Os sinais chineses com a desvalorização do yuan

Jornal GGN – Artigo da revista The Economist analisa os efeitos da desvalorização da moeda chinesa, o yuan, anunciado nesta semana pelo banco central do país asiático. Interpretações pessimistas acreditam que a queda do yuan provocaria uma onda de deflação global, causando desvalorizações nas moedas dos competidores asiáticos. Já a revista acredita que a desvalorização de 2% do yuan não deve impulsionar as exportações chinesas – que tiveram retração de 8,3% em julho – e que é mais uma resposta para as preocupações do Fundo Monetário Internacional sobre conceder o estatuto de moeda de reserva ao yuan.

Do Estadão

O curioso caso da moeda chinesa

THE ECONOMIST – O ESTADO DE S.PAULO
Uma desvalorização de 2,0% não vem ao caso; é mais um sinal do que qualquer coisa
Observamos algumas desvalorizações dramáticas na história ­ foi o caso da libra esterlina em 1967 e 1992, e da Argentina em 2001/2002. Quando a moeda desvaloriza, a consequência pode ser muito ampla. A desvalorização do yuan foi de menos de 2%, mas também é considerada um fato de grande importância. Para Robert Peston, da BBC, é mais significativa do que a crise grega ou uma possível decisão do Federal Reserve de elevar os juros. A combinação de preços de commodities em queda e mercados emergentes mais frágeis certamente é preocupante.

Para os pessimistas, uma desvalorização na China provocaria uma nova onda de deflação global e obrigaria uma reação dos competidores asiáticos com a desvalorização das próprias moedas, com uma redução dos preços das importações no mundo desenvolvido. O que provocaria mais desemprego no Ocidente.
Charles Dumas, da consultoria Lombard Street Research, escreveu recentemente que a China “exportaria o impacto deflacionário para seus concorrentes no resto do mundo”. Além disso, países cuja moeda ficou especialmente supervalorizada, como Estados Unidos e Grã­ Bretanha, poderiam perder o vigor à medida que as importações baratas afetarem suas margens. É dessa maneira que o atual ciclo de alta das bolsas poderá terminar.
Mas uma desvalorização de 2% não vem ao caso. Dificilmente dará um grande impulso às exportações chinesas, que registraram queda de 8,3% em julho. O Banco de Compensações Internacionais calcula os reais índices ponderados pelo comércio exterior para as diferentes moedas; a partir de junho, o índice da China era 126, superior aos 111 no ano anterior e aos 105 em setembro de 2012. Esse movimento reflete apenas as flutuações marginais desse ganho.
Assim, a desvalorização é mais um sinal do que qualquer outra coisa. Em particular, pode ser uma resposta às preocupações do Fundo Monetário Internacional (FMI) quanto conceder ao yuan estatuto de moeda de reserva e incluir a divisa na cesta de moedas que compõem os Direitos Especiais de Saque. A China gostaria muito de obter tal estatuto, por razões de prestígio e também porque ajudaria seu setor financeiro. De maneira que uma certa flexibilidade da moeda ajuda, mas a medida não é importante o bastante para realmente inquietar os vizinhos asiáticos do país ou os americanos.
Mas conseguirão os chineses administrar o processo eficazmente? Uma desvalorização limitada vai animar os operadores, que ficarão à espera de mais medidas, manifeste­se ou não nesse sentido o Banco Popular da China. E o banco terá de usar suas reservas para defender a nova taxa. Ele tem enormes reservas, mas a recente redução de US$ 300 bilhões deve fazer com que as autoridades reflitam um pouco.
A China está tentando fazer malabarismo com várias bolas ao mesmo tempo. Sair de uma economia baseada em investimentos para um modelo escorado no consumo sem permitir que o crescimento desacelere demais, refrear a especulação imobiliária e no mercado de ações sem prejudicar o setor, atuar nos mercados sem ser afetada pela volatilidade e expandir o setor financeiro sem se submeter aos fluxos de capital especulativo que desestabilizaram a Ásia na década de 90. Será surpresa se não deixar cair pelo menos uma bola. E a tarefa é tão complexa que o país deverá, às vezes, enviar sinais confusos.
O argumento contrário é de que as guerras cambiais são boas quando acompanhadas de um afrouxamento monetário. Mesmo se todas as moedas acabarem onde começaram (nem todas desvalorizam, é claro) o mundo terá uma política monetária mais flexível. A pergunta importante é se a política monetária perdeu sua eficácia e o único resultado positivo do afrouxamento quantitativo e de outras iniciativas políticas é o impacto monetário. Nesse caso, é um jogo de soma zero em que uns ganham e outros perdem.
Redação

