Rui Daher
Rui Daher - administrador, consultor em desenvolvimento agrícola e escritor
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Crônica de exultação e samba, por Rui Daher

Hoje em dia, faço força para ir-me sem saber o que será deste país. Se alguém irá transformá-lo em “festa, trabalho e pão”, não serei eu. Deixo isso pra vocês.

Crônica de exultação e samba, por Rui Daher

Nunca imaginei necessárias tantas análises e elucubrações sobre o malfeito. Ele vem de longe: não, não voltarei a mencionar o já manjado Acordo Secular de Elites (somente eles não admitem viverem de enganar pobres e incautos).

Estou mais atual: 2013 (Passe Livre), 2014 (Cara Livre para Aécio), 2016 (Golpe Livre ao Impeachment), e daí em diante, diariamente, tudo LIVRE e Lula PRESO.

Parabéns, ‘The Intercept’, obrigado, precisava? Acho que sim, tão imbecil nossa população ou tão poderosos eles.

“Mas a calmaria não convém
Que grande ironia é saber
O coração que é do mar
Já nasceu pra navegar
E não para em terra firme”

Trecho de um samba do Grupo Casuarina que, indevidamente, uso para fulminar Bolsonaro, Guedes, Olavo, Weintraub, Salles, Damares (esta como galhofa), e tantos mais que trouxeram ínclita nação à pilhéria mundial e trabalham em sua destruição.

Pra roda, com o Casuarina, chamo Moyseis Marques e Paulinho César Pinheiro, em “Nomes de Favela”. E a mim. Canto e conto com todos eles. Beth e Melô, no conselho celeste do ‘Dominó de Botequim’, venham!

“Ou lá na favela a vida muda ou todos os nomes vão mudar (…) não sou do tempo das armas por isso ainda prefiro ouvir um verso de samba do que escutar som de tiro”.

Não, não tratarei do #VazaJato, pois sei que muitos aqui o farão com maior talento e percepção, durante dias, meses, anos, espero que não décadas. Paciente e finito, mesmo eu canso.

Apenas um ponto cético. Em nada dará. A Globo, através do JN de 10 de junho, escolheu Moro e aquele imbecil PPT contra ‘The Intercept’ e sua coragem, não irá nos salvar da canalhice de Moro e escumalha.

Mas, então, por que estou aqui? Por amar aos amigos de esquerda que me ajudam a saber o melhor, desde que assim me tornei, antes da maioridade. Enfim, o que foi isso?

Penitência, sexualidade, sei lá o quê. Como no dia em que levantei a batina de Dom Severino, o mais rígido benedito do Colégio de São Bento, em São Paulo, e dei-lhe uma palmada na bunda. Cacete, ele não usava cueca! Meu saudoso colega de classe, mais tarde médico e um dos maiores jornalistas do Brasil, Fritz Utzeri, se lembraria do ‘Bolinho’ e riria muito com isso.

Apenas não verifiquei se aquelas nádegas germânicas ficaram vermelhas com o tapa. Não ousaria. Pedofilia já existia, embora pouco comentada.

Hoje em dia, faço força para ir-me sem saber o que será deste país. Se alguém irá transformá-lo em “festa, trabalho e pão”, não serei eu. Deixo isso pra vocês. Com um pouco de ceticismo. Mesmo depois de passar alguns dias no “Nordeste Vermelho”.

Também lá, com toda a pobreza, ainda assim, percebo que a elite, criada sobre as tetas do sistema capitalista selvagem, dominará, enquanto o povo caminha como bodes em direção às grelhas do Bodódromo, que não servem bodes, mas cordeiros, como é comum ao nosso povo.

Incomodarei a vocês, neste texto, caracteres a menos. Com tantos que irão abordar o affair Moro e aquele bestinha “que-sei-um-merda” (vai processar? Manda. A lâmina de Harmônica está colada em sua carótida).

Vocês são podres! Destruíram o melhor projeto social, em décadas, no Brasil. Juntas foram grandes empresas. Destruíssem seus corruptos e mantivessem as empresas. Mas, não. Queriam vende-las na bacia das almas, né? Assim, os chefes da quadrilha não fomos nós. Foram vocês.

Harmônica, me avisa, imploro. Estarão eles, brevemente, todos, em gradual, lento e cruel estado de morte?

Se doer, chamem Jair e Olavo. Não adiantará. O anestésico deles é ineficiente.

 

 

 

Rui Daher

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