Na Lava Jato, governo não tem estratégia política e econômica

Na Lava Jato, governo não tem estratégia política e econômica

Por Kennedy Alencar

Do Blog do Kennedy

O governo Dilma Rousseff não tem estratégia política e econômica para enfrentar a crise da Lava Jato. Faz uma gestão de crise com ações pontuais e descoordenadas na política e na economia. O governo tem agido a reboque enquanto aguarda um eventual alívio da lista de Janot.

O Palácio do Planalto tem a expectativa de que a manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, a respeito dos políticos com foro privilegiado no STF (Supremo Tribunal Federal) possa dar um alívio à presidente. Mas isso tende a ser uma ilusão. A seguir, bastidores das batalhas jurídicas, políticas e econômicas em curso entre governo, empresas, executivos e investigadores:

*

Front político e jurídico

Na política, a tentativa do governo de articular um acordo de leniência com as empresas, ação feita pela Advocacia Geral da União, tem sido vista como desconfiança e desinteresse pelas empresas e pelo Ministério Público Federal.

O acordo de leniência não alcança as acusações penais, apenas as cíveis e administrativas, ao contrário dos Estados Unidos. Lá, é feito acordo global em que a empresa assume responsabilidade, paga multa e suaviza as punições cíveis e penais contra os executivos e acionistas.

Na visão das empresas, ao admitir culpa num eventual acordo de leniência, elas reforçam as acusações penais que sofrem. E a maior preocupação das empresas é com o juiz Sérgio Moro, da Justiça Federal de Curitiba. Toda vez que o governo fala em salvar as empresas e punir as pessoas, as famílias dos executivos presos em Curitiba os pressionam a fazer acordo de delação.

É o que aconteceu com dois executivos da Camargo Corrêa, primeira grande empreiteira que terá seus negócios expostos na Lava Jato. As empresas gostariam que o governo as ajudasse a libertar executivos presos há mais de cem dias em Curitiba, mas o Palácio do Planalto não tem poder para isso.

Nos últimos dias, tem havido manifestações de advogados e de entidades de classe que questionam prisões preventivas por tanto tempo. Alegam que elas ferem direitos e garantias individuais. Há acusação de que são uma forma de tortura, por levar o preso a ser obrigado a aceitar a delação. Advogados afirmam que isso pode levar a nulidades jurídicas futuras em tribunais superiores.

Já os defensores da delação premiada negam que seja uma forma de tortura. Afirmam que faz parte do mecanismo da delação conceder benefícios a quem aceita falar. Daí serem soltos ou irem para prisão domiciliar após um acerto de delação. O mecanismo estaria alcançando seus objetivos e seria legal, assegurando consistência para sustentar as acusações nos tribunais superiores.

Há um embate entre advogados e investigadores. O fundamental é lembrar que não são incompatíveis combater a corrupção e respeitar o Estado democrático de direito.

Se a lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, confirmar apenas os pedidos de abertura de inquérito contra políticos com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal, haverá uma leitura das empresas de que os políticos poderão escapar com mais facilidade do que os seus executivos e acionistas.

Presos em Curitiba dizem às suas famílias que não vão seguir o exemplo de executivos e acionistas do julgamento do mensalão que não fizeram delação premiada e pegaram mais anos de cadeia do que os políticos que foram acusados naquele julgamento. Ou seja, poderiam delatar em mais detalhes, por exemplo, o financiamento para o PT, o PMDB e as campanhas da presidente Dilma Rousseff em 2010 e 2014.

Isso é dinamite pura, apesar de os tesoureiros de Dilma dizerem que não haveria com o que a presidente se preocupar. Delações de executivos e acionistas de grandes empresas poderiam dar a munição que o juiz Sérgio Moro vem buscando.

