A cerimônia fúnebre e de protesto pela morte do reitor Luiz Carlos Cancelier, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) tinha uma foto emblemática com um cartaz afixado: “Uma dor assim pungente não há de ser inutilmente”.
Hoje, a operação de invasão da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) teve o nome significativo de “A Esperança Equilibrista”, que vem a ser a continuação da música símbolo da resistência à ditadura militar. E também do livro do professor Juarez Guimarães, da própria UFMG, sobre o governo Lula.
O Memorial da Anistia é uma obra complicada. Teve início em 2007, quando a Comissão de Anistia do Ministério da Justiça sugeriu um lugar para depositar os documentos da repressão, a exemplo do que foi feito em diversos países que saíram do período ditatorial.
Decidiu-se pelo Coleginho, em Belo Horizonte. Depois, se constatou que seu telhado não comportaria peso em cima. Decidiu-se, então, construir um prédio ao lado, que está praticamente pronto, faltando apenas o acabamento.
Após o impeachment, o novo Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, praticamente extinguiu a Comissão de Anistia. Substituiu 18 dos membros originais, indicou para presidi-la o ex-deputado Almino Afonso, que logo depois pediu demissão por não ter nenhum acolhimento do lado do Ministério.
Ficou um jogo de empurra, com a Justiça achando que a Comissão deveria se subordinar ao Ministério dos Direitos Humanos. Com isso, o Memorial foi ficando para segundo plano, sem verbas para terminar.
Ao mesmo tempo, na Comissão de Anistia instaurou-se uma caça às bruxas, com um pente fino em todos os atos do ex-Secretário de Direitos Humanos Paulo Abrahão. Veio da Comissão de Anistia as denúncias que foram bater na Polícia Federal.
Segundo a denúncia, os desvios seriam da ordem de R$ 4 milhões e teriam ocorrido no fundo universitário da UFMG.
O diretor geral da PF, Fernando Segóvia, me disse há pouco que foi informado da operação pela superintendência da PF de Belo Horizonte. As explicações seriam dadas na coletiva do superintendente em Belo Horizonte.
Assim, ele não saberia dizer se as 8 conduções foram necessárias ou não, já que não cabe ao delegado geral intervir nas operações na ponta.
Mas garantiu que analisará a operação e, constatados abusos, assim como ocorreu no caso UFSC, será aberta uma sindicância para apurar o ocorrido.
Com a operação, além de retaliar a comunidade acadêmica, a PF e o Ministério da Justiça conseguirão comprometer uma obra importante, o Memorial da Anistia. Mas certamente escreverão um episódio relevante quando voltar a democracia e outros memoriais forem planejados, para se referir à ditadura disfarçada atual.
Justiça mandou soltar a acusada, presa preventivamente desde 16 de abril; Polícia Civil pede investigação…
Ainda é tempo de barrar a insânia e as intenções golpistas iniciadas em 08 de…
Nassif entrevista o economista agrícola Jean Marc e o especialista em reestruturação financeira Luís Alberto…
Ao assumir, governo enfrentou obstáculo de findar Orçamento Secreto, mas mantendo apoio dos parlamentares. Hoje,…
A cada quinzena nossos pesquisadores estarão neste espaço analisando acontecimentos e propostas que dizem respeito…
Uma onda de protestos contra Israel tomou as maiores universidades dos EUA nas últimas semanas.…
View Comments
Promoção
"Mas garantiu que analisará a operação e, constatados abusos, assim como ocorreu no caso UFSC, será aberta uma sindicância para apurar o ocorrido.", e, assim que puder, promover o autor da façanha.
Canalhas. Brucutus a serviço
Canalhas. Brucutus a serviço de qualquer ditador de plantão. Essa é a Polícia Federal republicana inventada pelo Lula e seu ministro da justiça Márcio Thomas Bastos. Gastaram milhões com concursos e equipamentos para preparar e armar os inimigos da democracia e do povo.
Canalhas. Brucutus a serviço
Canalhas. Brucutus a serviço de qualquer ditador de plantão. Essa é a Polícia Federal republicana inventada pelo Lula e seu ministro da justiça Márcio Thomas Bastos. Gastaram milhões com concursos e equipamentos para preparar e armar os inimigos da democracia e do povo.
O que esperar?
"Mas garantiu que analisará a operação e, constatados abusos, assim como ocorreu no caso UFSC, será aberta uma sindicância para apurar o ocorrido."
Como ocorreu no caso da UFSC ? O que?
Um novo "suicídio"?
O MarFig já mostrou, no primeiro post da série, que há um componente de vingança, retaliação, intimidação:
https://www.pucminas.br/sala-imprensa/noticias/Paginas/Carta-Dom-Mol.aspx
Se já mataram um, porquê não
Se já mataram um, porquê não matar mais outro e outros. Ainda fazem o que querem, pois a justiça que se tem é para isto: caçar os inimigos e os inimigos dos amigos.
Curioso é esta preferência recorrente dos bate-paus, pau-mandados, pelas universidades onde, em tese, elabora-se livremente o pensamento.
Coisa de tucanos e outras aves de rapina, que é avançar sobre os ovos alheios em gestação para que no futuro reinem soberanos.
Já comentei aqui no blog, mas não chamou a atenção devida .
A ABIN do general Ariel Himler Sharon se aperfeiçoa par aumentar a repressão aos opositores .
Leiam o Decreto 9209/2017, assinado pelo golpista no finalzinho de nobembro
É retaliação, sim!
O MarFig já demonstrou em outro post que esta ação não é nada além do que retaliação, vingancinha, intimidação.
O nome da operação só mostra a prepotência de quem se acha acima da lei.
APÓS O SEGUNDO ATAQUE DO
APÓS O SEGUNDO ATAQUE DO FASCISMO A UMA UNIVERSIDADE OS ACADÊMICOS DE MERDA PERCEBERÃO A NECESSIDADE DA LUTA?
Trabalho numa auniversidade e
Trabalho numa auniversidade e infelizmente os jovens de hoje estão interessados somente em formatura. Se a universidade entra em greve eles ficam putos não com a falta de atenção governamental, mas sim com o atraso do diploma. Uma falta de politização jamais vista.
Sinto dizer, mas acompanhei a
Sinto dizer, mas acompanhei a vida acadêmica durante esses últimos 10 anos e só posso dizer que essa falta de politização é resultado de uma geração de professores que se importam mais com o bolso do que com seus alunos (vale lembrar que a maioria dos estudantes de federais são filhos de burgueses). Esse é o preço que a universidade deve pagar por ter se isolado da sociedade.
Eu penso que não cabe mais
Eu penso que não cabe mais tergiversações.
Esses órgãos todos, MPF, TCU, CGU e PF deveriam ser imediatamente extintos e ponto final.
A perda para o País, se houver, será muito menor que a atual perda, com estes órgãoes ativos e atuantes.
Meganhas tarados...
Meganhas tarados...