Redação

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  • Armstrong X The Economist

    Nesta eu vou com o Armstrong, que já provou por A+b que não é jogo de soma zero.

    https://jornalggn.com.br/noticia/para-estimular-economia-china-promove-desvalorizacao-do-yuan#comment-713922

    Death of Oil & EM Drive

    Posted on August 11, 2015 by 

     

    When it rains, it pours. For the last 15 years there have been rumblings surrounding the possibility of creating the impulse engine in “Star Trek”. Nearly 15 years ago, British inventor Roger Shawyer proposed an EM drive that would produce thrust by using solar power to generate multiple microwaves that move back and forth within an enclosed chamber. Such a system would perpetually function until something failed or wore down. This meant that interplanetary and commercial supersonic flight within the Earth’s atmosphere would be possible without fossil fuel.

    Then there was the inventor of a magnetic engine that I reviewed in Japan. The whole reason oil prices had to rise was to inspire alternative energy sources. Once that developed, the race was off. The EM drive has shaken most scientists because it defies one of the fundamental concepts of physics — the conservation of momentum. In other words, this is much like markets and the concept that befuddles so many is that if a market rises, people become rich, but government does not actually create new money to reflect that value. Likewise, a market crashes and $1 trillion evaporates in value, but who wins when those who held share lose? The “money supply” when defined by asset values increases without anyone creating money because money is merely a unit of account and reflects what assets are worth when translated into money. It is not actually a zero-sum gain. What the EM drive demonstrates that the same principle exists and the idea of a zero-sum conservation of momentum is not true.

    The conservation of momentum states that for something to propel forward, something else must logically push in the opposite direction. In this concept, the forces inside the chamber should cancel each other out and the EM drive should not function when the same logic of markets is applied. So just because the Dow might drop 20% does not imply that someone else made 20%. The total reflection of assets translated into money alters.

    Indeed, NASA has confirmed that they believe the EM drive in fact works. Others testing the concept in Germany have also demonstrated that it produces thrust. With this degree of thrust, one could reach the Moon in four days. Further testing is underway as reported by the Telegraph. Nonetheless, we may be on the verge of the next technology wave that could in fact provide the next cycle of innovation after the economic decline.

    ***********

    China Devalues Yuan — Why?

    Posted on August 11, 2015 by 

    China devalued the yuan in what many think was a surprise move. What they do not understand is that this move is more than trying to firm up exports; this devaluation has a similar impact to raising interest rates to stem speculation. Foreign capital just lost 2%. I have stated before, the Bank of China has people with experience, unlike many central banks. This experience comes from working on dealing desks and they understand trading far better than any other central bank. True, the devaluation will help its sagging exports, but this is temporary for as the U.S. economy turns down after October, the dollar will rise further and we should expect the yuan to decline further.

     

    *******

    China Devalued to Bring Yuan in Line with Technicals

    Posted on August 12, 2015 by 

    Confusion hits the markets as stocks, currencies and commodities fall sharply across the region as investors fear a stalling China economy and possible currency war despite Beijing’s assurances. We warned that this devaluation was NOT A FLUKE, and far too many people just misrepresent what is truly going on within the world economy so it comes as no surprise they missed this one.

    The central bank of China has come out and stated publicly they use capital flow analysis. They are far more professional than any other central bank. They took the market right up to the technical resistance. There are just too many people contriving scenarios and theories with a biased view to start with typically to support something else they would like to see. This is neither a currency war nor is it some wild scheme to support gold. The world economy is contracting if not imploding all because politicians are hunting money for taxes and confiscation because governments are going broke.

    What more needs to be said. Our forecast that the dollar would rally sharply contrary to those who keep calling for its demise remains intact. If you do not understand the world economy and how we are all connected, you might as well apply for a bailout because you are going to need one.

     

    • Tenho questionado bastante suas transcrições

       

      Alexandre Weber - Santos –SP (quarta-feira, 12/08/2015 às 19:39),

      Recentemente fiz uma crítica a algum comentário seu transcrevendo textos de algum analista que você elegeu como o tal. A crítica que eu tenho é mais quanto ao conteúdo, mais no exemplo em causa foi junto ao post “Finalmente, o bom senso contra os piromaníacos” de domingo, 09/08/2015 às 00:01, em que, em comentário que enviei segunda-feira, 10/08/2015 às 21:07, para você junto ao seu comentário de segunda-feira, 10/08/2015 às 18:33, eu critico a falta de pertinência do seu comentário ou pelo menos a falta de um gancho que tornasse o seu comentário pertinente ao post “Finalmente, o bom senso contra os piromaníacos”. E como o seu comentário já se encontra na segunda página deixo como endereço do post “Finalmente, o bom senso contra os piromaníacos” a segunda página:

      https://jornalggn.com.br/noticia/finalmente-o-bom-senso-contra-os-piromaniacos?page=1

