma nomeação até a sanção do projeto, e o governo conta com as nomeaçõs para as estatais para ganhar apoio no Senado, que julgará o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

Da Folha

De olho em apoio no Congresso, Temer vai vetar trechos de Lei das Estatais

O presidente interino Michel Temer retoma a partir desta semana a nomeação de diretores de estatais dentro de sua estratégia de assegurar apoio no Congresso, depois de sancionar nesta terça-feira (28), com vetos mais técnicos, a Lei de Responsabilidade das Estatais.

Temer vai manter a proibição de nomeação de dirigentes de partidos políticos nas estatais, mas vai vetar, por exemplo, a regra que não permite que o presidente da empresa participe do seu conselho de administração.

Outro veto recairá sobre a responsabilidade dos conselheiros da estatal em votações do conselho de administração. O texto permite a interpretação de que todos podem ser responsabilizados pelas decisões do conselho, mesmo os que votaram contra.

Para impedir a dubiedade, o governo decidiu vetar este trecho, já que a Lei das Sociedades Anônimas permite o voto em separado dos conselheiros contrários a algum ponto em discussão, o que o isenta de responsabilidade.

Para capitalizar politicamente a tentativa de moralização das indicações para cargos públicos, o presidente vai realizar na terça uma cerimônia no Palácio do Planalto para sancionar oficialmente a Lei de Responsabilidade da Estatais.

Temer tinha dito que não iria fazer nenhuma nomeação até a sanção do projeto, mas que iria retomá-las após a publicação da nova lei.

O governo conta com estas nomeações para garantir apoio principalmente no Senado, que vai julgar o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

O peemedebista confirmou que uma das primeiras indicações será a de Wilson Ferreira, presidente da CPFL, para comandar a Eletrobras.

Dentro do Palácio do Planalto, assessores destacam que não está proibida a nomeação de políticos, mas sim daqueles que não se encaixam nas regras do projeto aprovado no Congresso.

O texto proíbe, por exemplo, a nomeação para diretoria e conselho de estatais de dirigentes de partidos políticos e de organização sindical e de titulares de mandatos no Poder Legislativo, mesmo que licenciados.

Temer foi neste domingo (26) a Goiânia, onde participou da festa de aniversário do senador Wilder Morais (PP), dentro da tática de fortalecer sua posição na votação do impeachment de Dilma. No evento, fez um discurso de três minutos.

TURISMO

O presidente também pode, nesta semana, definir o novo ministro do Turismo, cargo vago desde que Henrique Eduardo Alves, seu amigo, pediu demissão por causa de seu envolvimento na Operação Lava Jato, no último dia 16.

Temer está entre duas soluções. Uma é transferir o ministro Marcos Pereira (Indústria, Comércio Exterior e Serviços) para o Turismo, abrindo espaço para a escolha de um nome ligado ao setor empresarial para o ministério hoje ocupado pelo PRB.

Outra é indicar para o posto antes ocupado por Alves um deputado também do PMDB, de preferência um nome da bancada mineira, que hoje está sem representante no ministério.

Nesta segunda-feira (27), o presidente vai realizar a primeira reunião dos ministros do núcleo de infraestrutura para acertar uma estratégia de retomada dos investimentos em obras no país.

O governo está finalizando um projeto para dar autonomia a agências reguladoras. 

Redação

Redação

View Comments

  • O STF decidiu ao julgar o "mensalão" que comprar votos é crime.

    O STF decidiu ao julgar o "mensalão" que comprar votos é crime.. E saber que por conta do julgamento do "mensalão" muitos foram condenados a anos e anos de prisão por compra de votos, aliás, o que não era verdade, Joaquim Barbosa alegou que eram compra de votos para aprovar as reformas, e que o PT tinha cometido o crime de ter tido projeto de poder..,,.e agora a compra de votos para manter-se no poder é feito ao vivo e tudo bem...

  • .....

    O vice-presidente, né Folha, esta fazendo que sabe fazer melhor (acho que perde apenas para o quesito conspiração), que é lotear o Brasil. Nenhuma novidade em se tratando desse governo rasteiro.

  • Como é que os coxinhas diziam mesmo, era "aparelhamento"?

    Aparelhamento ou compra de votos? Qual era a expressão dos trouxinhas mesmo?

Recent Posts

Comunicação no RS: o monopólio que gera o caos, por Afonso Lima

Com o agro militante para tomar o poder e mudar leis, a mídia corporativa, um…

12 horas ago

RS: Por que a paz não interessa ao bolsonarismo, por Flavio Lucio Vieira

Mesmo diante do ineditismo destrutivo e abrangente da enchente, a extrema-direita bolsonarista se recusa a…

13 horas ago

Copom: corte menor não surpreende mercado, mas indústria critica

Banco Central reduziu ritmo de corte dos juros em 0,25 ponto percentual; confira repercussão entre…

13 horas ago

Israel ordena que residentes do centro de Rafah evacuem; ataque se aproxima

Milhares de pessoas enfrentam deslocamento enquanto instruções militares sugerem um provável ataque ao centro da…

14 horas ago

Governo pede ajuda das plataformas de redes sociais para conter as fake news

As plataformas receberam a minuta de um protocolo de intenções com sugestões para aprimoramento dos…

15 horas ago

As invisíveis (3), por Walnice Nogueira Galvão

Menino escreve sobre menino e menina sobre menina? O mundo dos homens só pode ser…

17 horas ago