Economia

Mercado de trabalho brasileiro abre mais de 300 mil vagas em fevereiro

O mercado de trabalho formal brasileiro fechou o mês de fevereiro com um saldo de 306.111 postos de trabalho criados, segundo dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgado pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O número foi resultante de 2.249.070 admissões e 1.942.959 desligamentos, superando em 53.624 o total de postos gerados em 2023, que foi de 252.487 empregos, e 137.608 postos em relação ao mês passado, quando foram geradas 168.503 vagas.

Desta forma, o total de empregos acumulados no ano apresenta um saldo de 474.614 postos de trabalho, sendo favorável em quatro dos cinco grandes grupamentos de atividade.

Já o estoque total recuperado para o Caged no mês foi de 45.991.889 postos de trabalho formais, alta de 1,04% em relação a fevereiro de 2023.

Na avaliação setorial, os cinco grandes grupamentos de atividades apresentaram saldos favoráveis, com destaque para Serviços (+193.127) e indústria (+54.448). A construção (+35.053), o comércio (+19.724) e agropecuária (+3.759) também tiveram saldos positivos de empregos no mês.

“O bom resultado apresentado pelo Caged hoje é mais um sinal da resiliência apresentada pelo mercado de trabalho do país na atual conjuntura”, explica o economista Matheus Pizzani, da CM Capital, destacando o bom desempenho apresentado pela indústria, cujo saldo no campo da geração de vagas foi positivo e superior a 50 mil pelo segundo mês consecutivo.

“Apesar de ser uma boa notícia, ainda é cedo para afirmar que isto pode resultar em melhora na produção do setor, tendo em vista que mesmo tendo criado 65 mil vagas em janeiro, a produção industrial recuou 1,6% de acordo com a PIM divulgada pelo IBGE”, pontua.

Segundo a pesquisa, 24 das 27 unidades da federação apresentaram saldos positivos. Os maiores resultados foram vistos em São Paulo, que gerou 101.163 postos (+0,7%) – destaque para o setor de Serviços (+67.750); Minas Gerais, que gerou 35.980 postos (+0,8%); e Paraná, com geração de 33.043 postos (+1,1%).

Salário de admissão cai 2,4% na comparação mensal

O salário médio real de admissão no mês foi de R$2.082,79, com uma diminuição de -2,4% em comparação com o valor de janeiro (R$2.133,21). Já em comparação com o mesmo mês do ano anterior, o que desconta mudanças decorrentes da sazonalidade do mês, o ganho real foi de R$28,29 (+1,4%).

Na visão de Pizzani, a redução dos salários de admissão e o patamar estável (+0,2%) dos salários de demissão indicam “uma possível incorporação de mão de obra menos qualificada no mercado, perspectiva sustentada pelo já mencionado resultado do setor de serviços”.

O economista também destaca a queda generalizada no nível salarial entre janeiro e fevereiro. “Neste sentido, levando em consideração que a preocupação do BC se concentra no setor de serviços de acordo com o que foi divulgado na ata da última reunião, mesmo a criação de vagas acima do esperado em fevereiro não deve ser vista como ponto de preocupação para os próximos passos da política monetária”, ressalta.

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Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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  • Sempre é bom considerar que a avaliação de conjuntura possui peso considerável na hora de tomar decisões. O fato é que mesmo com os fatores do volume de participação no resultado apresentado pelo PIB dos setores agrícola e extrativo, esse crescimento acima das expectativas dá impulso a quem precisa se recuperar. Independentemente do grau de compreensão, o plano de neoindustrialização apresentado, mostra no caso da indústria, o quanto o setor se motivou. Apesar da queda na produção, esse ganho virá ao longo do tempo, existe um movimento de criação de vagas. Em alguns casos, seja na própria indústria, nos serviços, comércio e etc, ocorre uma recuperação do efetivo formal. Parte dos informais, voltam à formalidade na expectativa de que o País retome um rumo de crescimento. O fator juros está também considerado, pois em certa medida é aguardado o fim dessa volatilidade e maior certeza para a condução dos negócios.

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