      E como não tenho muito tempo deixo a indicação de um comentário que eu fiz pensando em enviá-lo para você, e só não enviei porque não havia lá nenhum comentário seu. Enviei o comentário por volta de 21:11 de hoje, quarta-feira, 12/08/2015, lá para o post “China volta a anunciar desvalorização da moeda” de quarta-feira, 12/08/2015 às 11:16” e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/china-volta-a-anunciar-desvalorizacao-da-moeda

      A observar que o post "China volta a anunciar desvalorização da moeda" parece que sumiu da página do blog. E transcrevo o comentário a seguir, não só porque ele foi elaborado pensando em o enviar para você como ele é bem pertinente aqui. Disse eu lá:

      - - - - - - - - - - - - - - -

      "JornalGGN,

      Este post “China volta a anunciar desvalorização da moeda” de quarta-feira, 12/08/2015 às 11:16, foi publicado aqui no blog de Luis Nassif antes de a matéria do The Economist publicada no Estadão com o título “O curioso caso da moeda chinesa” ter sido transformada no post “Os sinais chineses com a desvalorização do yuan” de quarta-feira, 12/08/2015 às 11:44. O leitor menos desavisado fica sem saber a que a matéria da revista The Economist se referia. Tudo porque ontem conforme se pode ver no post “Para estimular economia, China promove desvalorização do yuan” de terça-feira, 11/08/2015 às 09:27, aqui no blog de Luis Nassif saiu a informação de que a China tinha desvalorizado o Yuan.O ruim foi que voltando ao blog de Luis Nassif não consegui achar este post "China volta a anunciar desvalorização da moeda". E trata de assunto ainda que na visão de leigo bem relevante.

      Bem, o endereço do post “Os sinais chineses com a desvalorização do yuan” é (Aqui eu vou suprimir o endereço para evitar redundância):

      E o endereço do post “Para estimular economia, China promove desvalorização do yuan” é:

      https://jornalggn.com.br/noticia/para-estimular-economia-china-promove-desvalorizacao-do-yuan

      O que eu queria destacar que essas pequenas desvalorizações chinesas foram bem interpretadas por Paul Krugman em dois posts publicados no mesmo dia. O primeiro foi “China Bites The Cherry” de quarta-feira, 12/08/2015 às 08:56 am e que pode ser visto no seguinte endereço:

      http://krugman.blogs.nytimes.com/2015/08/12/china-bites-the-cherry/?module=BlogPost-Title&version=Blog Main&contentCollection=Opinion&action=Click&pgtype=Blogs&region=Body

      Ou via Google, o endereço é o que se segue:

      http://krugman.blogs.nytimes.com/2015/08/12/china-bites-the-cherry

      Pode ser que ele já soubesse da nova desvalorização, mas há no post dele mencionado acima, o seguinte trecho que parece uma profecia:

      “China, however, did not let the renminbi float, nor did it devalue by enough to persuade investors that any future move was likely to be up. Instead, it only devalued a little.

      This is what Charlie Kindleberger used to call “taking the first bite of the cherry”. (Nobody takes just one bite out of a cherry.)”

      (Uma tradução usando o GoogleTradutor é a que se segue:

      “China, no entanto, não deixou o renminbi flutuar, nem desvalorizou o suficiente para convencer os investidores de que qualquer movimento futuro era susceptível de ser para cima. Em vez disso, a China só desvalorizou um pouco.

       Isto é o que Charlie Kindleberger costumava chamar de "dar a primeira mordida na cereja". (Ninguém dar apenas uma mordida em uma cereja.)”)

      No segundo post intitulado “International Money Mania” de quarta-feira, 12/08/2015 às 12:56 pm, ele já sabia da segunda desvalorização. O endereço do post “International Money Mania” é:

      http://krugman.blogs.nytimes.com/2015/08/12/international-money-mania/?module=BlogPost-Title&version=Blog Main&contentCollection=Opinion&action=Click&pgtype=Blogs&region=Body

