D’Artagnan D’Ourinol, Episódio 1, por Rui Daher
Redação, noite de São João, quentão e fogão (não, não me refiro a excessos etílicos).
Presentes: Nestor, Pestana, o segurança Everaldo, eu e o Harmônica, recém-chegado do monastério de Steve Bannon, na Itália, totalmente destruído pelo instinto selvagem do serial killer e de seu bando de meninos formados enquanto esteve internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para se tratar de fictício câncer.
Quanto ao fogão, o termo não pauta o apelido do time de futebol do Rio de Janeiro, nem o equipamento que mantemos nas cozinhas, mas sim à maluca ideia de Nestor festejar a data fazendo uma fogueirinha no local. Nossa carbonização só foi evitada graças à força de Everaldo que segurou o braço do facínora, caixa de fósforos na mão e prestes a jogar um litro de álcool na mesa de nosso editor-geral.
Ao mesmo tempo em que Nestor tenta parar de beber se torna mais irascível com o país e seus atuais governantes. A Redação implora para que ele volte a beber e assim se acalme.
A certa altura da conversa, Harmônica perguntou:
– D’Artagnan D’Ourinol (favor usarem pronúncia francesa), por que tanto trabalho? Não seria melhor eu ir até lá e degolá-lo?
– Não o queremos vitimizado. E nem ao marreco.
– O que pretendem?
– Convidá-lo para uma série de entrevistas, como no passado fizemos com candidatos em eleições, o “Estrelas em Desfile”, os “Dominós de Botequim”, na Terra e no Céu, mesmo a sua própria série, Harmônica.
– E o que o Conselho Consultivo está pensando de tudo isso? Concordam?
– Deu empate. Darcy, Ariano e Alfredinho mandaram-nos ir rápido ao fígado.
– O que falei? Minha faca pontiaguda está afiadíssima!
– Harmônica, não nesse sentido. Dr. Walther, Melô e Beth, preferem conceder um certo tempo antes do ataque. Diante do empate, e em não havendo o detestável VAR, deixaram a decisão para a Redação.
Sábios dissemos todos, à exceção de Harmônica que tirava agudos lancinantes de ódio, enquanto afiava o punhal, aliás muito parecido com o de Corisco na hora do encontro com Antônio das Mortes.
– Pessoal, vamos discutir a primeira abordagem. Missiva escrita com letrinha bem feminina. Everaldo?
– Vão tomar no cu!
Gargalhadas gerais.
– E-mail, WhatsApp, Messenger, convite de quermesse, pombo-correio, telefone-sem-fio?
– Deixem a responsabilidade comigo:
De: BRD, Blog do Rui Daher. Para: @D’Artagnan D’Ourinol
“Excelentíssimo Jurista, temos acompanhado a sua luta para acabar com a corrupção no Brasil, em missões curitibanas e sempre ao som da maviosa “Maringá”, de Joubert de Carvalho (1900-1977).
Até aqui seus argumentos e Powerpoints têm sido apoiados por publicações de direita, não evangelizadas e ridicularizadas por blogs de esquerda.
Não achamos justo que a esquerda não lhe dê voz (mesmo que fina). Daí o BRD, declaradamente de esquerda, mas democrático, gostaria de ouvi-lo e, dentro da maior precisão e honestidade jornalística, publicar suas ideias, pensamentos e missão para nós, os brasileiros.
Colocamo-nos à disposição para quaisquer esclarecimentos, assim como os senhores fizeram com o ex-presidente Lula, e esperamos, com gratidão, uma resposta positiva.
Assinado: Rui Daher, um servo do Senhor”
– Por que essa cara, Nestor?
– Cervo cairia melhor, babaca.
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