A Embraer pré-privatização

Enviado por Ozires Silva

Caro Luis

Acabo de ler na edição de hoje, de O VALEPARAIBANO de S.J.Campos, a sua coluna O EXECUTIVO DA DÉCADA.

Parabéns por prestar uma sólida homenagem a realmente um Executivo que merece todo nosso respeito pelo que executou e pelo excelente exemplo de sucessão que nos dá, a nós mesmos, e ao Brasil, Confesso que, emocionado, estou na linha de frente para o aplaudir.

Apenas gostaria, para tentar fazer um pouco de justiça para um projeto vitorioso da FAB que, criando o ITA em 1948, lançou no mercado engenheiros e técnicos que tornaram tudo isto de hoje possível. A mesma FAB apoiou e investiu na criação da EMBRAER. Do mesmo modo, sem ela, não existiria a empresa que tanto comemoramos hoje.

Assim, creio que não seja necessário se minimizar o que aconteceu antes da privatização para engrandecer o que o Maurício fez nesses anos todos. Ele merece homenagens por si mesmo e, muito grandes, pois seus sucessos dispensam comparações, em particular as negativas.

É injusto dizer que a empresa “esbarrou em problemas de gestão e em falta de atenção ao mercado” além de outras colocações que a extraordinária equipe que, olhando o mercado, praticamente criou o mercado de transporte aéreo regional mundial, a partir da criação e produção do BANDEIRANTE, conseguindo sua certificação no primeiro mundo e conquistando vendas em quase 50 países. Criou o BRASÍLIA ainda largamente em operação..

Criou o maior sucesso mundial entre os aviões de treinamento militar o TUCANO, hoje formando pilotos de mais de 10 Forças Aéreas, entre elas a RAF inglesa e a Força Aérea Francesa. Desenvolveu o Super-Tucano que ainda reedita sucessos do modelo básico do final da década dos 1970.

Produziu o caça AMX, respondendo a requisitos da OTAN e da FAB, dos quais mais de uma centena foram fabricados e ainda operam no Brasil e na Europa. Projetou e fabricou o avião agrícola IPANEMA, ainda em produção pela empresa privatizada.

Note que a equipe comandada nestes últimos anos pelo Mauricio é, em grande medida, a mesma que existia antes da privatização. Você mesmo menciona que ele não trouxe quase ninguém com ele.

A crise da EMBRAER não foi somente dela. Afetou todo o mundo, logo após a invasão do Kuwait pelo Iraque. Somente a BOEING, entre outras, demitiu 70 mil empregados no mesmo período. Por outro lado, o Governo Collor, fez com que o BNDES interrompesse todo o processo de financiamento de vendas dos aviões da EMBRAER, encerrando o FINEX para abrir, mais de dois anos após, o PROEX, hoje importante sustentáculo das vendas internacionais merecidamente comemoradas no seu artigo. Não teve condições de lançar a produção do EMB 123, que realmente não vendeu nenhum – como assinala, pois não teve sua produção lançada em razão dos problemas externos acima mencionados.

A privatização foi difícil, penosa e longa, pois desejávamos que a empresa fosse controlada por capitais privados nacionais, para prosseguir sua trajetória de vitórias, dando-lhe a independência necessária para vender livremente no mundo. Isto foi conseguido pela equipe que “tinha problemas de gestão e que não prestava atenção ao mercado”.

Apesar de todas as restrições que você mesmo coloca, como congelamento de salários determinados pelo acionista Governo, proibição de investir, etc. a equipe especificou e projetou, para a EMBRAER privatizada, o EMB 145 – jato de 50 lugares – que estava praticamente pronto no início de 1995, ano em que o Mauricio assumiu o comando. Este avião carregou a empresa até há pouco tempo, dando-lhe a credibilidade técnica, gerencial e mercadológica para se lançar na bem sucedida criação dos EMB 170/190.

