Alckmin pode tentar o espaço da 3ª via presidencial pelo PSB, diz colunista

Jornal GGN – Um “novo” Geraldo Alckmin pode surgir com vistas à disputa presidencial de 2018. Segundo informações do Painel da Folha desta segunda-feira (19), uma das lideranças do PSB, Márcio França, vice-governador de São Paulo, está articulando a filiação de Alckmin, apostando que a disputa no PSDB, com Aécio Neves, chegará inevitavelmente ao racha. Nesse cenário, Alckmin não ficaria, mais uma vez, de braços cruzados assistando à empreitada de Aécio rumo ao Palácio do Planalto.

Segundo a coluna, no PSDB e na esqueda, entre militantes do PSB, há o “reconhecimento” de que Alckmin vem se deslocando das posições do PSDB em algumas pautas de nível nacional, num sinal de que tem reprovado a atuação do próprio partido. A ideia é abandonar o perfil tradicionalmente “conservador” para adotar uma postura um pouco mais “liberal”.

Um dos episódios recentes é a discussão em torno da redução da maioridade penal. Nela, Alckmin e o governo Dilma Rousseff chegaram a um consenso sobre uma proposta menos dura do que a Câmara discute. Além disso, embora discurse para convertidos em eventos do PSDB a favor do fim da gestão petista, Alckmin tem adotado posições mais moderadas a respeito do impeachment de Dilma Rousseff – ao contrário da bancada de deputados tucanos.

“A possível filiação de Alckmin foi tema da reunião da Executiva do PSB semana passada. Os que defendem o ingresso do governador dizem que ele poderia resgatar a imagem de Eduardo Campos, morto em 2014”, publicou o Painel.

Filiado ou não, certo é que Alckmin constrói com o PSB uma relação de confiança há anos. Na última disputa eleitoral, o governador conseguiu que a legenda abrisse mão de uma candidatura própria em São Paulo para apoiar sua reeleição. À época, a então presidenciável do PSB, Marina Silva, foi contra a decisão não só por defender o fim da polarização entre PT e PSDB, mas por entender que os socialistas deveriam ter um candidato próprio concorrendo ao governo do maior colégio eleitoral do País.

Em troca do apoio, Alckmin admitiu Márcio França como vice-governador e, há algumas semanas, ventila-se que as tradicionais disputas internas no PSDB por conta de eleições municipais já faz com que França tenha o apoio de Alckmin para lançar-se candidato à Prefeitura de São Paulo. O vice-governador já trocou o título eleitoral de sua cidade natal na Baixada Santista para a Capital.

No início do ano, o PSB de São Paulo também liderava, com a benção de Alckmin, negociações para fundir a legenda ao PPS de Roberto Freire. A manobra ampliaria a base de apoio político do governador tucano, mas acabou não saindo do papel. O ex-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral, denunciou as intenções de Alckmin com a fusão. Em entrevista à Agência Estado, ele afirmou que o “PSB de hoje virou um pasto na disputa interna do PSDB às eleições presidenciais de 2018, da ala tucana ligada ao governador Geraldo Alckmin, na tentativa de fortalecê-lo na disputa interna com Aécio Neves”.

A lógica, portanto, indica que Alckmin usará o arco de alianças que vem construindo para fortalecer sua candidatura no PSDB. Mas caso a disputa com o Aécio Neves dê sinais de derrota, os alckmistas poderão migrar para o PSB e lançar um “novo Alckmin” no espaço destinado à terceira via presidencial.

As especulações, neste momento, são vistas com cuidado pelos próprios alckmistas. Elez avaliam, segundo informações da Folha, que espalhar a informação de que Alckmin pode mudar de partido só fortalecerá o projeto de Aécio dentro do PSDB. Além disso, alguns acreditam que é a vez do senador mineiro ceder a chapa e trabalhar com mais afinco pela eleição de Alckmin em 2018. Da última vez que o governador paulista tentou o Palácio do Planalto, Aécio cruzou os braços em Minas Gerais e Alckmin saiu derrotado da disputa presidencial. Alckmin, por outro lado, deu a Aécio 64% dos votos em São Paulo, em 2014.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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  • Para vender Geraldo Alckmin

    Para vender Geraldo Alckmin como modernidade vai precisar de um super-marketeiro...

    Poucas figuras públicas combinam tão bem com atraso, conservadorismo, antiguidade, tradicionalismo, TFP, Opus Dei etc. quanto esse engomadinho com ares de naftalina.

    • O premio de gestão hidrica

      O premio de gestão hidrica concedido pela ALESP ao Governador já é prova de que os marqueteiros estão a trabalhar.