*

Efeito Lava Jato sobre a economia

Do ponto de vista econômico, a presidente Dilma tem armas disponíveis, mas não as usa ou não sabe utilizá-las. Com todas as dificuldades de caixa e com o rebaixamento de sua nota de crédito pela Moody’s, a Petrobras está em melhor situação financeira do que todos os grupos econômicos do setor de óleo e gás do país.

Para o setor não afundar, a Petrobras deveria pagar para essas empresas pelos serviços que já foram executados e medidos. Mas a gestão de Maria das Graças Foster, com medo do que estava por vir em termos cíveis e penais, suspendeu negócios com 23 empresas. Colocou um pé no freio desses pagamentos.

Há empresas, como a OAS e a UTC, em situação difícil. Ao suspender os negócios com as 23 empresas, travou o fluxo de caixa e contaminou a imagem dos grupos econômicos, que são maiores do que as empreiteiras. Dilma poderia orientar o novo presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, a destravar pagamentos devidos, mas os relatos de bastidor são em sentido contrário.

Existe também um problema de obtenção de crédito não só para as empreiteiras, mas também para as outras empresas que compõem os grupos. Isso piora o efeito econômico da Lava Jato, com reflexos sobre o desemprego.

O Banco Central e os bancos públicos, BNDES, Banco do Brasil e Caixa, deveriam separar as empresas que são alvo da Lava Jato das demais companhias dos grupos econômicos. Mas está acontecendo o contrário, com efeito sobre grandes bancos privados. Aí se junta o pior dos mundos, que agrava os problemas de um setor que gera empregos. Uma ação capitaneada pelo Banco Central, separando o joio do trigo, deveria ser colocada em prática.

Ouça o comentário no “Jornal da CBN”

Redação

Redação

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  • Há uma questão FUNDAMENTAL

    Há uma questão FUNDAMENTAL antecdente que ou o Brasil resolve por meios politicos-constitucionais ou o Pais caminhará para um pantano insoluvel de INGOVERNABILIDADE. Não há espaço em um Pais com as caracteristicas do Brasil e dos Estanos Unidos, ambos grandes paises continentais de extrama complexidade para serem geridos,

    assim como tambem a China, a India, a Russia, NÃO HÁ ESPAÇO para um 4º Poder. Governar com TRES PODERES já é muito dificil, com 4 é impossivel.  Um Ministerio Publico completamente independente é uma ANOMALIA, não cabe no desenho institucional. Um Poder qu desafia frontalmente o Poder Executivo como no caso dos acordos de leniencia,

    não tem previsibilidade constitucional. Pela Constituição em vigor o Presidente ou nomeia um Procurador Geral de sua

    CONFIANÇA PESSOAL ou não pode governar. O Procurador Geral é PARTE do poder da Presidencia, assim é nos EUA e sempre foi no Brasil. Foi o PT quem inaugurou uma lista triplice INEXISTENTE na Constituição e aceitou a imposição do Procurador Geral autonomo, agora paga o preço da ingovernabilidade absoluta, a Lava Jato é apenas o exemplo maior, mas já no Mensalão essa independencia gerou os 40 reus em um processo só, armadilha para liquidar a cupula do PT.

    Os grupos empresariais costumam dançar conforme a musica, agora o Brasil entra na rota do CAOS INSTITUCIONAL,

    onde um juiz de 1ª instancia em articulação  com o Ministerio Publico e a Policia torna-se a autoridade maior do Pais, desafiando a Presidencia sem qualquer barreira, contraponto ou anteparo. O PT por falta de massa critica historico-juridica criou o cenario desse caos institucional do qual é a maior vitima mas tambem o Pais se vitimiza pela ingovernabilidade absoluta, já ninguem sabe quem manda no Brasil, a Petrobras esta paralisada dentro desse caos.

