PF leva dois anos para iniciar bloqueio de bens da TelexFree

Jornal GGN – Telexfree foi tema recorrente no Blog e no Jornal GGN. O golpe da pirâmide estava indo a todo vapor sem que o Ministério da Justiça tomasse alguma providência. A primeira ação veio do Acre, depois disso Vitória, no Espírito Santo. A Política Federal junto com o Ministério Público Federal realizaram operação de combate a fraudes feitas por esta esta empresa no Espírito Santo. O saldo é extremamente positivo para o consumidor. Leia a matéria.

de O Globo

Telexfree vai ter sequestro de bens e quebra de sigilo

PF faz operação de combate à fraude e à prática de pirâmide financeira no Espírito Santo

BRUNO DALVI*

VITÓRIA – Polícia Federal, Receita Federal e Ministério Público Federal realizaram uma operação de combate a fraudes envolvendo a prática de pirâmide financeira pela empresa Telexfree no Espírito Santo. Durante a operação, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão em endereços de Vitória e Vila Velha que são ligados a empresa. A 1ª Vara Federal Criminal de Vitória, que expediu os mandados, também determinou o sequestro de valores e de bens imóveis dos investigados, o bloqueio de contas e a quebra do sigilo bancário e fiscal da empresa e de outras seis pessoas, todas ligadas à Telexfree no Espírito Santo.

As investigações começaram em dezembro de 2013 e revelaram que pessoas eram assediadas a fazer parte da Telexfree mediante o pagamento de taxas para que se tornasse um divulgador de sistemas de telefonia.

Segundo o inquérito federal, a rede construída pela empresa tinha abrangência mundial e não condicionava os ganhos dos divulgadores à venda ou revenda dos serviços de telefonia, mas principalmente à busca de novas adesões à rede.

“Isso torna o esquema lucrativo somente para os membros que figuram no topo da pirâmide. O número de divulgadores prejudicados com a ação da empresa já ultrapassa um milhão de pessoas”, informou a Receita Federal em nota.

Em 24 de julho, a Polícia Federal deflagrou a primeira fase da operação, realizando buscas nas residências de sócios, sede da Telexfree e escritórios de contabilidade que prestavam serviço à empresa. A análise da documentação apreendida e das movimentações financeiras dos investigados conduziu à segunda fase da investigação, que tem por objetivo recuperar parte do dinheiro obtido com os investimentos feitos por milhares de pessoas na Telexfree.

Segundo as investigações, o capixaba Carlos Wanzeler, o carioca Carlos Costa e o norte-americano James Merrill “optaram por participar de uma conspiração para arrecadar, de forma fraudulenta, centenas de milhões de dólares ao redor do mundo”. Os responsáveis pela empresa podem responder por crimes contra o sistema financeiro nacional (oferta pública de valores mobiliários sem registro junto à Comissão de Valores Mobiliários); contra a economia popular (pirâmide financeira); evasão de divisas; lavagem de dinheiro; e sonegação fiscal.

Os empresários e seus familiares têm patrimônios, até agora revelados, de R$ 67 milhões. São ativos em conta-corrente, fundos, imóveis de luxo, iates e carros, mas a fortuna pode ser ainda maior. Serviços de monitoramento de transações bancários nos EUA mostram que muitos recursos foram encaminhados do Brasil para a Telexfree americana e depois desviados para contas dos empresários e de familiares em instituições bancárias na Republica Dominicana, Reino Unido e Cingapura.

A Telexfree movimentou no Brasil R$ 1 bilhão entre janeiro de 2012 e junho de 2013, mês de bloqueio das atividades por ordem da justiça. Até abril passado, o negócio pode ter captado R$ 3 bilhões e envolvido um milhão de pessoas. A maioria não recuperou o que investiu. Atualmente, a Telexfree é alvo de uma ação civil pública na 2ª Vara Cível Estadual de Rio Branco, no Acre, que pede o fim da empresa e a devolução do dinheiro, e também é alvo de um inquérito criminal federal na 1ª Vara Federal Criminal de Vitória por causa da prática de pirâmide.

Além disso, é alvo de investigação nos Estados Unidos por causa de fraude eletrônica por uma pirâmide financeira. A Justiça americana, inclusive, determinou em abril o congelamento dos bens do grupo Telexfree. O pedido foi feito pela Securities and Exchange Commission (SEC), órgão equivalente à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) brasileira, e determinado pelo Tribunal Distrital de Boston.

A Telexfree foi procurada, mas não se manifestou sobre o caso.

*Especial para O GLOBO

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

View Comments

  • E os pequenos?
    No meu
    E os pequenos?

    No meu trabalho teve um pessoal que embarcou nesta furada, quase todos perderam dinheiro, exceto os que iniciaram a pirâmide na empresa.

    Esses estarão encrencados?

Recent Posts

Novo aumento do Guaíba pode superar pico anterior, prevê hidrologia

Nível já está em repique, aumentou 10 centímetros neste domingo, e chuva intensa com ventos…

12 horas ago

TVGGN: Usuário insatisfeito com operadoras de saúde deve registrar queixa na ANS

Operadoras têm amparo jurídico e atuação política, mas ANS impõe prazo para resposta e pode…

12 horas ago

Mães lutam por justiça aos filhos soterrados pela mineração

Diretora da Avabrum, Jacira Costa é uma das mães que lutam para fazer justiça às…

13 horas ago

Desenrola para MEI e micro e pequenas empresas começa nesta segunda

Para evitar golpes, cidadãos devem buscar ofertas e formalizar acordos apenas nas plataformas oficiais de…

14 horas ago

Cozinha Solidária do MTST distribui mais de 3 mil marmitas por dia a vítimas das enchentes no RS

Movimento tem a previsão de abrir mais uma Cozinha Solidária em Canoas e precisa de…

15 horas ago

Só deu tempo de salvar meu filho e pegar uma mochila, conta morador de Eldorado do Sul ao GGN

Em Eldorado do Sul, a sociedade civil por responsável por realocar 80% das famílias, mas…

17 horas ago