“Hoje não vejo clima de terceiro turno”, diz Dias Toffoli

Jornal GGN – O ministro do Supremo Tribunal Federal e do Tribunal Superior Eleitoral, Dias Toffoli, não acredita que o país ainda esteja mergulhado em um clima de terceiro turno, com tentativas de remover Dilma Rousseff (PT) do cargo de presidente da República. À época da diplomação da petista, Toffoli saiu em defesa da legitimidade da reeleição e disse que era necessário “virar a página”, enviado um recado àqueles que tentavam, por vias legais, questionar a vitória de Dilma.

Em entrevista publicada pela Folha nesta segunda-feira (22), Toffoli disse que “a presidente mal tinha sido eleita e já estava sendo deslegitimada. Foi um momento em que era importante reafirmar a legitimidade daquela diplomação.”

“Hoje”, continuou, “não vejo clima de terceiro turno”. Segundo o magistrado, no Brasil, “todo presidente é eleito para ser derrubado. Deodoro teve que renunciar. Prudente de Morais enfrentou a revolução federalista e Canudos. Rodrigues Alves, a Revolta da Vacina. O primeiro eleito em 89 [Fernando Collor], foi ‘impixado’, para aportuguesar o verbo. O Brasil é isso. Lula quase caiu no primeiro mandato. A Dilma sobreviveu no primeiro mandato e depois começou a ser deslegitimada. Isso é da história do Brasil. Não tem nenhum presidente que não vai passar por isso.”

Urnas eletrônicas

Toffoli ainda comentou a tentativa do Congresso de responder à parcela da população que desconfiou de fraude nas urnas eletrônicas porque teve seu candidato à Presidência, Aécio Neves (PSDB), derrotado por Dilma com uma diferença “pequena” de votos – cerca de 3 milhões. Os parlamentares estão tentando aprovar em defitivo a reintrodução do voto impresso.

“Quando se concebeu a urna eletrônica, em 2005, a ideia foi acabar com a intervenção humana. A máquina deixa registro, a intervenção humana nem sempre deixa digitais. Ao se permitir que o eleitor pegue esse papel ou coloque numa urna, isso, sim, pode reintroduzir o elemento fraude na apuração das eleições. A reintrodução do voto impresso é um retrocesso no processo eleitoral”, disse o ministro.

A entrevista completa pode ser acessada aqui.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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  • FHC foi um presidente que

    FHC foi um presidente que nunca teve que se preocupar com impeachment... porque era blindado pela imprensa.

  • O que Canudos e a revolta da

    O que Canudos e a revolta da vacina tem com tentativa de derrubar um presidente só o Toffoli sabe.

  • Uma pessoa e dois erros:

    1 - Lula que não soube enxergar o medíocre escondido no assessor próximo, e o nomeou num lugar de grande poder totalmente desproporcional, e

    2 - Dilma que não soube ver que o poder dado a esses medíocre podia lhe criar grandes problemas: atender os pedidos idiotas daquele era um investimento para sua tranquilidade.

    Ambos presidentes erraram feio no caso deste camarada.

  • E eu, otário renitente,

    E eu, otário renitente, achando que presidentes eram eleitos para governar.

    Agora aprendi que não. Que todo presidente é eleito para ser derrubado.

    Seguindo a lógica do capa preta, votei em Dilma quando deveria ter votado em Aécio.

    Tofolli, Dantas, Fux, Barbosa, Mello, Mendes, Lúcia...  Nunca aprendi tanta novidade com tantos mestres iluminando minha ignorância.

    Agradeço de coração a Lula e Dilma pelas suas brilhantes e magnifícas escolhas.

    • Eleito para governar só -

      Eleito para governar só - aquele mesmo, que quebrou o país e todo mundo acha que é um estadista.

  • Nassif;
    Inacreditável !!!

    Nassif;

    Inacreditável !!! presidente do TSE diz que " todo presidente é eleito para ser derrubado" ?????

    Penso que devemos começar e urgentemente pelo Presidente do TSE.

    Com todo e imenso respeito que tenho pelos pizzaiolos, peço volte para o balcão toffolli, tenha a dignidade de liberar tua cadeira no STF para alguém menos despreparado.

    Fala sério toffolli é brincadeira não é???

    Genaro

     

    • Entendi que ele está

      Entendi que ele está reconhecendo a legitimidade do governo Dilma. De um jeito meio torto e comparações esdrúxulas, é verdade, mas está defendendo. Agora não dá para negar o clima de terceiro turno que se instaurou na oposição desde as eleições da Dilma. 

      • Também fiz essa leitura.

        Mas parece que boa parte do nosso povo anda tão indignado com os juristas, não sem razão, que já não entende quando eles usam linguagem figurada.

        • Prezado Edi;
          Não há porque o

          Prezado Edi;

          Não há porque o presidente do TSE usar linguagem figurada. Numa situação como a que estamos vivendo, principalmente os agentes da justiça devem em primeiro lugar se pronunciar somente pelos autos e basta!!, se preferir os holofotes deve falar de forma honesta, clara e objetiva sem dar margem a interpretações.

          Por outro lado quando prefere falar em linguagem figurada, suas intenções não são as mais honestas.

          Eu te pergunto estas palavras do despreparado, foram esclarecedoras? contribuiram  para desanuviar o caos jurídico em que vivemos?

          A quem interessa aumentar este caos?

          abraços

          Genaro

          • Prezado Genaro, boa noite.

            Concordo com absolutamente tudo que aqui escrevestes, inclusive que as palavras do Ministro não foram esclarecedoras e não contribuiram muito para o debate jurídico sério, urgente e necessário.

            Na intervenção anterior eu apenas quis dizer - talvez não tenha conseguido por ter me expressado mal - que não senti nas palavras do Ministro o desejo de que a presidente seja "derrubada", pelo contrário, me parece que ele quis dizer que isso não deve acontecer, por ser contrário aos princípios democráticos.

            Grande abraço.

  • AGORA É O TERCEIRO ATO DA COMÉDIA JURÍDICA QUE ASSISTIMOS.

    Outro comentário citou, eu também vou citar, então eleição é para o candidato ser derrubado? Eu também achava que era para governar, será que nobre ministro quis voltar atras no que disse antes e agora já vê o impedimento da Presidenta como mais um na história? Nossa, quem tem uma justiça dessas precisa mesmo é de virar ermitão nos confins, todos querem ser celebridades midiáticas. Mais um bobo da corte.

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