Jornal GGN – Em decisão já esperada pelo mercado, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) aumentou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, elevando a Selic para 9,50% ao ano. Este foi o quinto aumento seguido desde abril, dos quais quatro com variação de 0,5 ponto percentual.
“O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano”, diz o colegiado, em comunicado divulgado após a reunião. A decisão foi tomada de forma unânime, e sem viés – o que representa que não serão realizados ajustes até a próxima reunião, programada para os dias 26 e 27 de novembro.
Votaram por essa decisão Alexandre Antonio Tombini (presidente do BC), Aldo Luiz Mendes, Altamir Lopes, Anthero de Moraes Meirelles, Carlos Hamilton Vasconcelos Araújo, Luiz Awazu Pereira da Silva, Luiz Edson Feltrim e Sidnei Corrêa Marques.
Em entrevista ao jornal GGN, a economista do banco Santander, Tatiana Pinheiro, explica que o fator que mais surpreendeu foi a manutenção do comunicado, exatamente igual ao visto nas últimas três reuniões. “Nossa expectativa era de que a alta da taxa Selic teria seu último ajuste em outubro, e ficasse em 9% para o fim do ano. Diante dessa manutenção do comunicado, falando da continuidade do ajuste pensando que a decisão vai contribuir para garantir a queda da inflação, pelo menos deve ter mais uma alta de juros em novembro, algo que a gente não tinha expectativa”.
Agora, resta saber o quanto o balanço entre a inflação e a atividade vão afetar o ciclo dos juros até a reunião de novembro. Para Tatiana, uma sinalização importante foi dada pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Em discurso realizado na semana passada, o representante da autoridade monetária mostrou-se tranquilo quanto ao cenário para a economia brasileira e a perspectiva para a inflação, principalmente com relação aos efeitos da recente depreciação cambial sobre os preços.
“Outra coisa importante foi a clara inclinação dele (Tombini) em colocar que o Banco Central vai, nas próximas reuniões, vincular seus direcionamentos aos indicadores econômicos a serem divulgados daqui para frente. Como ele pareceu confiante com a trajetória de queda, e considerando o efeito da depreciação cambial, o mercado vai esperar uma posição para o ritmo de aumento dos juros na decisão de novembro. As coisas podem mudar dependendo das comunicações com o mercado, mas pesa mais o pronunciamento do Tombini na semana passada do que o comunicado após a reunião”.
Quanto ao dólar, o Santander estima um fechamento da cotação em R$ 2,30, com a cotação apresentando uma tendência de pequena depreciação. “O patamar deve ficar entre R$ 2,20 e R$ 2,30. Obviamente é uma pressão a mais para os preços, mas o movimento relevante que são os 10% entre R$ 2,20 e R$ 2,30 parece estar cristalizado. Não parece que o câmbio volta para a casa de R$ 2/dólar, mas provável que fique acima dos R$ 2,20 do que para os R$ 2, fazendo com que o impacto da depreciação para a inflação fique em torno de 0,80 ponto percentual em 12 meses, sendo que um pedaço acontece agora pois a depreciação começou em julho, e o restante ficaria para o impacto da inflação em 2014”.
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Conforme o mercado exigiu
Em abril o blog luiz nassif online publicou a seguinte matéria:
BC tenta satisfazer opinião pública, e não frear a inflação'
Autor(es): Bruno Villas Bôas
O Globo - 18/04/2013
Professor do Ibre/FGV diz que a Selic precisa subir a 10,25% ao ano para conter a inflação, mas teme que BC não esteja preparado para isso
https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/pesquisador-da-fgv-defende-selic-a-10-ao-ano
Outra piada de mau gosto do
Outra piada de mau gosto do Copom. Quem governa esse país?