Desculpe-me ´por estas colocações que tem somente o sentido de resgatar a imagem de um grupo de abnegados e sonhadores que, sem ele, nada do que temos hoje seria conseguido. Não é uma crítica ao que escreveu, meu admirado amigo. Apenas creio que revela algo, muito possivelmente, que não era do seu conhecimento.

Um grande abraço e estou junto, na primeira fila, aplaudindo o trabalho destacado do Mauricio, merecedor do galardão O EXECUTIVO DA DÉCADA.

Ozires

Luis Nassif

28 Comentários

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  1. Caro Nassif, boas.

    Muito
    Caro Nassif, boas.

    Muito elegante o Cel. Osiris, mas realmente a Embraer, quando privatizada, dispunha, de há muito de um corpo técnico de escol.

    Talvez,poré, o principal motivo de sua inviabilização foi o de, como empresa estatal (ao contrário do BB e da Petrobrás, por exemplo, que são de economia mista), ter que fazer concorrência pública até para compras alfinetes.

    Abraço

  2. Ah tah, então vamos agradecer
    Ah tah, então vamos agradecer a segunda guerra mundial pelo desenvolvimento da FAb e da aviação, melhor, agradecer a pólvora pelo desenvolvimento da guerra, e agradecer os chineses pela invenção da pólvora.
    Pô isto não tem fim, Nassif que puxasaquismo é esse o do Ozires fazendo média. Post desnecessário
    E mais: reduz a importância da privatização em prol de algumas figuras amigas.

  3. um livro sobre a história da
    um livro sobre a história da Embraer é uma excelente idéia. Lembro me de uma visita que fiz com meu pai e irmão a Embraer na década de 70. Tinhá lá os meus 9 ou 10 anos e foi com uma sensação indescritível de excitação e orgulho por ser brasileiro que percorremos toda a fábrica e – ao final – foi me concedido sentar na cadeira de piloto daquele caça a jato que a empresa fabricava entao. A propósito, ouvi em uma roda há alguns anos um formado do ita falando de um ‘visionário’ que na década de 40, ao final da 2a guerra, ‘vislumbrou’ o que seria uma escola tecnológica de aviação no brasil, o potencial para uma futura industria, etc etc. Alguem sabe quem foi/

  4. O Ozires Silva é uma lenda
    O Ozires Silva é uma lenda ôca. Apesar da competência técnica dos profissionais da Embraer, ele (e seu sucessor Ozílio) a levou para o buraco. Enquanto recebia dinheiro do governo… Maurício Botelho, ao contrário, pegou a empresa no buraco e – com a mesma tecnologia e recursos humanos – levou a Embraer a ser o que hoje é. Ozires recebe mais elogios do que na verdade merece. Será que ele é mesmo o pioneiro ? Alguém já ouviu falar no avião FALCÃO, projetado e construído em SJCampos ?

  5. a embraer ainda nao foi
    a embraer ainda nao foi privatizada, pois vive do credito subsidiado do BNDES. Por que?!?!?!? é uma basurdo, precisamos acabar com as múltiplas taxas de juros e enterrar de vez a visão mercantilista de política prevalecente no Brasil. Sou a favor de uma Embraer REALMENTE PRIVADA, sem favorecimento fiscal de natureza duvidosa…

  6. Luís, pessoal, boa
    Luís, pessoal, boa noite.

    Podem estar certos os colegas comentadores, que o Nassif está quietinho, se guardando, mas sabe muito mais de EMBRAER que todos nós juntos. Já pesquisou e escreveu sobre o pioneiro lutador que criou o CTA, que gerou o ITA, depois a EMBRAER. Se conheço o homem, ele vai mostrar as coisas, como foram e são, com classe.

    Intervenções pobres com as de Luiz e Alexandre não somam nada, pois em nada embasadas, bobagens ditas ao vento por mentes em formação, digo putativamente.

