O caminho para o futuro, no retorno da democracia ao Brasil

Nos anos 90, o país saia de um terrível processo de centralização, com cada passo do país tendo que passara pela burocracia brasiliense. E isso em um período em que a economia global iniciava o mais profundo processo de mudanças desde a segunda revolução industrial, em um cenário que exigia descentralização, formas de articulação de atividades produtivas.

Iniciou-se um aprendizado penoso, que ainda não se completou. A ideia-força, que serviu de inspiração para várias de minhas colunas, era a visão holística ou sistêmica, brandida especialmente pelo grande Eliezer Baptista.

Não se podia analisar uma questão por um ângulo apenas, ensinava ele. As empresas brasileiras tinham saído da ditadura dos homens de marketing, no período do boom econômico, para a dos diretores financeiros, no período da inflação brava.

Entrando na normalidade, empresas e País teriam que aprender a trabalhar com conceitos mais sofisticados, juntando diversas peças para compor cenários, especialmente quando se fossem discutir políticas públicas.

Com o tempo, empresas aprenderam a trabalhar programas de forma interdisciplinar, assim como o próprio governo federal, mas de forma incipiente. Juntavam-se Ministérios da área social, com Ministérios pesados, de infraestrutura, para discutir maneiras de se incluir temas sociais em grandes obras, por exemplo.

Nesse aprendizado, nenhuma experiência foi mais vitoriosa do que o Programa de Desenvolvimento Produtivo (PDP), imaginado por técnicos da Fiocruz, liderados por Carlos Gadelha, e implementado pelos Ministros José Gomes Temporão e Alexandre Padilha.

Uma grande ideia é aquela tão definitiva e simples que é entendida de imediato por todos e imediatamente estimula novas visões sobre o mesmo problema.

É o caso dos PDPs, cujo modelo deveria ser estendido a todo o universo de políticas industriais.

Política sistêmica, em vez de setorial

A política industrial deixa de contemplar um setor para ser vista como um sistema. No caso da Saúde, não se trata de desenvolver uma política para medicamentos, outra para equipamentos. Mas juntar todas, em torno de um objetivo central.

Objetivo central: direitos dos cidadãos

O objetivo central passa a ser o atendimento dos direitos dos cidadãos, uma medida muito mais objetiva e relevante do que metas quantitativas setoriais. No caso da saúde, o objetivo central é a universalização da saúde. Isto é, a montagem de um modelo que permita ao pobre ter a mesma atenção à saúde que o rico.

Ponto central: estímulo à inovação

Todos os passos dados devem ser feitos em parceria com instituições de pesquisa, estimulando as inovações tecnológicas. Na era da 4ª Revolução Industrial, não se pode pretender repetir o caminho percorrido por nações mais desenvolvidas. Mas de valer-se das novas tecnologias e possibilidades para construir caminhos mais rápidos e eficientes. Daí a importância central de todo programa estar fortemente amarrado a sistemas de inovação.

Mudança no conceito de compras públicas

O modelo de conteúdo nacional das políticas automobilísticas e petrolíferas tinha uma vulnerabilidade central: calculava o percentual de fabricação nacional em relação ao preço final do produto. Até embalagens e insumos sem nenhuma relevância tecnológica entravam na conta. No PDP, não. Analisa-se a tecnologia central, aquela que assegura a quem fabrica o domínio da tecnologia. E negocia-se ela em troca do mercado interno, expresso nas compras públicas.

Definidos esses pontos, juntaram todos os setores que integram esse sistema:

·      Medicamentos

·      Equipamentos hospitalares

·      Serviços hospitalares

·      Políticas preventivas, como vacinação e saúde da família

Testando uma Política  Industrial de Educação

 

A grande ideia é aquela que pode ser aplicada em outros setores.

Vamos a um pequeno exercício sobre o que seria uma Política Industrial da Educação. Alguns desses elementos foram testados na gestão de Fernando Haddad, como estimular compras de mobiliário e de alguns produtos de acessibilidade.

Tendo esse aprendizado prévio, um novo governo poderia ousar o salto.

Essa política teria quatro pernas:

·      Infraestrutura

·      Material Didático

·      Construção

·      Aspectos socioeconômicos.

Já seria pensada para a era digital. Os enormes gastos com livros didáticos seriam direcionados para equipamentos de tecnologia. Seria uma educação 4.0

Infraestrutura

·      Banda Larga: a ser fornecida pelas empresas de telecomunicação, dentro de um Plano Nacional de Telecomunicações reforçando a universalização da inclusão digital.