      Há também estas vergonhosas cenas dos sigilos sobre documentações do Metro, da Polícia, e da Sabesp irresponsavelmente "declarados por subordinados", porém desfeitos pela canetada do Governador: marcketing.

  • Forte candidato.

    Geraldinho é forte candidato à presidência, a meu ver, quase imbatível. O único candidato que considero páreo é o Lula e mesmo assim, se este vencer, será por margem muito pequena. Digo isso porque a margem que elegeu Dilma foi pequena e ninguém duvida que o PT, por mais que faça até lá, não retomará essa margem nas próximas eleições presidenciais.

  • Não faz sentido. É mais fácil

    Não faz sentido. É mais fácil o Alkmin manter o PSB paulista no bolso como um cacife para viabilizar sua candidatura pelo PSDB. Pois o PSB ainda junta os cacos do pós-Eduardo Campos e ainda está em disputa.

    É importante lembrarmos dos acordos do PSDB e do PSB em SP: O PSB elegeu o prefeito de Campinas, a maior cidade administrada pelo partido, graças ao apoio do PSDB viabilizado pelo Carlos Sampaio. Em troca a Erundina não foi indicada como vice do Hadad e sequer lançou canidato para prefeitura de SP. O Alckmin apoiou o Eduardo Campos em uma clara afronta à candidatura do Aécio, havia até mesmo a história dos comitês "Edualdo" onde Campos e Alckmin apareciam juntos, mas aí o Campos morreu e os comitês perderam força.

    Em última instancia para garantir o apoio do PSB Alckmin poderia até mesmo renunciar ao mandato no último ano de Governo de SP em favor de Marcio França, como fizera em 2006 para "desenpero" de Cláudio Lembo. E ter influêcna, ou mesmo controle temporário da "máquina" de SP pode ser decisivo para o PSB paulista disputar o controle da legenda com os herdeiros do Campos.

  • Outro papo que andam

    Outro papo que andam plantando por aí é que Serra poderia ir para o PMDB... Mas será que os tucanos paulistas pulariam fora do barco deixando-o pro Aécio? Parece mais uma forma de mandar avisos pro PSDB em relação ao "projeto" do playvéio do Rio.

    • Desse jeito vai ficar chato...

      Aécio no PSDB, Serra no PMDB e Alckmin no PSB. E Lula ganhan do no 1º turno o 5° mandato seguido do PT.

      Aí eu vou pra festa da vitória com um cartaz na mão: "tá ficando chato!"...

      Ou com uma camisa: "Todo mundo tenta, mas só o PT é penta!"...

  • Por isso ele está tentando

    Por isso ele está tentando esconder a todo custo o que se passa dentro de seu governo.Teve até a cara de pau de se dar um prêmio que afinal não teve a cara de pau d ir buscar pelo grande gestor de águas que não é. Sem a proteção da maçonaria ele não vai conseguir nada, e vai ficar bem mais fácil para o Lula.

  • Mas,

    O PSB está com essa bola toda?

    Depois de subir de patamar, com o enorme show acima do funeral do Eduardo campos (cujo avião não tem dono) o PSB esta achando que é o partido que poderia substituir ao PT na linha de centro esquerda.. Mas, além do nome "socialista" do partido, eles não passam de franco atiradores que fazem o jogo da direita..

  • Vale-tudo

    Estão todos salivando e esfregando as mãos. Vai ser uma luta fratricida dentro do PSDB para ver quem sera o candidato oficial. Até Serra, aquele que não foi e nem nunca sera (eu não creio), vai querer ser candidato também, e ja veio com a via PMDB. So se for pelo PPS do amigo Freire, e esse é o que definitivamente não foi e nunca sera. 

    Mas essa historia de que Alckmin vai para o PSB é mais uma estratégia do proprio para ver se ala importante PSDB desiste do desequilibrado Aécio e abre alas para os alckmistas.  

    E por falar em desequilibrados, até FHC apoiar Aécio eu achava que pelo menos desse mal ele não sofria. Mas qual o quê!

  • O Brasil não é o Tukanistão,

    O Brasil não é o Tukanistão, onde eleitor não tem água na torneira, não tem segurança nas ruas, vê a Santa Casa em crise, vê escolas sendo fechadas, mas continua votando no psdb. O psdb já era, quem o mantém vivo eleitoralmente é a mídia, mas acontece que a direita já tem seu novo braço político: A Rede.

  • O Picolé de Chuchu é

    O Picolé de Chuchu é conservador, mas é um típico político de interior, com sua conversinha mansa  tem chance, se não sair do PSDB. Porém se depender do Aécio...

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