Guido Mantega é conduzido coercitivamente, alvo da Operação Zelotes

Jornal GGN – A Polícia Federal conduziu coercitivamente o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, em mais uma fase da Operação Zelotes, na manhã desta segunda-feira (09). O novo foco da Operação trata de investigar ilegalidades em processos da empresa Cimento Penha no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf).
Em novembro de 2015, o juiz Vallisney de Souza Oliveira quebrou os sigilos bancário e fiscal de Mantega, para analisar a relação do ex-ministro com o empresário Victor Sandri, que conseguiu reverter multas de R$ 106 milhões em uma votação no Carf.
A companhia do empresário é acusada de comprar decisões, por meio de Medidas Provisórias, do Carf, responsável por julgar recursos de multas de grandes contribuintes. Além da Cimento Penha, outras empresas investigadas nesta fase da Zelotes somam multas de R$ 57 milhões julgadas pelo órgão.
“O alvo desta fase de ações da PF, empresa produtora de material de construção, celebrou contratos com escritórios de advocacia e de consultoria, os quais, por meio de seus sócios, agiram de maneira ilícita, manipulando o andamento, a distribuição e decisões do CARF, visando obter provimento de seus recursos e cancelamento da cobrança de tributos em seus processos”, disse a PF, em nota oficial.
O Ministério Público Federal (MPF) também investiga se Mantega detinha influência no Carf, ao nomear membros do Conselho.
Em resposta, a defesa do ex-ministro disse que a relação entre Mantega e Sandri é de mais de 20 anos, quando o ex-ministro vendeu um terreno ao empresário, que por sua vez, pagou o imóvel com unidades de um condomínio construído no local. Á época, Guido Mantega era sequer ministro.
Além do ex-ministro, a nova fase da Zelotes cumpre 31 mandados, entre buscas e apreensões e conduções coercitivas em oito locais: Brasília, Recife, Olinda, Paulista, João Pessoa, Juazeiro do Norte, Florianópolis, São Paulo. Todas as medidas foram determinadas pela 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal. Não há prisões.
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • mas quando chegar na casa dos bilhões...

    para tudo e todos serão engavetados, junto com suas vestes, como santos

  • Condução coercitva sera a

    Condução coercitva sera a nova moda do MPF? Não podem chamar as pessoas para depor noramalmente, é preciso conduzi-los, como se tivessem sido pegos em flagrante ? Mais uma vez, membros de governos petistas na mira da MPF, que não encontra nada além incriminar membros do PT ou ligados ao partido.

  • reparem...

    todos os que foram agredidos publicamente passarão por situação igual

    depois a gente suspeita que foi tudo combinado e eles dizem que nada mais é que teoria da conspiração

  • Caro Nassif
    Os canalhas

    Caro Nassif

    Os canalhas golpistas , nao sossegarão, enquanto não fichar todos petistas ou quem ajudou.

    Não basta o golpe, há que se desmontar o PT, e que dele só sobre notícias negativas, assim encorajarão cada vez mais os lacaios.

    Só assim criando esse clima de terror, eles conseguirão governar.

    Mas será de muitos quebra pau.

    A cada golpe, a resistência será maior.

    Saudações

  • Igualzinho...

    Igualzinho a Alemanha nos anos de 1933/34/35...

    Lá, a justiça foi assaltada por novos procedimentos técnico ideológicos justificadores da nova realidade política. Os procuradores e juízes não mais se pautavam princípios "normativos", mas sim "prerrogativos", seguindo uma lógica autoritária e pouco afeita a realidade fática. Todos eram culpados até prova em contrário. Provas frágeis ou mesmo fraudulentas eram a tônica e as "conduções coercitivas" eram o mote que revelavam a intimidação. Esses "procedimentos" revelavam também, precursóriamente, que tudo já estava previamente resolvido, o processo era meramente formal, para dar "ares de legalidade" ao autoritarismo.

    No nosso caso, é tudo preparatório para as prisões de Lula, Dilma, destruição do PT e "alento" jurídico ao governo golpista. Todos sabem que o safado do Temer só governará chutando as instituições democráticas, visto não possuir um pingo de legitimidade para, no mínimo, a metade dos eleitores do país. 

    Enfim, o que já sabemos, estão todos no golpe e ele só poderá desaguar num governo autoritário, sem escrúpulos e claro, nesses casos, sempre refém de "lealdades" disfarçadoras do compadrio político.

    Todos aqui sabem que faço críticas duras a fraquíssima Dilma (boa parte do que está acontecendo foi plantado por ela), mas Temer é o demiurgo do atraso social e político de mais de 20 anos no nosso país. É preciso resistir e mostrar a ele e a corja de canalhas que o cerca, que os trabalhadores de verdade não vão aceitar o golpe passivamente... Vai ter luta!

    Um abraço.

     

  • Engraçado que a Zelotes só

    Engraçado que a Zelotes só anda pra pegar alguém do PT ou ligado a ele.

     

    Os imparciais judiciário,MP e a também imparcial PF transformaram uma operação que tinha no seu início como alvos grandes tubarões como a Gerdau,Safra e grupos de mídia em mais uma caçada ao PT.

     

     

  • "A cada golpe, a resistência

    "A cada golpe, a resistência será maior". Saudações, Nassif e demais comentadores.

  • A perseguição, agora, tem 3

    A perseguição, agora, tem 3 objetivos: criminalizar o Lula, a Dilma e demais (então) integrantes de seus governos, não apenas para impedir o LULA2018, como, principalmente, fazer a mídia internacional "engolir" o "não é golpe", afinal, todos são ladrões, corruptos e bandidos da maior periculosidade. Em nome do golpe, vale tudo. Dá-lhe, Maranhão.

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