    Em um grande Pais como o Brasil, os EUA ou a India, como foi o Imperio Britanico no passado só é possivel Governar com uma aliança entre o Poder Economico e o Poder Politico. A arma do poder economico é o dinheiro, a do poder politico é a a caneta, a capacidade de se impor pela edição de comandos sobre a Administração Publica. Ora, quando aparece um Poder paralelo como o Ministerio Publico, esse poder tira a força da Presidencia, que se vê desarmada. Nos EUA não acontece esse risco. O Presidente Bush se viu desafiado por 8 Procuradores Federais em seu segundo mandato. Demitiu os oito no mesmo dia, trancou as salas e tirou a chave. Cobrado pela midia disse: Fiz por que quis e posso fazer, não preciso dar explicações. EXERCEU O PODER. Ponto.

    Como é possivel que numa crise politico-economica que atinge frontalmente a maior empresa estatal do Pais e mais 23 grandes grupos economicos que controlam obras, estaleiros, aeroportos, fabricas de cimento, estradas, companhias de energia eletrica, como é possivel que nessa crise a Presidencia da Republica NÃO TENHA NENHUM PODER sobre os eventos, vou repetir, NÃO TEM NENHUM PODER, é comandada por um juiz de 1ª instancia e por um procurador regional, isso é UM pais sem qualquer perspectiva de governo, um campo de batalha sem general.

    O PT colhe os dividendos de sua loucura de INSTITUIÇÕES REPUBLICANAS, como pregou o finado Marcio Tomas Bastos, que se gabava de uma Policia Federal sem comando, agindo como Poder Sobeano, caso unico no planeta.

    Quando Getulio Vargas deu o golpe do Estado Novo em 10 de novembro de 1937 deu as razões de que o Brasil era ingovernavel sem uma centralização de Poder. Passou a nomear todos os Governadores e todos os Prefeitos do Pais,

    todos os Ministros do Supremo e de qualquer outro Tribunal. O Pais deu um salto de organização e progresso com essa centralização. Sem chegar a exageros, hoje vivemos o extremo oposto, o Pais tem varios comandos concorrentes e antagonicos, assim não vamos chegar a lugar nenhum, apenas andaremos em circulos em direção

    ao fundo do poço.

     

     

    • Realmente é estarrecedor

      Realmente é estarrecedor André.

      Sábado, no programa da Cristina Lobo, na Globo News, ela disse que o Sérgio Moro se tornou juiz de um processo só, na prática mesmo, e que provavelmente isso vai ocorrer até o final do Governo Dilma, 2018. Ela falou dessa forma.

      Imaginemos só um juiz ficar com um único processo que envolve todo o País, sua maior empresa, grandes obras e grandes grupos economicos, tudo na mao de um único juiz, até 2018 ? Ele e os procurados decidem tudo. Os tribunais superiores, pelo jeito, não fazem nada para impedir isso.

      O Governo - por pressão da mídia ou também por incompetência - também não sabe o que fazer.

      A situação fica bem complicada e o Páis só tendendo a se paralizar ainda mais.

      • estarrecedora foi a facilidade que o juiz teve...

        simplesmente recomendando que não se falasse nomes de políticos

        ou seja, todos os demais sabem que estão lá, mas aceitam que o juiz seja manobreiro da justiça, para assim fazer com que não estejam lá

        isto aí, aceitação, é a prova das provas de que nossa justiça só serve para tudo ou para nada, a depender do suspeito

    • He he, é assim mesmo...

      Instituições republicanas...num país de população não republicano.

      Foi o Ovo da Serpente, chocou e agora está aí.

    • Na minha tosca percepção, os

      Na minha tosca percepção, os dois principais poderes da República, o Executivo e o Legilslativo, parecem estar em patamar inferior ao do Judiciário e até ao do quarto poder. Me espanta ver parlamentares recorrer com frequência ao STF para definir questões que, salvo engano, são da competência do Congresso. É como se abriseem mão do mandato popular. submetendo-se aos ditames de magistrados sem voto.

