UE aprova adiamento do “Brexit” mas ainda não decidiu até quando

do Público

UE aprova adiamento do “Brexit” mas ainda não decidiu até quando

por António Saraiva Lima

“Não há decisão”, disse aos jornalistas o negociador-chefe da UE, Michel Barnier, depois de concluída a reunião.

“A reunião foi construtiva. Há acordo total sobre a necessidade de haver uma extensão e acordo total para uma decisão unânime e consensual dos 27”, acrescentou, no entanto, um diplomata europeu presente no encontro. “Os trabalhos vão continuar durante o fim-de-semana e o Coreper deverá reunir-se no início da próxima semana para finalizar o acordo”.

O chumbo na Câmara dos Comuns à calendarização proposta pelo Governo britânico para debater, votar e ratificar a lei de implementação do acordo de saída do Reino Unido da UE, levou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, a recomendar aos chefes de Estado e de Governo europeus o adiamento do divórcio até 31 de Janeiro de 2020 – definido pela legislação britânica.

Mas como já tinha acontecido noutros adiamentos do “Brexit” – este será o terceiro – o Presidente francês está a torcer o nariz a uma extensão tão prolongada do prazo de saída.

Segundo o Politico, Emmanuel Macron está mais interessado em oferecer uma extensão curta ao Reino Unido, de forma a pressionar Johnson a unir esforços em Westminster para conseguir ratificar a proposta de lei do “Brexit” e fechar o capítulo de uma vez por todas.

“São os franceses, são sempre os franceses”, desabafou, em declarações ao Guardian, um diplomata europeu.

Apesar de a data de saída oficial ainda ser o dia 31 de Outubro (quinta-feira) e de o “Brexit” sem acordo continuar a ser uma possibilidade, em Bruxelas aguarda-se por decisões em Londres, particularmente, sobre a votação de segunda-feira na Câmara dos Comuns.

Johnson vai submeter aos deputados uma proposta de agendamento de eleições antecipadas a 12 de Dezembro, mas precisa de uma maioria de dois terços para a fazer aprovar.

Apesar de Jeremy Corby também querer eleições, o líder do Partido Trabalhista exige ao primeiro-ministro garantias de que o cenário de no-deal sai definitivamente cima da mesa, antes de dar luz verde a essa possibilidade.

Boris Johnson, porém, sacode a pressão para Bruxelas: “É óbvio que a saída a 31 de Outubro ainda é possível. Infelizmente, depende do que disser a UE”, disse esta sexta-feira.

Redação

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