As reações (negativas) à visita de Temer na casa de Cármen Lúcia

Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – A visita de Michel Temer à casa da ministra e presidente do Supremo Tribunal Federal, Cármen Lúcia, na tarde de sábado (10), provocou reações negativas. No Twitter, o jornalista Xico Sá, por exemplo, chamou o encontro de “putaria institucional”.
Ricardo Kotscho lembrou em seu blog que receber a defesa de Lula, Cármen Lúcia não quis. “É mais fácil ganhar na mega-sena do que a República da Farda & Toga deixar Lula ser candidato a presidente”, ironizou.
Embora portais ligados ao governo tenham divulgado que a agenda das autoridades era sobre segurança pública, Folha de S. Paulo e G1 destacaram que o encontro faz parte de uma investida de Temer pela retirada de seu nome de um inquérito que tramita na Procuradoria Geral da República. O presidente sustenta que não pode ser investigado por fatos que ocorreram em 2014.
“A corrupção dos melhores, vale dizer, do STF, é a pior coisa que existe, pois aí, já Ruy Barbosa dizia, estamos perdidos porque não temos a quem recorrer, só ao Supremo Juiz. Gostaria de saber como fica a consciência da beatíssima Cármen Lúcia”, disparou Leonardo Boff.
“Além de não colocar na pauta dos trabalhos [de abril] a votação sobre as prisões em 2ª instância (fato que fere uma cláusula pétrea: os direitos e garantias individuais – presunção de inocência), a Presidenta do STF ainda recebeu a visita do Golpista Temer em sua residência”, disse o professor de História Abdala Farah Neto, no Twitter.
“O encontro de Temer com Cármen Lúcia neste sábado, aquela Presidenta que só faz o que a Globo manda, me remete a Romero Jucá: ‘com Supremo, com tudo'”, disse o advogado Carlos Pelegrini na mesma rede.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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  • Nada como um dia após o outro
    Essa senhora humilhou a Dilma em um dos piores momentos da vida desta.
    Agora se põe a ajudar àqueles que querem fazer pior com lula.
    Resultado: Dilma esta aí, mesmo ainda sendo sacaneada por MP, judiciário, etc, de cabeça em pé.
    Essa Carmem Lúcia se tornou alguém a quem poucos não se referem a ela de forma bastante desanimadora.
    Eu mesmo tenho que me segurar para não fazer cimento mínimo machistas sobre ela!!!
    Triste fim, mas muito merecido fim!!!!!

  • Indignação pelo twitter ? Os vampiros morrem de rir .

    A periferia de Brasilia começou o cerco aos prédios dos supreminhos e ameaçam invadir ?

    Grupos de generais estão se rebelando contra esta patifaria ?

    Quantas mil pessoas estão cercando os prédios da Globosta (Projac inclusive) neste momento ?

    Infelizmente, vivemos num verdadeiro bananal .

    [video:https://youtu.be/62_9oBXTS5E%5D

     

    • em tempo...

      eles mesmos, os traidores do país, estão escrevendo a principal e melhor conclusão

      da espionagem sofrida pelo BRasil..................................

      é por isso que as autoriddes americanas estão dando um gelo em todos eles e elas, nem aí para visitas em fábrica de traidores ou domínios garantidos pelos próprios dominados

    • QG não, guarita!

      No STF não tem cérebros para ser QG de nada (não manda nem na primeira instância). O QG é o complexo Washington-Frebaban-Globo, nesta ordem hierárquica. O STF tem obedecido a agenda imposta por este complexo.

  • Curiosidade

    Curiosidade:  quem foi que indicou para o Presidente Lula representantes de grupos sociais historicamente discriminados na cena judiciária, como Ayres Britto (nordestinos), Joaquim Barbosa (negros) e Carmem Lúcia (mulheres)? Sou favorável a quotas nas universidades e até em concursos públicos. Mas na cúpula do Estado, a meu sentir, deveriam escolher apenas por critérios de Estado. Então, nesse momento, minha curiosidade de leitora é somente uma: quem foram os atores responsáveis por essas indicações?

    • Tem noção, sim.