      Conforme copiado do próprio post na página dele na internet, ou então no seguinte endereço em busca via Google:

      http://krugman.blogs.nytimes.com/2015/08/12/international-money-mania/

      O importante é que este segundo post de Paul Krugman sobre a desvalorização do Yuan fez-me pesquisar sobre textos de José Luís Fiori sobre a desvalorização ao mesmo tempo que lembrei de um texto muito bom sobre o que se chama de privilégio exorbitante dos Estados Unidos de deter uma moeda de reserva internacional. Primeiro fui a cata do texto de José Luís Fiori e encontrei o seguinte post aqui no blog de Luis Nassif: “O discurso do cientista político Zbigniew Brzezinski” de quinta-feira, 26/04/2012 às 11:09. O post “O discurso do cientista político Zbigniew Brzezinski” surgiu de sugestão de Marco Antonio L. que pinçou algumas frases de Zbigniew Brzezinski de uma entrevista concedida a Luis Fernando Silva Pinto e transmitida na Globo News no programa Milênio. O post “O discurso do cientista político Zbigniew Brzezinski”  pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-discurso-do-cientista-politico-zbigniew-brzezinski

      Eu enviei um comentário quinta-feira, 26/04/2012 às 13:01, para Marco Antonio L., e recebi uma resposta de Jurandir Paulo enviada quinta-feira, 26/04/2012 às 21:51, e para a qual repliquei mediante o comentário enviado sexta-feira, 27/04/2012 às 01:48, e na réplica eu deixo o link para o artigo de José Luís Fiori, intitulado “Sobre o Poder Global” publicado em novembro de 2005 nos “Novos Estudos CEBRAP", pp. 61-72, e que pode ser visto no seguinte endereço:

      http://www.scielo.br/pdf/nec/n73/a05n73.pdf

      Retiro logo do início do artigo a seguinte frase:

      “Foi no início da década de 1970 que Charles Kindleberger e Robert Gilpin formularam a tese fundamental que mais tarde foi chamada de “teoria da estabilidade hegemônica”. . . . Foi quando Kindleberger afirmou que o bom funcionamento de “uma economia liberal mundial necessita de um estabilizador e de um só país estabilizador” — um país que provesse o sistema mundial de alguns “bens públicos” indispensáveis para o seu funcionamento, como uma moeda internacional e o livre-comércio, ou da coordenação das políticas econômicas nacionais e da promoção de políticas anticíclicas de eficácia global”.

      E há o seguinte acréscimo para se entender bem o pensamento de Charles Kindleberger e Robert Gilpin:

      “A tese de Kindleberger tinha uma natureza claramente normativa, mas se apoiava numa leitura teórica e comparativa da história do sistema capitalista. Como sintetizou Gilpin: “a experiência histórica sugere que, na ausência de uma potência liberal dominante, a cooperação econômica internacional mostrou-se extremamente difícil de ser alcançada ou mantida””.

      Este assunto rende muito e o tratamento dado ao assunto parece mais consistente quanto mais se menciona o Charles Kindleberger. De todo modo, ainda falta o link para um dos melhores artigos que eu já li sobre a questão do dólar como moeda internacional. Trata-se do artigo “O privilégio exorbitante dos Estados Unidos” de autoria de Michael Pettis e publicado no Valor Econômico de quinta-feira, 15/09/2011, e que pode ser visto no seguinte endereço:

      http://www.bresserpereira.org.br/terceiros/2011/11.09.O_Privil%C3%A9gio_exorbitante_dos_EUA.pdf

      O artigo de Michael Pettis, muito extenso, questiona o que teria sido uma afirmação de Valéry Giscard d’Estaing, dita em 1965, segundo o qual “o domínio do dólar americano como moeda global de reserva deu aos Estados Unidos um "privilégio exorbitante"”. A frase é apresentada logo no início e Michael Pettis que é francês e mora na China faz uma análise substanciosa da frase que é uma crença quase universal.

      Bem, antes que eu me perca com tantas análises sobre moedas internacionais, vale a pena transcrever mais um trecho de Charles Kindleberger só que agora dito no segundo post de Paul Krugman, “International Money Mania”. Vou transcrever parte de um parágrafo do artigo de Paul Krugman. Diz Paul Krugman lá:

      “I mentioned one of Charlie Kindleberger’s aphorisms earlier today, about taking the first bite of the cherry; another was that “Anyone who spends too much time thinking about international money goes a bit mad.” What he meant by that is that there’s something about the subject of reserve currencies that makes people want to believe that it’s a really important issue — that the dollar’s special role is an important part of American power”.

      (A tradução também tirada do Google Tradutor é a que se segue:

      “Eu mencionei um dos aforismos de Charlie Kindleberger hoje mais cedo, sobre dar a primeira mordida na cereja; outra foi a de que "Qualquer um que gasta muito tempo pensando em dinheiro internacional fica um pouco louco." O que ele quis dizer com isso é que há algo sobre o assunto de moedas de reserva que faz com que as pessoas queiram acreditar que é uma questão realmente importante - que o papel especial do dólar é uma parte importante do poder americano".)