·      Computadores: a tecnologia digital é amplamente utilizada por grupos educacionais internacionais. É possível até simular uma cirurgia digitalmente. No caso da rede pública, estímulo a simuladores digitais para todas as áreas, assim como impressoras 3D e equipamentos de computação. Tendo um bom equipamento de computação, e simulares desenvolvidos, cada escola pode ter seu laboratório virtual de química e física.

·      Tablets: todo o contato com o aluno se daria através de tablets, que armazenariam desde livros didáticos, até o sistema de provas. Seria necessário desenvolver um equipamento barato, mas que atendesse a essas especificações.

·      Gestão pedagógica em nuvem: com a informática em nuvem, será possível até montar acompanhamento de cada aluno e aulas de reforço pela Internet. Do mesmo modo, será possível desenvolver métodos pedagógicos – como o sistema de games para aprendizados – de disseminação rápida -, assim como educação à distância para os professores.

·      Redes de pesquisa: em nuvem, pode-se até estimular a montagem de redes de pesquisas por alunos de escolas e regiões diferentes, estimulando o trabalho em rede.

Material pedagógico

E-books e vídeos aulas – Aqui se abre um mercado relevante para os produtores de conteúdo pedagógico audiovisual. Substitui-se o modelo atual de livros didáticos por sistema de compras de material multimídia, estimulando as parcerias entre produtores de audiovisual e autores de livros didáticos – hoje em dia, presos ao anacronismo das editoras. Ao obrigar as editoras a produzir versões eletrônicas de seus livros, a gestão Haddad estimulou o aparecimento de novas competências na área, empresas terceirizadas especializadas nas novas tecnologias. A bem-sucedida política de inclusão de alunos com deficiência, além disso, poderá estimular o desenvolvimento de produtos tecnológicos que facilitem a acessibilidade e possam ser exportados para outros países.

Construção

As demandas da rede públicas podem ser direcionadas para empresas que desenvolvam colégios e mobiliário com sustentabilidade, incorporando avanços tecnológicos e arquitetônicos.

Aspectos sócio-econômicos

A merenda escolar já se transformou em um eficiente meio de desenvolvimento de pequenos e micro fornecedores. Mas uma visão sistêmica dos desafios da educação precisaria incluir outros elementos. A rede de escolas é a porta de entrada para se atingir todos os familiares dos alunos. Por sua capilaridade, pode ser utilizada para serviços de saúde associados, alimentação, iniciação profissional.

Uma boa escola demanda serviços de pedreiro, eletricista, carpinteiro, técnico em informática. Pode ser porta de entrada também para iniciação profissional.

Desafio

É um pequeno exercício, que uso como provocação para vocês. Como aplicar esse modelo em outros setores, como mobilidade urbana, meio ambiente, políticas profissionalizantes, defesa e segurança etc?

Na Plataforma Brasilianas, vamos procurar conduzir todas as discussões sobre Competitividade nesse modelo.

Luis Nassif

Luis Nassif

View Comments

  • Tem um erro aí, Luis. Ficou

    Tem um erro aí, Luis. Ficou Polícia onde deve dizer Política. E está assim duas vezes, no título do gráfico e no texo.

  • Por que?

    Por que alguém se preocuparia com isso?

    Antes de se pensar em tudo isso é preciso saber por que motivo aqueles que deveriam fazê-lo, o fariam.

    Acredito que estes planos somente aconteceriam se houvesse insatisfação com o que estiver em uso agora.

    Mas há insatisfação?

    Falo dos que decidem, o resto não importa.

    Já está demonstrado, com sobras, que o fato de a população e o País estarem indo para o buraco não importa.

    Este não seria o motivo.

    Então qual seria?

    Apesar das divergências pontuais, a turma que manda concorda no principal. E são espertos o bastante para não passar dos limites.

    Todos se preservam.

    Se até o Cunha está numa boa na cadeia, então se pode contentar a todos.

    Já o pessoal de fora do ônibus, este não conta.

    Motivos, não vejo...

  • Vai Passar

    Peço, portanto, respeito à história. Respeito a essa entidade que emana diretamente do povo chamada Lula. Reparem o que ele aguentou até aqui. Reparem o que ele já fez pelo país. Reparem a total divergência dos prognósticos que se fazem a ele para com o que, de fato, acontece.

