Eleições

Cinco meses após dizer que Lula deveria ser vice, João Santana fecha com Ciro por R$ 250 mil ao mês

Jornal GGN – O PDT vai pagar R$ 250 mil por mês para o marqueteiro João Santana cuidar da imagem do presidenciável Ciro Gomes por um ano. O comandante nacional do partido, Carlos Lupi, disse ao jornal O Globo que o namoro se consumou na última quinta (22), quando Santana aceitou o contrato. A expectativa de Lupi é de que o ex-marqueteiro do PT assuma a campanha presidencial de Ciro em 2022, embora Santana ainda não tenha se comprometido.

João Santana foi condenado pela Lava Jato por lavagem de dinheiro e caixa 2 nas campanhas envolvendo o PT e estava impedido de trabalhar na política até outubro de 2020. O contrato com Ciro marca sua volta à política nacional.

Há cinco meses, em entrevista ao programa Roda Viva, Santana afirmou que Lula deveria reproduzir os passos de Cristina Kirchner na Argentina e abrir mão da cabeça de chapa em prol de uma frente ampla de esquerda. Lula, na visão do marqueteiro, seria o candidato a vice-presidente “ideal”, e a chapa Ciro-Lula, embora pareça impossível por causa de “egos” e “venenos”, seria “imbatível”.

“Lula tem que tirar da cabeça que ele precisa de um novo banho de urna presidencial para se purificar ou reconstruir a imagem. Ele não precisa disso. Ele não pode perder [em 2022] porque afundaria mais ele e o PT, e não pode ganhar, porque vai estressar ainda mais o ambiente político, vai assumir o governo sangrando. Lula seria o melhor perfil de vice presidente que poderia ter”, comentou Santana.

No começo de abril, duas semanas antes de fechar o contrato com Santana, Ciro disse que Lula deveria ser “generoso” e olhar o que a Cristina Kirchner fez, “dando um passo atrás e ajudando a Argentina a se reconciliar”. Se sair candidato, Lula, ao contrário da unidade, estaria acentuando a crise e imitando Maduro ou Evo Morales, disparou Ciro.

O ex-presidente Lula rebateu em uma entrevista: “Tem gente que pede para o PT não ter candidato. Querem que quem tem 30% desista em favor de quem tem 3%. Eu levo isso com muito humor…Sei como é difícil construir um partido. Quem não quiser que o PT seja ( o cabeça de chapa), vá pra rua se organizar. Quer que eu passe o bastão: trabalhe.”

Além de trabalhar com Lula e Dilma, Santana atuou em na República Dominicana, El Salvador, Panamá, Angola, Venezuela e Argentina, no último caso, por uma década. Ele disse que conhece de perto o “peronismo”, a quem chamou de muito mais “competente” para os acordos políticos do que o PT.

Redação

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