      Não é por falta de advertência que eu já deveria ter parado de indicar tantos artigos, mas não resisto e lembro que no primeiro post de Paul Krugman que eu mencionei acima há a indicação de um artigo de David Beckworth intitulado “China's Devaluation: Impossible Trinity, Deflationary Shocks, and Optimal Currency Blocks” de terça-feira, 11/08/2015 às 04:00 am, e que pode ser visto no seguinte endereço:

      http://macromarketmusings.blogspot.com.br/2015/08/impossible-trinity-deflationary-shocks.html

      Bem, talvez haja espaço e tempo antes de ficar louco, e assim lembro que, ontem, no primeiro de dois comentários que eu enviei para Athos, junto ao comentário dele enviado terça-feira, 11/08/2015 às 10:41, lá no post “Para estimular economia, China promove desvalorização do yuan” eu voltei a mencionar o artigo “The Monetary Superpower Strikes Again” de autoria de David Beckworth e publicado na sexta-feira, 07/08/2015 às 07:41 pm, e que pode ser visto no seguinte endereço:

      http://macromarketmusings.blogspot.com.br/2015/08/the-monetary-superpower-strikes-again.html

      Nos dois textos de Paul Krugman, ele de certo modo zomba dos chineses. Não creio que seja o caso. Exatamente o que os chineses querem não me parece algo que o Paul Krugman possa prever. E também não seria muito inteligente imaginar que os chineses estejam loucos de tanto pensar sobre a questão da moeda como reserva internacional. A zombaria deve ser vista mais como uma idiossincrasia do estilo do economista americano. Agora como sempre, o Paul Krugman parece ser o melhor que se tem como analista econômico, ainda mais em matéria de política econômica internacional. Ainda mais que ele se ancora em Charles Kindleberger que parecia alguns anos à frente de muitos economistas que hoje se destacam.

      - - - - - - - - - - - - - -

      E voltando ao texto que você transcreve, não o primeiro que não me pareceu relevante, mas o segundo que trata do Yuan, e que, embora aqui seja pertinente, eu achei bem fraco, vou transcrever a única coisa importante que eu vejo nele:

      “The world economy is contracting if not imploding all because politicians are hunting money for taxes and confiscation because governments are going broke”.

      Esta é uma crença da direita americana que não tem suporte nos fatos. O mundo é melhor agora e vai ainda melhorar mais exatamente porque desde o início do século XX a carga tributária vem aumentando. E a tendência dela é aumentar ainda mais para evitar que a economia sofra uma explosão.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 12/08/2015

      • Obrigado pelas indicações dos artigos e detalhado comentário

        Clever, sempre aprendo com você e não canso de falar da inveja que sinto destas suas pesquisas amplas e eruditas, quisera ter tempo e inclinação para as mesmas como você.

        No mais, o Carry Trade Chinês deu um golpe nos investidores estrangeiros de gente grande e se o seu post tivesse vindo antes da 13:30 hs do dia 12 de agosto de 2015 diria que era bombasticamente profético.

        Quanto a privilégios odiosos, o Banco da Inglaterra com suas varinhas dá o tom do que é dinheiro internacional, na minha opinião é claro.

  • Os chineses ao contrário de

    Os chineses ao contrário de certos países dominados pelo talibã financeiro internacional e a mercê de interesses da especulação, costumam fazer o que consideram melhor para seu país, não estão preocupados com o que acham ou deixam de achar os representantes das finanças ocidentais ou seus empregados da imprensa, como The Economist ou o colonizado replicador e sub-empregado, O Estado, muito menos ainda quando tratam-se de empresas deficitárias ou à venda, inseridas em economias submersas na crise internacional que ajudaram a incrementar.

    Tanto que hoje o BC chinês novamente desvalorizou sua moeda e nem se deu ao trabalho de responder ou comentar  esse blá-blá-blá, portanto antes de se preocupar com a China os analistas a serviço da especulação deveriam se preocupar com seus empregos, pois esses sim correm risco iminente, enquanto a economia chinesa continuará crescendo.

    Queiram eles ou não.

    • Penso que os Donos do Poder continuam com poder e perigosos

      Penso que não se desafia impunemente os donos do poder assim tão fácil, ainda mais quando emitem Dólar.

      Uma estratégia melhor elaborada me parece um movimento mais efetivo e convincente para rediscutir  e negociar pontos divergentes, principalmente se estiver embasada em instituições com arquitetura que remetam ao diamante.

      Posso estar enganado nesta e frequentemente estou, mas cautela e caldo de galinha não fazem mal a ninguém.

      Por experiência própria posso garantir que eles TEM poder.

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