Inquérito do monotrilho citado em planilha de Youssef é arquivado

Jornal GGN – O Ministério Público de São Paulo, através de sua Promotoria do Patrimônio Público, arquivou inquérito que apurava suspeitas de irregularidades nas obras da Linha 15 – Prata do Monotrilho de São Paulo, que apareciam em uma planilha apreendida pela Operação Lava Jato com o doleiro Alberto Youssef.
A obra do monotrilho foi incluída em um lista de documentos que foram categorizados como ultrasigilosos por 25 anos pelo governo do Estado de São Paulo.
O pedido de arquivamento foi baseado em um depoimento do próprio doleiro, em que ele explica que a planilha referia-se ao serviço que ele prestava para a Sanko Sider, fornecedora de tubos para obras de engenharia. Segundo Youssef, seu contato se restringia aos representantes de empreiteiras. “Não sei indicar nenhum agente público que porventura tenha sido beneficiado em projetos listados na relação acima mencionados”, afirmou.
O doleiro também disse que não tem nenhum conhecimento sobre os contratos do Metrô, da Sabesp e do Rodoanel que aparecem na planilha apreendida.
Do Estadão
POR MATEUS COUTINHO, RICARDO BRANDT E JULIA AFFONSO
Citação a obras da Linha 15- Prata consta de documento apreendido com doleiro da Lava Jato e que foi encaminhado ao Ministério Público de São Paulo

A Promotoria do Patrimônio Público do Ministério Público de São Paulo arquivou inquérito para apurar suspeitas de irregularidades nas obras da Linha 15 – Prata do Monotrilho de São Paulo que aparece em uma planilha com 750 obras apreendida pela Lava Jato com o doleiro Alberto Youssef, um dos alvos principais da operação, no ano passado.

A obra foi incluída em um acervo de documentos de estatais do transporte público sobre os quais o governo de São Paulo decretou ultrasigilo por 25 anos – o Tribunal de Contas do Estado pediu esclarecimentos à Secretaria dos Transportes Metropolitanos sobre as razões do segredo.

O pedido de arquivamento do inquérito teve como base depoimento do próprio doleiro em 27 de agosto deste ano aos promotores paulistas. Na ocasião, Youssef explicou que a planilha era referente ao serviços que ele prestava de procurar clientes para a Sanko Sider, que fornece tubos para obras de engenharia. Em troca, o doleiro recebia uma comissão que, segundo ele, variava de 3% a 8%.

“Meu contato se restringia aos representantes das empreiteiras e não me ative em saber quem eram as pessoas que eventualmente delas recebiam algum valor à título de propina. Não sei indicar nenhum agente público que porventura tenha sido beneficiado em projetos listados na relação acima mencionados”, afirmou Youssef que, na ocasião, disse não ter nenhum conhecimento sobre os contratos do Metrô, da Sabesp e do Rodoanel que também aparecem na planilha. Como o caso não envolvia nenhum agente público e nem suspeita de propina a Promotoria entendeu pelo arquivamento.

Veja o pedido de arquivamento do Ministério Público de São Paulo

O inquérito foi aberto no final de 2014 com base na planilha do doleiro apreendida pela PF na Lava Jato divulgada pela imprensa. Entre as 750 obras que apareciam no planejamento do doleiro, consta na página 14 a “Obra Vila Prudente” (uma das estações do monotrilho), tendo como “cliente” a Construtora OAS, como “contato” o engenheiro Vagner Mendonça e como “cliente final” o Metrô. As apurações tiveram início a partir do compartilhamento das provas com a Promotoria paulista autorizado pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava Jato na Justiça Federal no Paraná.

 

Aparece na planilha do doleiro ainda uma proposta enviada em “7/4/2011″, no valor “RS 7.901.280,00″

A investigação do MP paulista correu sob sigilo e buscava apurar “irregularidades consistentes em supostos desvios na licitação do trecho do Monotrilho entre as Estações Oratório e Vila Prudente, integrante da Linha 15-Prata do Metrô e descumprimento do prazo de entrega do referido trecho do Monotrilho pelos representados”, apontou o promotor Augusto Eduardo de Souza Rossini no pedido de compartilhamento de provas com a Justiça Federal.

Sigilo. Além das suspeitas levantadas pela Lava Jato, as obras do monotrilho foram uma das que tiveram sua documentação classificada como ultrassecreta – a mais alta nos critérios definidos pela Lei de Acesso à Informação – pelo governo de São Paulo no ano passado, conforme revelou o jornal Folha de S. Paulo nesta semana.

Com isso, documentos referentes o monotrilho da Linha 15- Prata, previsto inicialmente para ser entregue em 2012, mas cuja inauguração já foi postergada várias vezes e ainda não tem previsão de ser concluída, estavam inacessíveis para a população.

Após a repercussão do caso e o pedido do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo para que o governo estadual explique o motivo de ter decretado o sigilo, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou nesta quarta que deu ordem para rever o sigilo na documentação.

Redação

Redação

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  • investigaçao ?

    A revelaçao de que os documentos referente as operaçoes do metro de SP estao sob sigilo durante 25 anos desde julho do ano passado e NINGUEM reclamou exceto a folha de sp,esta semana, mostra que ninguem esta ou estava investigando o trensalao 

  • nquérito do monotrilho citado em planilha de Youssef é arquivado

    O motivo do arquivamento pelo MP é um primor. Descoberto em suas planilhas obras do monotrilho, rodoanel e metro, ele afirma que apenas fazia contato, não sabendo se havia propina. Como não cita nenhum "agente público", é pedido o arquivamento. Não é fofo.... 

  • Que chique, essa democrisia =

    Que chique, essa democrisia = democracia + hipocrisia, do chico + francisco!
    Quem tem que investigar é a polícia!

  • Dá-lhe, Alckmin!

    Alckmin vai colocar tudo em segredo por 50 anos! Aliás, nem precisa: com juízes amigos, tudo será engavetado. Só nossos filhos e netos poderão investigar as falcatruas que se cometem há duas décadas em São Paulo.

  • JUDICIÁRIO CORRUPTO.
    Estão

    JUDICIÁRIO CORRUPTO.

    Estão levando quanto para esconder a roubalheira tucana? Pobre São Paulo e pobre Brasil. Ainda vamos ver Dilma e Lula presos e todos os tucanos elevados a heróis da pátria.

  • É o levante da direita

    É o levante da direita corrupta se apoderando das Instituições para poupar tucanos ao mesmo tempo em que se condena Vaccari a quase 20 anos de prisão com base em delação caluniosa.  

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