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Painel internacional

Rápida recuperação brasileira causa preocupação

A exaltação sobre a rápida recuperação do Brasil na crise econômica global mudou para algo mais sinistro: a preocupação de que a economia do gigante sul-americano esteja começando a superaquecer. Para esfriar, o banco central deverá iniciar uma série de aumentos da taxa de juro na quarta-feira, dizem os analistas. Alguns dos indicadores econômicos do Brasil estão saltando de velocidade para as linhas vermelhas. A economia cresceu pelo menos 10% no primeiro trimestre, estima o Goldman Sachs. As vendas de automóveis cresceram 18% no mesmo período. O Brasil tem atraído cada vez mais investimento estrangeiro direto, alcançando US$ 26,3 bilhões nos 12 meses que antecederam a março. “A economia está se aquecendo”, disse Alberto Ramos, um veterano economista do Goldman Sachs. Autoridades brasileiras minimizam as preocupações. “A economia está quente, mas não super-aquecida”, disse o ministro das Finanças, Guido Mantega, a jornalistas em Washington na semana passada. Na segunda-feira, ele prevê a economia do Brasil se expandirá 5,5% este ano, embora alguns economistas esperem que a taxa de crescimento atinja 7%, seu ritmo mais rápido em décadas. O rápido crescimento e aumento das vendas são normalmente coisas boas, especialmente para as nações em desenvolvimento tentando levantar milhões de pobres nas fileiras da classe média. A preocupação é que as taxas de crescimento acelerado estimulem a inflação, o calcanhar de Aquiles das economias ricas em commodities como o Brasil.
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A União Europeia concordará com a ajuda à Grécia?
Liberais Democratas podem vencer no Reino Unido
China em baixa, EUA em alta
Presidente mexicano condena lei de imigração dos EUA

A União Europeia concordará com a ajuda à Grécia?

Representa meio suspiro de alívio – o Fundo Monetário Internacional (FMI) usou palavras calorosas para a Grécia depois das conversações de final de semana com o ministro das finanças do país, George Papaconstantinou, em Washington. O diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, disse que estava “impressionado” com a determinação grega de botar a casa em ordem, e Papaconstantinou disse esperar que o conselho do FMI aprove a sua parcela de empréstimo do Fundo e dos países da zona do euro no início de maio. O tamanho exato do empréstimo não foi divulgado, mas acredita-se ser de US$ 20 bilhões (15 bilhões de euros). Ao menos parece que o cheque está no correio. Mas a Grécia precisa de mais para superar esta crise, talvez tanto quanto US$ 60 bilhões, segundo algumas estimativas. A Grécia está pedindo aos seus colegas membros da zona do euro pelo restante das negociações em curso entre o FMI, o Banco Central Europeu, a Comissão Europeia e os gregos, em Atenas. A maioria deles parece favorável a que estas negociações sejam concluídas em “questão de dias”, segundo Amadeu Altafaj Tardio, porta-voz da Comissão Europeia para Assuntos Econômicos e Monetários. Por mais irritados que os membros da zona do euro estejam com a Grécia por ela falsificar seus números durante anos, o grande interesse é preservar o projeto de moeda única de 11 anos, obtido a um alto custo e que sustenta as suas economias.
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Liberais Democratas podem vencer no Reino Unido

