A incompatibilidade entre políticos e planejamento

Por ArthurTaguti

Comentário ao post “A pressão atrapalhando as concessões

A incompatibilidade políticos/planejamento reside em um fato simples. 

Planejamento, ainda mais na área de infra-estrutura, ou para reformas estruturais, como “aumentar a produtividade da indústria”, é tarefa que se planeja para anos, que na maioria das vezes ultrapassam um mandato eletivo.

Muitas vezes o Estado começa a investir no primeiro ano de mandato, e com um aporte imenso de recursos, sendo que no final do último ano (época de eleições) esta política ainda pode não ter dado resultado concreto algum.

Há outras variáveis também.

Como por exemplo a redução (demagógica) de custos. O metrô de SP, na baldeação Paulista vs Consolação, é um lugar que já nasceu congestionado e inviável pelo número de passageiros.

Os engenheiros planejaram este “entroncamento” para quando? HOJE? Em países com boa tradição de planejar teria-se calculado o número de passageiros para daqui há 20, 30 anos, considerando o possível aumento da população, sendo hoje o tal espaço um grande vazio para o bem dos passageiros.

Então, se planejar certinho não seja “eleitoralmente atraente” para os políticos, pode esquecer. Melhor substituir por penduricalhos que dão resultado rápido, mesmo que você comprometa o todo, mas daí depois a gente resolve isso, o importante é ser eleito ou reeleito.

 

Redação

Redação

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  • Por isso se diz que uma coisa

    Por isso se diz que uma coisa é política de governo, outra a de Estado. 

    E também por isso digo que o governo - o federal, porque o principal responsável pelo desenvolvimento - é composto de incompetentes com visão de curtíssimo prazo. 

    Digo isso aqui há mais de cinco anos inclusive no auge do ufanismo ridículo. São campeões de voto que se arvoram estadistas mas não passam de anões. 

    A redução do IPI para a industria automobilística, por exemplo. Não é nem de governo, mas política emergencial do tipo "salva mandato" e que se fodam as cidades. 

    • Competência ou incompetência é sem limites na retórica

       


      Chico Pedro (sexta-feira, 18/10/2013 às 18:14),


      É bom usar alguns conceitos com mais rigor, a menos que se queira apenas desabafar mediante impropérios retóricos.


      A incompetência absoluta é a do incapaz. A competência absoluta não me parece ser conhecida. Quero dizer que nunca vi alguém referindo a uma pessoa que foi qualificada com a competência absoluta. Há menção a pessoas de ouvido absoluto, mas de competência absoluta nunca ouvir falar. De todo modo, não há como dizer que há governante de competência absoluta.


      Agora entre os dois extremos, não há critérios objetivos que permitam dizer que um governante é mais ou menos competente do que outro. O que há é a possibilidade de cada um escolher critérios objetivos aos quais subjetivamente valoriza para fazer o elogio comparativo e dizer que determinado governante é mais competente do que outro. Então é preciso dizer quais os critérios que subjetivamente você valoriza e fazer a comparação com outro para dizer que um é segundo os seus valores mais competentes do que outro governante.


      Como você disse a respeito do governo federal atual no Brasil “é composto de incompetentes com visão de curtíssimo prazo”, é frase que pode ser aplicada a qualquer governante no mundo, sem nem mesmo precisar levar em conta se se trata de um país capitalista ou democrático.


      Clever Mendes de Oliveira


      BH, 19/10/2013

  • A incompatibilidade é entre planejamento e democracia

     


    ArthurTaguti,


    A incompatibilidade não é entre políticos e planejamento. É entre planejamento e democracia.


    Quem não dá valor à democracia em geral não percebe que as grandes fases de planejamento de qualquer país no mundo foram obtidas em regime de exceção, verdadeiras ditaduras.


    E há também uma incompatibilidade entre planejamento e sistema capitalista. Ainda assim, a parte do orçamento do Estado que pode ser planejada precisa de uma continuidade administrativa que a democracia não favorece.


    Não é surpresa que os Tigres Asiáticos, países onde mais sobressai o planejamento de longo prazo, foram todos, ou ainda são, ditaduras.


    Clever Mendes de Oliveira


    BH, 19/10/2013

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