Enviado por Ozires Silva
Caro Luis
Acabo de ler na edição de hoje, de O VALEPARAIBANO de S.J.Campos, a sua coluna O EXECUTIVO DA DÉCADA.
Parabéns por prestar uma sólida homenagem a realmente um Executivo que merece todo nosso respeito pelo que executou e pelo excelente exemplo de sucessão que nos dá, a nós mesmos, e ao Brasil, Confesso que, emocionado, estou na linha de frente para o aplaudir.
Apenas gostaria, para tentar fazer um pouco de justiça para um projeto vitorioso da FAB que, criando o ITA em 1948, lançou no mercado engenheiros e técnicos que tornaram tudo isto de hoje possível. A mesma FAB apoiou e investiu na criação da EMBRAER. Do mesmo modo, sem ela, não existiria a empresa que tanto comemoramos hoje.
Assim, creio que não seja necessário se minimizar o que aconteceu antes da privatização para engrandecer o que o Maurício fez nesses anos todos. Ele merece homenagens por si mesmo e, muito grandes, pois seus sucessos dispensam comparações, em particular as negativas.
É injusto dizer que a empresa “esbarrou em problemas de gestão e em falta de atenção ao mercado” além de outras colocações que a extraordinária equipe que, olhando o mercado, praticamente criou o mercado de transporte aéreo regional mundial, a partir da criação e produção do BANDEIRANTE, conseguindo sua certificação no primeiro mundo e conquistando vendas em quase 50 países. Criou o BRASÍLIA ainda largamente em operação..
Criou o maior sucesso mundial entre os aviões de treinamento militar o TUCANO, hoje formando pilotos de mais de 10 Forças Aéreas, entre elas a RAF inglesa e a Força Aérea Francesa. Desenvolveu o Super-Tucano que ainda reedita sucessos do modelo básico do final da década dos 1970.
Produziu o caça AMX, respondendo a requisitos da OTAN e da FAB, dos quais mais de uma centena foram fabricados e ainda operam no Brasil e na Europa. Projetou e fabricou o avião agrícola IPANEMA, ainda em produção pela empresa privatizada.
Note que a equipe comandada nestes últimos anos pelo Mauricio é, em grande medida, a mesma que existia antes da privatização. Você mesmo menciona que ele não trouxe quase ninguém com ele.
A crise da EMBRAER não foi somente dela. Afetou todo o mundo, logo após a invasão do Kuwait pelo Iraque. Somente a BOEING, entre outras, demitiu 70 mil empregados no mesmo período. Por outro lado, o Governo Collor, fez com que o BNDES interrompesse todo o processo de financiamento de vendas dos aviões da EMBRAER, encerrando o FINEX para abrir, mais de dois anos após, o PROEX, hoje importante sustentáculo das vendas internacionais merecidamente comemoradas no seu artigo. Não teve condições de lançar a produção do EMB 123, que realmente não vendeu nenhum – como assinala, pois não teve sua produção lançada em razão dos problemas externos acima mencionados.
A privatização foi difícil, penosa e longa, pois desejávamos que a empresa fosse controlada por capitais privados nacionais, para prosseguir sua trajetória de vitórias, dando-lhe a independência necessária para vender livremente no mundo. Isto foi conseguido pela equipe que “tinha problemas de gestão e que não prestava atenção ao mercado”.
Apesar de todas as restrições que você mesmo coloca, como congelamento de salários determinados pelo acionista Governo, proibição de investir, etc. a equipe especificou e projetou, para a EMBRAER privatizada, o EMB 145 – jato de 50 lugares – que estava praticamente pronto no início de 1995, ano em que o Mauricio assumiu o comando. Este avião carregou a empresa até há pouco tempo, dando-lhe a credibilidade técnica, gerencial e mercadológica para se lançar na bem sucedida criação dos EMB 170/190.
Desculpe-me ´por estas colocações que tem somente o sentido de resgatar a imagem de um grupo de abnegados e sonhadores que, sem ele, nada do que temos hoje seria conseguido. Não é uma crítica ao que escreveu, meu admirado amigo. Apenas creio que revela algo, muito possivelmente, que não era do seu conhecimento.
Um grande abraço e estou junto, na primeira fila, aplaudindo o trabalho destacado do Mauricio, merecedor do galardão O EXECUTIVO DA DÉCADA.
Ozires
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Alguém ainda vai ter que
Alguém ainda vai ter que escrever um livro sobre a história da Embraer. :-)
A única verdade verdadeira é
A única verdade verdadeira é que ela não é única.
Caro Nassif, boas.
Muito
Caro Nassif, boas.