    • O 4º Poder

      É isso mesmo André. O país está se transformando em um país de corporações, que se querem independentes autônomas e sem fiscalização. Os juízes eram assim, e até aí tudo bem, são um Poder... Mas de repente, o Ministério Público se torna outro Poder, sem freios, e os tais dos pesos e contrapesos, conceitos basilares em qualquer democracia ocidental que se respeite, vão pra cucuia... Depois os Defensores Públicos, também querem o mesmo(acho que já conseguiram), daqui a pouco os Delegados e por aí vai... e o Poder  Executivo, QUE EM QUALQUER LUGAR DECENTE NO MUNDO é eleito pra governar, não governa... Isso vai dar errado, será que ninguém percebe???

    • Daniel, ela  errou. Não é

      Daniel, ela  errou. Não é juiz de um processo só. É um país de um processo só. Sito-me atônito e envergonhado com o desfile de mediocridade, leviandade e pernosticismo. Somos a 7ª economia do mundo e estamos nos tornando uma República dos Barnabés. Vejo um ex-presidente alcoviteiro, tramando um golpe, no mínimo para salvar sua biografia; Um outro atônito e não medindo suas palavras; e a presidenta se portando como Carolina, esperando o tempo passar e não tomando as rédeas da situação. 

      • O alcoviteiro mineiro e o
        O alcoviteiro mineiro e o "veinho maluquinho" estão pulando para levantar poeira .
        Precisam de poeira, só.
        O PSDB certamente está na "Seleção do Janot". Por enquanto,estão no ataque, mas,vão acabar jogando na defesa, com retranca da mídia golpista.
        Por enquanto as duas opções Globais foram mencionadas pelo mafioso: Sérgio Guerra (45) e Eduardo Cunha(40), mas, não estão mais por aqui,ficando as legendas.
        O caso Sérgio Guerra é gritante, pois, pelo apresentado, temia MUITO a CPI da Petrobras.

  • O autor parece confundiir

    O autor parece confundiir Delação Premiada com Acordo de Leniência.

    Na lei brasileira uma é de iniciativa do Poder Judiciário e a outra do Poder Executivo.

    Mais uma perguntinha:

    Por que quando suspenderam contratos e pagamentos da Construtora Delta muitos aplaudiram?

    http://g1.globo.com/ceara/noticia/2012/05/mp-ce-recomenda-suspensao-de-pagamento-construtora.html

    "Pagamento para obra em Cumbica é suspenso pelo TCU"
    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me3009201105.htm

    • Para mim foi ação de inteligência competitiva

      Caro Assis,

      o que tinham em comum a Gautama e a Delta? Eram novatas no mercado e estavam ganhando fatias cada vez maiores das obras públicas, ainda que usando os mesmos métodos das tradicionais.

      Tudo leva a crer que foi uma ação orquestrada do cartel para destruí-las, usando o poder público para manter o status quo.

       

       

       

       

       

  •  
    … O MENTIRÃO da Ação Penal

     

    … O MENTIRÃO da Ação Penal 470 foi um teste de fogo para os fascigolpistas da DIREITONA!

    Não houve a lídima e devida reação!…

    Agora, a tramoia se repete!

    De novo, descaradamente!

    “A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa” Karl Marx

    ENTENDA a palhaçada:

    PMDB isola PT e CPI não deve investigar era FHC

    Presidente da Comissão, Hugo Motta (PMDB-PB) já sinaliza que vai concentrar as investigações nos governos Lula e Dilma; o relator Luiz Sérgio (PT-RJ) pretendida incluir supostos desvios ocorridos nas gestões do ex-presidente FHC (PSDB), baseado no depoimento do ex-gerente Pedro Barusco, que afirmou à Polícia Federal que começou a receber propina entre 1997 e 1998, da empresa holandesa SBM Offshore
    (…)

    FONTE: http://www.brasil247.com/pt/247/poder/171685/PMDB-isola-PT-e-CPI-n%C3%A3o-deve-investigar-era-FHC.htm

