Foto: Felipe Stucchi
Jornal GGN – A única autobiografia de um homem escravizado no Brasil foi traduzida pelo pesquisador brasileiro Bruno Véras, que chega em São Paulo para ministrar o curso gratuito “A Diáspora Africana no Brasil: entre números, biografias e a sala de aula”, na Cia do Pássaro. O aulão acontece dia 2 de junho, no mês em que se comemora os 130 anos da abolição da Escravatura no país. No mesmo dia, será apresentado o espetáculo Baquaqua, inspirado na obra. Para fazer a inscrição no curso clique (aqui).
Verás é um estudioso da história de Mahommah Gardo Baquaqua, africano escravizado nas Américas, que foi enviado ao Brasil em um navio negreiro em 1845 e teve seu relato de vida publicado 1854, intitulado “An interesting narrative: Biography of Mahommah G. Baquaqua”. Esta foi a obra que ganhou tradução brasileira.
Para transformar essa autobiografia em ferramenta de ação política no campo da educação e arte, além fomentar o debate em torno do tema, Verás se uniu aos pesquisadores Robert Krueger e Paul Lovejoy e criou o Projeto Baquaqua. Foi dessa iniciativa que a Cia do Pássaro – Voo e Teatro se inspirou para criação do espetáculo “Baquaqua – Documento Dramático Extraordinário”.
E foi Verás que realizou toda base de pesquisa do processo de criação dessa peça, que também tem a dramaturgia assinada por Dawton Abranches e Dione Carlos. A montagem será apresentada no mesmo dia do curso, 2 de junho, para os participantes.
“As reminiscências de M. G. Baquaqua formam um relato particularmente importante da diáspora africana. A partir destes relatos, foi criado o projeto Baquaqua. Tal como outros escritos biográficos, este nos permite ver o indivíduo para além do escravizado e do contexto da escravidão. O Projeto Baquaqua se pretende uma chance de imaginar, aprender e compreender e, através do senso de alteridade, a construir empatias e identificação.”, disse os organizadores do projeto.
Foto: Felipe Stucchi
Curso com Bruno Véras – “A Diáspora Africana no Brasil: entre números, biografias e a sala de aula (lei 11.645 LDB)”
Onde: Sede da Cia do Pássaro – Voo e Teatro – Rua Álvaro de Carvalho, 177 – Centro – São Paulo – SP (05 minutos do metrô Anhangabaú).
Quando: 02 de junho
Horário: das 10h às 18h – Duração: 08h – Intervalo de 01h para o almoço, que será custeado pelo projeto.
Vagas: 50 (a serem preenchidas por ordem de inscrição)
Gratuito.
Conteúdo Programático: O curso tem como marco temporal de seus conteúdos a primeira metade do século XV até meados do século XIX, período que se convencionou chamar do período do tráfico atlântico de escravos. Nestes 400 anos, cerca de 12 milhões de homens, mulheres e crianças foram forçadamente transferidos para outros continentes na condição de escravizados. O Brasil foi responsável pela escravização de cerca de 4,8 milhões de africanos. O objetivo é compreender os números referentes à diáspora africana, tomando como variáveis analíticas as categorias de gênero e etnicidade, para um melhor entendimento das experiências individuais dos africanos no supracitado período. Serão debatidos os temas: A diáspora Africana e a sala de aula: marcos legais e educacionais, O tráfico africano de pessoas: entre os números e o recorte étnico e de gênero (séc. XV-XIX), O tráfico ilegal de escravos no Brasil pós-1830 e os Africanos Livres (ferramentas digitais/ didáticas), Biografias e estudos de caso: Mahommah Gardo Baquaqua, de Djogou, O Alufá Rufino, de Oyo, Domingos Álvares, do Golfo do Benim.
Sobre o ministrante: Bruno Véras, é estudioso sobre a história de Mahommah Gardo Baquaqua, pós-doutorando na Universidade de York (Canadá) e possui Graduação (Bacharelado e Licenciatura) em História e Mestrado em História Social pela Universidade Federal da Bahia. Pesquisador associado do Harriet Tubman Institute, no Canadá e do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros da Universidade Federal de Pernambuco (NEAB-UFPE). Possui experiência como professor de Didática do Ensino Superior no curso de Especialização em História da África (2015) – FUNESO e em monitoria em História da África e História da Cultura pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Coordenador do Baquaqua Project (2014-2016) pelo Ministério da Cultura, Brasil. Membro da Produção do Projeto África Aparece, Mais Cultura nas Escolas (2014-2015) – MEC / MinC, Brasil. Consultor de Estudos Afro-brasileiros da UNESCO (2013) – ONU/FUNDAJ. Diretor e roteirista do Documentário “Memórias do Sagrado no Recife” (2014-2015). Possui apresentações em conferências em Toronto (Canada) e Nova York (Estados Unidos).
Foto: Felipe Stucchi
Serviço
Apresentação do Espetáculo – “Baquaqua – Documento Dramático Extraordinário”
Com a Cia do Pássaro – Voo e Teatro
Sinopse: Mais de 160 anos após a publicação da única autobiografia conhecida de um africano que foi escravizado no Brasil, a Cia do Pássaro traz aos palcos a história de Mahommah Gardo Baquaqua, que permanece sendo escrita até hoje.
Onde: Sede da Cia do Pássaro – Voo e Teatro – Rua Álvaro de Carvalho, 177 – Centro – São Paulo – SP (05 minutos do metrô Anhangabaú).
Quando: 02 de junho, às 19h
Ingressos gratuitos.
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