    Por exemplo, muitos imaginavam que Lula iria pedir asilo político. Muitos imaginavam que Lula iria morrer (o cara tá jogando bola). Muitos imaginavam que Lula iria ficar deprimido. Muitos imaginavam que Lula iria fazer um acordo. Ficou só na imaginação.

    Quem imaginaria que Lula iria resistir a essa brutalidade judicial? Quem imaginaria que esse mesma brutalidade o deixaria mais forte ainda? Quem imaginaria que todos os seus perseguidores estariam encurralados pela história? Quem imaginaria que a narrativa do golpe se encaminharia para o Lula simbolicamente mais poderoso de todos os tempos?

    Quem suspeitaria que no dia do julgamento mais importante da história de um país continental, o juiz chegaria escoltado e o réu nos braços do povo?

    ....

    https://www.brasil247.com/pt/colunistas/gustavoconde/335772/O-progn%C3%B3stico-Lula.htm

  • A considerar......depois de muita coisa acontecer

    Tema interessante a considerar depois que o povo brasileiro retomar o controle do seu próprio destino. Parecem agora recomendações para futuras equipes de governo, depois de retomada a democracia e completada a tarefa de desfazer as maldades que o Temer tem feito neste período recente. Texto um pouco fora do “timing”, embora marque posição dentro de futuras ações proativas do blog em favor do novo período a partir da volta do Lula ao Planalto.

    • Ia falar isso caro Alexis.

      Ia falar isso caro Alexis. Primeiro precisa de um "detalhe". O Brasil voltar a ser uma democracia. O timing desse texto é um tanto quanto precipitado. Vamos dizer assim, se apresenta para um futuro que não dá mostras por enquanto que possa vir a se realizar.

      Mostra um texto desses para as figuras que estão no poder no atual momento, e eles darão rizada. Esse post demonstra que o otimismo do Nassif é resistente para xuxu.

      • O ponto de vista do Nassif

        Embora este blog tenha determinadas características, ancoradas no perfil dos seus leitores e participantes, como todos sabemos, o Nassif como responsável deve necessariamente ter um caráter proativo, em geral, para não aparecer extremamente parcial e apenas como um blog sujo contra o golpe. Nassif já mostra o perfil que teremos depois das eleições, se Deus quiser.

        • Perfil?

          Ah, sei!

          Um perfil tipo assim: golpearam a presidenta, bateram panelas, retrocederam o país em séculos, soltaram os cães do lawfare, estupraram a CRFB e os direitos sociais e trabalhistas, venderam o que restava de patrimônio público e agora 'tá tudo certo de novo, as eleições nos redimirão, é isso?

          Ah, então 'tá certo, vamos de novo para esse clima de paz até a próxima rodada de toba no buraco patrocinado pela direita...

          E seguimos virando a outra face..

          Êita povo cristão, sô!

  • o....

    O Brasil é o país para sustentar siua Elite (elite quase exclusiva nas castas do Poder Público). Vejam o caso de FEBRE AMARELA EM SP. Na intenção da continuidade de entregar o país ao lucro e interesses internacionais, O TUCANISTÃO, que assola o estado de São Paulo há 1/4 de século, já colocou as Águas do Estado na Bolsa de Valores de NY. O Sistema Cantareira, que abastecia a capital de forma exemplar, foi abandonado por todos estes anos. Então veio a tragédia da falta de água na maior megalópole do país. Resultado de extrema incompetência que foi jogada nas costas de São Pedro. Não por coincidência a FEBRE AMARELA chegou galopando pelas regiões deste mesmo Sistema Cantareira (merece uma pesquisa sobre tal fenômeno. Será que a incompetência e mediocridade do Tucanistão não agravou a situação e epidemia?). Mas o que é digno de nota. Por ser ano de elição e Picolé quase derretido, não querer ser fulminado antes da largada, tal assunto foi sendo escondido.Transformado em problema nacional. E a FEBRE AMARELA vem chegando à São Paulo. "Não precisa vacinar. Tem que vacinar. Nem todos podem ser vacinados. Todos devem ser vacinados. A prórpia vacina tem riscos graves. A vacina não tem riscos. Não temos vacinas para todos. Vacinaremos todos. A vacina é para 10 anos. A Vacina é para a vida toda. Doses fracionadas. Vacinação às escondidas. Filas imensas. Desespero não televisionado. As mortes já chegaram á Capital. Picolé sumiu. Uip dá entrevistas suando frio. 1/4 de século deixando o Sistema Cantareira se exaurir. 1/4 de século tirando dinheiro e equipes da SUCEN, que mapeavam e controlavam a febre amarela em áreas endêmicas. 1/4 de se´culo de medíocres que querem se perpetuar no Poder. O Brasil é de muito fácil explicação.     