    Não nego, antes admiro os feitos do Engo. Botelho, sereno e equilibrado até na hora de se retirar. Sábio ao reconhecer o enorme valor da equipe técnica que encontrou e soube valorizar.

    Porém, veio a administrar a EMBRAER livre das peias e amarras que já citei em outro comentário. Como estatal jamais poderia deslanchar comercialmente.

    O que importa mesmo, gente, é que esta Empresa é uma das coisas nossas, daquelas que temos de nos orgulhar, coisas cada vez em menor número, infelizmente.

    Abraços e bom descanso a todos.

  7. Agora virou crime uma empresa
    Agora virou crime uma empresa brasileira ter os juros mais próximos da realidade mundial, justamente uma empresa que tem alcance global? Ou será que não é crime os juros que os bancos nos obrigam a pagar? Vamos lá mandara Embraer à falência em nome do purismo e depois dizer orgulhosos: “Viu? Eu disse que a vocação do Brasil é de produtos agrícolas!”.
    Antes se dizia que voar era para os pássaros e anjos. A nova religião (cuja deusa da sabedoria é a Thatcher e o Cardeal Primaz no Brasil é o Meirelles) é de que país do terceiro mundo não pode produzir tecnologia, competir com gigantes europeus e americanos e deve pagar juros altos porque são taxas naturais para gente desnaturada. E todos os indivíduos e organizações que mostrarem o contrário devem ser combatidas e perseguidas por contrariarem a ordem “natural” do mundo. Amém!

  8. Tem gente que se sente tão
    Tem gente que se sente tão incomodada com o fato de uma empresa pública poder fazer sucesso e mostrar competência que reage de forma deveras elementar. Isso faz pensar em religião…

  9. Nassif,
    Bom Dia,
    Estou lendo
    Nassif,
    Bom Dia,
    Estou lendo Montenegro, de Fernando Morais, contando, segundo o subtítulo do livro, “as aventuras do marechal que fez uma revolução nos céus do Brasil”: marechal Casimiro Montenegro Filho, criador do ITA e pioneiro do correio aéreo. A Embraer é sua neta, nessa história de sucesso da tecnologia brasileira.
    Saudações

  10. A EMBRAER nunca teria sido
    A EMBRAER nunca teria sido possível sem o corpo técnido de alta qualificação, bastante induzido pelo ITA. Maximiza-se muito a importância dos gestores, mas, como sempre, muitos tendem a desprezar o capital intelectual. Gestão correta e capital intelectual pouco desenvolvido não produzem resultados como a EMBRAER. Mas há casos de gestão sofrível com produção técnica de qualidade. A conjunção de ambos é imprescindível para o sucesso no sentido capitalista, mas o principal papel dos gestores, além de cuidar dos aspectos inerentes ao mercado, é garantir o ambiente propício para o trabalho técnico e criativo. Gestão sempre deveria ser correta e bons gestores não parecem a mim tão difíceis de formar do que o capital intelectual em alta tecnologia. Este é que é caríssimo para um país construir e poucos o detém. O Brasil tem ilhas, em algumas áreas, e vejam os resultados.

