Primeiro, a Comissão de Educação da Câmara Federal passou a discutir um programa para livrar as salas de aula da “ideologia” de esquerda. Agora, os deputados querem uma lei para criminalizar o professor que ajudar no “plano totalitário” do partido do governo
Sugerido por Lair Amaro e Webster Franklin
Jornal GGN – Está na Comissão de Educação da Câmara Federal um PL (Projeto de Lei) que criminaliza o “assédio ideológico e político” contra estudantes. “Entende-se como assédio ideológico toda prática que condicione o aluno a adotar determinado posicionamento político, partidário, ideológico ou qualquer tipo de constrangimento causado por outrem ao aluno por adotar posicionamento diverso do seu, independente de quem seja o agente.”
O PL 1411/2015, do deputado Rogério Marinho, do PSDB do Rio Grande do Norte, prevê detenção de três meses a um ano, mais multa, a quem for enquadrado pela lei. Se o “criminoso” for um profissional da educação, a pena será endurecida e aumentará em 1/3. Se o aluno alegar que teve notas baixas, optou por abandonar o curso ou foi reprovado “em função do assédio ideológico”, a punição será majorada em 50%.
Na visão do deputado tucano, a lei é necessária para frear as intenções do Partido dos Trabalhadores de se perpertuar no poder. “A forma mais eficiente do totalitarismo para dominar uma Nação é fazer a cabeça de suas crianças e jovens. Quem almeja o poder total, o assalto à democracia, precisa doutrinar por dentro da sociedade, estabelecer a hegemonia política e cultural, infiltrar-se nos aparelhos e ser a voz do partido em todas as instituições. Para eles, é preciso calar a pluralidade e substituir a linguagem”, sustentou.
No projeto, Marinho ainda escreveu que o “assédio ideológico está espalhado, como receita política, em documentos do PT”, e que “o indivíduo em formação não possui maturidade intelectual suficiente para fazer juízo de valor acerca de posicionamentos que lhe são apresentados”. Assim, é possível que professores se aproveitem da “vulnerabilidade para impor seus convencimentos ideológicos”, promovendo o governo.
“A prática do condicionamento intelectual é ainda mais preocupante quando se verifica que é reiteradamente efetuada pelo partido que está no poder, uma clara utilização dos instrumentos educacionais para a promoção de um projeto de poder”, endossou o correligionário de Aécio Neves.
Rogério Marinho constuma repetir que “um verdadeiro professor não é doutrinador”, e não está sozinho.
No mês passado, a deputada Sandra Faraj, do Solidariedade, propôs um PL sugerindo a implantação do programa “Escola Sem Partido” em todas as unidades de ensino do Distrito Federal. O projeto é baseado no ideário de uma ONG de mesmo nome – Escola Sem Partido – que, segundo o próprio site da instituição, luta pela “descontaminação e desmonopolização política e ideológica das escolas”.
O coordenador da ONG, Miguel Nagib, disse, em entrevistas passadas, que a maioria dos alunos brasileiros são “vítimas dos militantes disfarçados de professores” e que “nem sequer têm condições de reconhecer que parte do ensino é ideologicamente orientada pelo pensamento de esquerda”.
Sandra Faraj não foi menos longe. Observou, ao defender a proposta, que “lamentavelmente, o Brasil assiste a um processo de doutrinação ideológica, com incentivo declarado do partido que está o governo há 12 anos”.
A ideia de Sandra apenas reforça a do deputado Izalci, tucano do Distrito Federal, que apresentou, em março, o PL 867, que inclui entre as diretrizes e bases da educação nacional o “Escola Sem Partido”.
O PL foi anexado a outro, de número 7180, de 2014, assinado pelo deputado Erivelton Santana (PSC). “Somos da opinião de que a escola, o currículo escolar e o trabalho pedagógico realizado pelos professores em sala de aula não deve entrar no campo das convicções pessoais e valores familiares dos alunos da educação básica. Esses são temas para serem tratados na esfera privada, em que cada família cumpre o papel que a própria Constituição lhe outorga de participar na educação dos seus membros”, frisou o parlamentar.
As investidas contra a livre atuação de professores em sala de aula não ficou restrita à oposição ao PT na Câmara Federal. Na cidade de Monte Carlos, no Paraná, a Câmara de Vereadores conseguiu aprovar o projeto Escola Sem Partido, vedando “a prática de doutrinação política e ideológica em sala de aula, bem como a veiculação, em disciplina obrigatória, de conteúdos que possam estar em conflito com as convicções religiosas ou morais dos estudantes ou de seus pais ou responsáveis.”
Como escreveu a equipe do Tijolaço, há mais ameaças ao magistério que os cassetetes da polícia do governador Beto Richa. Do PSDB.
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Um absurdo.
Por que esses boquirrotos não olham o "outro lado" e criticam o jogral neoliberal nos MBAs da FGV??????
Chocante! Lembra a caça a
Chocante! Lembra a caça a comunistas no Caso da Veja ...
https://sites.google.com/site/luisnassif02/ocasococ
O que comentar sobre uma idiotice dessa
A que ponto chegamos... Os reaças estão soltos e, como dizia Nelson Rodrigues, "Existem situacões em que até os idiotas perdem a modéstia.". Querem retroceder a época da ditadura, do coronelismo, das oligarquias e da censura. Quem irá frear tanta mediocridade e cretinice? Vamos fazer um ranking dos parlamentares mais imbecis e as emendas mais idiotas?
Professores estão sendo perseguidos por todos os lados
Quando se pensa que nada pode piorar, vem um que supera todas as nossas expectativas.
O PROFESSOR TEM PODER, gente.
Quem não sabia disso, saiba !
George Orwell... sempre visionário!
