Sobre o A-5 e a opção de não construção de nucleares

Por Athos

Nos útimos anos aqui neste blog eu venho chamando a atenção de que o resultado da não opção nuclear seria o acréscimo da geração fóssil e em particular do carvão.
Os leilões vão passando e devido a manchetes sensacionalistas, divulgando números absolutos de projetos como parâmetro de sucesso, a ficha não cai.

O resultado é que, a cada leilão, de cada 4GW contratados, 3GW são de combustíveis fósseis.

do Valor

Leilão de energia A-5 tem deságio médio de 1,72%

Por Camila Maia | Valor

SÃO PAULO  –  (Ampliada às 12h14) O preço médio final do leilão de geração energia A-5 realizado hoje foi de R$ 196,11 por megawatt-hora (MWh), correspondendo a um deságio médio de 1,72%. Com isso, o leilão movimentou R$ 114,5 bilhões, uma economia de R$ 2 bilhões para os compradores em relação aos preços iniciais.

O leilão, que contratou empreendimentos novos e início de suprimento em 1º de janeiro de 2019, contratou 2.742 megawatts (MW) médios de garantia física, ou 4.979 MW de potência instalada. A garantia física total inserida no sistema é maior, já que as empresas não são obrigadas a vender toda a garantia dos empreendimentos no Ambiente de Mercado Regulado (ACR), podendo guardar um montante para venda no Ambiente de Mercado Livre (ACL).

Da garantia física inserida no sistema, a fonte mais contratada foi gás natural, que correspondeu a 1.724 MW médios, ou 59,44% do total. A fonte eólica foi a segunda mais utilizada, correspondendo a 15,02% do total, ou 435 MW médios. O carvão correspondeu a 11,15% do total, ou 323,5 MW médios.

Dos compradores, os destaques foram a Cemig Distribuidora, que contratou 13,5% do total negociado, seguida pela Celpa, com 8,8%. Em seguida, aparecem Eletropaulo, que contratou 6,8% do total, e Copel Distribuidora, com 6,46%.

A maior parte da garantia física inserida no sistema se concentrou no Rio Grande do Sul (RS), seguida por Pernambuco (PE) e Amazonas (AM).

Fases

A disputa, realizada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e operacionalizada pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), durou menos de uma hora e foi dividida em duas fases.

Na primeira fase, foi oferecida energia na Usina Hidrelétrica Itaocara I, com preço máximo de R$ 114 por megawatt-hora (MWh). Não houve compra de energia desse empreendimento.

Na segunda fase, foi contratada energia de fonte eólica, termelétricas e pequenas centrais hidrelétricas (PCHs).

As usinas eólicas venderam 415,1 MW médios, com preço médio de R$ 136 /MWh, deságio de 0,7% ante o preço máximo de R$ 137/MWh. O montante vendido representou 15% do total contratado no leilão.

A Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeolica) esperava responder por mais de 60% da capacidade contratada na disputa, “em linha com o que vem ocorrendo nos últimos leilões”, afirmou Elbia Melo, presidente da associação.

Com isso, a previsão era que a fonte cumprisse com folga a meta de contratação de 2 mil MW neste ano, considerada um patamar mínimo para garantir lucro às fabricantes de equipamentos do setor. Antes do leilão, os projetos eólicos tinham vendido 1,32 mil MW.

Os empreendimentos termelétricos venderam 2.303 MW médios, com preço médio de R$ 205,19/MWh, deságio de 1,82% em relação ao máximo R$ 209/MWh. Houve venda de usinas movidas a biomassa, gás natural e carvão.

O leilão também contratou 23,7 MW médios de três PCHs, ao preço médio de R$ 161,89/MWh, deságio de 1,2% ante o preço máximo de R$ 164/MWh. 

Inicialmente, o governo pretendia incluir quatro hidrelétricas no leilão. Além de Itaocara I estavam previstas as usinas de Ercilândia (87 MW) e Apertados (139 MW), ambas no rio Piquiri (PR) e Perdida 2, de 42 MW, no rio Perdida (TO). Os projetos Ercilândia e Perdida 2 não obtiveram licença prévia ambiental a tempo de serem incluídos no leilão. Com relação a Apertados, ainda não se sabe a razão para o empreendimento ter sido retirado da licitação.

Ao todo, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) habilitou 821 projetos de geração para o leilão. Os projetos são de fonte eólica, solar, de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e de térmicas a gás natural, carvão e biomassa. Juntos, os empreendimentos somam 29.242 MW de capacidade.