  11. Caro Nassif.
    Não podemos
    Caro Nassif.
    Não podemos confundir o sucesso de uma empresa de mercado tradicional (como o Grupo Gerdau) com uma empresa num mercado altamente tecnológico. A diferença que leva ao sucesso é a tecnologia empregada e um problema de gerência.
    Quando estamos num setor de alta tecnologia, como o de aviação, concorremos com firmas ALTAMENTE subsidiadas no exterior por programas militares. Não podemos negar que o Pentágono e a OTAN gastam fortunas em pesquisa militar que posteriormente são empregadas na aviação civil. Lançar-se num setor desses sem subsídios iniciais é simplesmente inviável. Fico realmente impressionado com a miopia de determinadas pessoas que não enxergam isto, indústria de alta tecnologia sem pesquisa não existe. Não adianta reserva de mercado, subsídios de todos os tipos que o produto não sai do nada. Contrapondo o sucesso da Embraer temos a nossa famosa lei da reserva de mercado para a Informática, deixou-se para a iniciativa privada, que tem o cacoete de não investir em pesquisa, e deu no que deu, lixo.
    Economistas, jornalistas e políticos ficam pasmados com a descoberta de um físico qualquer sobre uma partícula que faz bim bim e depois de nano segundos desaparece. Isto todos acham que é ciência e o caminho que devemos seguir, todos esquecem que os países desenvolvidos primeiro se tornaram grandes produtores de tecnologia para depois ganharem um Prêmio Nobel. Acho que devemos ter claro em mente o que serve para um país em desenvolvimento, engenheiros diligentes e anônimos ou grandes físicos com nomes renomados que ajudaram ao desenvolvimento científico da humanidade.
    Aqui está um dilema, no que é importante gastar, na compra de tecnologia (que fazem os grandes grupos tradicionais), no desenvolvimento de tecnologia ou na pesquisa científica pura. Se quisermos sair do subdesenvolvimento devemos para os setores tradicionais (setor siderúrgico) gastar mais dinheiro em compra de processos (que demoram anos para serem implementados) e nos setores de alta-tecnologia investir em P&D. Em resumo se fossemos escolher o empresário da década, deveríamos procurar nesses setores tradicionais, onde o gerencial é importante, do que atribuir a um homem os méritos de um trabalho em equipe.

  12. Opiniões devem ser
    Opiniões devem ser respeitadas, mas permitam-me discordar de algumas. A idéia de que devemos desprezar o físico puro pois engenheiros de alta tecnologia é que produzem a tecnologia de fato está entre aquelas que tem tornado vesgo o sistema de inovação tecnológica do Brasil. A tecnologia avança, ao que me consta, alimentada com o avanço do conhecimento. Se o conhecimento estagna, o avanço tecnológico tende a estagnar. Ignorar o “físico puro” em relação aos “engenheiros de alta tecnologia” é análogo ao raciocínio dos que dizem que não precisamos produzir tecnologia pq é caro e podemos importá-la (assim pensa o empresariado brasileiro em seu conjunto). Deixamos de importar tecnologia, é verdade, mas passamos a importar o conhecimento. E não achem que basta o acesso ao conhecimento dos outros nos periódicos e conferências científicas, pq é necessário também ENTENDER o conhecimento e saber APLICÁ-LO. Isso não está ao alcance de qualquer engenheiro. Massa crítica em ciência básica e aplicada é essencial, e tem influência na formação dos engenheiros doutores de alta tecnologia. Quem disse que a tal partícula descoberta pelo físico aparentemente sem utilidade não poderia motivar alguma mente engenheira brilhante em alguma nova tecnologia ??? Mas seria qualquer engenheiro capaz de enxergar isso ? Sem um ambiente de pesquisa básica virtuoso nas universidades, onde vão se formar os cientistas aplicados e engenheiros que deverão dar significado prático ao conhecimento ? Vamos apenas reproduzir conhecimento ? Creio que um sistema de inovação tecnológica tem que ser completo para alcançarmos o nível de nações ditas mais desenvolvidas no sentido capitalista. Desde a ciência dita básica, passando pela ciência dita aplicada, até a tecnologia e inovação … podemos até ter prioridades, é verdade, mas precisamos ter uma visão de futuro para abranger todo o processo.

  13. Caro Rogério Maestri,
    Não
    Caro Rogério Maestri,
    Não existe dicotomia entre investir em tecnologia e em ciência “pura”. Primeiro que as fronteiras entre ambas muda de tempos em tempos, segundo que sem uma a outra não cresce. O que precisa mudar é que os cientistas no Brasil precisam ser incentivados (e algumas vezes permitidos) a transformar, sempre que cabível, suas pesquisas em produtos e as empresas precisam buscar mais as Universidades. Nassif, sugiro como tópico de discussão a Lei de Informática, importante capítulo nesta busca de mudar o modo de pensar da academia e das empresas brasileiras. Pode haver problema mas creio der o importante começo.