    E MAIS patifaria:

    OPOSIÇÃO PLANEJA FATIAR CPI PARA ENFRAQUECER RELATOR

    Objetivo é criar ao menos quatro subcomissões de modo a isolar o petista Luiz Sérgio (RJ); roteiro segue a mesma estratégia utilizada na CPI dos Correios, de 2005, que originou as denúncias do chamado “mensalão”; mais de 200 requerimentos foram entregues na manhã desta segunda-feira (2) pelos partidos; assessora tucana chegou às quatro da madrugada para garantir o primeiro lugar da fila; PSDB e PPS pedem convocação imediata de Pedro Barusco; já o PT quer que a investigação abranja os anos FHC

    2 DE MARÇO DE 2015 ÀS 14:54

    (…)

    FONTE: http://www.brasil247.com/pt/247/poder/171756/Oposi%C3%A7%C3%A3o-planeja-fatiar-CPI-para-enfraquecer-relator.htm

    ###################

    … E fatiar lembra desmembrar!

    Lembram do STF no MENSALÃO Tucano?

    Os canalhas, covardes e corruptos “deitam e rolam”!

    Mandam e desmandam no Brasil da sacanagem!

    E cospem na nossa cara!

  • o cruzamento jornalístico de

    o cruzamento jornalístico de seu nassif com kennedy alencar dá uma bela chave de braço crítico-analítico para nóis do andar de baixo podermos compreender melhor a vida como ela é... no andar de cima.

    belê!

  • Kennedy Alencar,pelo visto,

    Kennedy Alencar,pelo visto,  queria que  Dilma  combinasse com os russos,melhor, adivinhasse o que os russos pretendem.

    Por outro lado,  pergunto-me para que  serve  uma ABIN?

  • neste caso ABIN não serveria pra nada...

    estaria procurando inocentes também e não apenas culpados

    já resumi como sendo muita polícia para poucos bandidos

    e cada polícial e juiz, ou seja lá que merda for, quer o seu para torturar e usar políticamente contra o governo

  • o que mais me convenceu nas

    o que mais me convenceu nas ações de governo foram

    as tentativas dos acordos de leniencia.

    parece-me que podem emplacar.

     a ver

  • Na Lava Jato, governo não tem estratégia política e econômica

    Na verdade, faz tempo que a estratégia do PT e do governo é seguir o líder. O PT abriu mão de construir um projeto genuíno (sem trocadilhos) de mudanças, onde poderia ao menos ter TENTADO costurá-las com aquela parcela da sociedade mais próxima dos seus eleitos. Abriu mão disso para se tornar um partido da governabilidade, portanto do jogo do poder e por muito tempo, enquanto os índices de popularidade de Lula o permitiram, achou que estava com a corda toda. Agora, que vemos que Dilma não é Lula (pois só Lula é Lula e preparem-se...ele nunca mais será o mesmo) acusam o governo de tudo. O problema é que este governo é exatamente a sequência dos governos anteriores do PT, tanto federal quanto estaduais, alguns retoques aqui e ali,etc e etc, mas é o mesmo.

    A diferença é que a economia já não vai tão bem e tudo o mais. Agora, a estratégia de (falta de) comunicação, de (falta de)  diálogo, estas coisas vem se somando e não começaram com a Dilma. São (des) construções do próprio partido majoritário do governo que, como disse, abriu mão da crítca para tornar-se apenas e tão somente um grupo de cidadãos bem intencionados e interessados no bem do país (tá bem, vai, nem eu acredito nisso, mas eliminando a banda podre do PT, ainda sobra bastante gente boa). Para isso precisam seguir o líder e não podem contradizê-lo, sob pena de caírem em desgraça DE FINANCIAMENTO ELEITORAL, o que é uma porcaria para muita gente. 

