Truffaut e a nouvelle vague

Em 21 de outubro de 1984, François Truffaut faleceu, vítima de um tumor cerebral. François Truffaut e Jean-Luc Godard foram os que fundaram o movimento cinematográfico nascido na França e conhecido como ‘nouvelle vague’, movimento contestatário próprio dos anos 60, as características mais marcantes deste estilo são a intransigência com os moldes narrativos do cinema estabelecido. Conhecidos como os novos turcos, os cineastas da ‘nouvelle vague’ geraram também a ruptura com o cinema totalmente de estúdio, que era o que imperava na França da década de 40. As cenas focam o psicológico dos personagens, suas impressões cotidianas e banais. Truffaut, cujos temas principais de sua obra são as mulheres, a paixão e a infância, tornou-se um dos ícones desse movimento, e sempre buscou inspiração em sua própria história. 

  • O filme ‘’Fahrenheit 451’ de 1966, seu único filme em inglês, foi inspirado na obra-prima literária de Ray Bradbury. A história é sobre um futuro onde a sociedade é controlada pela ‘Família’ a quem todos devem obediência, e para a conquista da paz social esta sociedade deve manter-se distante de tudo que gere questionamentos. Para garantir o bem-estar tomam remédios e a vida social gira em torno de conversas fúteis, principalmente sobre TV. Os livros são proibidos, nas escolas é ensinado que eles servem apenas para serem queimados e para isso existem os bombeiros, que ao contrário de sua profissão, são os responsáveis de atear fogo nos livros, perseguir, prender e executar as pessoas que os lêem. Em contrapartida existem os guerrilheiros, um grupo rebelde de homens clandestinos que se empenha na sobrevivência do acervo literário da humanidade. Eles decoram obras literárias e se incumbem de contá-las e preservá-las. Cada um torna-se um ‘homem-livro’.

Redação

Redação

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  • A Noite Americana

    Os filmes franceses na sua maioria são chatos, monótonos... Mesmo  assisti ao "A Noite Americana"(por influência da premiação do Oscar). Um belo filme. Depois assisti ao A História de Adéle H. e ao "Último Metrõ". E só, Porém modestamente recomendo às novas gerações conhecer Truffaut .

  • em defesa do cinema intelectual francês e da nouvelle vague

    "Por que coisas do gênero desfrutam de respeito muito maior em Paris? Seria difícil imaginar um diretor americano ou inglês fazendo um filme como Minha Noite com Ela ​ (1969), de Éric Rohmer, no qual Jean-Louis Trintignant agoniza durante quase duas horas, dividido entre dormir ou não com Françoise Fabian, e no processo evoca um pouco de tudo, da aposta de Pascal na existência de Deus à dialética da revolução leninista. Neste, como em muitos filmes franceses do período, a indecisão conduz a trama, e não a ação. Um diretor italiano teria incluído sexo. Um diretor alemão, política. Para o francês, bastavam as ideias."

    O Chalé da Memória, de Tony Judt. Trad. Celso Nogueira. Editora Objetiva, 2012

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