      Sabe o que está fazendo, de que lado está e a quem serve. Sem noção é acreditar que seria diferente.

  • Comigo não
    Supostamente Lula é quem deveria pedir uma audiência. A indignação ou coisa que o valha do jornalista se justificaria com a negativa da ministra neste caso.A.dvogado não pode se encontrar com juiz.Se a moda pega, a agenda do Gilmar ficaria lotada.

  • O que vale é o que a Globo quer. E ainda me chamam de bandido

    Janio denuncia o casuísmo da Presidenta Cármen Lúcia

    E o Moro, que trata 120 dias como 180?​fonte: conversa afiadaPublicado em 11/03/2018 

    O Conversa Afiada reproduz sombrio artigo do implacável Janio de Freitas, na Fel-lha:

    Supremo deve tornar claro o que esteja sob dúvida nas relações entre cidadãos e leis

    A confusão aumentou. Só tem aumentado. A rigor, perdeu-se a clareza sobre o regime em que estamos vivendo. De um regime de Constituição democrática lutando para enraizar-se e difundir-se, penetramos uma situação em que, nas palavras do decano do Supremo Tribunal Federal, "a Constituição está sendo reescrita de uma maneira que vai restringir o direito básico de qualquer pessoa".

    Menos ou mais acessíveis, distorcidas ou não na informação ao país, situações degradantes da meia democracia se sucedem, sob indiferença quase total, por interesse ou incompreensão. Com tais situações, os exemplos.

    O Supremo tem a julgar duas ações para discutir se é mesmo constitucional a sua decisão, no ano passado, de permitir prisões de condenados ainda em segunda instância. Afinal, a Constituição assegura que "ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença condenatória", logo, de terceira ou última instância. A presidente do Supremo, ministra Cármen Lúcia, que já no ano passado poderia ou deveria submeter as ações à discussão, persiste na recusa a agendá-las.

    Foi dito que, a seu ver, rediscutir a decisão seria "como um casuísmo", pelo interesse da defesa de Lula na questão. Mas também é casuísmo, este consumado, não agendar as ações por causa de Lula. A propósito, o decano Celso de Mello lembra que "as ações foram ajuizadas antes de qualquer dessas condenações notórias, e a discussão é em abstrato, é sobre o alcance do direito fundamental de qualquer pessoa de ser presumida inocente. A Constituição exige o trânsito em julgado. As leis ordinárias exigem o trânsito em julgado".

    O que vale afinal, para o regime de direito democrático e para o cidadão, o assegurado pela Constituição ou o decidido por um voto no seis a cinco do Supremo? Não sabemos. Amanhã ou depois, outro princípio constitucional é deposto e já haverá o precedente tolerado da recusa a discutir as contestações. Uma das funções do Supremo é tornar claro o que esteja sob dúvida nas relações entre cidadãos e leis.

    Os abusos de poder continuam liberados. O juiz Marcos Vinícius Bastos teve a coragem de acusar o "inegável constrangimento ilegal" na prisão de Joesley Batista e Ricardo Saud. Foi pedida e deixada na ilegalidade pela Procuradoria-Geral da República e pelo próprio Supremo, estando já em 180 dias quando o limite extremo, para as investigações do caso, era de 120. Soltos, os dois, no mesmo dia em que, de manhã cedo, a Polícia Federal tocava à porta de uma pessoa nas antevésperas dos 90 anos. Por que não em hora civilizada, se do mesmo modo o ex-ministro Delfim Netto estaria disponível? É que o abuso liberado vira norma. Sem jamais se incorporar ao Estado de Direito Democrático.

    Ainda há forte lembrança da ditadura nas instituições e na vida pública. Ouvem-se temores de que a intervenção federal no Rio suscite novos sonhos salvacionistas. Possível, será sempre. Mas os indícios oferecidos são em sentido contrário, descartada a nostalgia dos que estão soltos graças à fraqueza histórica. São outras as lembranças da ditadura que se mostram. Ficaram contidas enquanto houve certo esforço de democracia. No mau processo eleitoral de 2014, começou o seu surgimento. Desde então, não pararam de crescer e agir.

     

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