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Mercado chinês leva Ibovespa a fechar em queda de 1,07%

Jornal GGN – As preocupações com o mercado chinês nortearam a bolsa brasileira ao longo do dia, levando o índice a fechar abaixo dos 52 mil pontos pela primeira vez desde o mês de março. O Ibovespa (índice da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo) terminou as operações do dia em queda de 1,07%, aos 51,781 pontos e com um volume negociado de R$ 5,727 bilhões. No mês, o índice acumula queda de 2,45% e, no ano, alta de 3,55%.

“As principais bolsas operaram com sinais mistos nesta quarta-feira. Embora os investidores estejam vendo com otimismo a perspectiva de um empréstimo de curto prazo dos credores para a Grécia, há grande preocupação com a queda livre das ações nas bolsas na China, que já caíram cerca de 30% nas últimas três semanas”, dizem os analistas do BB Investimentos, em relatório. No Ibovespa, mais um vez, a queda foi puxada principalmente por Vale (VALE5, R$ 14,54, queda de -4,03%; VALE3, R$ 17,16, queda de -4,29%), siderúrgicas e Petrobras (PETR4, R$ 11,55, queda de -1,95%, PETR3, R$ 12,98, queda de -1,37%), já que por serem empresas com grande sensibilidade à variação cambial e preço das commodities, acabam tendo as perdas potencializadas.

Nos Estados Unidos os principais índices caíram com a expectativa de aumento de taxa de juros. A ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC, na sigla em inglês) divulgada nesta quarta-feira mostrou que os dirigentes do Federal Reserve (o Banco Central norte-americano) vêem a economia progredindo suficientemente, embora os riscos decorrentes de problemas na Grécia e China devam ser considerados.

No câmbio, a cotação do dólar comercial fechou em alta pelo quarto pregão consecutivo, e subiu 1,61%, a R$ 3,234 na venda – o maior valor de fechamento desde 27 de abril, quando a divisa valia R$ 3,241.

Segundo informações da Agência Brasil, o dólar subiu em todo o mundo por causa das preocupações com a China, depois que as medidas postas em prática pelo governo do país não conseguiram conter a queda no mercado de ações. Em apenas um mês, as ações das empresas chinesas perderam cerca de um terço do valor, embora continuem 75% acima do registrado há um ano. Somente hoje, 1,3 mil empresas tiveram a comercialização de ações suspensa na Bolsa de Xangai, o que levou investidores a comprarem dólares.

As tensões em torno das negociações do futuro da economia grega também contribuíram para a alta da moeda norte-americana. Nesta quarta-feira, o país pediu formalmente um novo resgate do Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira, fundo que socorre os países da zona do euro. O Conselho Europeu obrigou o governo grego a apresentar uma proposta até amanhã (9), para tentar fechar um acordo até domingo (11).

Além disso, o Banco Central brasileiro vendeu a oferta total no leilão de rolagem de swaps cambiais (equivalentes à venda futura de dólares). Com isso, repôs ao todo o equivalente a US$ 1,868 bilhão –por volta de 18% do lote de agosto, que corresponde a US$ 10,675 bilhões.

Devido ao feriado estadual em São Paulo, a bolsa brasileira não vai operar nesta quinta-feira. Na agenda de indicadores, os analistas aguardam a primeira prévia do IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado) e a reunião do Banco da Inglaterra. Na sexta-feira, serão divulgados os números de estoques e vendas no atacado dos Estados Unidos.

 

 

(Com Agência Brasil e Reuters)

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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  • Pergunta séria: se a crise na China for grave

    os paises emergentes que receberam investimentos e possuem parcerias com eles, sobrevivem?

    • Meu amigo, você não está endendendo nada,
      Primeiro, a China tem uma montanha de dólares para bancar o seu câmbio.
      Segundo, quando algo dá errado dentro das regras do mercado, eles entram e dizem: acabou a brincadeira. Daqui para a frente será assim e assim. Entendeu? Não se preocupe, eu sei que é difícil de entender para quem vive no Brasil que sempre está disposto a baixar as calças para o mercado e principalmente os americanos.
      Aqu, amigo, a história é outra.

  • China x Grécia

     A "quebra" grega, independente do que irá ocorrer em futuro próximo, já está precificada e "paga" , securitizada pelos investidores e donos da divida, o problema de mercado com o Euro, já pagou , e faz tempo , quem apenas irá dançar, são os gregos.

       Já a "bolha" chinesa, é muito maior e mais preocupante, inclusive para o Brasil, pois apesar de poucos investimentos externos no controlado mercado de capitais chineses, esta queda de "manada", irá demonstrar qual a capacidade de solução que o governo chinês - "segurar o mercado" - irá utilizar.

    • Eu nao sou economista mas

      Eu nao sou economista mas isso ta me cheirando manipulacao cambial dos EUA. Eles tem a divida publica, assim como o Japao e alguns outros paises desenvolvidos, superior a essa grega. Dai a pergunta, quem sao os credores dessa divida. Nos EUA, diz-se que os cidadaos sao os maiores credores mas isso eh dificil de acreditar. Eles estao imprimindo dinheiro e qdo esse dinheiro comecar a voltar eles fazem guerra nova. O que falta no mundo eh a democratizacao da governanca financeira.

  • Pode ser que algum idiota não consiga..

    entender parte da notícia, que diz que os investidores chineses estão preferindo comprar dólares do que investir em ações.  Eu explico:  se você for a uma agência do Bank of China (BOC) trocar, oficialmente,  dólares por yuans (moeda chinesa), sempre será abordado por alguém, dentro da própria agência, e sob os olhares de dezenas de câmaras, lhe oferecendo pagar mais  pelos seus dólares.   Entendeu ou quer que eu desenhe?  Só o Xijimping e a torcida do Flamengo não sabem.

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