Geopolítica

Aliança entre Hamas e a direita sionista de Israel estabeleceu a trajetória de massacre, diz pesquisador

O professor Michel Gherman, pesquisador do Centro de Estudos sobre o Antissemitismo da Universidade de Jerusalém, foi o convidado do TVGGN 20 Horas desta quinta [assista abaixo] para clarear o debate em torno do antissemitismo em um cenário de simplificação excessiva e polarização. 

“Eu acho que a gente está passando por um processo que me remete um pouco ao que a gente viveu nos anos anteriores do Bolsonaro. Porque é um processo onde os debates na rede são debates muito rasos, ou seja, é isso ou aquilo, é preto ou branco, o cinza é absolutamente alterado. É onde se acionam elementos fundamentais que são elementos de negacionismo histórico, a partir de uma lógica definidora e absoluta”, pontua Gherman. 

De acordo com o pesquisador, existem duas abordagens paralelas que se entrelaçam quando se trata do assunto ao priorizar a “propaganda” ao invés da análise.

A primeira, parte de que “não há antissionismo que não seja antissemitismo”, e a segunda de “uma esquerda antissionista dizendo que o sionismo é uma invenção do imperialismo e não tem nada de judaico”. 

Eu acho que o nosso grande esforço é entender que essas duas teses são produzidas e estabelecidas a partir de um grau muito elevado de negacionismo. Esses dois elementos produzem apagamento do debate importante que está dentro do campo do progressismo e da esquerda, a partir de uma lógica menos autoritária, uma lógica menos reacionária e que não está na direita principalmente, né?“.

O problema, portanto, vai mais a fundo, está em uma aliança entre o Hamas e a direita sionista de Israel, que é responsável pelos massacres que já duram anos nos territórios palestinos.

“Minha hipótese de trabalho é que há uma aliança profunda entre o Hamas e a direita sionista, e essa aliança profunda estabeleceu uma trajetória do conflito palestino israelense que é uma trajetória de massacre. Primeiro o massacre do dia sete outubro, depois o massacre posterior que a gente tem acompanhado até agora em Gaza”, esclarece.

Assista ao corte com a fala de Gherman no canal do Youtube da TV GGN:

Redação

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