PGR pede mais tempo para investigar casos contra Aécio

Procuradora-Geral Raquel Dodge pede mais 60 dias ao Supremo para sustentar inquéritos envolvendo senador tucano
(Foto ABr)
Jornal GGN – A procuradora-geral da República, Raquel Dodge estaria aumentando cerco de investigações contra o senador Aécio Neves (PSDB-MG), o ex-deputado Pimenta da Veiga  e o ex-governador de Minas Antônio Anastasia (PSDB-MG). Aécio, em especial, é investigado no âmbito das operações da Polícia Federal, a Patmos e a Lava Jato.
Segundo informações do Estado de S.Paulo, a procuradora pediu nesta semana ao Supremo Tribunal Federal a prorrogação de mais 60 dias para concluir cinco investigações envolvendo o senador nas duas operações.
Os pedidos de Raquel estão relacionados a quatro inquéritos abertos com base em delações da Odebrecht e um acordo de colaboração da JBS, considerando “a existência de diligências [investigações] pendentes e necessárias ao deslinde [esclarecimento] das investigações.”
Especificamente, Raquel quer investigar locais onde, supostamente, teriam acontecido reuniões e entregas de dinheiro ilícito, como residências e empresas indicadas por delatores e isso inclui realizar vistorias e captar informações de quem entrou e saiu dos locais nas datas afirmadas pelas testemunhas
Acusações
O senador é acusado de receber propinas de R$ 5,2 milhões de fraudes em licitações feitas para a construção da sede do governo estadual de Minas Gerais, a cidade administrativa. A denúncia é montada com base no depoimento do ex-diretor de Infraestrutura da Odebrecht, Benedicto Júnior. Segundo ele, em uma reunião no início de 2007, no Palácio das Mangabeiras, o tucano, então governador de Minas, disse que havia decidido pela participação da empreiteira na realização das obras antes da licitação acontecer.
Ainda, segundo Benedicto, Aécio teria indicado Oswaldo Borges, ex-presidente Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) para “acertar tudo a respeito”. Segundo relembra o Estado de S.Paulo, a partir daquele momento, a Odebrecht indicou Sérgio Luiz Neves, superintendente da empresa em Minas, para realizar os pagamentos e combinar as fraudes para garantir a vitória da empreiteira na licitação.
Nos pedidos de mais tempo para o STF, Dodge diz que, para completar essa investigação específica, falta interrogar os executivos Francisco Ranulfo Rodrigues (Queiroz Galvão), Reginaldo Assunção Silva (OAS), Sérgio Cunha Mendes (Mendes Jr) e João Marcos Almeida Fonseca (Andrade Gueiterrez). Outros dois nomes também são citados para a coleta de provas: Eduardo Camargo e Ricardo José Lyra Alves.
“Ademais, ainda resta, pendentes de resposta os Oficios enviados à Codemig (Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas) (fl. 379) e Minasmaquinas S/A (fl. 380), por meio dos quais a autoridade policial requereu o registro de acesso de diversos indivíduos, envolvidos nos fatos ora investigados, na sede das referidas empresas”, pontua a procuradora.
A concessionária de veículos Minasmáquinas é de Oswaldo Borges, apontado por uma das testemunhas do processo como intermédiário do senador tucano.
Em outro inquérito, que embasa o pedido de Raquel Dodge por mais tempo, delatores dizem que, em 2014, firmaram um contrato de fachada no valor de R$ 3 milhões com a PVR Propaganda, responsável pela campanha de Aécio com a finalidade de formar caixa dois.
Sobre essa acusação específica, a procuradora quer os registros de encontrou entre o delator Sérgio Luiz Neves, da Odebrecht, e o marqueteiro de campanha Paulo Vasconcelos na sede da Codeming e que teria contado com a presença de Oswaldo Borges apontado pela Polícia Federal como operador de recebimento de caixa 2. Os valores discutidos na ocasião, segundo Luiz Neves foram R$ 15 milhões.
Raquel também fala da necessidade de periciar os sistemas ‘my web day’ e ‘Drousys’, do departamento de propinas da Odebrecht e ‘aponta como pendente a oitiva de Anderson Luís Correa Marques, que seria o assessor de Dimas Toledo responsável por receber os valores pagos pela Odebrecht.’
Neste último caso, os valores que a Odebrecht teriam repassado, em 2014, são de R$ 3 milhões para Aécio e os ex-deputado Pimenta da Veiga e R$ 3 milhões para Dimas Toledo Júnior e outros deputados tucanos. É nesse ponto que o ex-governador de Minas Antônio Anastasia vira alvo das investigações de caixa dois.
A procuradora solicita também investigação para obter possíveis registros da entrada de funcionários do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. “O repasse dos valores ao primeiro grupo foi realizado com entregas de dinheiro em residência localizada na Avenida Olegário Maciel, 1727, Bairro de Lourdes, Belo Horizonte/MG, com exceção do valor de R$ 500 mil reais destinados a Aécio Neves, que foram entregues a Oswaldo Borges da Costa, em concessionária de máquinas e caminhões situada na Rodovia BR-381. Quanto aos valores destinados a Dimas Toledo, foram realizadas entregas em dinheiro a seu assessor, de nome Anderson, na residência localizada na Rua Assunção, 365, apto 703, Belo Horizonte/MG”.
Há ainda investigação de caixa dois na campanha de Anastasia em 2010, com pagamentos supostamente ilícitos da Odebrecht que estão na lista de diligências requeridas pela PGR.
E, para concluir os pedidos de Dodge, a PGR diz que ainda é preciso aprofundar a investigação que parte da delação da JBS, onde Aécio é acusado de obstrução de Justiça e corrupção no valor de R$ 2 milhões entregues em mala pelo delator Ricardo Saud. Esse repasse foi, inclusive, gravado por uma ação da Polícia Federal.
O inquérito da JBS inclui também a denúncia de que o senador tucano teria solicitado R$ 60 milhões para campanha presidencial de 2014 em troca de liberação de créditos de ICMS à JBS, além da compra de um imóvel superfaturado em benefício de Aécio.
Defesas
Em resposta às acusações, a defesa de Aécio enviou ao Estado:
“ O pedido de prorrogação de prazo para inquéritos vencidos é um procedimento usual que a defesa considera extremamente positivo para o devido esclarecimento dos fatos, que demonstrarão a absoluta correção da conduta do senador Aécio Neves”.
Já a defesa do ex-governador Antônio Anastasia respondeu:
“Em toda sua trajetória, Anastasia nunca tratou de qualquer assunto ilícito com ninguém”.
Redação