Muito elegante o Cel. Osiris, mas realmente a Embraer, quando privatizada, dispunha, de há muito de um corpo técnico de escol.
Talvez,poré, o principal motivo de sua inviabilização foi o de, como empresa estatal (ao contrário do BB e da Petrobrás, por exemplo, que são de economia mista), ter que fazer concorrência pública até para compras alfinetes.
Abraço
Ah tah, então vamos agradecer
Ah tah, então vamos agradecer a segunda guerra mundial pelo desenvolvimento da FAb e da aviação, melhor, agradecer a pólvora pelo desenvolvimento da guerra, e agradecer os chineses pela invenção da pólvora.
Pô isto não tem fim, Nassif que puxasaquismo é esse o do Ozires fazendo média. Post desnecessário
E mais: reduz a importância da privatização em prol de algumas figuras amigas.
um livro sobre a história da
um livro sobre a história da Embraer é uma excelente idéia. Lembro me de uma visita que fiz com meu pai e irmão a Embraer na década de 70. Tinhá lá os meus 9 ou 10 anos e foi com uma sensação indescritível de excitação e orgulho por ser brasileiro que percorremos toda a fábrica e - ao final - foi me concedido sentar na cadeira de piloto daquele caça a jato que a empresa fabricava entao. A propósito, ouvi em uma roda há alguns anos um formado do ita falando de um 'visionário' que na década de 40, ao final da 2a guerra, 'vislumbrou' o que seria uma escola tecnológica de aviação no brasil, o potencial para uma futura industria, etc etc. Alguem sabe quem foi/
O Ozires Silva é uma lenda
O Ozires Silva é uma lenda ôca. Apesar da competência técnica dos profissionais da Embraer, ele (e seu sucessor Ozílio) a levou para o buraco. Enquanto recebia dinheiro do governo... Maurício Botelho, ao contrário, pegou a empresa no buraco e - com a mesma tecnologia e recursos humanos - levou a Embraer a ser o que hoje é. Ozires recebe mais elogios do que na verdade merece. Será que ele é mesmo o pioneiro ? Alguém já ouviu falar no avião FALCÃO, projetado e construído em SJCampos ?
Conheço-o como jornalista.
Conheço-o como jornalista.
a embraer ainda nao foi
a embraer ainda nao foi privatizada, pois vive do credito subsidiado do BNDES. Por que?!?!?!? é uma basurdo, precisamos acabar com as múltiplas taxas de juros e enterrar de vez a visão mercantilista de política prevalecente no Brasil. Sou a favor de uma Embraer REALMENTE PRIVADA, sem favorecimento fiscal de natureza duvidosa...
Luís, pessoal, boa
Luís, pessoal, boa noite.
Podem estar certos os colegas comentadores, que o Nassif está quietinho, se guardando, mas sabe muito mais de EMBRAER que todos nós juntos. Já pesquisou e escreveu sobre o pioneiro lutador que criou o CTA, que gerou o ITA, depois a EMBRAER. Se conheço o homem, ele vai mostrar as coisas, como foram e são, com classe.
Intervenções pobres com as de Luiz e Alexandre não somam nada, pois em nada embasadas, bobagens ditas ao vento por mentes em formação, digo putativamente.
Não nego, antes admiro os feitos do Engo. Botelho, sereno e equilibrado até na hora de se retirar. Sábio ao reconhecer o enorme valor da equipe técnica que encontrou e soube valorizar.
Porém, veio a administrar a EMBRAER livre das peias e amarras que já citei em outro comentário. Como estatal jamais poderia deslanchar comercialmente.
O que importa mesmo, gente, é que esta Empresa é uma das coisas nossas, daquelas que temos de nos orgulhar, coisas cada vez em menor número, infelizmente.
Abraços e bom descanso a todos.
Agora virou crime uma empresa
Agora virou crime uma empresa brasileira ter os juros mais próximos da realidade mundial, justamente uma empresa que tem alcance global? Ou será que não é crime os juros que os bancos nos obrigam a pagar? Vamos lá mandara Embraer à falência em nome do purismo e depois dizer orgulhosos: "Viu? Eu disse que a vocação do Brasil é de produtos agrícolas!".
Antes se dizia que voar era para os pássaros e anjos. A nova religião (cuja deusa da sabedoria é a Thatcher e o Cardeal Primaz no Brasil é o Meirelles) é de que país do terceiro mundo não pode produzir tecnologia, competir com gigantes europeus e americanos e deve pagar juros altos porque são taxas naturais para gente desnaturada. E todos os indivíduos e organizações que mostrarem o contrário devem ser combatidas e perseguidas por contrariarem a ordem "natural" do mundo. Amém!