Um dos testes mais difíceis na vida de um político britânico é a convocação para aparecer no programa de Jeremy Paxman, “Newsnight”, da BBC. Paxman, o grande inquisidor do jornalismo britânico, é conhecido por fazer até mesmo políticos experientes se contorcerem nos assentos com suas perguntas contundentes. Se ele sente que o entrevistado está sendo evasivo, repete a pergunta – uma dúzia de vezes, se necessário. Ele deixa claro que não está satisfeito com a resposta e só desiste delas com desdém. A entrevista de Paxman no meio da campanha eleitoral é considerada tão perigosa que o primeiro-ministro trabalhista Gordon Brown, 59 anos, inicialmente recusou o convite. Seu desafiante conservador David Cameron, 43, também recuou. Ambos acreditavam que podiam se dar ao luxo de esnobar Paxman, mas estavam errados. Numa reviravolta, Nick Clegg, 43, o jovial líder do Partido Liberal Democrata, o terceiro da Grã-Bretanha, entrou destemidamente no ringue com Paxman. Ele suportou tudo o que Paxman jogou em seu caminho durante 30 minutos e se saiu bem no processo: fotogênico, descontraído e inteligente. Comparado com o sisudo Brown e o por vezes arrogante Cameron, Clegg deixou uma profunda e refrescante impressão. A entrevista, que foi ao ar há duas semanas, foi o primeiro sensacional sucesso de Clegg, animando ele e seus fãs. Várias outras entrevistas e dois debates televisivos de 90 minutos depois, Clegg subiu ao nível de superstar político.
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China em baixa, EUA em alta

Apesar da ampla discussão sobre a ascensão da China e o declínio da América, a mais recente enquete da BBC World Service mostra não somente um resíduo forte de “soft-power” norte-americano, mas, de fato, um aumento. Ao mesmo tempo, os números mostram uma China cuja influência é vista mais como negativa do que positiva em um número crescente de países. Segundo a pesquisa de 30.000 adultos em 28 países, a visão global dos Estados Unidos melhorou no ano e meio desde a eleição de Barack Obama. A América agora é vista positivamente no balanço de 20 dos 28 países, com uma média de 46% dizendo ter uma influência positiva no mundo e 34% negativa. Em contrapartida, a China é vista de forma positiva em 15 desses países. Ironicamente, enquanto a imagem dos EUA no exterior está melhorando, a pesquisa Pew Research Center mostra que quase 80% dos norte-americanos dizem não acreditar em Washington, com a confiança pública no governo federal tendo um dos pontos mais baixos em meio século. Quinze dos 28 países pesquisados pela BBC são pesquisados a cada ano desde 2005. Eles são Austrália, Canadá, Chile, China, França, Alemanha, Índia, Indonésia, Itália, México, Filipinas, Rússia, Turquia, Reino Unido e os Estados Unidos. Como o poder político, econômico e militar da China tem aumentado, a atenção global tem incidido sobre essa influência na Ásia e suas atividades.
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Presidente mexicano condena lei de imigração dos EUA

O presidente mexicano, Felipe Calderón, condenou nesta segunda-feira as novas e duras leis de imigração do Arizona como discriminatórias e advertiu que as relações com o estado fronteiriço dos EUA serão afetadas. A medida que tornará crime, sob a lei estadual, ser um imigrante ilegal, “abre a porta para a intolerância, o ódio, a discriminação e os abusos na aplicação da lei”, disse Calderón. Ele disse ter dado instruções ao Departamento de Relações Exteriores que duplique seus esforços para proteger os direitos dos mexicanos que vivem nos Estados Unidos e procurar a ajuda de advogados e especialistas em imigração. “Ninguém pode se sentar de braços cruzados diante das decisões que afetam de forma tão clara os nossos compatriotas”, disse Calderón em discurso no Instituto de Mexicanos no Exterior. A lei do Arizona restaurou a imigração como assunto de frente das relações EUA-México, que estava amplamente focada no aprofundamento da cooperação no combate às drogas. O governo do estado mexicano de Sonora – que faz fronteira com o Arizona – anunciou que não iria participar da reunião de cooperação que os dois países têm realizado anualmente há quatro décadas. A reunião da Comissão Sonora-Arizona foi marcada para junho em Phoenix, Arizona. “Não se trata de ruptura das relações com o Arizona, mas sim uma forma de protestar contra a aprovação da lei,” disse o governo do estado em comunicado. A lei, prevista para vigorar no final de julho ou agosto, vai exigir da polícia que questione as pessoas sobre o seu status de imigração se suspeitarem que estão lá ilegalmente. Diaristas poderão ser presos por procurar trabalho se estiverem ilegalmente nos EUA, e departamentos de polícia podem ser processados se não cumprirem a lei.
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Luis Nassif

Luis Nassif

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