Justiça autoriza publicação de livro de Eduardo Cunha como pseudônimo

Da Agência Brasil

Por Douglas Corrêa

A Justiça do Rio concedeu efeito suspensivo a Editora Record e o livro Diário da Cadeia – Com Trechos da Obra Inédita Impeachment, escrito por um autor anônimo de pseudônimo Eduardo Cunha, vai poder ser publicado. A decisão é da 8ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça ao analisar agravo de instrumento interposto contra decisão proferida pelo juízo da 13ª Vara Cível da Comarca da Capital, que proibiu a publicação do livro no dia 24 de março. A ação foi movida pelo ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha.

O relator do processo, desembargador Augusto Alves Moreira Junior, disse na decisão que “trata-se de uma obra literária de ficção, a qual tem como pano de fundo a realidade política brasileira. Em uma análise preliminar, conclui-se que não houve anonimato, vedado pela Constituição Federal, e sim a utilização de um pseudônimo em uma obra ficcional”.

O desembargador Moreira Junior diz ainda que “nas menções feitas à obra em redes sociais blogs e matérias jornalísticas, fornecidas tanto pelo recorrente como pelo recorrido, é enfatizado o fato de que se trata de um pseudônimo e não de livro escrito pelo agravado [Eduardo Cunha], o que, em cognição sumária, enfraquece a alegação de lesão à honra e à imagem do recorrido”. 

O relator destacou ainda que nenhum direito fundamental é absoluto, sendo certo que a relatividade e os limites consistem exatamente nos demais direitos, igualmente consagrados pela Constituição Federal. “Assim sendo, especialmente por se tratar de obra de ficção, considerando os valores envolvidos, entendo que o direito à liberdade de expressão e de manifestação, a priori, deve preponderar”.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  • Prince era um cara tao

    Prince era um cara tao antipatico que quando ele morreu voce ia no youtube procurar musicas e videos dele e nao achava nada:  TODO ANTIPATICO DO MUNDO (ou perto disso) colocou sua propria musica com nomes como "Purple Rain by Prince" pra aumentar o proprio numero de views.

    Cunha, como Prince, ta mortinho, e agora que tou pensando nisso, sua carreira ja teve tantos suicidios como a de Prince.  Mas nem por isso o youtube deixou de apagar sem do nem piedade um monte desses videos falsos.

    Fica o aviso:  nao abra a porta a antipaticos oportunistas.  O judciario brasileiro os adora, nao eh meu problema:  nao abra a porta.

  • Deu tilt!

    Não entendi direito. Eduardo Cunha, o presidiário da lavajato escreveu um romance no cárcere sobre política utilizando o cognome Eduardo Cunha como se fosse um escritor anônimo?

    Er, hein???

    Ou alguém não explicou direito ou eu não entendi direito ou as duas coisas.

    Só entendi só uma coisa. Eduardo Cunha foi sim, para o anonimato.

     

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