Moro entra em conflito de Bolsonaro e pede investigação na PF do Rio

Jornal GGN – Sérgio Moro comprou a briga do presidente Jair Bolsonaro e decidiu ordenar à Polícia Federal uma investigação sobre a inclusão do homônimo do deputado Hélio Negão (PSL/RJ) no inquérito sobre crime previdenciário. O deputado, que é amigo do mandatário e do mesmo partido, não é alvo da apuração, mas um homônimo do parlamentar seria investigado pela PF do Rio de Janeiro.

Quando o caso veio à tona, Bolsonaro aumentou as críticas contra o então superintendente da PF no Rio, o delegado Ricardo Saadi, que posteriormente foi demitido do cargo. Na ocasião, o mandatário disse que Saadi tinha problemas de “produtividade”.

A investigação no Rio, que não guarda relação direta com o amigo do presidente, teria aumentado a crise com o superintendente, levando à sua demissão pelo mandatário, que o substituiu pelo delegado Carlos Henrique Oliveira Sousa, no último 30 de agosto.

Entretanto, a briga Bolsonaro e então comando da PF do Rio não parou por ali. Porque o ex-juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça de Bolsonaro, Sérgio Moro, decidiu questionar os delegados sobre o caso, solicitando uma investigação interna.

Nesta segunda (09), Moro enviou um despacho diretamente ao diretor-geral em exercício da PF, Disney Rossetti, determinando “a imediata apuração dos fatos no âmbito administrativo e criminal, com a identificação dos responsáveis”. Ainda no documento, o ex-juiz faz menção à matéria do Painel da Folha de S.Paulo, citando “aparente inclusão fraudulenta do do nome do Deputado Federal Hélio Negão em inquérito que tramita perante a Polícia Federal do Rio de Janeiro”.

No despacho, Moro sem sequer ter tido acesso à investigação ou apuração levanta a tese de que o uso do homônimo do parlamentar “teria por objeto condutas de pessoa com o mesmo apelido, isso, segundo a matéria, com o aparente intuito de manipular o Governo Federal contra a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro”.

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Redação

Redação

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  • Detalhe interessante...
    pelo que já foi divulgado na imprensa, sempre que Bolsonaro é o último saber, alguém perde o cargo

    e quando é o primeiro, dispara pra todo lado, às cegas. Falta equilíbrio

    Tanto para atitudes certas, quando para atitudes erradas, ter uma consciência pesada na presidência dificulta muito os procedimentos normais. Perde-se a liberdade da função, de decidir qual direção tomar

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