CPI da Covid

O grande problema da vacina foi a politização, diz Airton Cascavel

Jornal GGN – O empresário e ex-deputado federal Airton Antonio Soligo, conhecido como Airton Cascavel, aponta a “politização” como grande problema na questão das vacinas contra covid-19.

“O grande problema da vacina brasileira foi a politização. Se politizou essa questão, se politizou a questão do (Instituto) Butantan. Se politiza, eu vejo – as pessoas não falam da importância da Fiocruz. E ali a interlocução política”, disse Cascavel ao relator da CPI da Pandemia, senador Renan Calheiros (MDB).

“Naquele momento, havia uma tratativa – eu quero esclarecer aqui, senhor senador, que quando fala de tratativas, qualquer tratativa comercial, de relação empresarial, é secretaria executiva. Vacinas, medicamentos, nada da minha função. Não é essa minha função”, disse Cascavel, enfatizando que seu papel era de interlocutor político.

O empresário citou ainda o nome do ex-deputado Antônio Imbassahy (PSDB, atualmente secretário de representação do estado de São Paulo em Brasília) como preponderante nessa relação de “reconstrução e pacificação” com o Butantan.

“Fui mandado para São Paulo na função de interlocutor, nos reunimos em uma relação da equipe do ministério, com a vigilância sanitária, setor jurídico para tratar dessa aproximação necessária, porque era necessário – naquele momento nós precisávamos de vacinas e o Butantan tinha 6 milhões de vacinas”.

Sobre a relação federal com o Instituto Butantan, Cascavel disse que, em nenhum momento, o diálogo foi interrompido – “mas, na mídia nacional, é fato (que a relação era problemática)”. Entretanto, o empresário não mencionou os sucessivos ataques feitos pelo presidente Jair Bolsonaro contra o Instituto Butantan e a vacina Coronavac.

Nas redes sociais, o senador Humberto Costa (PT) lembrou que o discurso de “politização da vacina” partindo dos Bolsonaristas é um tiro no pé. “Quem politizou a vacina foi Bolsonaro. Enquanto o mundo se enchia de esperança, Bolsonaro dizia que o povo ia virar jacaré e que ele não tomaria. O negacionismo dele matou milhares de brasileiros”.

Redação

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