  14. Lei de Informática. Não acho
    Lei de Informática. Não acho uma má idéia, em “condições ideais de temperatura e pressão”. Mas os empresários na sua maioria não sabem o que é um sistema de tecnologia e inovação, muito menos onde estão eles e a universidade estão no contexto deste sistema. Aliás, poucos sabem até mesmo na universidade. E não temos bons gestores de tecnologia e inovação, se é que estes existem. O que acontece, na grande maioria das vezes, é uma espécie de terceirização de serviços de desenvolvimento de empresas dentro das universidades. Trabalhos que não tem caráter de inovação. Como se trata de tecnologia de computação, não é difícil para um pesquisador “florear” projetos com alguns termos de áreas fronteiriças de pesquisa, recheado com algumas referencias de artigos recentes. Não estou generalizando, diga-se de passagem. Há sim algumas parcerias interessantes.
    Empresas de tecnologia precisam ter pesquisadores, mas o local destes, especialmente na maioria de nossas empresas de TI, as quais são de porte médio, não é enfurnado em um escritório na empresa, mas parte do tempo junto com os pesquisadores nas universidades, através de convênios de cooperação, prospectando conhecimento e tecnologia que esta produz. Mas qual empresário, sem formação de pesquisador, e portanto sem conhecer o sistema como um todo, teria coragem para arriscar-se nesse tipo de investimento ? Só com subvenção econômica… mas isso é suficiente ?

  15. Não Heron, não é o
    Não Heron, não é o suficiente.
    Acrescente-se a isso o fato de este esforço não ser coordenado com os estados. Veja que a maior parte das empresas do nordeste que podem dispor das isenções de que fala a Lei de Informática estão na Bahia, mas este é o terceiro ou quarto estado do nordeste em destinação de verbas para a pesquisa utilizando esta lei. Sem falar que leis do estado dificultam este investimento nas Universidades estaduais. Isso é só um exemplo. É preciso um posicionamento de todas as partes. Quando os professores são levados a visitar as fábricas, vemos que há muita coisa em que podemos contribuir, mas a Universidade não está ´pronta, o estado não está pront e a empresa nem sempre se sente segura. Então algumas coisas são feitas, mas uma fração do que seria possível se houvesse melhor coordenação.

  16. Em primeiro lugar, parabéns
    Em primeiro lugar, parabéns pelo post original e por publicar também o texto do Ozires. Isso que deveria ser praxe no jornalismo, não ocorre tanto quanto gostaríamos.
    De fato, o post original simplificou bastante a história da Embraer. Para mim é automático pensar que a Embraer deveria ser privatizada, afinal não é dever do Estado produzir aviões. Porém, lá no início, a iniciativa privada não estava interessada. E o período que antecede a privatização é extremamente penoso. Graças a esses teimosos visionários (e também a Bombardier) é que temos hoje essa empresa que chega a ser motivo de orgulho.
    Como alguns já citaram, isso daria um livro. Mas, se você fizesse uma entrevista com o Ozires, já daria bastante assunto. Ele é um daqueles brasileiros que devíamos admirar.
    Abraços,

  17. Nassif,
    Por que é que
    Nassif,
    Por que é que engenheiros que inventam produtos inovadores e que por sí só vendem como água, não tem o mesmo reconhecimento que gestores e suas pompudas remunerações e bonus de produtividade?
    Veja por exemplo o caso do inventor do LED azul Shuji Nakamura (http://en.wikipedia.org/wiki/Shuji_Nakamura), que possibilitou a criação do Blue DVD, etc … Ganhou um parabéns (se foi muito), enquanto que provavelmente o super gestor vendeu a invenção graças a competência e conhecimento adquiridos com MBA’s e afins …
    Vender bons produtos inventados por brilhantes engenheiros que vendem que nem água e ganhar bonus não é uma disparidade?

