Após votação favorável, Temer faz pronunciamento

Jornal GGN – Quando os votos na Câmara que garantiriam a continuidade de seu governo foram proferidos, Michel Temer fez um pronunciamento na noite de ontem, dia 2. Disse, então, que seguirá com as reformas e ações que “julga necessárias para modernizar e melhorar o país“. Tratou a votação como “eloquente decisão“ e que isso lhe daria sinal verde para seguir em frente “com as ações necessárias para concluir o trabalho que meu governo começou há pouco mais de um ano“.

Ele colocou na conta de modernização a reforma trabalhista, que trouxe um atraso considerável para o país, e celebrou a queda da inflação e de juros. Disse mais. Afirmou que estão colocando as contas em ordem “de forma definitiva e equilibrada“ e que as reformas estruturantes necessárias para o país serão feitas.

Com 263 deputados a seu favor e 227 contra, Temer armou-se de coragem em sua fala. Afirmou que o País está pronto a crescer “ainda mais“ e que todos “são filhos da mesma nação, detentores dos mesmos direitos e deveres“. Foi mais longe. Disse que seu governo tem por objetivo fazer um “Brasil cada vez melhor“ e que fará isso a cada instante até o “fim de seu mandato“. Afirma querer um Brasil melhor, “sem ódio ou rancor“.

Ontem, durante todo o dia, Temer aparentou estar tranquilo com a votação, tanto é que recebeu deputados enquanto eram votados os requerimentos no plenário da Câmara. Agora sua meta é retomar a agenda de reformas, leia-se reforma da Previdência, simplificação tributária e uma agenda de viagens que contemplam Brics e Assembleia Geral da ONU. Isso para setembro.

Temer logrou conquistar essa vitória após semanas de articulação política com o Congresso. Ele recebeu dezenas de deputados, pediu voto favorável e liberou emendas encalacradas. Ele se ocupou pessoalmente do corpo a corpo com os deputados e conseguiu inviabilizar o prosseguimento da denúncia.

Na fase de apreciação da denúncia, Temer e sua base conseguiram inúmeras trocas de membros na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ). Estas trocas ajudaram a aprovar o relatório de Paulo Abi-Ackel, do PSDB de Minas Gerais. Este relatório foi o votado no dia de ontem.

A oposição criticou duramente a liberação de verbas em emendas parlamentares no período de tramitação da denúncia. Fato negado por Temer e seus ministros, mas alardeada pela imprensa.

Há duas semanas a base do governo já alardeava o número de votos necessários para inviabilizar o prosseguimento da denúncia. O governo esperava 280 votos na causa.