  • Os Bancos olham o futuro

    Os Bancos olham o futuro pensando apenas em ter lucros iguais aos que tiveram no passado. Ao menor sinal de risco presente, os banqueiros resolveram interditar a política e revogar a soberania popular para poder continuar estrangulando a economia com juros estratosféricos. 

    Não temos futuro, nem política e logo não teremos economia. E a democracia, meu caro, é finada. Ela não passa de uma piada grotesta nas bocas corrompidas de Michel Temer e dos seus capangas que assaltaram o poder "com o STF com tudo".

    Na pior das hipóteses milhares morrerão de fome antes de algo ser feito. Na melhor milhões morrerão na guerra porque ousaram fazer algo. 

    O beco não é sem saída. Não existe mais beco, fomos todos emparedados como aquele famoso personagem de um conto de Edgar Alan Poe. 

    "Assentei a última pedra e a reboquei. Contra a nova alvenaria, reergui o velho baluarte de ossos. Por meio século, nenhum mortal veio perturbá-los. In pace requiescat!"

     

  • Antes de querer, é preciso saber o que se quer...

    Parafraseando um tema correlato (liberdade), podemos dizer que é difícil definir Democracia, mas é fácil diagnosticar sua ausência em nossa vidas...

    Nassif é um incorrigível otimista, que de tão otimista às vezes suspeitamos dele (e de seu otimismo)...

    Poderíamos discorrer sobre a referência ocidental sobre Democracia baseada na antiga Grécia e da pouca longevidade histórica dos modelos democráticos, se considerarmos o pós 1789 com marco para o início dessa aventura de criar um sistema representativo que diminua a distância de poder real entre as classes, fazendo-as se representarem de forma mais equilibrada na gestão dos Estados Nacionais que afinal, gerem as sociedades que a eles se submetem nos diferentes pactos sociais...

    Como sabemos, a intensa polifonia de classes e a luta pelo poder entre elas e dentro das mesmas, que repercutiu entre países ao redor do planeta, fez que a ideia de Democracia assumisse tantos contornos e nuanças, que a luta por alguma Democracia consensual deu lugar a luta para impormos sobre os demais a NOSSA ideia de Democracia...a luta pelo PODER!

    Por poder, podemos resumir como sendo a capacidade de grupos ou indivíduos em fazer suas decisões prevalecerem sobre um número amplo de pessoas, sem que essas pessoas sejam capazes de atingí-los (grupos e indivíduos dotados de poder) com as suas reações a essas decisões...

    No interior remoto dos Brasis, a sabedoria popular diz que poder é mandar prender, mandar soltar, mandar matar, deixar viver...

    Feito o nariz de cera, é preciso dizer:

    Retorno de que, cara pálida?

    Que Democracia o senhor enxergou nesses 200 e poucos anos de República?

    Vamos à contas:

    Passados os anos militaristas-positivistas da implantação da República, a revelia de qualquer sussuro popular, até 1930 não tivemos sistemas representativos dignos desse nome, dada a sua natureza excludente e censitária...

    Depois de 1930 até 1945, uns poucos anos de alívio...

    Entre 45 e 64, eleições sempre assombradas pelas casernas e o esforço civil conservador para barrar o andar da História...

    Bem, de 89 para cá, eleições e 2 presidentes impedidos, não pelos maus feitos ou no devido processo legal, mas simplesmente porque deixaram de agradar as elites e/ou aceitar as condições do nosso pacto social...

    Nassif, caro Nassif, nunca haverá Democracia de fato em zonas periféricas do capitalismo mundial, meu caro, e sabes disso mais do que ninguém..

     

    Temos por aqui um mero ajuste onde as elites associadas cumprem as ordens dos "patróns", ceifando pela força da mídia cretina de esgoto e das armas (e agora das togas) todas as tentativas de ganharmos o jogo usando as regras deles...

    Quando aprendemos algumas "regras", mudam-nas...

    algo assim:

     

     Por favor, Nassif, tenha um pouco de rigor conceitual...