  18. Caros Heron e
    Caros Heron e Gesil.
    Agradeço, antes de mais nada, as discordâncias ao que postei, o objetivo era este, escrevi de forma provocativa para que o assunto tivesse uma discussão.
    A idéia em contrapor o físico puro a um engenheiro de alta tecnologia foi um estereotipo, que como tal, valida o argumento. O que contraponho é o gasto com a pesquisa pela pesquisa contra o gasto com a pesquisa para um fim tecnológico, um de resposta mais próxima outra de resposta mais tardia. Se qualquer uma das duas for levada por um engenheiro, físico, químico, médico ou biólogo, pouco importa. Estabelecendo um link ao artigo que deu origem a esta discussão, o estudo de aerodinâmica no ITA no início devia ser tomado como pesquisa básica (não aplicada) e a medida que evoluiu passou a ser pesquisa aplicada terminando numa realidade empresarial que é a Embraer (primeiro pública e depois privada). Aí está uma analogia interessante, pesquisa “pura”, empresa pública, pesquisa aplicada, empresa privada, parece que são dois pólos que devem sempre conviver entre si.
    O que quis deixar claro é que o crescimento tecnológico de um país não depende somente do desenvolvimento de pesquisas acadêmicas nos grandes centros universitários, esta prática deveria ser levada para os grandes conglomerados (públicos ou privados) começando uma cultura de pesquisa na indústria brasileira.
    Vamos a um exemplo prático, a indústria de calçados brasileira, esta indústria por décadas valeu-se essencialmente da existência de um câmbio depreciado e de mão de obra barata. Enquanto isto ocorria, o sapato brasileiro conhecido no exterior por sua baixa qualidade e mais baixo preço ainda teve sucesso, no momento que os chineses entraram no mercado com um produto mais barato e também de qualidade duvidosa ganharam parte do mercado brasileiro. Pergunta-se o que fez o industrial brasileiro com os seus trinta anos de fartura, investiu em design? Investiu em desenvolvimento de equipamentos que melhorassem a qualidade de seus calçados? Ou investiu no mercado imobiliário de Novo Hamburgo (RS)?
    Este tipo de pesquisa deveria entrar na cultura do brasileiro em geral. Ficar esperando que tenhamos grandes idéias sobre partículas para empregarmos no desenvolvimento tecnológico acho um pouco petulante de nossa parte. E AQUI VEM TALVEZ O MAIS IMPORTANTE, se nos dermos conta que 99% da tecnologia de ponta (aeroespacial, química, informática,….) está baseada em conceitos físicos básicos com mais de trinta ou quarenta anos (e não estou jogando um número ao vento) faço uma provocação ainda maior: Em lugar de tentarmos desenvolver pesquisa básica poderíamos por bom tempo eliminar estes gastos, e aumentar a importação e tradução de periódicos científicos de todo o mundo?

  19. Beleza de comentários.
    O
    Beleza de comentários.
    O Brasil exportando avião para o primeiro mundo.
    Semana passada foi inaugurado na Austrália o primeiro reator nuclear exportado pela Agentina. É isso mesmo, um reator nuclear!
    Nos dois casos, o indutor foi o mesmo: o Estado.
    Mas o nosso futuro é o canavial.

