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Cenário: Inflação e balanços corporativos vão nortear pregão de quarta-feira

Após uma terça-feira em que a bolsa operou em alta por praticamente todo o dia, as atenções do mercado nesta quarta-feira devem se voltar para a agenda doméstica.

Além dos balanços financeiros, os analistas vão acompanhar a divulgação do IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna) da Fundação Getúlio Vargas e o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ambos referentes ao mês de abril.

Entre os balanços que serão divulgados nesta quarta-feira, destaque para os números da AES Eletropaulo, AES Tietê, Lojas Renner, Magazine Luiza e Brookfield. “Essa semana, o destaque está mais com a quantidade de balanços a serem divulgados: a cada dia, cerca de 10 companhias estão divulgando resultados, e existe bastante informação saindo”, diz a a economista Larissa Gatti, da corretora Souza Barros.

A expectativa é que a taxa oficial de inflação apresente desaceleração ante o mês anterior, quando o acumulado em 12 meses superou o teto da meta e atingiu 6,59%. Muita gente estará atenta a essas negociações, já que uma desaceleração levaria o total para abaixo do teto da meta de inflação. Quanto ao setor externo, os dados de estoque de petróleo dos Estados Unidos não devem afetar o pregão.

O IPCA também é destacado por Marcelo Varejão, analista da Socopa Corretora, que ressaltou que a incerteza com as autoridades brasileiras tem ajudado a frear o ritmo de avanço da bolsa paulista. “Acho que o que vem limitando nossas altas é a percepção de que o governo perdeu a mão da política econômica. Você vê a inflação em alta, superando o teto da meta em 12 meses e o crescimento em baixa. O efeito da combinação tem feito com que a bolsa dolarizada, apresente um dos piores desempenhos do ano”, diz o analista, ressaltando que o quadro de inflação acima da meta e crescimento em baixa deve ser equalizado pelo governo.

Varejão acredita que, se o dado de inflação vier ruim, pode-se verificar uma devolução dos ganhos apurados nos últimos dias, mas caso a sinalização seja de que a inflação está se acomodando ou perdendo a força, existe espaço para mais retomada. “Se os dados vierem em linha, aí voltamos o foco para o setor externo para acompanhar algum indicador ou comentário de autoridade que acaba influenciando o mercado”.

Com a ausência de indicadores econômicos de peso nesta terça-feira, os analistas direcionaram seu acompanhamento para a temporada de resultados corporativos. O pregão manteve-se em patamares favoráveis ao longo do dia – após atingir a mínima no começo das negociações, o Ibovespa (índice da Bolsa de Valores de São Paulo) manteve-se em alta com a repercussão dos balanços financeiros divulgados durante o dia. O Ibovespa fechou o dia em alta de 1,52%, aos 56.274 pontos e um volume negociado de R$ 7,168 bilhões.

“O desempenho ficou amparado basicamente pelo mercado externo: os dados da Alemanha vieram bons, e acho que isso desencadeou mais otimismo e tivemos um fluxo maior para investimentos em renda variável”, afirma o analista da Socopa Corretora. “Além disso, o índice Dow Jones (da bolsa de Nova York) ultrapassou a marca de 1500 pontos pela primeira vez na sua história, e o S&P500 (Standard and Poor’s 500, outro índice de referência no mercado norte-americano) renovou sua máxima. Deu-se essa euforia, e esse bom humor foi transferido para cá”.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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