As eólicas respondem pelo maior número de projetos habilitados (577) e de potência cadastradas (14.155 MW), seguidas pelas usinas fotovoltaicas, com 179 projetos, totalizando 4.872 MW instalados. As PCHs somam 25 projetos, com 412 MW, enquanto as térmicas a biomassa totalizam 21 usinas, com 1.353 MW instalados. Estão habilitadas nove térmicas a carvão (3.890 MW) e seis térmicas a gás natural (4.142 MW).

(Camila Maia | Valor)

 

Leia mais em:

http://www.valor.com.br/empresas/3797428/leilao-de-energia-5-tem-desagio-medio-de-172#ixzz3KlL5N6CK

http://www.valor.com.br/empresas/3797428/leilao-de-energia-5-tem-desagio-medio-de-172

Redação

Redação

View Comments

  • correto
    Precisamos da energia nuclear ate para outras areas como da medicina, agricultura, pesquisa, etc.
    os reatores sao necessarios ate em diversificavao da matriz.

    • Concordo mas minha motivação

      Concordo mas minha motivação é exclusivamente esta:

      http://www.nytimes.com/2013/04/02/world/asia/air-pollution-linked-to-1-2-million-deaths-in-china.html?_r=0

       

      Energia Nuclear salva vidas!
      Isso que vc le na reportagem acima é um número ANUAL, ou seja, a cada ano tem um número semelhante e SEM QUALQUER ACIDENTE. As mortes são inerentes ao processo de obtenção de energia fóssil!

      O número de mortes nos EUA e Europa é cerca de 10% disso porque lá há filtros. Mas...sabe calcular percentual? Calcule 10% disto!!!

      PS. Pergunte-se...há filtros no Brasil???? Vc sabe se há?

      Então a sociedade brasileira prefere ter dezenas de milhares de mortes por ano PORQUE não quer correr risco de que alguns milhares morram, CASO aconteça algum acidente nuclear.

      Eles fazem esta opção por ignorância. Porque desconhecem os números!

  • Não desconhecem os números!

    Athos, a maioria dos militantes contra o nuclear não desconhecem os números, sabem que os automóveis e caminhões provocam muito mais mortes do que se tivéssemos VLTs nas cidades e trens com linhas eletrificadas para transportar cargas, mas mesmo sabendo isto eles são contra a nuclear e insistem com coisas como a energia eólica e solar que todos sabem que nunca vão chegar a produzir energia suficiente para movimentar as pessoas e cargas, mas mesmo assim coninuam com esta bobagem.

    O pior que no Brasil até hidroenergia é considerada não limpa, coisa que já foi provada que está errada, mas continuam com tudo isto, vai compreender?

    • Não, não é por aí. Não fale
      Não, não é por aí. Não fale de automóveis e caminhões, este não é o assunto.
      O que mata é o carvão que é a base da geração elétrica no mundo e esta chegando no Brasil com força.

      • Athos, toda a combustão

        Athos, toda a combustão incompleta gera particulados, de carvão, gasolina e DIESEL. Até as usinas a carvão podem (eu digo podem, se forem obrigados) gerar menos particulados do que um caminhão a diesel jogando fumaça.

          • Athos, o mais efetivo em

            Athos, o mais efetivo em termos de saúde pública é diminuir o grau de poluição nas grandes cidades, poluição difusa e a localizada em determinadas regiões podem ser mitigadas através de equipamentos existentes, filtros etc. O mais difícil é controlar a produção de particulados de de milhões de viaturas em todas as cidades. Os governadores nem fazem a inspeção veicular para não perderem votos com os proprietários de carros velhos.

          • Vc está enganado e acho que

            Vc está enganado e acho que devia se informar melhor sobre poluição urbana.

             

            O que vc descreve é a realidade do Brasil, que não produz eletricidade tendo como base o carvão.

            em países emq ue o carvão é a base, como EUA, Europa e China. A situação é bem diferente e a maior parte da poluição é proveniente da queima de carvão para gerar eletricidade e isso COM TODOS OS FILTROS.
            A diferença entre sem filtro e com filtro existe. É só observar a diferença da poluição entre China x EUA ou Europa.

             

            Por isso eu não falo da realidade da China(sem filtros). Falo apenas dos RUA e Europa e a situação lá, de acordo com a OMS, é muito ruim.

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