  20. Prezado Luis,
    Se a embraer é
    Prezado Luis,
    Se a embraer é uma empresa digna de todo nosso orgulho, somos ainda um país de coronéis, vestidos de executivos.
    País pobre é aquele que se honra de ter um airton senna, ao mesmo tempo que desqualifica a coppersucar, unica équipe tupiniquim. só por exemplo
    Pessoas sábias falam de idéias, as normais de coisas, as medíocres falam dos outros.
    Costumo não entrar em diálogos assim, mas a do Eduardo e sua crítica putativa (palavra usada à toa, sginifica emputar a alguém), além de ruim, meramente qualificatória, inútil e sem argumentos, é típico de um quarto nível de pessoas, aqueles cuja mente jamais irão se desenvolver, prefere ficar as sombras da genitália alheia.
    abraços a todos do blog que ainda tem senso crítico

  21. É, alguém se lembra do
    É, alguém se lembra do dístico na frente da sede do Bradesco em Osasco? “So o trabalho produz riquezas”. Questionar então porque grandes inventores/patrocinadores de progresso não ganham nada com o seu trabalho, já que o suposto “trabalho produz riquezas” , é que a realidade prova a falsidade do axioma, pois nunca ví ninguém ficar rico porque trabalhou. Ou se trabalha ou se fica rico, isso parece ser irreconciliável. Portanto, a única coisa que podemos fazer para aquele corpo técnico da EMBRAER é os imortalizarmos com nossas lembranças constantes. Quanto aos que se aproveitam do trabalho sem lhes reconhecer o valor (mesmo monetário!), talvez estejam na hora de aprender e praticar os ditames da Carta dos Direitos Humanos da ONU, que mesmo dizendo que todos os homens tem direito ao uso das novidades, TAMBÉM reconhece a propriedade intelectual/inventiva de quem o produziu.
    Em tempo: banqueiro não trabalha. Se quebra, sempre tem um banco central que os vai socorrer de uma forma ou de outra. Enquanto isso num pais chamado Brasil, o juro básico nunca cai.

  22. Prezado Nassif

    Primeiramente
    Prezado Nassif

    Primeiramente parabéns pela postura democrática do Blog, publicando todos os comentários, sem distinção.
    Em seguida, deixamos aqui nossas congratulações e o nosso tributo ao brilhante administrador e visionário OSIRES SILVA que, apesar de toda sorte de dificuldades em administrar uma Empresa Pública, impostas pelo sistema de administração federal, logrou êxito ao imprimir seriedade e eficiência, típicas da administração privada, à EMBRAER, alçando-a, já naquela época, à condição de ícone da capacidade tecnológica e intelectual do povo brasileiro. Tais palavras não invalidam os esforços nem a capacidade dos que o antecederam e o sucederam naquela empresa.
    Na oportunidade saliento que este sim, OSIRES SILVA, possui todos os predicados de administrador, homem público correto e patriota, que o credenciam a ocupar a pasta do MINISTÉRIO DA DEFESA. Oxalá o critério técnico pudesse prevalecer sobre o político.

  23. De acordo com suas
    De acordo com suas colocações, Rogério. Sobre sua pergunta final, eu também não sei responder. 🙂 Aliás, acho que essa pergunta não tem resposta, pois o sucesso disso dependeria de vários fatores, inclusive desconhecidos de mim. Eu não costumo ter uma visão utilitarista da pesquisa básica, pois aí ela deixa até de ter sentido, apesar de todos reconhecerem a obviedade de sua importância. O vejo como um indutor de capacidade de gerar e manipular o conhecimento. Se de 100 pesquisas, 99 não geram um produto e somente 1 gera um produto inovador, já é lucro. Veja ainda que nestes 99 projetos de pesquisa que não se transformaram em produto, vários pesquisadores e engenheiros se formaram, o que tem um efeito que considero importantíssimo. EU ACHO que é difícil ter cultura de ler artigos científicos por parte dos engenheiros de alta tecnologia sem uma boa infraestrutura de pesquisa básica rodeando a formação destes … apenas idéias a se refletir.

  24. Eduardo CPQ, Hélio

    Lenda
    Eduardo CPQ, Hélio

    Lenda ôca…eu acrescentaria mais alguns adjetivos…
    Nassif sabe muito mais sim, mas é homem cuidadoso…né?
    Quem admira tanto esse senhor Ozires não sabe o que está falando.

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