    Sendo assim, a culpa da (falta de) comunicação na Lava Jato é do próprio PT que, como partido majoritário no governo NUNCA questionou a fábula de dinheiro despejada na mídia tradicional burguesa. Talvez tenha calado por achar que estava comprando silêncios, o que seria uma tremenda ingenuidade, talvez tenha calado por motivos menos republicanos (o que é picaretagem, canalhice). De qulaquer forma, a mídia fascista, abraçada em caminhoneiros e tucanos está cumprindo o seu papel direitinho. Quem está falhando é o PT, em primeiro lugar, e o governo como um todo que há muito deveriam ter aprendido que como minha mãe já dizia, "criança que brinca com fogo, de noite faz xixi na cama". 

     

  • O Governo pode não ter

    O Governo pode não ter estratégia, mas os golpistas do PSDB tem:

    Por Miguel do Rosário

     

    Siga o dinheiro, pensei comigo mesmo, e entrei no site Donos do Congresso, para verificar quem foram os principais doadores para o senador Alvaro Dias, do Paraná.

    Pensei em Alvaro Dias por causa de suas antigas relações com o doleiro Alberto Youssef. Na campanha de 1998, Dias andava para lá e para cá no jatinho do doleiro.

    Como é tucano, porém, não houve problema, nem na época nem agora.

    Dias é da mesma região de Sergio Moro e Alberto Youssef, e se há uma conspiração na maneira como a Lava Jato passou a ser tocada, o senador provavelmente está envolvido.

    Outra figura central na conspiração é o advogado de Youssef, o doutor Antonio Augusto Lopes Figueiredo Basto, que tem feito astutas dobradinhas com a mídia.

    Sempre que alguém próximo a Alberto Youssef faz denúncias envolvendo o PSDB, Basto trata de ocupar todos os jornais com veementes negativas.

    O exemplo mais notório é de Leonardo Meirelles, o laranja de Youssef. Meirelles afirmou que Youssef operava para o PSDB. A mídia deu a informação, mas logo em seguida a neutralizou com negativas frenéticas do advogado de Youssef.

    A Lava Jato começou investigando, como o nome diz, esquemas de lavagem de dinheiro.

    Quando esbarrou em contratos da Petrobrás, porém, mudou completamente de direção e passou a ser instrumentalizada como uma arma da oposição contra o governo.

    Aí teria começado o que tomo a liberdade para chamar de conspiração.

    Quando o uso o termo, não penso em “illuminatis”, nem em algo parecido ao Protocolo dos Sábios de Sião.

    Todas as forças políticas conspiram, de uma forma ou de outra. É normal. Se não gostar do termo, use “operação política”.

    A coisa só não é normal quando envolve, por exemplo, a manipulação desonesta de um processo legal, através de aparelhos do Estado, como o Ministério Público, setores da PF e membros do Judiciário.

    Também não é normal quando a imprensa, organizada num regime de cartel ideológico, passa a promover uma perseguição unitaleral a um campo, lançando mão dos instrumentos mais sujos à sua disposição: não promove um debate plural, estimula o linchamento, não dá o contraponto; age, em suma, com o mesmo espírito panfletário de um jornalzinho radical editado por extremistas.

    Uma conspiração política envolve um conjunto de agentes, nem todos necessariamente conscientes dos métodos usados, mas unidos em torno do objetivo central.

    No presente caso, o objetivo central é derrubar a presidenta Dilma, criminalizar o PT e destruir politicamente o ex-presidente Lula.

    O principal doador de Alvaro Dias é o homem mais rico do Paraná e um dos mais ricos do país, o empresário Joel Malucelli.

    Em 2014, Malucelli doou, através de duas de suas empresas, quase R$ 1,3 milhão a Alvaro Dias.

     

     

    Malucelli atua pesadamente no ramo da construção civil, incluindo concessões públicas de estradas, hidrelétricas, aterros sanitários, etc.

    Aí eu descobri algumas coincidências curiosas.