    Nunca tivemos a mais pálida sombra de Democracia nesse país infeliz, o que temos até agora é um sistema eleitoral precário, tutelado pelas armas e pela justiça, e capturado pela agenda financeira mundial...

    Tudo isso que você escreveu, inclusive com esses info-gráficos bacanas, podeser desmontado a partir da sequinte premissa:

    Quem é o dono do Estado? Quem se serve dele? Quem paga as contas (tributos)? Quem se lambuza neles (tributos)?

    Com esse pacto social constitucional, desista, caro amigo...desista...

    Menos otimismo Nassif...

  • Política de Desenvolvimento Produtivo

    Prezado Nassif,

    Ótimo o seu texto sobre a Política de Desenvolvimento Produtivo. Faço, entretanto, uma pequena correção. A política não foi "imaginada por técnicos da Fiocruz lideradas por Carlos Gadelha". Ela foi imaginada e construida em 2007-2008 pela equipe da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde e pelo Departamento da Indústria Farmacêutica do BNDES (DEFAR). Este liderado por Pedro Lins Palmeira e aquela pelo missivista. Carlos Gadelha gerenciou a política a partir de 2011, quando assumiu a referida secretaria.

    Abraço,

    Reinaldo Guimarães

  • Estrutural

    Qualquer ideia, genial ou não, extraordinária ou não, baterá - como tem acontecido nos últimos quarenta anos, pelo menos - em um paredão com duas frases escritas: quanto custa? Cadê o dinheiro?

    Eu, já "cansei".

    Já está pro-va-do que o estamento financeiro é inimigo da Democracia. Partiram pra cima e conspurcaram o Contrato Social sem o menor escrúpulo. Não há caminho para os verdadeiramente democratas que não seja o de por fim à suposta sacralidade dos contratos financeiros.

    Todos os governos da redemocratização foram pra lá de respeitosos para com o estamento, e mesmo assim os mercadistas agiram como valentões de butiquim.

    É assim que devem ser tratados, portanto.

    A começar, denunciando a Grande Mentira contada nesses anos todos de que os serviços públicos são ruins por causa da "corrupção": o dinheiro dos "impóóóstos" vai é para ju-ros!

    Em segundo lugar, limitando o poder de desinformação, manipulação e mentira dos donos da comunicação.

    Sem isso, não contem comigo.

  • aparelhar é preciso

    acredito que uma correção num próximo governo popular precisa ser feita, em relação ao que fez o PT no governo. Precisa aparelhar sim os órgãos de estado, como PF, MPF, Judiciário. Como apontado em outro post pelo Armando Coelho, o que de fato ocorreu foi o aparelhamento ao contrário. Os adversários do povo não acusar o governo de aparelhamento, mesmo que ocorra ao contrário. Então é melhor merecer a acusação, já nada tem de ilegal usar os meios disponíveis para preencher cargos com gente comprometida com um projeto popular e democrátio. Até a lei dos concursos deveria ser mudada para forçar os barnabés a estudar vida pública. Nossas universidades só ensinam como trabalhar em empresas privadas.

    As metas de desempenho dos funcionários públicos precisam ser redefinidas para premiar os que mais e melhor atendam ao Povo.

Recent Posts

Choques políticos em série refletem bagunça institucional, por Antonio Machado

O chamado ativismo judicial provoca rusgas institucionais desde o tempo do mensalão, antecedendo os ataques…

13 horas ago

Lei de Alienação Parental: revogar ou não revogar, eis a questão

Denúncias de alienação descredibilizam acusações de violência contra menores e podem expor a criança aos…

14 horas ago

Papa Francisco recebe Dilma Rousseff no Vaticano

Os dois conversaram sobre o combate à desigualdade e à fome. Para Dilma, o papa…

16 horas ago

Exposição à poluição aumenta o risco de doenças cardíacas em moradores de São Paulo

Os pesquisadores constataram que pessoas que sofrem de hipertensão sofrem ainda mais riscos, especialmente as…

17 horas ago

Vídeo mostra a ação da polícia durante abordagem de Tiago Batan

Caso ganhou repercussão no interior de SP; jovem faleceu após ser baleado na região do…

18 horas ago

Roberto Campos Neto e o terrorismo monetário

É papel do Banco Central administrar as expectativas de mercado, mas o que o presidente…

19 horas ago