Mercado: o verdadeiro polarizador da disputa eleitoral, por Janio de Freitas

Formadores do poder econômico têm o que comemorar com mais especulações financeiras
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil
Jornal GGN – A verdadeira polarização da corrida eleitoral no Brasil é alimentada pelo poder econômico,  identifica Janio de Freitas na coluna desta quinta-feira (04), na Folha de S.Paulo. Prova disso é a forma como o mercado se comporta na sequência da divulgação de pesquisas eleitorais que mostram Bolsonaro com maior número de intenção de votos.
“Sobe o candidato que chega à eleição presidencial sem pronunciar, nem sequer uma vez, qualquer coisa parecida com ‘justiça social’ ou ‘redução das desigualdades'”, reflete Janio, e os títulos das matérias de economia são: “mercado vive euforia com pesquisas eleitorais”, “Bolsa sobe e dólar cai com pesquisa”. Ao mesmo tempo, que os candidatos que simbolizam as reivindicações de maioria se enfraquecem.
“São os lados na polarização da qual derivam todas as que têm significância no Brasil. E os formadores do poder econômico e suas bases na diferenciação sócio-econômica têm o que comemorar com mais especulações financeiras: a polarização-matriz se confirma”.
Esse jogo não é articulado apenas com peças do mercado. Janio segue avaliando as últimas tacadas do juiz de primeira instância e coordenador da Lava Jato, Sergio Moro, e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux. “[Eles] não inovam. Usam a liberdade que lhes é dada e os métodos que a fraqueza das leis e da moralidade institucional liberam”.
Faltando menos de uma semana para o primeiro turno das eleições, Moro decide voltar a divulgar um depoimento feito há mais de seis meses por Antonio Palocci, ex-quadro do Partido dos Trabalhadores.
“Sergio Moro deu um passo a mais na sua carreira tão particular: deixou seu nome associar-se, em ato político, a uma figura do que há de mais desprezível na criminalidade engravatada”, pondera Janio, reforçando que Palocci responsável por um processo que cometeu ainda quando prefeito em Ribeirão Preto, envolvendo grandes empresários e negócios de governo e que teria desembolsado mais do que qualquer um dos incriminados da Petrobras, “livrou-se, sabe-se lá como”, neste caso.
“Moro usou agora “trechos da delação” de Palocci à Polícia Federal. Claro, há expectativa de segundo turno. Mas Palocci será sempre Palocci. E seria inútil esperar que Moro não fosse Moro. Embora já não se baste para mostrar-se”.
Quanto ao ministro Fux, que derrubou decisão do colega de Corte, ministro Ricardo Lewandowski, que havia reconhecido à Folha o direito de entrevistar Lula, Janio pontua que este tem usado métodos tanto contrários aos mecanismos internos do STF quanto à própria Constituição, se fazendo “passível da acusação de abuso de poder”, tudo isso “para o objetivo de um sistema de poder”. Clique aqui para ler a coluna de Janio de Freitas na íntegra.
Redação

Redação

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  • o pobre perdeu um Judiciário...

    e no lugar dele, com aproveitameto de alguns dos seus empregados,

    a elite está construindo um grande cassino

  • bom post

    JF sempre preciso.

    E aí vai uma dica:  comprar dollar hoje e vender apos 2 turno, porque o Hadad vai ganhar tenho fé)!.

    Se ele não ganhar, já tem os dolares para se mandar para o exterior, pois o ar vai ficar irrespirável.

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