Redação

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  • Não vai dar em nada,
    A equipe

    Não vai dar em nada,

    A equipe da Lava-Jato de Curitiba já providenciou a destruição de todos os arquivos da Odebrecht que poderiam prejudicar seus aliados e evidenciariam as outras ilegalidades cometidas pela operação (sumiço dos dois pen-drives que tinham as chaves para abrir os arquivos)

    Aécio está tranquilo e assim continuará, além de ter excelentes advogados no STF.

     

  • nada que possa comprometer aébrio!

    muito menos seu principal comparsa, escudeiro e lavador de dinheiro, pórrela

    tá faltando depoimento, manda uma coercitiva neles também!

  • Estou absolutamente encantada

    Estou absolutamente encantada com os cuidados que a dona dodge está tomando em relação às investigações. Tem que saber direitinho quem entrou e quem saiu dos lugares, se os lugares existem, se as pessoas não estavam de porre na ocasião dos fatos. Uma beleza! Mas só 60 dias? Acho pouco. Pra tão meticulosa investigação precisaria, pelo menos, de 600 dias. Deve ter sido erro de digitação.

  • Caro Nassif
    Será uma peça da

    Caro Nassif

    Será uma peça da eternidade  infinita, esse processo.

    Faz parte do golpe.

    Saudações

     

  • é cedo demais !

    É preciso aguardar m pouco ate que ele prescreva assim com Jucá , é incrivel com nao funciona a nossa justiça !

     

  • È a decisão Buzz

    È a decisão Buzz Lightyear.........

    "Ao infinito e além....."

    Lojistas protegidos e com a vida sossegada..........

    Vai uma prescrição aí dotô?????

     

     

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