    A mídia procura abafar essa informação, mas a gente a tem repetido. Antonio Augusto Lopes Figueiredo Basto, advogado de Alberto Youssef, foi conselheiro da Sanepar, estatal do Paraná, por um bocado de tempo (sempre durante governos tucanos).

    Nesse período, achei um processo, onde consta apenas a sua assinatura, no qual Basto homologa a vitória de uma empresa de Joel Malucelli numa licitação para a estatal.

    Aparentemente não há nada demais, mas acredito que devemos divulgar esse tipo de coincidência, quando aparecer. Se o caso envolvesse um petista, iria para a capa dos jornalões, em tom de denúncia. Aqui a gente tenta divulgar com prudência.

    Numa ata de 2011, Basto aprova um contrato da Malucelli Seguradora, no valor de R$ 1,6 milhão, para um “seguro de garantia judicial” da Sanepar.

     

    Em 2014, Joel Malucelli tentou ser candidato a governador pelo PSD. Ao cabo, porém, o partido se coligou ao PSDB de Beto Richa, que venceu no primeiro turno.

    O principal patrocinador do PSD do Paraná foi o próprio Joel: doou R$ 3,45 milhões para o PSD em 2014.

    Malucelli também é dono das repetidoras da TV Bandeirantes do Paraná; e das principais rádios integrantes do Sistema Globo, CBN e Rádio Globo.

    Outra construtora fortemente ligada ao PSDB, que teria bastante interesse em ver as grandes empreiteiras destruídas, é a Valadares Gontijo, que doou, através de uma de suas herdeiras, Ana Maria Baeta Valadares Gontijo, mais de R$ 16 milhões para o PSDB, em 2010.

    O valor é bem superior à doação de qualquer outra empreiteira ao PSDB, ou a qualquer partido.

    É também a doação individual mais alta já feita no país, em qualquer época.

    Doações individuais muito altas, em geral, são feitas por doadores-candidatos, o que não é o caso de Ana Maria.

    Malucelli e Valadares Gontijo, portanto, são os primeiros suspeitos de integrarem o elo financeiro de uma conspiração que pode lucrar, e muito com os desdobramentos da Lava Jato.

    Em novembro de 2013, a JMalucelli anuncia o maior contrato da história da construtora, R$ 800 milhões, para participar das obras da hidrelétrica de Jirau, substituindo a Camargo Correa, cujas relações com o Consórcio Energia Sustentável do Brasil, controlador da Jirau, haviam “azedado”.

    A informação confirma que a JMalucelli, cujo dono é suplente do senador Alvaro Dias, além de seu maior doador, tende a ser uma das principais beneficiadas com a destruição das empreiteiras acusadas na Lava Jato.

    O grupo Malucelli possui, dentre dezenas de empresas, um importante banco, o Paraná Banco, que registrou um lucro líquido de R$ 150,2 milhões em 2014, alta de 15% sobre o ano anterior. Os ativos totais do banco totalizaram R$ 6,1 bilhões ao final do ano passado, avanço de 25%.

    Possivelmente, o Paraná Banco, que trabalha principalmente com oferta de crédito para o funcionalismo público do estado, foi um dos grandes beneficiados com o desaparecimento do Banestado, o banco público do Paraná, vendido para o Itaú por uma bagatela.

    O Banestado foi destruído após o saque promovido por sucessivos governos demotucanos.

    Mais tarde, o juiz Sergio Moro – mais coincidências –  seria o responsável por julgar os desdobramentos penais do escândalo Banestado, que tinha como pivô o mesmo Alberto Youssef.

    As relações de Joel Malucelli com a Globo, sua rede de relações no Paraná, sua ligação orgânica com o PSDB, fazem dele um dos principais suspeitos de integrar o núcleo de uma operação política para derrubar Dilma Roussef.

    Essa é uma investigação, de qualquer forma, que está só começando.

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