“Nossos resultados derrubam o que tem sido universalmente aceito na comunidade científica, que nós usamos apenas um dos lados do nosso cérebro para a fala”, afirma Bijan Pesaran, professor adjunto no Centro para a Ciência Neural da NYU e autor sênior do estudo. “Além disso, agora que temos uma compreensão mais firme de como o discurso é gerado, o nosso trabalho no sentido de encontrar soluções para as aflições da fala é muito mais bem informado”.
Muitos cientistas têm postulado que tanto a fala e a linguagem são lateralizados, ou seja, nós usamos apenas um dos lados do nosso cérebro para o discurso, que envolve ouvir e falar, e linguagem, que envolve a construção e compreensão de sentenças. No entanto, as conclusões relativas ao discurso geralmente resultam de estudos que se baseiam em medições indiretas de atividade cerebral, levantando questões sobre a caracterização da fala como lateralizada.
Para abordar esta questão, os pesquisadores examinaram diretamente a conexão entre o discurso e o processo neurológico. Para ser mais específico, o estudo se baseou em dados coletados da atividade cerebral de pacientes por meio de eletrodos implantados diretamente no interior e na superfície do cérebro enquanto os pacientes realizavam tarefas sensoriais e cognitivas. Os pesquisadores examinaram as funções cerebrais de pacientes que sofrem de epilepsia usando métodos que coincidiram com seu tratamento médico.
“As gravações feitas diretamente do cérebro humano são uma oportunidade rara”, afirma Thomas Thesen, coautor do estudo. “Como tal, eles ofereceram a resolução espacial e temporal sem paralelo em relação a outras tecnologias de imagem, para nos ajudar a alcançar uma melhor compreensão das funções cerebrais complexas e exclusivamente humanas, como a linguagem”, acrescenta.
Em sua análise, os pesquisadores testaram as partes do cérebro que foram usadas durante o discurso. Nessa etapa, aos pacientes do estudo foi solicitado que repetissem palavras específicas como marcadores para medir a atividade neurológica. Assim, os cientistas foram capazes de isolar a fala da língua. Uma análise da atividade cerebral em pacientes envolvidos em tarefas de fala mostrou que ambos os lados do cérebro foram utilizadas, isto é, a fala é, de fato, bilateral.
“Agora que temos uma análise mais profunda da ligação entre o cérebro e o discurso, podemos começar a desenvolver novas formas de ajudar aqueles que tentam recuperar a capacidade de falar depois de um acidente vascular cerebral ou lesões que resultam em danos cerebrais”, explica Pesaran. “Com essa maior compreensão do processo de fala, podemos reequipar métodos de reabilitação de forma a isolar a recuperação da fala que não envolve a linguagem”.
Com informações do MedicalXpress.com
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Universalmente aceita o escambau; novidade velhíssima, já sabida
Há MUITO tempo se sabe que a fala e a linguagem utilizam os 2 lados do cérebro, o lado esquerdo sobretudo para sintaxe e articulação fonológica, e o lado direito sobretudo para prosódia. O que coincide com outros resultados sobre funcionamento cereb ral em outras áreas cognitivas; lado esquerdo mais para detalhes, unidades pequenas e seriadas, lado direito mais para padroes globais. Mas ambos os lados do cérebro podem exercer ambas os tipos de funções, apenas há um viés que favorece cada um deles para um dos tipos.