Perderam a vergonha
É bom esse pessoal fazer essas coisas, daqui a quatro anos a população pode dar o troco.
Um imbecil muito perigoso.
Em São Paulo, a educação de 1º e 2º graus estão sob um governo do PSDB.
Professor que criticar o governador será enquadrado porque estará disseminando a "ideologia petista".
Mas o texto também punirá professor de ciência que ensinar evolucionismo para um aluno de familia que acredita em criacionismo.
"Entende-se como assédio ideológico ... qualquer tipo de constrangimento causado por outrem ao aluno por adotar posicionamento diverso do seu, independente de quem seja o agente."
Ou seja, se implanta a dominação ideológica conervadora sob o subterfúgio de defender o país da "dominação petista".
Obviamente esse projeto é inconstitucional.
Porém, espanta-me que seja sequer tentado.
Decididamente os idiotas perderam a modéstia.
16/05/2015
Assembleia aprova
16/05/2015
Assembleia aprova Moção de Repúdio ao Sinepe/RS
Reunidos em assembleia geral neste sábado, 16 de maio, em Porto Alegre, os professores do ensino privado do Rio Grande do Sul aprovaram uma Moção de Repúdio ao Sinepe/RS pela iniciativa de promover a palestra de Miguel Nagib Ideologia nas escolas: o abuso da liberdade de ensinar, neste mês, em Porto Alegre. O documento será encaminhado pelo Sinpro/RS ao Sinepe/RS e às entidades e instituições comprometidas com a democracia e os direitos humanos.
Confira abaixo a íntegra do documento:
MOÇÃO DE REPÚDIO
Os professores do ensino privado do Rio Grande do Sul, reunidos na assembleia geral do Sinpro/RS, repudiam a iniciativa do Sinepe/RS de promover a palestra "Ideologização nas escolas: o abuso da liberdade de ensinar", de Miguel Nagib, fundador da ONG Escola sem partido, no Seminário de Diretores a realizar-se no dia 26 de maio, em Porto Alegre.
O repúdio dos professores estende-se ao Projeto de Lei 867/2015 que pretende incluir entre as diretrizes e bases da educação nacional o Programa Escola sem Partido, de autoria do deputado federal Izalci Ferreira (PSDB/DF).
A iniciativa reabre o debate sobre a possibilidade da “neutralidade” da ação educativa desprovida de concepção política. Retirar da educação esse caráter é privá-la de sua essência. O que é a escola senão um espaço essencialmente político com vista à escolarização da população, capacitando-a a ler e escrever, produzir conhecimentos sobre o seu tempo e espaço e estimular sua autonomia de pensamento?
O cinismo da "escola sem partido" explicita que o “sem partido” é partidário, sim, de uma concepção ideológica evidente: a ideologia liberal conservadora, alheia à agenda dos direitos humanos, avessa aos movimentos sociais, suas reivindicações e a repercussão dessas no mundo da escola.
Os professores reiteram que a escola deve ter o compromisso de construir uma sociedade efetivamente democrática.
O silêncio que se pretende impor é uma forma brutal de escamotear as desigualdades, injustiças e opressões que estão à vista de toda a sociedade.
Nesse sentido os professores conclamam a comunidade escolar, a sociedade gaúcha e as instituições nacionais comprometidas com a democracia, com a liberdade e o respeito às diferenças a rechaçarem essa iniciativa legislativa e a proliferação desse ideário nas escolas.
Porto Alegre, 16 de maio de 2015.
Escola sem partido é uma
Escola sem partido é uma organização de extrema direita, nível Olavo de Carvalho. Por aí você pode ver qual é a real intenção do referido projeto.
brazilzão
É de dar dó. Melhor não levar nada a sério. Tudo é comédia!
Gente séria engravatada até taciturna que passa o dia gerando grande avanço para a civilização e chegam em casa estufando o peito de tanto patriotismo com a satisfação do dever cumprido.
Todos os dias enquanto não tratam dos próprios intere$$es fazem trabalhosos e bem negociados furos na agua!
Doutrinação religiosa pode?
E a doutrinação religiosa pode?
Imagina aula de Geografia que não se pode ministrar o conteúdo de Modo de Produção - socialista, comunista.
Imagina aula de História que não se pode falar de Simon Bolivar (senão vão confundi-la com aula sobre bolivarianismo); e falar de Revolução russa ai daria cadeia, também?
Conforme o tema em sala de aula o tempo na cadeia seria maior.
Por exemplo:
Falar de Revolução Russa - 15 anos.
De socialismo - 20 anos.
De Simon Bolívar - 25 anos.
De Comunismo - Prisão perpétua.
Se falar de José Dirceu e José Genoíno - sessões diárias de tortura, além de prisão perpétua.
Agora, Se falar do PT, do Lula ou da Presidenta Dilma em sala de aula - Pena de morte.
E nas aulas de História a linha do tempo estaciona em 2002 e voltará a se movimentar no dia que o PSDB voltar ao Poder, ou seja, estudaremos o passado para sempre; e viveremos das lembranças do Governo FHC nas aulas de Geografia.
Por isto, agora falando sério, podemos dizer que o PSDB já acabou como partido e só esqueceram de enterrar.
O verdadeiro objetivo
Ao pé da letra , esta aberração é inaplicável - mas não importa. O objetivo real é outro: induzir à autocensura, deixar o professor tremendo de medo de dizer qualquer coisa que ponha em cheque o senso comum mais rasteiro com medo do aluno delator que vai denunciá-lo (e criar querelas no nível administrativo e judicial que não vão dar em nada de concreto, mas vão gerar chateações infindas) por se sentir atingido no conforto das suas concepções tacanhas. Quem define o que é ensinado em aula é o currículo obrigatório, que já existe - e é só.